Infiltrado na Klan

Crítica – Infiltrado na Klan

Sinopse (catálogo do Festival do Rio): A história real de um herói americano. Nos anos 70, Ron Stallworth é o primeiro detetive afro-americano a servir no Departamento de Polícia de Colorado Springs. Determinado a se destacar, ele parte em uma missão perigosa: se infiltrar e expor a Ku Klux Klan. O jovem detetive logo recruta um colega mais experiente, Flip Zimmerman. Juntos, eles pretendem derrubar a organização que espalha o discurso de ódio pelo país.

O último filme do Spike Lee que me lembro de entrar no circuito foi a refilmagem de Oldboy, de 2013 (ele fez muita coisa de lá pra cá, mas não me lembro de ter passado aqui). Oldboy tinha uma proposta bem diferente do cinema que ele fazia no início da carreira – o racismo era tema frequente, em títulos como Faça a Coisa Certa (1989), Mais e Melhores Blues (90), Febre da Selva (91) e Malcom X (92). Com este Infiltrado Na Klan, podemos usar aquela frase clichê “Spike Lee está de volta!”.

Infiltrado Na Klan (BlacKkKlansman, no original), é um grande filme. Elenco afiado, personagens bem construídos, bom ritmo, reconstituição de época primorosa e uma forte denúncia racista, aproveitando a época que o filme se passa para incluir a Ku Klux Klan e cutucar os EUA de hoje em dia.

A princípio achei a história meio estranha – por que usar dois policiais, um negro ao telefone e um branco ao vivo? Não seria mais fácil ser um só? Mas aí descobri que o filme é baseado no livro escrito pelo próprio Ron Stallworth, ele realmente existe e realmente viveu essa história maluca.

Teve crítico chamando Infiltrado na Klan de comédia. Olha, o filme não é um drama sério, mas está bem longe da comédia, na minha humilde opinião. Outra coisa: achei o filme muito maniqueísta. Ok, como estamos falando da Ku Klux Klan, não tem nem como defender, mas acho que poderiam ter mais personagens “dentro dos tons de cinza” na trama.

Como falei, o elenco é muito bom. O papel principal é de John David Washington, filho de Denzel Washigton. Adam Driver (o Kylo Ren!) faz seu “par”; Laura Harrier (Homem Aranha de Volta ao Lar) tem o principal papel feminino. Topher Grace, o eterno Forman de That 70s Show, não convence muito como David Duke, um dos líderes da KKK, mas aí quando acaba o filme, vemos o David Duke original e entendemos por que chamaram o ator. Gostei dos coadjuvantes Michael Buscemi, Jasper Pääkkönen e Paul Walter Hauser. Alec Baldwin faz uma ponta na introdução do filme; Harry Belafonte está no centro de um dos momentos mais fortes, quando conta a um grupo sobre um caso bárbaro que ele presenciou no passado.

Do jeito que a última premiação do Oscar teve um forte pé na política, não será surpresa se Infiltrado na Klan aparecer no Oscar no início do ano que vem.

 

p.s.: Com este filme, me despeço do Festival do Rio 2018. Só seis filmes, acho que foi o meu pior ano desde que o Festival começou. Tomara que ano que vem tudo volte ao normal.

Missão: Impossível – Efeito Fallout

Crítica – Missão: Impossível – Efeito Fallout

Sinopse (imdb): Ethan Hunt e sua equipe do IMF, juntamente com alguns aliados conhecidos, correm contra o tempo depois de uma missão que deu errado.

Sexto filme da franquia Missão Impossível!

Pela primeira vez na franquia, temos a repetição de um diretor. Christopher McQuarrie tem pouca experiência (este é apenas o seu quarto filme como diretor), mas ele segura bem a responsabilidade, e entrega um dos melhores filmes do ano até agora.

(Aliás, McQuarrie deve ser um bom amigo de Tom Cruise. Não só ele escreveu e dirigiu o quinto Missão Impossível e o primeiro Jack Reacher, como escreveu os roteiros de Operação Valquíria, No Limite do Amanhã e A Múmia. Seis filmes com Cruise em 11 anos!)

Missão: Impossível – Efeito Fallout (Mission: Impossible – Fallout no original) segue o estilo dos outros filmes: trama rocambolesca através de belos cenários internacionais, ação desenfreada e sequências de tirar o fôlego. Com o detalhe que a gente já conhece: Tom Cruise dispensa dublês!

Cruise aproveita para fazer marketing em cima disso. Se no filme anterior ele ficou pendurado fora de um avião, agora ele aprendeu a pilotar um helicóptero para fazer manobras arriscadas. Além disso, ele faz cenas de moto sem capacete, pula de para quedas e corre pelos telhados (num desses pulos, quebrou o tornozelo). Isso aos 56 anos de idade!

No elenco, além de Cruise, claro, temos a volta de Simon Pegg, Ving Rhames, Rebecca Ferguson, Alec Baldwin, Michelle Monaghan e Angela Bassett. A grande novidade é Henry Cavill, com seu bigode que causou problemas nas refilmagens de Liga da Justiça.

Se teremos um sétimo filme? Não sei. Mas se mantiver a qualidade, que venham mais!

p.s.: Achei um erro de casting termos Rebecca Ferguson e Michelle Monaghan no mesmo filme. Gosto das duas, mas, ninguém mais acha que elas são parecidas?

p.s.2: JJ Abrams está na produção. Mas às vezes parece que é ele na direção, visto a grande quantidade de lens flare…

Blue Jasmine

BLUE-JASMINECrítica – Blue Jasmine

Um pouco atrasado, vi o novo Woody Allen.

Uma socialite de Nova York, falida, tem que se mudar para a casa da irmã de criação, que é pobre e mora em São Francisco.

Na crítica de Clube de Compras Dallas, falei que Matthew McConaughey fez um bom trabalho, mas nada excepcional. E citei este Blue Jasmine como um trabalho de ator que realmente se destaca. Cate Blanchett está excepcional aqui! Ela consegue construir um personagem difícil, a socialite decadente que a gente sente ao mesmo tempo pena e desprezo por ela.

Não só Cate, mas o elenco todo, de um modo geral, está bem nesta mistura de drama com comédia. O elenco conta com inspiradas atuações de Sally Hawkins, Alec Baldwin, Bobby Canavale, Louis C.K, Peter Sarsgaard e Michael Stuhlbarg.

O roteiro (também de Woody Allen) faz bom uso de flashbacks e valoriza os atores. Blue Jasmine é um filme “menor” na filmografia de Allen, não é tão bom quanto Meia Noite Em Paris, por exemplo. Mas “meio Woody Allen” ainda é melhor que muito cineasta “inteiro”…

(Li em algum lugar que a história é muito parecida com Um Bonde Chamado Desejo, mas como nunca vi a peça nem vi o filme, não posso palpitar aqui.)

Enfim, um filme leve, despretensioso e simpático. E essencial para os fãs de Cate Blanchett.

30 Rock – Series Finale

Crítica – 30 Rock – Series Finale

Acabou 30 Rock

Pra quem nunca viu, a série mostrava os bastidores de um programa no estilo do famoso Saturday Night Live. Falei sobre a série aqui: “30 Rock mostra os bastidores do TGS, um programa de humor ao vivo no estilo do Saturday Night Live. Acompanhamos a rotina de Liz Lemmon (Tina Fey), chefe dos roteiristas do programa TGS, as crises de suas estrelas Tracy Jordan (Tracy Morgan) e Jenna Maroney (Jane Krakowski), e seu relacionamento com seu chefe Jack Donaghy (Alec Baldwin).“.

30 Rock era uma sitcom diferente. Nunca teve claque – aquelas risadas artificiais que te avisam quando você deve rir, e que quase sempre ditam o ritmo das sitcoms. Ao contrário, o ritmo das piadas era bem acelerado, rolavam várias tiradas de humor completamente nonsense no meio dos diálogos, muitas tão rápidas que heu frequentemente voltava trechos pra “pescar” a piada.

30 Rock é criação de Tina Fey, que veio do Saturday Night Live, programa onde escreveu e atuou de 1997 a 2011. É complicado falar de Tina sem mencionar a série, conheço muito pouca coisa que ela fez fora daqui (ela escreveu o roteiro de Meninas Malvadas e estrelou Uma Noite Fora de Série). Espero vê-la mais por aí, tanto como atriz quanto como roteirista, depois destes sete anos de série, virei um fã do seu trabalho.

Sobre o elenco, acho que o grande nome é Alec Baldwin, ex-galã dos anos 80 que estava com a carreira em baixa, e aqui mostrou um excelente timing pra comédia, com seu Jack Donaghy frio e calculista e ao mesmo tempo extravagante. Baldwin inclusive ganhou vários prêmios pelo seu personagem, incluindo três Globos de Ouro, dois Emmys e sete Screen Actors Guild Awards (simplesmente um prêmio por cada temporada).

Outros atores “cresceram” com o sucesso da série. Por exemplo, Jack McBryer é uma das vozes principais de Detona Ralph; e Tracy Morgan estava ao lado de Bruce Willis no penúltimo filme de Kevin Smith, Tiras em Apuros.

Por ser uma série badalada, teve uma grande quantidade de atores famosos participando. Julianne Moore, Elizabeth Banks, Susan Sarandon, Matt Damon, Salma Hayek, Chloë Grace Moretz e James Marsden tiveram papeis secundários. E ainda rolaram participações especiais de James Franco, Steve Martin, Jennifer Aniston, Whoopy Goldberg, Jerry Seinfeld e Bryan Cranston, entre muitos outros.

O último episódio, duplo, foi emocionante, sem deixar de ser engraçado. Obrigado, Tina Fey, por sete anos de boas piadas!

A Origem dos Guardiões

Crítica – A Origem dos Guardiões

Filme novo da Dreamworks!

O malvado Bicho-Papão pretende iniciar uma era da escuridão, que destruirá o sonho de todas as crianças. Para combatê-lo, os Guardiões Papai Noel, Coelho da Páscoa, Fada dos Dentes e Sandman ganham um reforço: Jack Frost.

Baseado na série de livros ‘The Guardians of Childhood’, de William Joyce, A Origem dos Guardiões é uma espécie de Os Vingadores infantil: vários “herois” de universos diferentes se unem contra um poderoso vilão. E, assim como no filme da Marvel, o melhor aqui é a interação entre os personagens.

Rolou uma modernização para alguns personagens clássicos – Papai Noel tem os braços tatuados e usa espadas; o Coelhinho da Páscoa é chamado de “Coelhão” porque tem 1,85m e luta com bumerangues. Mas o público brasileiro terá um problema: aqui poucos conhecem Jack Frost (que traz a neve) e Sandman (que traz os sonhos). Ok, ninguém vai ficar perdido na trama, mas acho que a criançada vai curtir mais ver os personagens mais conhecidos.

O filme foi dirigido por Peter Ramsey, o mesmo do diverttido Monsters vs Aliens: Mutant Pumpkins from Outer Space (uma continuação para Monstros vs Alienígenas). Aqui o tom é mais ação e menos comédia – mas tem alguns engraçados alívios cômicos com os elfos e ietis.

A parte técnica, como era de se esperar, é deslumbrante. Ornamentos feitos de gelo pelo Jack Frost ou de areia pelo Sandman são ricos em detalhes, como poucas vezes vemos por aí. Rola uma versão em 3D, mas heu optei pelo 2D e não posso falar sobre isso.

Deu pena de ver o filme dublado. Não que a dublagem seja ruim, longe disso. Mas é que, sabendo que fez as vozes, quase dá pra ver Hugh Jackman como o Coelho, Alec Baldwin como Papai Noel e Jude Law como o Bicho Papão… Ainda no elenco original, Chris Pine, Isla Fisher e Dakota Goyo.

A Origem dos Guardiões é um bom filme, mas tenho a impressão de que a Dreamworks já fez coisa melhor. Parece que este ano não foi uma boa “safra” para animações (Valente foi bem abaixo da média da Pixar). Mesmo assim, A Origem dos Guardiões não vai decepcionar ninguém.

A Dreamworks gosta de fazer continuações. Quem será que vai aparecer num provável Origem dos Guardiões 2?

Hick

Crítica – Hick

Filme novo da Chloe Moretz. Vamos ver qualé?

Logo após completar 13 anos, uma adolescente foge da casa dos pais bêbados e tenta ir para Las Vegas, mas encontra pessoas ao longo do caminhgo que a fazem repensar seus objetivos.

Não li nada sobre Hick antes, fui ver o filme apenas porque sou fã da Chloe Moretz (Kick-Ass, Deixe-me Entrar, Hugo Cabret, Sombras da Noite). Bem, ela não decepciona. Já o filme…

Dirigido pelo desconhecido Derick Martini, Hick não chega a ser ruim. Mas é mal desenvolvido. O roteiro cria situações desnecessárias, e alguns personagens são mal construídos e jogados na trama desordenadamente – por exemplo, me parece que Alec Baldwin só entrou no filme como uma espécie de “agradecimento”, já que Chloe Moretz fez uma participação na sua série 30 Rock

O que é curioso é saber que o roteiro foi escito pela mesma Andrea Portes, autora do livro no qual o filme foi baseado. Será que o livro tem os mesmos problemas do roteiro?

Se salvam as atuações. Chloe Moretz, que ainda tem 15 anos (tinha 14 na época do lançamento de Hick), até hoje não decepcionou. Além dela, o filme conta com Blake Lively, Juliette Lewis, Eddie Redmayne e Rory Culkin, além da já citada ponta de Alec Baldwin.

Enfim, não os fãs de Chloe Moretz vão gostar. Mas que Hick podia ser melhor, ah, isso podia.

Rock Of Ages – O Filme

Crítica – Rock Of Ages

Um musical recheado de músicas de rock farofa dos anos 80 e 90, estrelado por Tom Cruise e dirigido por Adam Shankman, o mesmo de Hairspray? Pára tudo, preciso ver isso!

1987. Sherrie, uma menina do interior, vai até Los Angeles para tentar a carreira de cantora. Consegue um emprego de garçonete no famoso Bourbon Club, às vésperas do aguardado show de despedida da banda Arsenal, já que Stacee Jaxx, seu vocalista, está prestes a sair em carreira solo.

Rock Of Ages – O Filme não é perfeito. Comecemos pelo que não funcionou: os personagens são todos caricatos, e a história é clichê e previsível. Além disso, o filme é um pouco longo demais, com pouco mais de duas horas – algumas “gorduras” poderiam ter sido cortadas. Mesmo assim, apesar das falhas, achei o filme divertidíssimo. Forte candidato a um dos melhores lançamentos de 2012!

Assim como acontece com Hairspray, Rock Of Ages – O Filme é leve, divertido e super alto astral. A gente sai do cinema com vontade de procurar os velhos vinis de rock farofa, para ouvir e cantar tudo aquilo batendo cabeça!

Aviso logo: o formato é o “musical clássico” – a cena inicial do filme já deixa isso claro, quando Sherrie começa a cantar no ônibus e todos em volta resolvem cantar interagindo com ela. Tem gente que não curte esse estilo, entendo isso. Mas quem curte vai ouvir novos arranjos de um monte de músicas legais de artistas conhecidos como Bon Jovi, Poison, Journey, Guns’n’Roses, Whitesnake, Extreme, Twisted Sister, Foreigner, Def Leppard, REO Speedwagon, Starship, Scorpions, Joan Jett, Pat Benatar, entre outros. Mais: algumas músicas estão inteiras, outras estão em “mashups” – duas (ou mais) músicas misturadas como se fossem apenas uma. Não é todo dia que temos algo assim!

Aliás, boa notícia sobre a parte musical: os atores cantam! Se os dois que formam o casal principal, Julianne Hough e Diego Boneta, não são muito conhecidos e podem ter sido escalados por terem boa voz, o que dizer de Tom Cruise, Alec Baldwin, Malin Akerman, Catherine Zeta-Jones, Paul Giamatti e Russel Brand? Esses são atores, e alguns nunca tinham cantado antes em filmes. E aqui todos fazem um excelente trabalho. Quem diria que Tom Cruise teria voz para cantar Paradise City, do Guns?

Aliás, falando em Tom Cruise… Dois meses atrás fiz aqui um Top 10 de atores que envelheceram bem. O Top 10 já estava certo ao trazer Cruise em primeiro lugar, mas heu ainda não tinha visto Rock Of Ages. Aqui ele está ainda mais impressionante. Agora um cinquentão (fez 50 anos mês passado), Cruise passa o filme inteiro sem camisa e com um físico de dar inveja a muitos caras de trinta anos na cara. Só pra ter uma ideia: Alec Baldwin é apenas quatro anos mais velho que Tom Cruise. Vejam os dois no filme e me digam se são só quatro anos de diferença… Só tenho uma única crítica ao seu personagem: o achei muito parecido com o Axl Rose, acho que o seu Stacee Jaxx poderia misturar outros “bad boys” do rock.

O elenco está ótimo. Além dos já citados, o filme ainda conta com Bryan Cranston (que acho que é o único dos principais que não canta) e a cantora Mary J. Blige, além de pontas de músicos de bandas citadas no filme, como Nuno Bettencourt (Extreme), Sebastian Bach (Skid Row), Kevin Cronin (REO Speedwagon) e Debbie Gibson, além do Eli Roth (O Albergue) como o diretor do videoclipe. Só não gostei muito do papel de Mary J.Blige, era pra ser um papel bem menor, me pareceu que ela só teve mais tempo de tela por causa de sua poderosa voz.

Na minha humilde opinião, esta super valorização do personagem de Blige é uma das falhas do roteiro escrito por Justin Theroux, Chris D’Arienzo e Allan Loeb. Também achei forçada a cena com Alec Baldwin e Russel Brand (apesar da música ter ficado engraçadíssima!). Sei lá, de repente cortando esses lances, o filme teria meia hora a menos e seria mais ágil… Além disso, tem o lance dos personagens caricatos. Mas acho que isso foi de propósito, alguns personagens foram construídos para serem clichês: o “rockstar”, a “falsa puritana”, etc.

Apesar dos defeitos, Rock Of Ages – O Filme é delicioso, pelo menos para aqueles que viveram esta onda de “hair metal” dos anos 80 e 90. Se você curte um bom rock farofa, é um programa imperdível!

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Se você gostou de Rock Of Ages – O Filme, o Blog do Heu recomenda:
Rock Star
Quase Famosos
Across The Universe

30 Rock

30 Rock

A sitcom 30 Rock já está na quarta temporada e até agora nunca falei dela aqui no blog. Vou aproveitar o ótimo episódio da semana passada, a primeira vez que eles gravaram ao vivo, pra falar da série.

30 Rock mostra os bastidores do TGS, um programa de humor ao vivo no estilo do Saturday Night Live. Acompanhamos a rotina de Liz Lemmon (Tina Fey), chefe dos roteiristas do programa TGS, as crises de suas estrelas Tracy Jordan (Tracy Morgan) e Jenna Maroney (Jane Krakowski), e seu relacionamento com seu chefe Jack Donaghy (Alec Baldwin).

Tina Fey é o grande nome por trás disso tudo. Ela criou a série, escreve os roteiros, é uma das produtoras e ainda é a protagonista. Parabéns a ela!

Um dos méritos da série é ter personagens muito bem construídos. Liz Lemmon vive entre crises pessoais e com os colegas de trabalho; Jack Donaghy é um executivo à moda antiga, acostumado com extravagâncias; Jenna Maroney é a loura gostosa que não aceita ser deixada pra trás; Tracy Jordan é uma estrela de cinema completamente irresponsável. Os personagens secundários também são muito bons – sou fã do ingênuo caipira Kenneth, uma espécie de boy que é fã de tudo relativo à emissora.

A série coleciona prêmios. Ganhou três Emmys consecutivos de “melhor série de comédia”, e, só no ano passado, a série foi indicada para 22 Emmys, um recorde para um seriado de comédia num único ano. E Alec Baldwin deve estar sorrindo de orelha a orelha – depois de ter sido um galã nos anos 80 e 90, sua carreira estava em baixa, até que o seu Jack Donaghy lhe rendeu vários prêmios, incluindo três Globos de Ouro de melhor ator de comédia (2007, 2009 e 2010) e dois Emmys (2008 e 2009). Nada mal, não?

30 Rock goza de grande prestígio, e já teve várias participações especiais. Nas cinco temporadas, já passaram pelos estúdios do TGS nomes como Steve Martin, Salma Hayek, Jennifer Aniston, Whoopy Goldberg e Jerry Seinfeld. E, este episódio ao vivo contou com Matt Damon, Bill Hader e Julia Louis-Dreyfus, esta interpretando uma dublê de Tina Fey, numa piada genial. Aliás, é bom avisar: existem duas versões do episódio ao vivo, uma feita para a Costa Leste, outra para a Costa Oeste. É quase a mesma coisa, tem umas duas ou três piadas diferentes.

Boa opção para aqueles que curtem uma boa sitcom!

p.s.: O nome 30 Rock é uma referência ao endereço 30 Rockefeller Plaza, endereço do estúdio onde filmam o TGS. Mas não gostei, o nome ficou parecido demais com outra sitcom que sou fã, 3rd Rock From The Sun… Acho que é a única coisa que não gosto na série…

p.s.2: N0 mesmo ano 2006 que começou esta sitcom, começou também uma outra série com a mesma premissa – bastidores de um programa de humor ao vivo, no estilo do Saturday Night Live – era o Studio 60 on the Sunset Strip, estrelado por Mathew Perry, o Chandler de Friends. Só que o formato era outro, era drama, de quarenta e poucos minutos. Era uma boa série, pena que só durou uma única temporada…

A Fera do Rock

A Fera do Rock

Inspirado pela cinebiografia das Runaways, resolvi rever a cinebiografia de um dos meus artistas preferidos, A Fera do Rock, que conta a vida de Jerry Lee Lewis, que tinha o “simpático” apelido The Killer – “O Matador”.

Nos anos 50, o jovem pianista Jerry Lee Lewis é um aspirante a estrela deste novo estilo musical, o rock’n’roll. Ele consegue um contrato com Sam Philips, da Sun Records, gravadora que lançara Elvis Presley pouco antes, e alcança o sonhado sucesso. Mas seu estilo extravagante de viver atrapalha o estrelato.

Vou contar pra vocês que este filme me influenciou no estudo de piano. Se a vida pessoal de Lewis não foi motivo de orgulho, seu estilo de tocar piano é digno de se espelhar!

A Fera do Rock (Great Balls Of Fire, no original) foi baseado no livro escrito por Myra Lewis, a prima e esposa adolescente de Jerry Lee Lewis, e foi dirigido por Jim McBride em 1989. Desconfio que McBride seja um fã do Killer, afinal, seis anos antes ele fez outro filme que também citou Lewis: Breathless (aqui chamado de A Força da Paixão, pra lembrar outro filme com o mesmo ator protagonista, Richard Gere).

Dennis Quaid está excelente como Jerry Lee Lewis. Careteiro e exagerado, Quaid estudou piano para aparecer tocando no filme. Ok, existia um “dublê de mãos”, e todas as músicas foram regravadas pelo próprio Killer. Mas Quaid está lá, com as mãos no piano – ele até toca numa das músicas da trilha sonora! Winona Ryder, então com 18 anos, interpreta Mira, a prima adolescente de Lewis. Ela está ok, mas, pena, ela não parece de jeito nenhum ter 13 anos… Ainda no elenco, Alec Baldwin, John Doe, Stephen Tobolowsky e Trey Wilson.

Falei aqui em cima que o próprio Lewis regravou seus sucessos para o filme, né? Por um lado, isso foi muito legal, as regravações são muito boas, o disco da trilha sonora é sensacional (tocou muito na minha vitrola!). Mas isso trouxe um problema para o filme: a voz de Quaid não é igual à de Lewis. Em algumas cenas, como o show na Inglaterra, ficaram esquisitas, com as duas vozes se alternando.

O filme mostra o início, a ascençao e a queda de Lewis. Outro problema é que o fim do filme é muito deprê, acho que um filme sobre uma das estrelas do rockabilly poderia ser mais pra cima…

Mesmo assim, A Fera do Rock é obrigatório para os fãs de rock!

Simplesmente Complicado

Simplesmente Complicado

A ideia era boa: uma comédia romântica usando os veteranos Meryl Streep, Alec Baldwin e Steve Martin. Pena que o resultado ficou a desejar…

Jane, bem sucedida profissionalmente, mantém uma relação amigável com seu ex, pai de seus três filhos, de quem está separada há dez anos. Até que um dia, ela tem uma “recaída” e eles começam a se ver de novo. Detalhe: ele está casado com uma outra bem mais nova. Detalhe 2: a separação aconteceu porque ele começou a ter um caso com a atual esposa.

Vejam bem, Simplesmente Complicado não é um filme ruim. É que, não sei vocês, mas heu esperava mais.

Escrito, produzido e dirigido por Nancy Meyers (de Alguém Tem Que Ceder e O Amor Não Tira Férias), Simplesmente Complicado foi vendido como uma comédia. E tem poucos momentos engraçados. E, pra piorar, o filme é longo, são mais de duas horas!

Sobre o elenco, Meryl Streep está ótima, como sempre. Alec Baldwin, que era um galã meio canastrão nos anos 80 (época que era casado com a então gostosona Kim Basinger), atualmente está bem cotado pelo seu bom personagem na sitcom 30 Rock, e aqui também está bem. Já Steve Martin parece que está no filme errado… Seu papel é sério, deu saudade dos bons tempos, quando ele era um dos atores mais engraçados de Hollywood.

O filme é correto. Tecnicamente bem feito, tem boas atuações, e vai emocionar o público alvo nos momentos-chave. Só que poderia ser melhor, bem melhor…