O Retorno de Jedi

Crítica – O Retorno de Jedi

Finalmente, o texto que faltava aqui no blog, o fim da hexalogia Guerra nas Estrelas!

Na conclusão da trilogia, Luke Skywalker e seus amigos precisam resgatar Han Solo, que está congelado e em poder do gangster Jabba The Hut. E depois eles vão ajudar os rebeldes a lutar contra o império, que está construindo uma nova Estrela da Morte.

A crítica, de um modo geral, prefere o filme anterior, O Império Contra-Ataca. Realmente, se a gente analisar friamente, O Império Contra-Ataca é mais consistente. Mas heu não consigo analisar friamente. Quando O Retorno de Jedi foi lançado nos cinemas, heu tinha uns 12 ou 13 anos, e vivia o auge do meu fanatismo adolescente pela série. No dia da estreia, fui horas mais cedo para a porta do cinema, para ser o primeiro morador de Petrópolis a entrar na sala! Depois, nos dias seguintes, revi algumas vezes. Então fazer uma análise imparcial é impossível pra mim. Se alguém perguntar o meu preferido, é este episódio VI!

(Ok, o filme tem ewoks, que são uma espécie de “ursinhos fofinhos”. Mas os ewoks não só ajudam a derrotar stormtroopers, como eles ainda são canibais – não se esqueçam que eles iam colocar o Han Solo e o Luke Skywalker na fogueira!)

A direção coube a Richard Marquand, um “diretor de aluguel”, afinal, o filme na verdade é de George Lucas. É notório que Lucas não gostava de lidar com atores, então colocou um profissional sem muita personalidade para fazer o “trabalho duro”. E funcionou, a estrutura da trama é muito boa, com o clímax em três ambientes – a luta em Endor, a batalha espacial e o duelo entre Luke Skywalker e Darth Vader diante do Imperador. Pena que Lucas não manteve esta postura na nova trilogia…

Os efeitos especiais são o que existia de melhor na época. Alguns perderam a validade – na cena do Rancor, fica claro o chroma-key do stop motion. Mas isso não torna o filme ruim. São inúmeras as sequências de tirar o fôlego, como por exemplo os passeios de speeder bike pela floresta de Endor, ou então o clímax com a Falcon Millenium e um X-Wing em uma alucinada perseguição por dentro da Estrela da Morte ainda em construção. Neste aspecto, O Retorno de Jedi não vai decepcionar ninguém.

Os filmes da série Guerra nas Estrelas têm um problema: de vez em quando George Lucas muda algum detalhe e relança o filme. A versão que vi esta semana é a penúltima, a versão do dvd (ainda não tenho os blu-rays). Se um ou outro detalhe técnico melhorou, de um modo geral, esta versão é bem inferior à original, lançada nos cinemas em 83. Explico o que piorou:
– Lapti Nek, o número musical original no palácio do Jabba, é muito melhor que este novo;
– Ainda no âmbito musical: a música anterior da celebração na aldeia dos ewoks era bem melhor do que a atual;
– No fim do filme, aparece o “fantasminha” do Anakin ao lado do Yoda e do Obi Wan. Mas apagaram o ator mais velho para colocarem Hayden Christensen. Ora, o Anakin novo era “do mal”, o Anakin logo antes da morte se arrependeu e virou “do bem”. Mostrar o Anakin novo foi um erro grave.
– Por fim, foi bacana a ideia de mostrar a festa em diferentes planetas. Mas não precisava ter o Jar Jar Binks em Naboo! Um filme que tem ewoks não pode ter Jar Jar!

Não há surpresa no elenco, basicamente são os mesmos atores do Império – o elenco funciona dentro do esperado. A trilha sonora de John Williams, mais uma vez, é um destaque.

Filme obrigatório, excelente conclusão de uma das melhores sagas da história do cinema!

May the force be with you! Always!

O Império Contra-Ataca

O Império Contra-Ataca

Tive a oportunidade de rever, no último fim de semana, o fantástico O Império Contra-Ataca. Melhor ainda: num cinema!

Todo mundo conhece a história, né? O vilão Darth Vader encontra os rebeldes que se refugiaram no gelado planeta Hoth. Enquanto Han Solo, Chewbacca, a princesa Leia e C-3P0 fogem do Império na Millenium Falcon; Luke Skywalker vai com R2-D2 até o planeta Dagobah para continuar o treinamento jedi com o mestre Yoda.

O Império Contra-Ataca é considerado por muitos como o melhor filme de toda a saga Star Wars. E não é difícil entender o por que. Enquanto Guerra nas Estrelas (Uma Nova Esperança), por ser o primeiro, teve um orçamento mais limitado e por isso às vezes parece que não é tão bem feito, com efeitos especiais inferiores e algumas falhas; O Retorno do Jedi tem um lado meio infantil com os seus ewoks. (Heu, particularmente, gosto muito dos três. E O Retorno do Jedi teve uma importância maior na minha vida cinematográfica, pela época que passou, quando heu tinha 12 anos. Mas isso ficará para outro post…)

O Império Contra-Ataca continua muito bom, mesmo 30 anos depois do lançamento (sim, o filme é de 1980!). Inclusive, os efeitos especiais, de uma era pré computador, continuam eficientes. Definitivamente, um marco na história do cinema!

O filme foi escrito por Leigh Brackett e Lawrence Kasdan (que também escreveu Os Caçadores da Arca Perdida e O Retorno do Jedi) e dirigido por Irvin Kershner, e não por George Lucas, como muitos pensam. Lucas criou a história, todo o universo de Star Wars vem da cabeça dele, nisso ele é um gênio – mas ele nunca se deu bem dirigindo atores. Tanto que, antes da nova trilogia (quando, teimoso, ele resolveu dirigir os três filmes), ele só dirigira outros três filmes: o primeiro Guerra nas Estrelas, Loucuras de Verão e o esquisito THX-1138. Richard Marquand foi o “diretor de aluguel” em O Retorno do Jedi. Falo “diretor de aluguel” porque tanto Kasdan quanto Marquand não têm grandes créditos como diretores de outros filmes, e além disso, os três filmes da trilogia clássica têm a “mesma cara”.

Suponho que todos aqui já tenham visto O Império Contra-Ataca. Por isso, aqui está o meu aviso de spoiler! A partir de agora, rolarão spoilers sobre toda a saga!

SPOILERS!

Talvez o maior “plot twist” (reviravolta no roteiro) do cinema em todo o século passado seja o momento onde Vader revela que é o pai de Luke. Hoje em dia isso é até óbvio e virou clichê, mas, acreditem, na época, era grande coisa!

Às vezes me perguntam qual seria a ordem correta para se ver os seis filmes. Sempre digo que é IV, V e VI, e depois I, II e III. O Império Contra-Ataca tem dois bons exemplos que justificam esta ordem. Um é a própria revelação que Vader é o pai de Luke. Ora, se você viu o ep. III, você já sabia! Além disso, ainda rola um beijo entre Luke e Leia, que só vão descobrir que são irmãos no ep. VI.

(Ainda rola o fato do R2-D2 já saber quem era o Yoda. Mas, na verdade R2 sempre foi um sacana, ele pode ter feito isso de propósito. Prestem atenção na fuga de Bespin: ele sabia que tinham desligado o hiper drive e não falou nada!)

E, na minha humilde opinião, a maior falha da saga está num diálogo deste filme. Quando Luke vai embora de Dagobah, Obi Wan fala “ele era a nossa última esperança”, e Yoda responde “não, ainda tem mais uma”. Ora, Obi Wan estava presente no nascimento dos gêmeos, no fim do ep. III! Para este diálogo fazer sentido, Yoda deveria ser o único a saber dos gêmeos, e deveria entregar um para o Obi Wan e a outra para o Bail Organa, e um não deveria saber do outro. Aí sim, Obi Wan poderia ter falado aquilo. Bola fora, sr. Lucas!

Nos anos 90, os três filmes clássicos foram relançados, com efeitos novos, mas com algumas desnecessárias alterações. Grandes polêmicas envolvem essas mudanças, principalmente nos episódios IV e VI (No IV, temos o Greedo atirando antes, e Han Solo ainda pisa no rabo do Jabba logo depois; no VI, a nova música colocada no palácio do Jabba é bem pior que a original). Mas neste ep. V não há nenhuma mudança considerável. Mesmo assim, fiquei feliz de ver que a cópia exibida foi a original, sem alterações.

May the force be with you! Always!

Testemunha Muda

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Testemunha Muda

Outro dia passei numa locadora que estava vendendo títulos antigos por 9,90. Trouxe pra casa esse Testemunha Muda, interessante filme de suspense dos anos 90.

Billy é uma jovem americana muda que trabalha como técnica de maquiagem numa produção de um filme B, na Rússia. Ela presencia um assassinato, mas ninguém acredita nela. Nem a polícia, nem os companheiros americanos.

O grande mérito deste filme é que é um filme despretensioso. Bons atores desconhecidos, poucos e eficientes cenários, e um roteiro muito bem amarrado garantem a diversão. A atriz russa Maria Zudina, que interpreta a protagonista, não fez mais nada conhecido por aqui. E ela funciona muito bem dentro do roteiro cheio de situações de gato-e-rato.

A brincadeira com a meta-linguagem também é bem interessante. Afinal, o que é filme e o que é real?

E o filme ainda guarda uma última surpresa: sir Alec Guiness num pequeno e importantíssimo papel não creditado! (Nos créditos, há um “Mystery Guest Star”…)

Guerra nas Estrelas (Episódio IV – Uma Nova Esperança)

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Guerra nas Estrelas (Episódio IV – Uma Nova Esperança)

A long time ago, in a galaxy far far away…

Na verdade, esse “a long time ago” foi há 30 anos atrás. George Lucas, um diretor pouco conhecido, que tinha feito apenas dois filmes (o esquisito THX 1138 e o sucesso de bilheteria American Graffitti), lançou em 1977 um filme que mudaria a história do cinema.

Qualquer um pode listar inúmeras “regras” de Hollywood que foram modificadas a partir de Guerra nas Estrelas, como as datas para os lançamentos dos grande blockbusters ou o merchandising que acompanha os filmes hoje em dia. Então aqui não vou falar de mercado nem de Hollywood. Vamos ao filme!

Por que um filme de ficção científica velho é importante até hoje?

Guerra nas Estrelas criou um novo universo, pegando elementos aqui e acolá. É a eterna luta do bem contra o mal, o mocinho querendo resgatar a mocinha das garras do vilão, elementos místicos e mágicos ensinados por velhos sábios, – está tudo lá! Mas com uma roupagem nova. E com efeitos especiais até então nunca vistos.

Antes de 77, o único filme com efeitos especiais que não causava gargalhadas de tão mal-feitos era 2001 – Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrik (de 1969!!!). Todo o resto era caricato. Até que, em 77, dois filmes usaram efeitos um passo muito à frente dos outros (o outro filme foi Contatos Imediatos do Terceiro Grau, de Spielberg, não por coincidência, amigo de Lucas). Naves espaciais, batalhas com “espadas laser”, robôs e vários seres estranhos estavam lá, de uma maneira finalmente convincente!

(Claro que hoje em dia os efeitos estão velhos e não convencem mais ninguém. Por isso mesmo, Lucas refez quase todos os efeitos e relançou o filme nos anos 90. Mas heu ainda recomendo a versão original, onde as pessoas certas atiram antes…)

O universo criado por Lucas era complexo, e a história renderia outros filmes (e, posteriormente, um universo expandido, com muitos livros e revistas). Por isso, Guerra nas Estrelas é o “episódio IV”. Em 80 foi lançado o V, O Império Contra-Ataca (considerado por muitos o melhor da série), e em 83 veio o VI, O Retorno do Jedi, com a redenção final do mocinho e do vilão.

Em 99, 02 e 05, foram lançados os episódios I, II e III. Mas não cabe falar deles aqui, já que fazem parte de outro contexto, apesar de usar o mesmo universo.

Os elementos apresentados por Guerra nas Estrelas são cultuados até hoje. Darth Vader é o melhor vilão do século XX. Existem pessoas que usam a Força como religião. E hoje falamos de wookies, jawas, ewoks e siths, como acontece com outros universos de contos de fadas.

Sobre o elenco, não podemos falar muita coisa. Mark Hammil e Carrie Fisher (Luke Skywalker e Leia Organa) não conseguiram muita coisa além destes papéis. Harrison Ford, o Han Solo, é o único que saiu daí para o estrelato em outros filmes, com boas escolhas como Blade Runner e Caçadores da Arca Perdida. Claro, não podemos nos esquecer do auxílio luxuoso de dois veteranos: Alec Guiness como Ben Kenobi e Peter Cushing como Grand Moff Tarkin. Darth Vader? Era uma pessoa debaixo da armadura e outra fazendo a voz. O ator debaixo da armadura, David Prowse, está no ostracismo até hoje; mas a sua voz, James Earl Jones, ainda hoje deve ganhar dinheiro gravando recados em secretárias eletrônicas alheias…

May the Force be with you – always