Festa no Céu

0-Festa no ceu-posterCrítica – Festa no Céu

Um desenho animado pode falar de morte e continuar sendo amigável para crianças? Festa no Céu prova que sim!

Um jovem tem dúvidas entre cumprir as expectativas impostas por sua família de toureiros ou seguir a vontade de seu coração de músico. Tentando se decidir, ele embarca em uma viagem por três diferentes mundos: o dos Vivos, o dos Lembrados e o dos Esquecidos.

Antes de tudo, uma eplicação para quem não conhece as tradições mexicanas. Lá no México, o Dia dos Mortos é uma grande e tradicional festa, de origem indígena (já acontecia antes da chegada dos espanhóis), que honra os falecidos no dia 2 de novembro. É uma das festas mexicanas mais animadas, pois, segundo dizem, os mortos vêm visitar seus parentes. Ela é festejada – nos cemitérios – com comida, bolos, festa, música e doces preferidos dos mortos – e, para as crianças, temos caveirinhas de açúcar. A parada é tão influente que o primeiro jogo de computador feito em 3D pela LucasArts, em 1998, foi o “Grim Fandango”, baseado no folclore Asteca, com estética derivada do Día de los Muertos mexicano.

Um dos grandes trunfos de Festa no Céu (The Book of Life, no original) é tratar a morte de maneira leve e tranquila, diferente do tom dark de um Tim Burton, por exemplo. Enquanto os mortos forem lembrados por familiares e conhecidos, eles estarão num lugar bom e festivo. Legal, gostei deste jeito de encarar a morte!

Festa no Céu é uma produção americana, mas tem cara de filme mexicano – afinal, foi produzido por Guillermo Del Toro e escrito e dirigido por Jorge R. Gutierrez, ambos mexicanos. Determinado momento do filme, aprendemos que “o México é o centro do mundo”…

A história é meio clichê – um triângulo amoroso que todo mundo sabe como vai terminar – mas pelo menos é bem contada, e temos alguns personagens que fogem do maniqueísmo (Chibalba não é 100% vilão, apesar de estar bem longe de ser um “mocinho”). E a mensagem final é boa. O filme tem muitas cores e boas sacadas no uso de músicas pop na trilha sonora. Ah, e gostei dos personagens parecerem bonecos marionetes.

Pena que não deu pra ver a versão legendada – o original traz vozes de Zoe Saldana, Channing Tatum, Diego Luna, Christina Applegate, Ron Perlman, Ice Cube, Hector Elizondo e Danny Trejo. Pelo menos a dublagem brasileira é bem feita.

Por fim, queria fazer uma homenagem. A sessão de imprensa de Festa no Céu foi um dia depois que soube do falecimento de um grande amigo, Oswaldo Lopes Jr., o Oz, roteirista e crítico de cinema, com quem tive oportunidade de trabalhar em alguns curta-metragens. Se depender da minha lembrança, o Oz estará num lugar bonito por um longo período!

Anjos da Lei 2

0-Anjos da Lei 2-posterCrítica – Anjos da Lei 2

Uma comédia “bromântica”!

Continuação do Anjos da Lei de 2012. Os policiais Schmidt e Jenko têm uma nova missão: se infiltrarem em uma faculdade, mais uma vez atrás de drogas. O problema é que, em meio à investigação, Jenko conhece sua alma gêmea na equipe de atletismo, e Schmidt começa a questionar a dupla. Em meio aos inevitáveis problemas de relacionamento, eles precisam encontrar um meio de desvendar o caso.

Ok, admito que não curti muito o primeiro Anjos da Lei. É um filme divertido, mas a idade dos atores me incomodou – era um marmanjo de 29 e outro de 31 se passando por garotos de 17 anos.

Desta vez os atores são os mesmos, e ainda estão dois anos mais velhos. Mas, num ambiente universitário, às vezes temos colegas de vinte e muitos anos na mesma aula. Além disso, a idade dos dois protagonistas gera várias piadas ao longo da projeção.

E isso é o melhor de Anjos da Lei 2 (22 Jump Street, no original): o filme não se leva a sério em momento algum. O humor presente no filme é leve, bobo e um com um pé no politicamente incorreto. Algumas cenas são impagáveis, como aquela quando Channing Tatum descobre quem é a namorada de Jonah Hill e sai gritando pela sala, ou a briga final de Jonah Hill contra uma garota. Ah, assim como acontece no primeiro filme, o momento que eles tomam drogas é um dos pontos altos do filme.

A estrutura de Anjos da Lei 2 segue as comédias românticas, mas em vez de ter um casal, são dois amigos – por isso usei o neologismo “bromântico” lá de cima. Aliás, o roteiro é feliz quando usa os clichês de brigas de casal entre os amigos.

A boa química entre o “casal” de atores principais garante bons momentos ao filme, que também conta com Ice Cube, Peter Stormare, Amber Stevens e Wyatt Russell, e pontas de Queen Latifah, Dave Franco e Rob Riggle. Seth Rogen faz uma participação especial em uma rápida cena, justamente a melhor piada do filme, na minha humilde opinião. (Li no imdb que Anna Faris também participa da sequência, mas confesso que não reparei nela).

A direção é dos mesmos Phil Lord e Christopher Miller, dupla que dirigiu o primeiro filme, e que este ano fez o divertido Uma Aventura Lego. O roteiro de Anjos da Lei 2 não é tão maluco quanto o de Lego (escrito pela dupla). Já a cena dos créditos – de longe a melhor parte do filme – foi escrita por Lord e Miller. Não saia do cinema assim que acabar o filme: rola uma sequência com várias piadas sobre possíveis continuações e outros modos de explorar a franquia, como jogos, videogames e desenhos animados.

Ah, último aviso: além da “cena dos créditos”, tem cena “após” os créditos…

Uma Aventura Lego

Crítica – Uma Aventura Lego

Emmet, um boneco Lego comum, é confundido como sendo o construtor mestre, o único que pode salvar o universo Lego. Com a ajuda de um velho místico, de uma mulher durona – e do Batman, Emmet vai lutar para derrotar o mal.

Dirigido pela dupla Phil Lord e Christopher Miller (Tá Chovendo Hamburger, Anjos da Lei), Uma Aventura Lego (The Lego Movie, no original) é uma boa diversão para os pequenos, e também para os grandes que os acompanham. Se por um lado a história é bobinha e traz uma lição de moral óbvia, por outro lado a trama tem umas soluções divertidas (como usar revomedor de esmalte para apagar um rosto de um boneco), e é cheia de referências à cultura pop.

O grande barato de Uma Aventura Lego é que a animação mista de cgi com stop motion, mas pensada pra tudo parecer um stop motion feito com peças reais de Lego. Tudo na animação obedece as limitações das peças de plástico duro – diferente de outras animações baseadas em brinquedos, como Lego Star Wars e os desenhos da Barbie, que usam os personagens, mas com movimentos flexíveis. Até quando vemos efeitos de tiros, de fogo ou de água, são em forma de peças de Lego.

Outra coisa interessante foi que a produção resolveu usar vários personagens com direitos autorais. Temos super herois da DC, tartarugas ninja, personagens de Star Wars, Harry Potter, Senhor dos Aneis, temos até personalidades como Abraham Lincoln e Shaquille O’Neal. Provavelmente existem Legos de todos eles.

(Aliás, não tem como não pensar em Uma Aventura Lego como um grande comercial do brinquedo. Com certeza veremos nas lojas vários sets baseados no filme. Mas pelo menos é um comercial muito divertido.)

Gostei muito do humor usado no filme. Algumas cenas parecem comédias rasgadas de nonsense! Toda a sociedade construída (trocadilho intencional) na primeira parte do filme é muito bem feita, uma grande crítica a pessoas que seguem a vida “no piloto automático”. E a musiquinha “Tudo é incrível” gruda na cabeça ao fim da sessão.

Vi a versão dublada. A dublagem é muito boa, mas fiquei com pena de não ouvir as vozes de Morgan Freeman, Liam Neeson, Elizabeth Banks, Chris Pratt, Alison Brie, Cobie Smulders e Will Ferrell, além de Channing Tatum e Jonah Hill, repetindo a parceria de Anjos da Lei, aqui interpretando Superman e Lanterna Verde. E isso porque não estou falando das pontas de Anthony Daniels e Billy Dee Williams interpretando C3P0 e Lando Calrissian!

Ah, tem versão 3D. Como acontece frequentemente, não precisa. Nada no filme pede 3D.

O Ataque

Crítica – O Ataque

Ué, mas heu já falei de Invasão À Casa Branca! Ah, tá, esse é outro filme…

Um ex-militar quer entrar para a equipe do serviço secreto que protege o presidente dos Estados Unidos, mas não é aprovado na seleção. Sem saber como dar a notícia para sua filha, ele a leva para um passeio à Casa Branca, no mesmo dia que o local é atacado por um grupo paramilitar fortemente armado.

Existe uma prática bastante comum em Hollywood. Quando um estúdio anuncia um projeto, muitas vezes outro estúdio aproveita a ideia e faz um filme com o argumento semelhante. Não é o caso de plágio, são filmes completamente diferentes entre si. Mas um quer “pegar carona” no marketing do outro. É o caso aqui. Não sei qual filme está pegando carona e qual teve a ideia antes, mas são dois projetos bem parecidos. A sinopse é quase igual: “a Casa Branca é invadida, e um cara que não deveria estar lá, sozinho, salva o presidente”.

Uma coisa que chama a atenção aqui é que O Ataque (White House Down, no original) foi dirigido por Roland Emmerich, famoso por filmes catástrofe como Independence Day, 2012 e O Dia Depois de AmanhãO Ataque não é um filme catástrofe, mas segue a mesma fórmula dos outros filmes do diretor: um homem sozinho luta contra forças externas enquanto tudo em volta se quebra. A diferença é que aqui são terroristas destruindo a Casa Branca…

O elenco é repleto de bons nomes. Jamie Foxx se sai bem como presidente; Channing Tatum, mais limitado, não atrapalha com o seu heroi inesperado. E James Woods está bem, apesar de ter um personagem caricato. Ainda no elenco, Maggie Gyllenhaal, Richard Jenkins e a menina Joey King.

O roteiro tem alguns problemas. Além do exercício de patriotada e do excesso de clichês – o que era previsível pelo tema abordado – existe um sério problema de maniqueísmo. E os vilões são entregues logo nas primeiras cenas, o que já estraga muita coisa.

Por outro lado, se a gente se deixar levar pelo fator “filme-pipoca” O Ataque tem um bom ritmo e boas cenas de ação, o que garantem um programa divertido. A única vez que Emmerich se propôs a fazer um filme sério (Anônimo), o resultado ficou abaixo da média. Os pontos altos de sua filmografia são justamente os filmes-pipoca. Afinal, Emmerich segue o velho lema: “cinema é a maior diversão”…

É o Fim

Crítica – É o Fim

Uma comédia apocalíptica com humor negro e politicamente incorreto onde atores famosos interpretam eles mesmos? Quero ver isso!

Jay Baruchel viaja até Los Angeles para visitar seu amigo Seth Rogen. Lá, eles vão a uma festa na casa de James Franco. Mas durante a festa, começa o apocalipse bíblico!

É o Fim (This is the End, no original) foi escrito e dirigido por Seth Rogen e Evan Goldberg, que também escreveram juntos Segurando as Pontas e Superbad. Eles aproveitaram os amigos e fizeram essa divertida farra.

O grande barato de É o Fim é mostrar atores se sacaneando e interpretando versões caricatas deles mesmos. Eles não poupam nem piadas sobre seus próprios defeitos e fracassos de bilheteria. Aliás, me questiono se eles pensam nas próprias imagens, porque quase todas as piadas do filme são sobre drogas ou sexo… Mas parece que eles não estão preocupados com isso, afinal o elenco é invejável: Seth Rogen, James Franco, Jay Baruchel, Danny McBride, Jonah Hill, Craig Robinson, Emma Watson, Rihanna, Michael Cera, Jason Segel, Chaning Tatum, Christopher Mintz-Plasse e Paul Rudd, entre vários outros.

Claro que o humor nem sempre “desce redondo”. Algumas piadas, além de grosseiras, são sem graça – aquela discussão envolvendo a revista pornô foi desnecessária. Mas, no geral, gostei. É bom saber que o bom e velho humor politicamente incorreto ainda está vivo!

Resumindo: quem gosta de ver gente que não se leva a sério vai gostar. Mas aqueles que preferem comédias mais convencionais devem procurar outro filme.

Ah, um comentário sobre o fim do filme, com spoilers levíssimos: Backstreet Boys não, né?

G.I. Joe: Retaliação

Crítica – G.I. Joe: Retaliação

Acusado de traição, o esquadrão G.I. Joe é exterminado por ordem do presidente dos EUA. Os poucos sobreviventes agora precisam provar que são inocentes, enquanto brigam com seus rivais Zartan e Cobra.

Gostei muito do primeiro G.I. Joe, lançado quatro anos atrás. Gostei do bom equilíbrio entre a ação desenfreada, os gadgets tecnológicos “impossíveis” e o humor leve. Mas, lendo por aí, acho que fui um dos poucos, muita gente odiou, e isso gerou um certo prejuízo nas bilheterias.

Como o resultado não agradou os executivos do estúdio, resolveram fazer uma espécie de reboot. Quase todo o elenco foi trocado, e deixaram o humor e os gadgets de lado, fazendo uma onda mais “pé no chão”. Grande erro, na minha humilde opinião. Alguma coisa se salva, como por exemplo a cena dos espadachins pendurados em cordas. Mas, no geral, G.I. Joe: Retaliação virou um filme bobo e sem graça, que perde na comparação com tantos outros bons filmes de ação semelhantes.

Se o diretor do primeiro filme, Stephen Sommers, já não tinha um currículo lá grandes coisas, o que dizer de Jon M.Chu, o diretor desta continuação? O cara só tinha filmes musicais de gosto duvidoso no currículo, como Se Ela Dança Eu Danço 2 e 3, e o documentário do Justin Bieber, Never Say Never. Não dá pra esperar muito de um cara desses, né?

O roteiro tem alguns furos bizarros, tipo uma das cidades mais importantes do mundo ser destruída e os governantes deixarem isso de lado, ou o sistema rápido de autodestruição de satélites. Acho que os executivos hollywoodianos acharam que um bom roteiro não era tão importante pra este reboot. O lançamento foi adiado por quase um ano para transformarem o filme em 3D (ingressos mais caros…). Pelo visto, 3D vale o investimento, mas roteiro não vale.

Sobre o elenco, a única boa notícia é que Marlon Wayans não está de volta. O seu personagem era a única peça destoante do bom conjunto do primeiro filme. Por outro lado, não termos Sienna Miller e Rachel Nichols é uma grande perda. Adrianne Palicki é bonitinha e simpática, mas está bem abaixo das duas do primeiro filme… Chaning Tatum tem hoje mais star power do que em 2009, então em vez de ter seu personagem sumariamente eliminado, ele aparece aqui num papel pequeno. Outros nomes que voltam do primeiro filme são Byung-hun Lee e Ray Park. Mas não são nomes famosos – Lee é muito pouco conhecido por estas bandas; já Park tem um currículo maior, mas por papeis onde não mostra o rosto (Darth Maul em Star Wars ep I, o cavaleiro sem cabeça em A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, Groxo em X-Men 2). O único do filme anterior que está bem aqui é Jonathan Pryce, que repete o papel do presidente, mas desta vez com um novo status de seu personagem que permite ao ator se soltar muito mais.

As boas novidades do elenco são Dwayne “The Rock” Johnson e Bruce Willis. Ambos têm grande carisma e funcionam muito bem, mesmo em papeis repetem o que fazem sempre. O conjunto do elenco do primeiro filme é melhor, mas está dupla garante o interesse aqui. Ainda no elenco, Ray Stevenson, Elodie Yung, D.J. Cotrona, além da já citada Adrianne Palicki.

(Arnold Vosloo aparece muito rapidamente, acho que só pra justificar o nome mais ou menos famoso; Joseph Gordon-Levitt não está no filme, mas ele realmente não precisava aparecer, seu personagem do primeiro filme nem mostra o rosto).

Parece que os executivos gostaram mais do resultado deste segundo filme. Pena, significa que teremos m breve um terceiro filme mais parecido com este do que com o primeiro. E quem for atento, pode até imaginar qual será o terceiro filme, já que teve mocinho que morreu mas ninguém confirmou se morreu mesmo, e teve vilão que foi deixado de lado…

Anjos da Lei

Crítica – Anjos da Lei

Mais uma ideia reciclada…

Dois jovens recém formados na academia de polícia são enviados para uma divisão que coloca policiais disfarçados dentro de escolas, atrás de uma nova droga sintética.

Todo mundo sabe que este filme é baseado numa série que passou aqui no fim dos anos 80 / início dos anos 90. Mas na verdade, acredito que poucos se lembrem da série em si, mas sim do seu ator principal, um jovem (e ainda desconhecido) Johnny Depp – que faz aqui uma participação especial, “validando” a franquia. Se não fosse por Depp, acho que Anjos da Lei iria continuar desconhecido…

A adaptação para os dias de hoje ficou boa – o ambiente escolar americano não é exatamente igual ao que era nos anos 80. Mas achei que a produção cometeu um erro na escalação do elenco principal. Jonah Hill, com 29 anos, e Channing Tatum, com 31, não seriam velhos demais para convencer em uma volta à escola, para contracenar com garotos de 17 anos? Qual o problema de pegar atores de vinte e poucos anos? (Depp tinha 24 quando começou o seriado).

Se a gente deixar pra lá o fato de um ator de mais de 30 se passar por um adolescente, Anjos da Lei (21 Jump Street, no original) é até divertido. Dirigido por Phil Lord e Chris Miller, que antes fizeram a animação Tá Chovendo Hamburguer, Anjos da Lei tem um bom equilíbrio entre ação e comédia – algumas piadas são bobas, mas o roteiro tem algumas boas sacadas, como a sequência com os efeitos da droga, ou as explosões de carros. E não é todo filme que tem uma perseguição com limusines…

A dupla principal de atores, se não tem a idade coerente, pelo menos tem boa química e gera alguns bons momentos ao longo do filme. Ainda no elenco, Ice Cube, Brie Larson e Dave Franco (com 26 anos, também velho para o papel), além de pontas de Depp, Richard Grieco e Peter DeLuise, atores da série original.

Anjos da Lei não chega a ser um bom filme, mas não deve decepcionar os menos exigentes.

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À Toda Prova

Crítica – À Toda Prova

Um grande elenco, cheio de atores consagrados, liderados por uma lutadora de MMA? Pode ser uma boa…

Mallory é uma agente secreta que trabalha para uma empresa privada que presta serviços para a CIA – uma espécie de mercenária do mundo moderno. Algo aconteceu de errado em sua última missão, e agora ela está agindo sozinha para salvar a própria vida.

O diretor Steven Soderbergh alterna a sua carreira: às vezes trabalha em pequenos projetos com cara de cinema independente; às vezes são super produções hollywoodianas com elencos grandiosos. À Toda Prova (Haywire, no original)faz parte do segundo grupo. Afinal, não é todo dia que vemos um elenco que conta com Ewan McGregor, Antonio Banderas, Michael Douglas, Michael Fassbender, Channing Tatum e Bill Paxton.

Logo a figura central do elenco é “caloura”: a lutadora Gina Carano. Por um lado, foi legal colocar uma mulher que realmente sabe bater, as lutas são muito bem coreografadas, Gina convence que uma mulher pode bater em caras maiores que ela. Mas por outro lado, a inexperiência de Gina é um dos pontos fracos aqui – sua habilidade para expressar emoções parece ser inversamente proporcional à sua habilidade com a luta…

(Curiosamente, não é a primeira vez que Soderbergh traz uma atriz de outro universo para estrelar um filme seu. Em 2009 foi a vez de Sasha Grey, atriz pornô que protagonizou Confissões de uma Garota de Programa. Pelo visto Soderbergh não gosta muito de arriscar: uma atriz pornô interpretando uma prostituta; uma lutadora fazendo um filme de ação…)

A trama é um pouco confusa, são muitas idas e vindas (boa parte do filme é em flashback), mas não vi pontas soltas no fim. E Gina Carano pode ser limitada, mas não chega a atrapalhar o bom elenco. Também gostei da trilha sonora de David Holmes.

À Toda Prova não vai entrar pra história como um grande filme de ação. Mas é um filme divertido. E sempre é legal ver mulher metendo a p%$#@rrada!

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G.I. Joe – A Origem de Cobra

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G. I. Joe – A Origem de Cobra

Um filme baseado em bonequinhos pode ser um dos melhores filmes do ano? Bem, se você pensou em Transformers, a resposta é não. Mas se pensou em G. I. Joe – A Origem de Cobra, sim, estamos falando de um dos melhores filmes de ação do ano!

Mas antes de falar do filme, preciso antes falar uma coisa sobre a minha infância. Nasci em 71. No fim da década de 70, surgiu um boneco, o Falcon, que era muito legal, bem articulado, mexia até os dedos! Era do tamanho de uma Barbie – aliás, as meninas pegavam nossos Falcons para serem os “namorados” das Suzis, a Barbie da época. E me lembro exatamente do que vinha escrito na caixa do Falcon: “Falcon – Comandos em Ação”. Bem, anos depois, surgiu uma outra série de bonecos, bem menores e bem mais “pobres” nas articulações, era a série “Comandos em Ação”. Bem, este filme se baseia nesta segunda série de bonecos, claro. Mas pra mim, “comandos em ação” ainda é Falcon…

Voltemos ao filme! Por que este filme é legal? Porque não precisamos conhecer nada sobre os bonecos para nos divertirmos com o filme. Quem me conhece sabe que gosto é de cinema, então se um filme é baseado em outra coisa, não acho que preciso saber algo sobre o original, e sim sobre o filme em questão. Filme com pré-requisito não pode ser filme legal! 😉

A história não tem nada demais. Super vilões querem usar uma super bomba nanotecnológica com ajuda de um pequeno exército também nanotecnológico. Os super mocinhos G. I. Joe, também super secretos, os combatem, usando parafernálias que deixariam James Bond com inveja.

O filme tem tudo o que o público procura: efeitos especiais alucinantes, muitos tiros, muitas explosões, várias lutas muito bem coreografadas e mocinhos e vilões cool. Temos até atores infantis em lutas de artes marciais! Tudo isso num ritmo acelerado, de deixar sem fôlego! Pergunto: precisa de mais alguma coisa?

O elenco é quase perfeito. O quase desconhecido Channing Tatum é o protagonista Duke, que é auxiliado por Adewale Akinnuoye-Agbaje e Saïd Taghmaoui, ambos coadjuvantes do seriado “Lost”, e Ray Park – aquele cara que faz papéis importantes em filmes idem, mas dificilmente mostra a sua cara (ele era o Darth Maul em Star Wars ep I, o cavaleiro sem cabeça em A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça e o Groxo em X-Men 2; vemos seu rosto numa breve cena em Fanboys). Ah, sim, o general dos Joes é ninguém menos que Dennis Quaid, cinquentão mas ainda galã. E ainda temos Jonathan Pryce (Brazil, o Filme), Joseph Gordon-Levitt (o garoto do seriado 3rd Rock From the Sun, que cresceu e fez Killshot recentemente), Christopher Eccleston, Arnold Vosloo e Byung-hun Lee.

Novo parágrafo para falarmos de duas das melhores coisas do filme: a ruiva Rachel Nichols (P2) e a morena Sienna Miller (ambas eram loiras!). As duas estão lindíssimas, cada uma mais gostosa que a outra. E ainda por cima saem na p$#%rrada!

O “quase” lá em cima é porque, na minha humilde opinião, o único ponto fraco do filme é o careteiro Marlon Wayans (da série Todo Mundo em Pânico) como alívio cômico. Sei lá, achei meio nada a ver. Principalmente porque ainda forçam uma barra para criar um par romântico…

Claro que vai ter gente que vai torcer o nariz pro filme e dizer que é cheio de situações inverossímeis. Bem, para essas pessoas, recomendo aquele filme cabeça de quatro horas e meia de duração que está em cartaz no cineclube, a co-produção iraniana-eslovaca, falado em mandarim e com legendas em polonês… Porque, se a opção for cinema-pipoca, G. I. Joe é uma excelente opção!

No fim do filme rola um gancho pra continuação. Que venha com a mesma qualidade!