Alice Através do Espelho

Alice - posterCrítica – Alice Através do Espelho

Ao atravessar um espelho, Alice volta ao País das Maravilhas, onde encontra o Chapeleiro Maluco doente. Para salvá-lo, ela precisa viajar no tempo e alterar o passado.

Em primeiro lugar, um esclarecimento: Alice Através do Espelho (Alice Through the Looking Glass, no original) parece, mas não é um filme do Tim Burton, que aqui está só como produtor. A direção é de James Bobin, o mesmo dos dois recentes longas dos Muppets. Mas o visual continua chamando a atenção.

O visual é o que Alice Através do Espelho tem de melhor. Bobin conseguiu manter a identidade visual que Tim Burton criou para o primeiro filme, Alice no País das Maravilhas, de 2010. Vemos aqui vários cenários e figurinos bem elaborados – e por mais que a gente saiba que boa parte é cgi, isso não atrapalha.

Por outro lado, a história é fraca. Nunca li o “Através do Espelho” original, não sei o quanto do que vemos na tela está no livro (li por aí que o livro é completamente diferente, e tem lógica, acho difícil um livro antigo ter uma personagem feminina tão forte). Mas essa história da Alice viajando no tempo ficou bem sem graça.

O elenco é ótimo. Todos que estavam no primeiro filme voltaram: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter e as vozes de Alan Rickman, Timothy Spall e Stephen Fry. A única novidade é Sacha Baron Cohen, que está bem como o Tempo. Ah, este foi o último filme de Rickman, homenageado nos créditos.

Alice Através do Espelho não vai desagradar os fãs do filme anterior. Mas é bom não esperar muito.

CBGB

0-CBGBCrítica – CBGB

Um filme contando a história do lendário clube novaiorquino CBGB? Quero ver!

A sinopse? Simples como um cara criou, meio sem querer, uma das casas mais importantes da história do rock’n’roll.

Em primeiro lugar, preciso falar que não sou muito fã da filosofia musical do punk rock – gosto de música bem tocada ;-). Mas reconheço a importância do movimento punk. E tem mais: o filme é sobre o CBGB, não sobre o punk. Então a gente vê o Talking Heads e o Blondie na tela…

Dito isso, vamos ao filme. Antes de ser um filme sobre o clube, CBGB é sobre Hilly Kristal, o dono do local. Um homem visionário, mas um péssimo administrador (o clube estava sempre lotado, e mesmo assim as contas viviam atrasadas).

(Aliás, o filme explica as inicias “CBGB OMFUG” – que sempre li, mas nunca tive ideia do que significava. Curiosamente, Hilly queria fazer um clube de country e blues, e chamou sua casa de “Country Blue Grass Blues”. Mas só conseguiu músics de outros estilos, então acrescentou “Other Music For Uplifting Gormandizers”…)

O filme escrito e dirigido por Randall Miller é sobre Hilly Kristal, e “o nome do filme” é Alan Rickman. Não sei nada sobre o Hilly original, não sei se a caracterização foi fiel. Rickman é um grande ator, a gente já sabia, e aqui ele constroi um personagem rico, um cara popular e bem sucedido, e, ao mesmo tempo, solitário e fracassado.

Aliás, o elenco inteiro está muito bem. Rupert Grint, o Ron de Harry Potter, impressiona como o guitarrista dos Dead Boys, completamente diferente do seu personagem mais famoso. Malin Akerman pouco aparece, mas ficou bem parecida com a Debbie Harry – outros músicos aparecem e estão ainda mais parecidos, mas são interpretados por atores desconhecidos. Ainda no elenco, Ashley Greene, Johnny Galecki, Stana Katic, Justin Bartha, Richard de Klerk, Freddy Rodríguez e Bradley Whitford.

Gostei muito de ver as bandas caracterizadas no palco do CBGB – Talking Heads, Blondie, Ramones, The Police, Iggy Pop, etc (e confesso que nunca tinha ouvido falar de Dead Boys…). Foi uma boa colocarem atores parecidos com os músicos dublando as músicas originais. O único problema é que o som ficou limpo demais – mas é melhor do que ouvir anônimos tocando e cantando músicas icônicas.

Também gostei da edição usando quadrinhos. Tudo a ver com o estilo do filme!

CBGB é baseado em fatos reais, mas nem tudo o que vemos no filme aconteceu de verdade. O próprio filme avisa isso, nos créditos finais, quando avisa que Iggy Pop nunca cantou no CBGB, e manda um “just deal with it”. Aliás, foi engraçado ler “nenhum animal foi maltratado durante as filmagens, as baratas esmagadas eram biscoitos Fig Newtons” (um biscoito recheado parecido com o nosso goiabinha).

Li no fórum do imdb algumas pessoas criticando a cenografia, porque usou vários props reais tirados do próprio CBGB. Se a gente prestar atenção, pode ver flyers dos anos 80 e 90, e o filme se passa na década de 70. Mas isso não me incomodou, achei que o visual do filme ficou mais rico assim.

Terminado o filme, fiquei com vontade de ver um filme semelhante sobre o Garage, da rua Ceará, aqui no Rio. Se heu tivesse os contatos certos, heu bem que tentava fazer este filme!

Dogma

Crítica – Dogma

Empolgado com estes Top 10 de entidades divinas, resolvi rever Dogma, um dos melhores filmes de Kevin Smith, um dos meus diretores favoritos.

Dois anjos banidos por Deus descobrem uma brecha nas regras e com isso querem voltar ao Paraíso. Mas se fizerem isso provarão que Deus não é infalível e toda a existência poderá ser destruída. Uma funcionária de uma clínica de aborto recebe a missão de tentar parar os anjos.

Dogma foi lançado em 1999. Na época rolava um “frenesi do fim do mundo”, por causa da virada do milênio (apesar da real virada ter sido entre 2000 e 2001). O filme foi comparado com filmes como O Sexto Dia ou Stigmata, apesar de ser uma comédia. Pelo menos Dogma não ficou datado, já que não falava especificamente da virada do milênio. Visto hoje, é uma divertida comédia apocalíptica.

Kevin Smith pode não ter muita fama como diretor de atores, mas é um gênio no que diz respeito a diálogos bem escritos. Aqui em Dogma ele tem uma história baseada em universo mais complexo do que seus filmes anteriores (O Balconista, Barrados no Shopping, Procura-se Amy). Pela primeira vez, ele usa personagens tirados de outra fonte – a bíblia. E Smith conseguiu: não só os diálogos são bem escritos, como os personagens adaptados da bíblia funcionam bem ao lado de seus personagens habituais.

O elenco é muito bom, talvez o melhor que já esteve à disposição de Smith. Ben Affleck e Jason Lee eram figuras constantes em seus filmes (estiveram em Barrados no Shopping e Procura-se Amy); e Affleck aqui repete a parceria com Matt Damon, que lhes rendeu Oscar de melhor roteiro dois anos antes, por Gênio Indomável. E o filme ainda tem Alan Rickman, Linda Fiorentino, Salma Hayek, Chris Rock, Janeane Garofalo, Guinevere Turner e uma divertida ponta da cantora Alanis Morrisete. E, claro, Jason Mewes e o próprio Kevin Smith mais uma vez como a dupla Jay e Silent Bob.

Falando em Jay e Silent Bob, tive saudades dos dois doidões. Entendo e respeito a decisão de Smith de seguir em frente com a carreira e abandonar a dupla – já foram três filmes sem os dois, Pagando Bem Que Mal Tem, Tiras em Apuros e Red State. Mas que a dupla, presente em seis filmes, era muito divertida, isso era!

Ainda tenho que falar da polêmica com a igreja católica que rolou na época. Os católicos mais radicais se sentiram ofendidos, já que Dogma mostra algumas figuras bíblicas em situações pouco convencionais. Mas, vendo o filme de cabeça aberta, o filme não é ofensivo. É apenas outra visão – uma visão diferente, um pouco mais escrachada…

Dogma é um filme estranho. Não vai agradar a todos, afinal, é uma comédia com temática séria em cima de um tema polêmico. Mas, pelo menos pra mim, é um dos melhores filmes do Kevin Smith.

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Se você gostou de Dogma, o Blog do Heu recomenda:
Red State
O Império do Besteirol Contra-Ataca
Bandidos do Tempo

Harry Potter e as Reliquias da Morte Parte 2


Crítica – Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2

E chega ao fim a bem sucedida saga do bruxinho Harry Potter!

Na segunda parte do final, finalmente a ação começa. A batalha entre o bem e o mal no mundo da magia se torna uma guerra entre centenas de bruxos. O confronto final entre Harry Potter e Lorde Valdemort se aproxima.

Diferente da enrolação que aconteceu nos dois últimos filmes (O Enigma do Príncipe e As Reliquias da Morte Parte 1), aqui tudo funciona direitinho, a trama é bem amarrada e o filme, mais uma vez dirigido por David Yates, é muito bom.

Uma coisa que sempre gostei na saga foi o “amadurecimento”. Assim como o público cresceu e amadureceu, o mesmo aconteceu com os personagens e com o clima dos filmes. Este oitavo filme é sério, sombrio, nem de longe lembra o clima leve e infantil dos primeiros filmes.

A onda agora é resolver todas as pontas soltas. Gostei da solução que deram para Snape (Alan Rickman), um personagem que sempre foi dúbio – achei coerente o seu motivo para ser como era. Por outro lado, achei que Neville (Mathew Lewis) ganhou espaço demais, e com isso Ron (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) foram meio que deixados de lado – nem rola direito o tradicional alívio cômico de Grint. Até entendi o maior foco em Neville, mas heu preferiria se mantivesse nos dois de sempre.

O elenco é um dos pontos fortes de toda a saga. Enquanto todo o elenco juvenil foi mantido ao longo dos dez anos, vários grandes atores ingleses passaram por Hogwarts. Aqui não tem nenhuma novidade, Maggie Smith, Alan Rickman, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, Michael Gambon, John Hurt e David Thewlis, entre outros, voltam aos seus papeis. (Só um ator foi trocado ao longo da saga, mas por motivos de força maior – Richard Harris, o primeiro Dumbledore, morreu depois do segundo filme…)

Sobreo elenco juvenil, agora que acabou a saga, espero rever em outros filmes atores que despontaram aqui, como Tom Felton (Draco Malfoy), que teve participação discreta aqui, e, claro, Emma Watson, a Hermione, que cresceu e virou uma bela mulher.

A parte técnica é muito boa, como era de se esperar. Rola uma cena onde um grande dragão tenta levantar vôo e sai quebrando telhados, com um detalhamento impressionante. A batalha dentro de Hogwarts também enche os olhos.

Uma coisa importante foi que a história realmente acabou. Numa época de histórias prolongadas demais por ganância (principalmente com seriados de tv que não sabem a hora de parar), deve ter sido uma decisão difícil para todos os envolvidos na produção, já que Harry Potter é uma das sagas mais lucrativas da história do cinema.

Outra coisa boa foi a manutenção do nível ao longo dos oito filmes. Ok, nem tudo foi perfeito, mas, entre altos e baixos, o saldo foi positivo. Harry Potter pode figurar entre as maiores sagas do cinema.

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Se você gostou de Harry Potter e as Reliquias da Morte Parte 2, Blog do Heu recomenda:
A Pedra Mágica
Alice no País das Maravilhas
Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Harry Potter e As Relíquias da Morte parte 1

Harry Potter e As Relíquias da Morte parte 1

E, finalmente, a saga Harry Potter chega ao fim! Quer dizer, quase…

Neste novo e incompleto filme, enquanto Harry foge de Voldemort e procura as Horcruxes, ele descobre a existência dos três objetos mais poderosos do mundo da magia: as Relíquias da Morte.

Vou explicar o “quase” do primeiro parágrafo. Todos sabem que o sétimo e último livro da saga foi dividido em dois filmes. Então, esta é só a primeira parte do último filme. O fim mesmo, só ano que vem. Entendo esta decisão dos produtores, afinal, a franquia Harry Potter é muito lucrativa. Então, a ideia é esticar a arrecadação por mais um ano. E o espectador é que saiu perdendo aqui, afinal, o sexto filme já é uma grande enrolação!

Mas, vamos ao filme, que, apesar disso tudo, não é ruim.

Como falei na crítica do sexto filme, uma das grandes vantagens da saga é a manutenção do elenco, que envelhece quase ao mesmo tempo que os personagens do livro. Assim, o clima do filme é mais sombrio, mais adulto. A saga infanto juvenil está cada vez menos infantil. Inclusive, parte do filme mostra uma política totalitarista – o novo Ministério lembra, acredito que intencionalmente, o nazismo de Hitler.

(Aliás, este “quase ao mesmo tempo” é um ponto negativo aqui neste filme, já que Harry precisava ter 17 anos, e Daniel Radcliff, com 21, está velho demais para isso. Deveriam ter feito os sete filmes em sete anos!).

Como já é quase uma tradição nos filmes da série, grandes atores britânicos marcam presença. O filme anterior trouxe Jim Broadbent, este traz Bill Nighy num pequeno mas importante papel. Além de, claro, Alan Rickman, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, John Hurt, David Thewlis, Imelda Staunton e Timothy Spall, entre outros.

Também gostei da trama ter saído de Hogwarts. Ver a galera em Londres é interessante! E outro ponto positivo são os efeitos especiais. Um filme como Harry Potter sem os efeitos ia ser bem mais fraco. E aqui eles são bem usados. Inclusive, o filme traz uma interessante sequência em animação para contar a história das tais Relíquias da Morte.

O elenco cresceu, as meninas estão mais velhas. Hermione já é adulta, e virou uma mulher bonita. E Harry Potter tem bom gosto: tem uma namorada ruiva… 😉

No fim, como disse antes, só fica aquele gostinho de enganação. O filme é bom, não precisava de enrolação, principalmente porque cada filme tem duas horas e meia… Agora, só em 2011!

Harry Potter e o Enigma do Príncipe

Harry Potter e o Enigma do Príncipe

Estreou a primeira parte do último Harry Potter, e me toquei que ainda não tinha visto o anterior, o sexto filme, Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and The Half Blood Prince, no original). Bem, fui ver este antes de ver o próximo.

No sexto ano da escola de Hogwarts, enquanto todo o elenco antes infantil agora virou adolescente, o Professor Dumbledore traz o aposentado Horace Slughorn para ser professor de poções. Harry Potter, ajudado por Dumbledore, descobre coisas importantes na luta contra Voldemort.

Harry Potter and The Half Blood Prince tem um problema sério. Pouca coisa acontece, é tudo uma grande enrolação de quase duas horas e meia, preparando para a parte final. E o pior é que o sétimo filme já vem em duas partes, um filme estreou agora e vem mais um ano que vem. E aí heu pergunto: como provavelmente este 7.1 vai ter que enrolar (afinal, serão dois filmes de duas horas e meia cada!), precisava de mais enrolação no sexto filme?

E o pior é que o início do filme engana – tem uma sequência inicial alucinante, um travelling aéreo onde Voldemort “toca o terror” em Londres. Mas depois, vamos pra Hogwarts, onde namoricos adolescentes viram o foco principal do filme.

Tem só uma vantagem nesta “fase adolescente”: uma das coisas muito boas da franquia Harry Potter é a manutenção do elenco. Daniel Radcliffe tinha 12 anos em 2001, ano do primeiro filme. O personagem creseceu quase junto com o ator. E o mesmo acontece com o resto do elenco infanto-juvenil.

Falando em elenco infanto-juvenil, Tom Felton, que interpreta o mini-antagonista Draco Malfoy, tem oportunidade de mostrar que pode investir tranquilamente na carreira de ator quando acabar a série. O jovem manda bem com seus dramas internos.

O resto do elenco, como em todos os outros filmes, traz grandes nomes, como Alan Rickman, Jim Broadbent, Helena Bonham Carter e David Thewlis. Ralph Fiennes, o Voldemort, nem aparece direito aqui…

Enfim, não é ruim. Mas poderia ser um prólogo de 30 minutos. Amanhã devo ver o 7.1, aí falo minhas impressões aqui.

O Guia do Mochileiro das Galáxias

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O Guia do Mochileiro das Galáxias

Outro dia descobri que no dia 25 de maio é comemorado o “dia da toalha”. Se você não sabe o que é isso, é porque você não leu o livro nem viu o filme O Guia do Mochileiro das Galáxias!

Vou aproveitar a ocasião e falar do filme – não ter falado ainda desse filme aqui neste blog é uma falha grave, afinal, gostei tanto quando vi no cinema que logo comprei o livro, e em seguida, compri o dvd para rever…

Arthur Dent (Martin Freeman) é um cara normal, mas que está tendo um péssimo dia. Sua casa está prestes a ser demolida, e ele descobre que Ford Prefect (Mos Def), seu melhor amigo, é um extra-terrestre. Pra completar, fica sabendo que a Terra está prestes a ser destruída para que se possa construir uma nova auto-estrada hiperespacial por burocráticos e desagradáveis Vogons. Arthur só tem uma saída: pegar carona junto com Ford em uma nave espacial que está de passagem. E eles levam com eles, além das toalhas, um importante livro com tudo o que precisam saber sobre sua nova vida: o Guia do Mochileiro das Galáxias.

E a história segue por esse caminho “festa estranha com gente esquisita”. Personagens bizarros em situações ainda mais bizarros! São várias as cenas hilárias e geniais!

A “troupe” de Arthur Dent ainda tem Trillian (Zooey Deschanel), uma humana que também escapou da destruição da Terra e Zaphod Beeblebrox (Sam Rockwell), o presidente da Galáxia – e que tem duas cabeças! Isso sem contar com o genial e depressivo robô Marvin (Warwick Davis e voz de Alan Rickman) – um robô que passa o tempo todo reclamando da vida! Ainda no elenco, temos Bill Nighy como um construtor de planetas (!) e John Malkovich, num papel criado especialmente por Adams para a versão cinematográfica.

Douglas Adams, autor do livro e do roteiro do filme, tem no currículo uma breve participação no seriado Monty Python Flying Circus, como ator e roteirista. Isso levou, claro,  a comparações entre O Guia… e os filmes do Monty Python. Bem, são estilos diferentes, O Guia… não quer ser pythoniano. Mas uma ou outra cena bem que poderia estar num filme do sexteto britânico… Como a sensacional sequência da baleia caindo…

(Não podemos deixar de citar que os Vogons parecem extraídos de um filme do Terry Gilliam!)

Existe uma narração no início do filme, feita por Stephen Fry, que, curiosamente, foi dublada em português nas versões legendadas. Normalmente sou contra dublagens, mas sabe que funcionou?

O “dia da toalha” também é chamado de “dia do orgulho nerd”. Bem, feliz “dia da toalha” atrasado para você, caro leitor nerd!

p.s.: o filme tem a resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais! Mas não vou dizer aqui, por causa dos spoilers… 😀

Sweeney Todd

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Sweeney Todd

Numa Londres dos tempos vitorianos, um barbeiro condenado e exilado por um crime que não cometeu volta 15 anos depois com sede de vingança. E, num clima doentio, assassina clientes de sua barbearia, enquanto a loja de tortas de carne do andar abaixo usa a carne dos cadáveres em suas tortas.

Por mais que seja uma história de terror, o novo filme de Tim Burton é baseado no musical de Stephen Sondheim, original da Broadway. Ou seja, estamos diante de um musical – de terror!

Tim Burton é o nome perfeito para um filme desses. Hoje em dia, Tim Burton é um dos únicos diretores hollywoodianos que mantém um estilo próprio. Você vê o filme e logo reconhece o seu autor. Principalmente quando lembramos as suas parcerias com Johnny Depp: esse é o sexto filme da dupla, antes vieram Edward Mãos de Tesoura, Ed Wood, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, A Fantástica Fábrica de Chocolates e A Noiva Cadáver (sim, é animação, mas as vozes do casal principal são as mesmas deste Sweeney Todd).

Uma prova de que Tim Burton é “o cara” é que Stephen Sondheim estava relutante para liberar o musical para uma versão cinematográfica, mas depois de uma conversa entre os dois, Burton explicou a sua visão sobre Sweeney Todd, e então Sondheim liberou as músicas, com a condição que aprovasse os atores cantores. Claro que Burton queria Depp para o papel principal, mas Sondheim achava que ele seria muito “rock’n’roll” pro papel. Mas Depp não teve problemas com isso, e se submeteu aos testes de voz. Helena Bonham Carter, apesar de esposa do diretor, também teve que fazer os testes. Sondheim aprovou ambos.

O elenco, aliás, é curioso. Diferente de produções como Rent – que trouxe para as telas vários nomes da Broadway, ou Hairspray – que usa atores famosos por terem intimidade com papéis cantados; Sweeney Todd tem atores que não são lembrados por serem cantores. Além de Depp e Carter, temos Alan Rickman (o Snape de Harry Potter), Timothy Spall (também de Harry Potter, além de um monte de papéis pequenos em filmes diversos) e Sacha Baron Cohen – sim, o Borat! – que está sensacional, aliás. Além desses, ainda temos alguns bons e importantes papéis na mão de atores até agora desconhecidos, como Laura Michelle Kelly, Jayne Wisener e Jamie Campbell Bower.

Apesar de seu clima sombrio e seu anti-herói, Burton e Depp conseguiram fazer um filmaço. Johnny Depp levou o Globo de Ouro de melhor ator pelo papel, mas perdeu o Oscar pro Daniel Day Lewis…