Jogos Mortais: Jigsaw

JigsawCrítica – Jogos Mortais: Jigsaw

Sinopse (imdb): Corpos estão aparecendo ao redor da cidade, cada um tendo encontrado uma morte excepcionalmente horrível. À medida que a investigação prossegue, a evidência aponta para um suspeito: John Kramer, o homem conhecido como Jigsaw, morto há dez anos.

Quando a franquia Jogos Mortais anunciou que o sétimo filme seria o último, me perguntei se eles realmente iam parar. Cheguei a acreditar que sim, afinal, desde 2010 não tivemos outros filmes. Mas a regra da Hollywood contemporânea é: “vamos ganhar dinheiro com continuações”. Assim, ressuscitaram a franquia…

Antes de falar do filme novo, preciso admitir que não lembro de quase nada dos filmes dois ao sete, só lembro que a qualidade ia caindo a cada novo filme (só defendo o primeiro, de 2004, que continua sendo um dos melhores filmes de terror da década passada). E posso afirmar: não precisa conhecer toda a cronologia do vilão Jigsaw para entender este novo filme.

Vamos ao filme: sinto dizer que é mais do mesmo. Algumas armadilhas criativas (mas nada de deixar boquiaberto), alguma tensão (mas nada de deixar o público retorcendo na cadeira), algum gore (mas sem exageros). Uma coisa legal para quem acompanha é que armadilhas de filmes anteriores são citadas. Mas, para um reboot de uma franquia que começou tão bem, é pouco, não acham?

No elenco , ninguém se destaca. Gosto do Callum Keith Rennie desde que ele fez BSG, mas aqui ele está no automático. Tobin Bell – o Jigsaw – faz uma rápida aparição, meio que pra validar a franquia. Também no elenco, Laura Vandervoort, Matt Passmore, Hannah Emily Anderson e Clé Bennett.

Sobre o plot twist final, reconheço que resolveu alguns furos do roteiro. Agora, quem é fã da série vai se lembrar que um dos outros filmes tem um plot twist bem parecido… Mais não falo pra não entrar nos spoilers!

No fim, o resultado é apenas ok. O que é uma pena, porque é clara a intenção de retomar a franquia e fazer novos filmes.

Assassinato no Expresso do Oriente

Assassinato no Expresso do OrienteCrítica – Assassinato no Expresso do Oriente

Sinopse (filmeB): Várias pessoas estão fazendo uma viagem longa em um luxuoso trem, porém, um terrível assassinato acontece. A bordo da composição, o detetive Hercule Poirot se voluntaria para iniciar uma varredura no local, ouvindo testemunhas e possíveis suspeitos para descobrir o que de fato aconteceu.

Adaptação do livro de Agatha Christie, que já teve uma versão pro cinema, em 1974, dirigida por Sidney Lumet e estrelada por Albert Finney, Lauren Bacall, Ingrid Bergman, Sean Connery, Jaqueline Bisset e Anthony Perkins, entre outros, Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express, no original) sofre de um problema básico: é um “whodunit” que todo mundo já sabe o final.

(Glossário: Whodunit é o estilo de história onde a trama levanta vários suspeitos e o espectador é instigado a descobrir quem é o culpado.)

Já faz muitos anos que vi o filme dos anos 70, mas me lembro justamente da cena que mostra o assassino… Ou seja, sou mais um pra engrossar o coro.

Só não digo que Assassinato no Expresso do Oriente é uma perda de tempo porque a produção é de alto nível, e o elenco é cheio de nomes legais. Afinal, não é todo dia que você reúne Kenneth Branagh, Johnny Depp, Daisy Ridley, Michelle Pfeiffer, Judi Dench, Penélope Cruz, Willem Dafoe, Tom Bateman, Josh Gad, Derek Jacobi e Lucy Boynton. Pena que como o filme gira em torno de um único personagem, o único que tem muito tempo de tela é Branagh. Os outros nem estão mal, mas estão sub aproveitados (nem reconheci a Lucy Boynton, do Sing Street!).

Além disso, outro problema deve afetar a bilheteria: são muitos diálogos, muitas explicações. Uma trama dessas é complexa e cheia de detalhes, e isso ficou um pouco cansativo. Não sei como a audiência de hoje vai receber uma obra assim.

No fim, fica aquela impressão de que era melhor rever o original. Torçamos para que pelo menos isso sirva para apresentar a obra de Agatha Christie para as novas gerações. Porque, claro, existem planos para uma “continuação” – no fim do filme, Hercule Poirot é chamado para ir ao Egito, onde vai se passar Morte sobre o Nilo.

p.s.: No mundo politicamente correto de hoje, será que vão rebatizar “Os Dez Negrinhos”? 😉

Liga da Justiça

Liga da justiçaCrítica – Liga da Justiça

Sinopse (imdb): Alimentado por sua fé restaurada na humanidade e inspirado pelo ato altruísta de Superman, Bruce Wayne convoca a ajuda de sua nova aliada, Diana Prince, para enfrentar um inimigo ainda maior.

Depois de um Batman Vs Superman cheio de problemas e um Esquadrão Suicida que desagradou a todos, a DC acertou com Mulher-Maravilha. A boa notícia é que Liga da Justiça (Justice League, no original), apesar de ter suas falhas, também é um bom filme.

A DC sempre teve os super heróis mais famosos do universo pop. Mas a Marvel soube trabalhar melhor o seu universo cinematográfico, e hoje heu arriscaria dizer que existe um empate técnico entre a popularidade de Batman e Superman contra Homem de Ferro e Capitão América (principalmente para as novas gerações).

Digo isso porque se este Liga da Justiça viesse alguns anos atrás, provavelmente a DC continuaria na frente. Porque o grande problema do filme, na minha humilde opinião, é que hoje estamos acostumados com um nível mais alto. Liga da Justiça não é ruim, mas existe coisa melhor por aí.

Para não ficar para trás, a Warner, estúdio que lança os filmes da DC, parece que cedeu e resolveu usar algumas coisas da “fórmula Marvel”. Claro que isso é uma boa notícia: temos um filme mais colorido e com mais piadas – e com cenas pós créditos! Viva a “marvelização da DC”!

Talvez tenha rolado alguma influência de Joss Whedon (diretor dos dois primeiros Vingadores). A direção estava nas mãos de Zack Snyder, mas ele teve um problema pessoal (sua filha se suicidou) e se afastou do projeto. Sabemos que Whedon terminou as filmagens, mas não sabemos o quanto do filme é de cada um.

O filme tem alguns momentos excelentes, os personagens funcionam bem juntos. A boa trilha sonora de Danny Elfman discretamente cita os temas do Superman (John Williams), da Mulher Maravilha (Hans Zimmer) e do Batman (do próprio Elfman). Outra coisa boa é que os fan services são bem inseridos (diferente, por exemplo, da cena dos parademônios em BvS). Tem uma cena onde o Lanterna Verde é citado, mas não atrapalha quem não conhece o personagem.

O cgi às vezes parece videogame, mas isso infelizmente é algo comum em filmes de ação contemporâneos. Mas acho que o pior problema aqui é o vilão – o Steppenwolf, além de ser feito por um cgi fraco, é um vilão que não ameaça ninguém. Além disso, o roteiro tem algumas escorregadas, como por exemplo o tempo enorme que o filme dedica àquela família russa.

Pequeno spoiler a frente:

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Pra mim, é spoiler avisar que o Superman está no filme – ele “morreu” no filme anterior. Mas ele está até em alguns pôsters de divulgação, então nem sei se isso é spoiler.

Enfim, o fim de BvS me incomodou profundamente, com a terrinha flutuando em cima do caixão do Superman, indicando que ele não estava exatamente morto. Mas do jeito que fizeram aqui, seu “ressuscitamento” foi convincente. Não precisava da terrinha flutuando!

FIM DOS SPOILERS!

O elenco é muito bom. Ben Affleck, Henry Cavill e Gal Gadot voltam aos papéis principais. Ezra Miller está ótimo como o Flash, um garoto engraçado e deslumbrado com o que está acontecendo (sem querer comparar, me lembrou o Peter Parker do último Homem Aranha); Jason Momoa e Ray Fisher completam o time principal. Alguns coadjuvantes de BvS e Mulher-Maravilha voltam, como Amy Adams, Diane Lane, Jeremy Irons e Connie Nielsen. J.K. Simmons voltará no filme solo do Batman; Amber Heard, no do Aquaman. Por fim, Ciarán Hinds é um bom ator, mas o seu Steppenwolf é fraco.

É, parece que a DC encontrou um caminho. Torçamos para que continuem.

p.s.1: Os filmes anteriores da Warner / DC não tinham cenas pós créditos. Mas aqui são duas – como é comum nos filmes da Marvel.

p.s.2: Um dos cartazes nacionais resolveu adaptar o cartaz gringo que usa os símbolos de cada herói. O problema é que não tem onde colocar o W da Mulher Maravilha. Ficou muito estranho ver “Você Não Pode Salvar o Wundo Sozinho”. Toda vez que via esse cartaz, em vez de trocar o W por M, trocava o U por A: “Você Não Pode Salvar o Wando Sozinho”… 😛

Liga da justiça - Wundo

A Noiva

a noiva

Crítica – A Noiva

Sinopse (imdb): A prática incomum de fotografar parentes mortos na Rússia rural do meio dos anos 1800 conectará uma estudante de Filologia com a história familiar abismal do futuro marido.

Terror russo! Será que presta? Infelizmente não…

A ideia era boa – uma antiga lenda russa de espíritos aprisionados em negativos. Mas sabe quando não fazem da maneira certa? Escrito e dirigido por Svyatoslav Podgaevskiy, A Noiva (Nevesta, no original) é um amontoado de clichês numa trama pra lá de previsível. E, pecado grave em se tratando de terror: não dá medo.

E a parte final não faz o menor sentido. Aviso de spoilers abaixo:

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Se o cara conhece os rituais da família, pra que levar a noiva justamente naquele fim de semana?

FIM DOS SPOILERS!

Pra piorar, a cópia que vai para os cinemas está dublada em inglês. E a dublagem é péssima! Dá pra ver que a dublagem brasileira vive um momento muito melhor. A dublagem americana faz tudo ficar ainda mais artificial.

Acho uma pena. Quero ver filmes off Hollywood – recentemente gostei do coreano Invasão Zumbi e do turco Baskin. Mas este A Noiva chega a ser pior que o conterrâneo Guardiões e seus super heróis genéricos.