O Último Grande Herói

O Último Grande Herói

Sinopse (imdb): Com a ajuda de um bilhete mágico, um jovem fã de cinema é transportado para o mundo fictício de seu personagem de ação favorito.

Hora de revisitar O Último Grande Herói, de 1993!

Antes de entrar no filme, vamos a uma contextualização. Na época, Arnold Schwarzenegger era um dos maiores nomes do cinema de ação, com uma sólida carreira construída desde o início dos anos 80, com uma vasta filmografia que começou com dois filmes do Conan (em 1982 e 84), e decolou a partir de Exterminador do Futuro (84). Nos anos seguintes ele estrelou filmes como Comando Para Matar (85), Jogo Bruto (86), O Predador (87), O Sobrevivente (87), Inferno Vermelho (88), O Vingador do Futuro (90) e O Exterminador do Futuro 2 (91), além de duas comédias, Irmãos Gêmeos (88) e Um Tira no Jardim de Infância (90). Com um currículo desses, Schwarzza era o cara perfeito para estrelar uma paródia de filmes de ação.

Dirigido por John McTiernan, que antes tinha feito O Predador (87), Duro de Matar (88) e Caçada ao Outubro Vermelho (90), O Último Grande Herói (Last Action Hero, no original) consegue ser um eficiente filme de ação e, ao mesmo tempo, uma comédia satirizando os filmes de ação – tudo isso dentro de uma bem sacada metalinguagem. Todos os clichês usados pelos filmes do estilo são usados aqui, mas desta vez sob o ponto de vista da paródia.

Uma das coisas que mais gosto em O Último Grande Herói são as referências. São muitas! Schwarzenegger brincando com “I’ll be back!”; cameos da Sharon Stone de Instinto Selvagem e do Robert Patrick de Exterminador do Futuro 2 na delegacia; um policial fala que está a dois dias de se aposentar como o Roger Murtaugh de Duro de Matar; uma sequência de Hamlet do Laurence Olivier e uma citação à sua participação em Fúria de Titãs; props fabricados pela Acme; o garoto falando pro F Murray Abraham que ele tinha matado Mozart (referência a Amadeus); e, o meu favorito: o poster de Exterminador do Futuro com o Stallone! Além disso, a parte final tem cameos de James Belushi, (que estava em Inferno Vermelho), Little Richard, Jean-Claude Van Damme, Chevy Chase e MC Hammer, entre outros.

Mas o filme não é feito só de referências. As sequências de ação são muito boas, tanto as que se passam dentro do filme quanto as que se passam fora. E contrastar Los Angeles de dia e com sol com Nova York à noite e com chuva foi uma boa sacada visual.

A trilha sonora é muito boa. O próprio Schwarzenegger convidou o AC/DC pra compor uma música pro filme, e ainda tem canções de Aerosmith, Alice in Chains, Megadeth, Def Leppard, entre outros.

No elenco, Arnold Schwarzenegger está muito à vontade fazendo uma paródia de si mesmo. Já o garoto Austin O’Brien às vezes cansa um pouco, de repente poderiam ter diminuído um pouco sua participação. Também no elenco, F. Murray Abraham, Charles Dance, Anthony Quinn, Frank McRae e Mercedes Ruehl. Foi a estreia de Bridgette Wilson e Angie Everhart; e ainda tem uma participação de Ian McKellen como a Morte e outra da Tina Turner como a Prefeita. Ah, e a voz do policial gato é do Danny De Vito.

A produção do filme teve problemas e as filmagens atrasaram. Mas o estúdio se recusou a adiar o lançamento, e acabou que a estreia foi corrida – segundo o imdb, as filmagens foram até a semana da estreia! Não sei se por isso, ou porque o público esperava algo mais “sério”, ou por causa da concorrência (Jurassic Park estreou uma semana depois), o fato é que a bilheteria de O Último Grande Herói não foi boa, o que é uma pena.

O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Crítica – O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Sinopse (imdb): Uma humana aprimorada e Sarah Connor devem impedir um Exterminador líquido avançado de caçar uma jovem garota, cujo destino é crítico para a raça humana.

O quinto Exterminador do Futuro foi bem fraco. Mas é uma franquia lucrativa, claro que vão continuar insistindo…

O grande atrativo aqui era a volta da Sarah Connor. A carreira da Linda Hamilton anda meio cambaleante, ela ainda continua presa à Sarah Connor, seu único papel marcante na carreira. Pelo menos temos que admitir que ela está muito bem como a “vovó badass”. Digo mais: num mundo onde o empoderamento feminino é moda, Sarah Connor volta pra avisar que ela já era empoderada quando tudo isso aqui ainda era mato!

(Arnold Schwarzenegger tem uma participação importante, mas acho que seria mais legal se a gente não soubesse que ele está no filme. Mesmo caso da Mulher Maravilha em BvS ou do Homem Aranha em Guerra Civil. Personagens que são colocados no trailer pra ajudar a vender o filme, mas que seria mais legal se fossem surpresas).

A direção é de Tim Miller (do primeiro Deadpool), mas rolam boatos que James Cameron (creditado como roteirista e produtor) estava por perto. Temos algumas sequências que são a cara de Cameron, não duvido que ele estivesse presente.

O roteiro é cheio de forçadas de barra, mas isso é esperado num filme desses. Os efeitos especiais são bons, mas isso sempre foi um destaques da franquia.

De positivo, gostei de Grace, a personagem da Mackenzie Davis. Se o “novo Exterminador” é igual ao T1000 do segundo filme, Grace dela traz alguma novidade à franquia. No elenco, além dos já citados, temos Natalia Reyes, Gabriel Luna e Diego Boneta.

No geral, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio funciona, mas tudo parece meio requentado. A gente já viu essas situações em outros filmes. Por outro lado, pelo menos é bem feito.

Se vem mais um Exterminador por aí? Provavelmente. Se vai ser bom? Não sabemos. Se vamos assistir? Com certeza!

O Predador (1987)

Crítica – O Predador (1987)

Sinopse (imdb): Uma equipe de comandos em uma missão na selva da América Central é caçada por um guerreiro extraterrestre.

Tem filme novo do Predador chegando por aí, que tal rever o primeirão?

Antes de falar do O Predador (Predator, no original), vamos contextualizar. Em 1987, Arnold Schwarzenegger era um dos maiores nomes do cinema de ação, com filmes como O Exterminador do Futuro (1984), Comando Para Matar (85) e Jogo Duro (86) no currículo. O Predador tinha um pé na ficção científica mas está muito mais próximo de Comando Para Matar do que Vingador do Futuro. A trama traz um alienígena assassino, mas tudo no filme parece desculpa para mostrar músculos e armamentos pesados.

A direção é de John McTiernan, que depois ainda faria outros filmes importantes no cinema de ação dos anos 80 / 90,como Duro de Matar (88), Caçada ao Outubro Vermelho (90) e O Último Grande Herói (93). O elenco ainda tinha Carl Weathers, o Apollo Creed da saga Rocky. O resto do elenco era desconhecido e assim continuou.

Claro que os efeitos especiais venceram – já se passaram mais de 30 anos! Mesmo assim, como o foco do filme é a ação, os efeitos toscos atrapalham pouco. Outra coisa que “perdeu o prazo de validade” são os clichês oitentistas, mas foi por isso que disse que precisávamos contextualizar – um filme desses, nessa época, tinha que ter esses clichês.

Nos anos seguintes, Schwarzenegger continuou sua carreira de action hero e se firmou como um dos maiores nomes de Hollywood (tanto que, anos depois, chegou a ser eleito governador da Califórnia). O Predador fica como um bom exemplo de sua carreira nos anos 80.

Aguardem, que em breve posto o texto sobre o novo Predador.

Sabotage

SabotageCrítica – Sabotage

Membros de uma divisão de elite da DEA são perseguidos um a um depois que dez milhões de dólares somem de uma batida a uma mansão de um cartel de drogas.

Arnold Schwarzenegger andou sumido das telas durante os anos que se dedicou à política. Ainda não tinha visto este Sabotage, terceiro filme que ele fez depois de sua volta. Catei o filme, mas me arrependi – era melhor ter ficado sem ver este.

Dirigido por David Ayer (que está escalado para lançar o badalado Esquadrão Suicida ano que vem), Sabotage tem algumas boas cenas de ação, mas é tudo tão clichê que às vezes parece que estamos vendo uma paródia. Todos os personagens são unidimensionais, e alguns diálogos são tão ruins que a gente sente vergonha alheia. Cito como exemplo a cena da policial seminua bebendo na piscina. Constrangedora!

Pra não dizer que nada se aproveita, gostei das caracterizações de alguns atores. Confesso que não reparei que Josh Holloway, o Sawyer de Lost, era um dos homens da equipe, me surpreendi quando li seu nome nos créditos. Sam Worthington também está bem diferente. Aliás, o elenco é bom, pena que o roteiro não soube desenvolver os personagens. Além de Schwarzenegger, Holloway e Worthington, Sabotage conta com Olivia Williams, Joe Manganiello, Terrence Howard e Mireille Enos.

Mas é pouco. Dispensável.

O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas

Terminator3Crítica – O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas

Continuemos com a saga do Exterminador!

Um T-850, um Exterminador quase igual ao do segundo filme, é mandado ao passado para proteger John Connor, agora com 19 anos, de um modelo muito mais avançado e muito mais letal, a robô TX.

2003. Doze anos se passaram desde o lançamento do segundo Exterminador. Agora, James Cameron estava no hiato pós Titanic (ele passou mais de uma década em projetos menores, antes de voltar com Avatar. A direção ficou com Jonathan Mostow, até então conhecido pelos medianos Breakdown – Implacável PerseguiçãoU-571 – A Batalha do Atlântico.

Não sei se foi pela troca do diretor ou se foi porque forçaram um roteiro meio nada a ver (tipo – por que mudar do T-800 pro T-850?), o fato é que este O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (Terminator 3: Rise of the Machines, no original) é de longe o pior filme da saga – tanto que é ignorado nas referências dos outros filmes.

Sobre o elenco, fiquei com pena da Claire Danes, boa atriz, mas que de vez em quando escolhe os projetos errados. Gosto dela, mas ela não consegue salvar o filme. O resto do elenco é fraco, John Connor é interpretado pelo inexpressivo Nick Stahl, enquanto Kristanna Lokken fax a TX (este é o único filme de expressão na carreira de Lokken, e ela interpreta um robô sem sentimentos). Ah, claro, tem o Arnold Schwarzenegger fazendo o de sempre.

Como falei no texto sobre o segundo filme, tenho uma bronca semelhante com este terceiro. Não gosto quando um filme propõe uma regra e depois ignora esta regra proposta por ele mesmo. No filme anterior, aprendemos que um robô de metal líquido não pode voltar com armas, no máximo ele pode transformar seus membros em lâminas. Por que a Exterminadora daqui pode ter armas embutidas no braço? E aquele papo de controlar carros a distância ficou forçado…

Para piorar, este filme falha no conceito básico de viagem no tempo proposto pelo primeiro Exterminador, onde o passado é imutável, e tudo o que aconteceu se repetirá num eterno loop. A Exterminadora nunca poderia matar os companheiros do John Connor!

Por outro lado, as cenas de ação são ótimas. Aquela perseguição de carro com o caminhão guindaste é excelente. Numa época de pouco cgi, vemos uma bela destruição de carros e prédios pelas ruas. E a cena do Schwarzza carregando um caixão no ombro e uma metralhadora no outro braço é divertida.

Mas é pouco. Só vale pra quem fizer questão de ver toda a saga.

O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

Exterminador 2Crítica – O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

Um robô, idêntico àquele que falhou em matar Sarah Connor, deve agora proteger seu filho adolescente, John Connor, de um robô mais avançado, feito de metal líquido.

Se fizerem uma lista de melhores continuações da história do cinema, este O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgement Day, no original) tem grandes chances de estar lá. Este é um daqueles raros casos de continuações tão boas quanto o filme original!

Na época do primeiro Exterminador do Futuro, James Cameron ainda era um nome desconhecido (ele só tinha dirigido um longa, Piranhas 2 – Assassinas Voadoras), mas agora em 91, depois de dirigir Aliens O ResgateO Segredo do Abismo, ele já tinha se firmado como um dos grandes nomes do cinema de ação / ficção científica. Cameron mais uma vez assumiu a direção e o roteiro, e desta vez tinha uma produção com muito mais dinheiro – se no primeiro filme, o orçamento era de 6 milhões e 400 mil dólares; agora no segundo ele tinha cento e dois milhões. Os efeitos especiais aqui são bem melhores!

Um parágrafo a parte para se falar dos efeitos especiais do robô T-1000. Hoje efeitos digitais são corriqueiros, mas lá longe, em 1991, isso era novidade. Aquele robô de metal líquido, que “derrete” e toma outra forma, é um efeito especial sensacional! Uma das cenas “explodiu a minha cabeça” – quando o T-800 joga o T-1000 na parede, e este, em vez de se virar, a nuca se transforma em seu rosto. Genial! Aliás, revi agora, e digo que, em pleno 2015, os efeitos continuam excelentes. A cena do T-1000 atravessando a grade ainda impressiona!

Sobre o elenco: em 84, época do primeiro filme, Arnold Schwarzenegger era um nome pouco conhecido, mas agora em 91 ele já tinha se firmado como um dos maiores nomes de Hollywood, com várias superproduções no currículo (como Comando Para Matar, O Predador, O Vingador do Futuro, O SobreviventeIrmãos Gêmeos, entre outros). O roteiro, inteligentemente, o transformou em “mocinho” e inventou um novo vilão – e um excelente vilão, diga-se de passagem. Também no elenco, Linda Hamilton, Robert Patrick e Edward Furlong.

Gosto muito do Exterminador 2, acho um excelente filme, uma das melhores continuações que vemos por aí, mas… Tem uma inconsistenciazinha no roteiro. No primeiro filme, explicam que a máquina do tempo só funciona com tecido humano, por isso o robô precisa estar envolto em carne humana, e sem roupas nem armas. Pensando nesta regra, como é que um T1000 consegue viajar no tempo?

Sei que é algo pequeno, e irrelevante para o desenrolar do filme. Mas não gosto quando um filme ou série propõe uma regra e depois ignora esta própria regra… Pelo menos não apaga o brilho deste grande filme!

Maggie: A Transformação

MaggieCrítica – Maggie: A Transformação

Arnold Schwarzenegger e zumbis! Será que pode dar errado?

Sim…

Uma adolescente é infectada em uma epidemia que lentamente transforma as pessoas em um zumbis comedores de carne humana. Durante sua transformação, seu pai permanece ao seu lado.

Bem, respondo logo sobre a pergunta do primeiro parágrafo: Sim, tem o Arnoldão no papel principal. E sim, tem zumbis. Mas Maggie: A Transformação é um drama, não tem nada de terror, nem nada de ação. No máximo, uma maquiagem bem feita – mas discreta, para os padrões walkindeadianos atuais.

Maggie até tem uma proposta interessante: mostrar o lado humano por trás de uma epidemia de zumbis. Imagine que aconteceu o famoso apocalipse zumbi, mas que as autoridades controlaram a “doença”. Muita gente morreu, muita gente ainda pode ser infectada, mas a sociedade não entrou em colapso. O filme foca num um pai teve sua filha infectada. Ele sabe que provavelmente ela irá morrer (médicos tentam controlar a infecção), mas ele não quer abandoná-la.

Dirigido pelo estreante Harry Hobson, Maggie tem cacoetes de cinema independente, como muita câmera na mão, muitas imagens contemplativas… O filme é leeento… Schwarzenegger está na produção do filme, provavelmente ele optou por fazer algo diferente do habitual (desde que deixou a carreira política, ele só tinha feito filmes de ação), provavelmente pensou que isso seria uma boa para a sua carreira.

Mas, na minha humilde opinião, foi um grande erro estratégico. O público que apreciaria um filme destes não vai dar bola para a combinação “Schwarzza + zumbis”. Já o público que for atraído por esta dobradinha vai sair decepcionado do cinema.

Pra piorar, Schwarzenegger nem está tão diferente do habitual. Às vezes vemos alguns atores se transformando em filmes de estilos diferentes. Não foi o caso, a única mudança é que ele está de barba. Também no elenco, Abigail Breslin e Joely Richardson.

Um recado para os fãs do Schwarzza: vale mais a pena rever O Exterminador do Futuro Gênesis

O Exterminador do Futuro: Gênesis

Exterminador 5O Exterminador do Futuro: Gênesis

Estreou o novo Exterminador!

John Connor manda Kyle Reese ao passado para proteger Sarah Connor, mas quando ele chega em 1984, nada acontece como esperado.

Neste mar de continuações, refilmagens, releituras, remakes e reboots, claro que tinha espaço pro Arnoldão voltar ao seu papel mais icônico, né?

Um pequeno resumo da franquia Exterminador do Futuro. Os dois primeiros, dirigidos por James Cameron em 84 e 91, são excelentes, dois clássicos da ficção científica, dois dos melhores filmes de viagem no tempo de todos os tempos. O terceiro, de 2003, teve seus tropeços, ficou bem abaixo dos outros dois. Com um clima mais dark, o quarto filme foi lançado em 09 – melhor que o terceiro, mas ainda abaixo do início da saga. Pela primeira vez, Schwarzenegger não estava no elenco principal (ele era o governador da Califórnia àquela época), mas aparecia como um bem sacado efeito especial.

Sobre o novo O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys, no original), a primeira pergunta era: robôs envelhecem? Porque agora um senhor sessentão, Arnold Schwarzenegger volta ao papel do robô Exterminador. Mas isso é explicado no filme, o robô tem pele humana, então ele envelhece por fora…

A direção ficou a cargo de Alan Taylor, com longa carreira na tv (dirigiu episódios de séries como  Game of Thrones, Família Soprano e Sex and the City, entre muitas outras), mas em seu segundo filme para o cinema. Bem, como o primeiro foi Thor Mundo Sombrio, podemos dizer que Taylor está no caminho certo pra entrar no primeiro time dos diretores hollywoodianos.

Tecnicamente falando, o filme é impressionante. Não só vemos perseguições, brigas, explosões e tiroteios de tirar o fôlego, como vemos uma cena do Schwarza atual contra o Schwarza de 84! Viva o cgi bem feito!

Agora, uma coisa me incomodou: o conceito de viagem no tempo proposto pelo primeiro filme propõe um círculo fechado e imutável – o destino já está escrito, tudo o que acontece relativo às viagens no tempo vai se repetir num eterno loop. E este conceito é ignorado aqui. O Exterminador do Futuro Gênesis usa a ideia de viagem no tempo proposta pela série De Volta Para o Futuro: suas ações numa viagem no tempo podem alterar o futuro. Não gostei…

No elenco, Arnold Schwarzenegger mostra que ainda tem pique apesar dos sessenta e sete anos de idade (ele acabou de completar 68). E gostei da Emilia Clarke (Game of Thrones) como Sarah Connor. Por outro lado, não gostei de Jason Clarke (Planeta dos Macacos O Confronto), caricato demais como John Connor. Ainda no elenco, Jai Courtney, J. K. Simmons, Courtney B. Vance, Sandrine Holt e Byung-hun Lee.

Último aviso: rola uma cena extra no meio dos créditos, um gancho para uma continuação. É, segundo o imdb, este é o primeiro de uma nova trilogia…

Os Mercenários 3

0-os-mercenarios-3Crítica – Os Mercenários 3

O terceiro filme de uma das mais divertidas franquias do cinema recente!

Barney (Stallone) descobre que Stonebanks, um dos fundadores de sua empresa de mercenários, dado como morto há tempos, não só está vivo como virou um grande contrabandista de armas. Agora Barney quer montar um novo time para partir para uma missão pessoal atrás de seu ex-companheiro.

O primeiro Mercenários foi uma agradável surpresa, uma reunião de veteranos de filmes de ação, trazendo alguns lutadores contemporâneos como coadjuvantes. O segundo foi ainda mais divertido quando trouxe outros ícones e investiu nas piadas ligadas ao elenco – Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger têm uma sequência engraçadíssima com várias citações a filmes antigos de ambos, e Chuck Norris chega a citar uma piada famosa na internet.

E agora? Será que o terceiro segura a onda?

Não…

Era uma boa expectativa. Se não tinha Bruce Willis, nem Mickey Rourke e Eric Roberts (que estavam no primeiro) e Jean Claude Van Damme e Chuck Norris (que estavam no segundo), o elenco desta vez contava com Harrison Ford e Mel Gibson. Ou seja, Rambo e o Exterminador do Futuro encontram Han Solo e Mad Max! E não parava aí: ainda tinha Antonio Banderas e Wesley Snipes (ambos trabalharam com Stallone nos anos 90, Snipes fez O Demolidor em 93; Banderas fez Assassinos em 95), além da volta de Jason Statham, Dolph Lundgren e Jet Li. Caramba, como um elenco desses pode dar errado?

(Ainda no elenco, temos Randy Couture e Terry Crews, que estavam nos outros filmes – mas Crews quase não aparece, li que ele estava enrolado com as filmagens da série Brooklyn 99. E também tem Kelsey Grammer e Robert Davi em papeis pequenos mas importantes.)

Vamos aos problemas. Em primeiro lugar, o filme dirigido pelo pouco conhecido Patrick Hughes (é seu segundo longa metragem) tem muitos personagens. Não tem espaço pra tanta gente num filme de duas horas e pouco, alguns têm participações minúsculas – por exemplo, Jet Li aparece tão rápido que não dá tempo de bater em ninguém.

Mas na minha humilde opinião, o pior problema é a nova geração. Determinado momento do filme, Stallone quer um novo time de mercenários, formado por Ronda Rousey, Victor Ortiz, Kellan Lutz e Glen Powell. Isso não só incha ainda mais o elenco como ainda traz alguns personagens sem carisma. Quem quer saber de novatos se você pode ver os veteranos em ação?

(Pra mim, isso foi uma estratégia. Não me espantarei se em breve vermos um spin-off com o novo time.)

Ah, tem um agravante. Ronda Rousey é bonita e bate bem. Mas há tempos não vejo uma atuação tão ruim! Heu achava que a Gia Carano era má atriz, mas vi que tem gente pior…

Além do excesso de personagens e da falta de carisma de alguns deles, Os Mercenários 3 ainda tem outros dois problemas. Um deles é o cgi preguiçoso. É inadmissível uma produção deste porte usar efeitos digitais tão vagabundos. Alguns efeitos lembram produções da Asylum, como a explosão do helicóptero ao fim da primeira cena ou o paraquedas na pedreira.

O outro problema é algo mais pessoal, admito. É que gosto do humor presente no segundo filme, cheio de referências às carreiras dos veteranos action heroes. O roteiro do terceiro filme, co-escrito pelo próprio Stallone, é mais sério. Ok, foi legal ver o Schwarza gritando “get to the choppa!”, mas é pouco – pelo elenco, heu esperava bem mais.

Tem uma última coisa que me incomoda, mas é algo que acontece em quase todos os filmes de ação por aí. A cena final tem 10 mocinhos encurralados em um prédio cheio de bombas em posições estratégicas, cercados por um exército fortemente armado com tanques e helicópteros. E, ao fim da cena, todos os inimigos estão mortos, enquanto todos os mocinhos estão inteiros, ninguém levou nem um tiro… Ok, sei que isso não é exclusivo deste filme, e que acontece direto por aí. Mas, que incomoda, ah, incomoda.

No fim, temos apenas mais um filme de ação, com todos os clichês do bem e do mal presentes. Aí a gente lê o elenco e pensa “caramba, conseguiram reunir um elenco desses pra fazer um filme meia bomba?”

Rola um papo que este seria o último filme da franquia. Mas a gente vê que os atores estão se divertindo, se a bilheteria compensar, aposto que teremos mais veteranos voltando à ação. Só espero que Mercenários 4 seja mais próximo do 2 do que do 3.

p.s.: Li que o próximo projeto do diretor Patrick Hughes é a refilmagem do excelente filme indonésio The Raid. Torço muito pelo sucesso de Hughes. Mas torço ainda mais para esta refilmagem nunca ser feita. Vejam o original!!!

Rota de Fuga

Crítica – Rota de Fuga

E, finalmente, um filme estrelado pela dupla Stallone & Schwarzenegger!

Um especialista em fugas de prisão, que ganha a vida testando possíveis falhas de segurança em presídios, é levado para uma prisão secreta e super segura, e agora precisará de todo o seu know-how para escapar de lá.

Desde os anos 80 e 90, todo fã de filmes de ação se perguntava por que Stallone e Schwarzenegger não trabalhavam juntos. O máximo que a gente teve foi uma imagem de Stallone em O Último Grande Heroi e uma citação a Schwarzenegger em um diálogo de O Demolidor. E o pior é que a gente sabia que eles eram amigos, a gente via fotos deles nos restaurantes Planet Hollywood (franquia dos dois junto com Bruce Willis). Até que em 2010 vimos Os Mercenários, onde os dois apareciam juntos pela primeira vez, em uma breve cena. Na continuação Mercenários 2, de 2012, a interação é maior, mas ainda era apenas em parte do filme. Agora sim, temos, juntos, os dois maiores nomes do cinema de ação dos anos 80 e 90!

Rota de Fuga (Escape Plan, no original), foi dirigido pelo sueco Mikael Håfström, que já nos apresentou filmes legais como 1408 e outros maomeno como O Ritual. Aqui ele acertou a mão. O roteiro de Rota de Fuga deixa as piadinhas e referências aos Rambos e Exterminadores de lado (piadinhas que cabem muito bem na franquia Mercenários), temos um filme mais sério, e com um ritmo muito bom. E aquela cena, onde Schwarza pega a metralhadora de grande calibre e coloca no braço, e vemos um close nos seus olhos, em câmera lenta, é um clichê muito legal! Pra completar, o cenário também ajuda – a prisão onde se passa quase todo o filme é um espetáculo.

Os dois atores-ícones estão bem. Stallone e Schwarzza têm idades e portes físicos compatíveis, e, principalmente, têm boa química juntos. E Jim Caviezel e Vincent D’Onofrio estão excelentes como o diretor do presídio e o parceiro cheio de TOC. Ainda no elenco, Amy Ryan, Sam Neill, Vinnie Jones e Faran Tahir.

Resumindo: um bom filme pipoca. E a prova que Stallone e Schwarzenegger ainda são grandes nomes no cinema de ação.

Por fim, queria comentar que os tempos estão mudando, e a terceira idade não é o que era anos atrás – felizmente! Duas semanas atrás vi o Black Sabbath na Apoteose. Três sessentões fizeram um show sensacional para um público onde quase todos eram mais novos – Ozzy e Gezzer Butler estão com 64 anos; Tony Iommi, com 65. E agora vemos um filme de ação com direito a tudo o que o estilo pede, estrelado por dois senhores de 67 (Stallone) e 66 anos (Schwarzenegger). Quero uma terceira idade assim quando for a minha vez!