Anônimo

Crítica – Anônimo

Outro dia me falaram de um filme do diretor de Hardcore Henry e do roteirista de John Wick. Epa, esse é daqueles filmes que a gente precisa ver!

Sinopse (filmeb) Quando ladrões invadem sua casa, Hutch se recusa a defender a si mesmo ou sua família, na esperança de evitar violência grave. Seu filho adolescente, Blake, está desapontado com ele, e sua esposa, Becca, parece se afastar ainda mais. O rescaldo do incidente acerta a raiva latente de Hutch, desencadeando instintos adormecidos e impulsionando-o em um caminho brutal que revelará segredos obscuros e habilidades letais.

(Normalmente uso a sinopse do imdb, mas estava horrível. Por isso catei em outro lugar.)

Antes de entrar no filme, vou explicar a introdução. Ilya Naishuller é um russo que fez um videoclipe insano e violento, que depois desenvolveu a ideia no igualmente insano e violento Hardcore Henry. É um filme de ação tiro porrada e bomba, todo em câmera POV. Adrenalina ao máximo, com o espectador “vivendo” o papel principal. Filme divertidíssimo, daqueles que dá vontade de rever assim que acaba. Claro que quero ver o novo projeto do mesmo diretor.

E John Wick virou uma nova referência quando se fala de filmes de ação. Ok, concordo que o forte na franquia John Wick é o modo como as cenas de ação são filmadas e não o roteiro, mas, vamulá, o roteirista Derek Kolstad tem o seu mérito.

Anônimo (Nobody, no original) não tem sequências em câmera pov, o formato é mais tradicional, mais próximo dos filmes do John Wick. Um cara aparentemente comum resolve mostrar suas habilidades contra vários oponentes.

Antes de tudo, gostei muito de Anônimo, mas, preciso falar que tem duas coisas no roteiro que não me agradaram. Nada contra ser uma história parecida com John Wick, isso não me incomodou. A primeira coisa é o vilão caricato. A cena que ele aparece é ótima, um plano sequência que começa com um carro fazendo uma baianada, depois ele sai do carro, entra num clube, toma uma dose de bebida, cheira alguma droga, sobe no palco onde uma pessoa está cantando e começa a dançar. A cena é muito bem filmada, e já mostra que esse é um cara exagerado. Mas, achei caricato demais. Entendo a opção do filme de usar um personagem assim, mas achei over.

Já o segundo problema é um pouco mais grave. Não sei se isso é spoiler, então vamos aos avisos de spoiler.

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

O protagonista Hutch tem um passado badass escondido, vê-lo sozinho enfrentando os outros é muito legal. Mas, na cena final, cena grandiosa, dezenas de inimigos, Hutch não está sozinho. A cena é divertida, mas, achei forçado ver que as outras pessoas têm as mesmas habilidades pra acompanhá-lo.

FIM DOS SPOILERS!

Tirando esses dois detalhes, o roteiro funciona bem. Gostei de como o roteiro mostra o tédio do dia a dia de Hutch, e gostei de ter algumas doses de humor ao longo do filme – não, nunca chega a ser comédia, mas servem pra aliviar o clima – tipo a cena na loja de tatuagem. Também gostei da trilha sonora usar músicas fora do óbvio, tipo aquela num clima Frank Sinatra no início da cena do ônibus, ou o Louis Armstrong quando a casa está pegando fogo.

Também preciso falar do protagonista. Bob Odenkirk é mais conhecido pelas séries Breaking Bad e Better Call Saul. Heu só vi a primeira temporada de Breaking Bad, não curti muito e parei, um dia hei de dar uma nova chance, então, pra mim, não tenho essa referência sobre o ator. Mas, pouco importa, ele está sensacional aqui. Tanto pelo talento em criar um brucutu com camadas, quanto pelo lado físico – segundo o imdb, ele treinou por 2 anos pra protagonizar essas cenas de luta. E, sendo que o cara já tem 59 anos, esse fato é ainda mais impressionante. Arriscaria dizer que, sem ele, Anônimo seria um filme sem graça. Outro nome legal no elenco é o Christopher Lloyd, o eterno Doc Brown de De Volta Para o Futuro, mas ele aparece pouco. O mesmo podemos falar sobre Connie Nielsen e Michael Ironside, que pouco fazem no filme. Tirando o Bob Odenkirk, o único que tem algum destaque é o vilão russo caricato Aleksey Serebryakov.

Por ser do mesmo roteirista de John Wick, rolou um buzz na internet sobre um possível crossover. Acho isso bem difícil de acontecer, mas… seria bem legal, né?

Segundo o filmeB, Anônimo será lançado dia 13 de maio. Será? Tomara!

Despedida em Grande Estilo

Despedida em Grande EstiloCrítica – Despedida em Grande Estilo

Desesperados para pagar as contas e sustentar suas famílias, três idosos, amigos de longa data, se arriscam num plano para assaltar o mesmo banco que os explora.

Alguns filmes se propõem a ser grandes filmes. Outros não, apenas querem ser uma diversão despretensiosa. É o caso deste Despedida em Grande Estilo (Going in Style, no original).

Claro que o filme dirigido por Zach Braff (o JD da série Scrubs) se baseia no talento e no carisma de seu elenco. E não vejo nada errado nisso, afinal, o trio principal traz três veteranos ganhadores do Oscar, Michael Caine, Morgan Freeman e Alan Arkin. E ainda temos Christopher Lloyd, Ann Margret e Matt Dillon!

Despedida em Grande Estilo (Going in Style, no original) é refilmagem do filme homônimo de 1979, dirigido por Martin Brest (Um Tira da Pesada). Não vi o primeiro, não posso comparar. Mas posso dizer que esta refilmagem manda bem na proposta citada lá no segundo parágrafo.

A trama é meio clichê – a gente já viu isso em outros filmes. Mas até que toda a construção do plano é bem conduzida. E, mesmo já prevendo o final, Despedida em Grande Estilo consegue divertir.

Nada essencial. Mas cumpre o proposto.

p.s.: Christopher Lloyd é alguns anos mais novo que o trio principal (ele nasceu em 1938, enquanto os outros três nasceram entre 33 e 37). Mas no filme ele aparece bem mais acabado. Não sei se é do ator ou do personagem. Espero que seja do personagem!

Sin City 2 – A Dama Fatal

0-Sin City-posterCrítica – Sin City 2 – A Dama Fatal

Nove anos depois, a continuação de Sin City – A Cidade do Pecado!

Misturando duas histórias clássicas da graphic novel de Frank Miller com tramas inéditas, vemos os cidadãos mais durões encontrando alguns dos mais famosos habitantes de Sin City.

O primeiro Sin City foi uma revolução nas telas dos cinemas. Nunca antes na história do cinema tivemos uma adaptação tão perfeita de uma graphic novel. Às vezes, parecia que era a câmera passeando pelas páginas da revista! Agora não é mais novidade, o espectador já sabe o estilo de filme que vai encontrar. Se não existe mais o impacto, pelo menos a qualidade foi mantida.

Mais uma vez, temos uma graphic novel na tela. É injusto falar de “adaptação”, quando a fotografia do filme emula as páginas da graphic novel. Assim como no primeiro filme, a cor do filme chama a atenção, preto e branco com alguns detalhes coloridos, mas sempre com cores fortes – o preto é preto mesmo, são poucos tons de cinza. O 3D não é essencial, mas ajuda na visualização das “páginas”.

A parceria na direção, presente no primeiro filme, se repete aqui. Sin City 2 – A Dama Fatal é assinado pelo diretor Robert Rodriguez e pelo autor da HQ, o próprio Frank Miller. Miller não tem muita intimidade com a sétima arte, depois de Sin City ele se arriscou sozinho na cadeira de diretor e fracassou com The Spirit. Ou seja, provavelmene Rodriguez dirigiu e Miller ficou só por perto. Mas não critico a opção de Rodriguez. Sin City 2 continua sendo um filme com a sua cara, e ele ainda teve um guru ao lado para dar os palpites certos.

Como de habitual, o workaholic Rodriguez trabalhou muito. Além de dirigir, produzir e editar, ele foi o responsável pela fotografia e pela excelente trilha sonora, dois dos destaques do filme.

Assim como no filme de 2005, Sin City 2 – A Dama Fatal conta com um bom elenco. E o nome a ser citado aqui é Eva Green, linda linda linda, e que cria uma das melhores femme fatales do cinema recente. Clive Owen foi substituído por Josh Brolin, que ficou bem no papel de Dwight. Mickey Rourke, Rosario Dawson, Jessica Alba, Powers Boothe, Bruce Willis e Jaime King estão de volta aos seus papeis. Dennis Haysbert ficou com o papel do falecido Michael Clarke Duncan; Joseph Gordon-Levitt tem um papelo importante escrito para o filme (não está nos quadrinhos). Ainda no elenco, Ray Liotta, Juno Temple, Jamie Chung, Marton Csokas e uma ponta de Christopher Lloyd- além de um cameo da cantora Lady Gaga.

Claro, este estilo não é para todos. Alguns vão achar tudo caricato demais, todos os personagens homens são durões e quase todas as mulheres são fatais, todas as cenas têm narrações em off, tudo é estilizado demais. Mas quem entrar na onda vai curtir a viagem.

Pena que a bilheteria lá fora foi mal. Não devemos ter um Sin City 3

Uma Cilada Para Roger Rabbit (1988)

roger rabbitCrítica – Uma Cilada Para Roger Rabbit

Hora de rever o genial Roger Rabbit!

Um detetive alcoólatra que odeia desenhos é a única esperança de um coelho quando este é acusado de assassinato.

Lançado em 1988, Uma Cilada Para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit, no original) foi um filme revolucionário. Misturar atores “live action” com desenhos animados não era novidade, mas isso sempre acontecia com a câmera parada, e o desenho em apenas duas dimensões – era um ator e uma “folha de papel”. Aqui, os desenhos tinham volume, e a câmera não era estática. Pela primeira vez tínhamos desenhos “sólidos” contracenando com atores! E precisamos nos lembrar que não existia cgi – foi tudo desenhado na mão!

Uma Cilada Para Roger Rabbit tinha outra característica incomum. Devido a uma série de acordos entre diferentes estúdios, nós temos personagens de universos diferentes interagindo. Em uma cena, Patolino e Pato Donald tocam piano; em outra, Mickey e Pernalonga pulam de paraquedas. São vários os personagens da Disney e da Warner, além de outros como Betty Boop, Droopy e Pica-Pau. Não me lembro, na história do cinema, de um “crossover” de personagens tão expressivo como este.

Tudo isso seria pouco importante se o filme fosse fraco – o que felizmente não é. Uma Cilada Para Roger Rabbit é divertidíssimo, traz uma boa homenagem aos filmes noir, no personagem Eddie Valiant, e ao mesmo tempo ao humor de desenhos animados antigos. O humor presente no filme é genial! A sequência inicial – o curta do bebê procurando os biscoitos – é de rolar de rir. E ao longo do filme vemos várias cenas com este estilo de humor absurdo, sempre com um pé no humor negro – como nos bons tempos dos desenhos do Pernalonga, do Pica Pau e do Tom & Jerry (que não estão no filme, infelizmente).

Uma Cilada Para Roger Rabbit foi produzido pela Disney e pela Amblin, produtora de Steven Spielberg. A direção ficou a cargo de Robert Zemeckis, que estava em ótima fase – Roger Rabbit foi feito entre De Volta Para o Futuro (1985) e as suas continuações (lançadas em 89 e 90). Não sei se a experiência em Roger Rabbit teve alguma influência nisso, mas anos depois Zemeckis voltaria ao universo das animações, com os longas Expresso Polar (2004), Beowulf (07) e Os Fantasmas de Scrooge (09).

No elenco, o pouco conhecido Charles Fleischer tem o destaque: é dele a voz do Roger Rabbit, e, de quebra, ele ainda faz as vozes do Benny The Cab e de duas doninhas. Mas não podemos menosprezar o trabalho de Bob Hoskins, que teve que contracenar boa parte do tempo com um personagem inexistente (diz a lenda que Fleischer teria vestido uma fantasia de coelho para ajudar Hoskins durante as filmagens). Outra voz importante é a de Kathleen Turner, no papel de Jessica Rabbit (quando ela canta, é dublada pela Amy Irving, então sra. Spielberg). Curioso notar que, nesta época, Turner e sua voz grave eram símbolos sexuais – mas poucos anos depois, ela interpretaria um travesti na série Friends. E, claro, não podemos deixar de citar Christopher Lloyd, ótimo como o vilão. Ah, de curiosidade: o próprio Mel Blanc, que fazia as vozes de todos os personagens da turma do Pernalonga nos desenhos clássicos, trabalhou na dublagem aqui, repetindo seus personagens famosos – é dele as vozes do Pernalonga, do Patolino, do Gaguinho, do Frajola e do Piu Piu.

Uma Cilada Para Roger Rabbit ganhou 4 Oscars – efeitos visuais, edição, som e efeitos sonoros. Também foi indicado para fotografia e direção de arte. Mas o que chama a atenção são os efeitos visuais – se bem que, para os nossos olhos atuais, acostumados com cgis perfeitos, alguns efeitos já não são tão impressionantes.

Entre os extras do dvd e do blu-ray, têm os três engraçadíssimos curtas que fizeram com o Roger Rabbit e o Baby Herman na época. Lembro que um deles, o da montanha russa, passou nos cinemas brasileiros na época, antes de algum filme – não me lembro qual. Os outros dois, só vi quando comprei o dvd.

Por fim, uma coisa curiosa. Tenho o dvd e o blu-ray nacionais. Como vi com meus filhos, procurei a versão dublada. E tive que ver o dvd, porque no blu-ray nacional, edição especial de 25 anos, não tem dublado em português – além do original em inglês, só tem dublado em francês e em russo…

Dead Before Dawn

Crítica – Dead Before Dawn

Filme de zumbi, com Christopher Lloyd no elenco? Epa, quero ver!

Um grupo de amigos universitários acidentalmente libera uma maldição que faz as pessoas cometerem suicídio e voltarem como zumbis demônios, ou “zemons”.

A ideia era boa. Mistura de zumbis com demônios era um bom ponto de partida. Mas rolava uma dúvida: por que será que Dead Before Dawn nunca tinha sido lançado no Brasil? A explicação é simples: sabe quando um filme é ruim, muito ruim? Infelizmente é o caso.

Dead Before Dawn parece uma produção de tv. Mas não uma produção de um canal legal, nada de um HBO da vida. Produção vagaba de canal teen. Me senti como se heu estivesse vendo Nickelodeon com minha filha de 12 anos.

Por ser uma “produção de tv teen”, não rola violência, nem gore, nem nudez. Tudo é muito exagerado, muito caricato – no mau sentido. A trama é ridícula, as atuações são patéticas. E os zumbis são péssimos, são fortes candidatos ao posto de piores zumbis da história do cinema.

Ah, tem o Christopher Lloyd, verdade. Coitado, mal aparece, sua participação é muito pequena, não da pra salvar o filme.

Ainda é em 3D. Sorte que não passou aqui nos cinemas, tive que baixar pra ver, então vi em 2D mesmo.

Enfim, desnecessário. Tem muita coisa melhor por aí.

Piranha 2

Crítica – Piranha 2

Continuação do divertido Piranha, dirigido por Alexandre Aja em 2010!

Depois dos eventos do primeiro filme, as piranhas pré-históricas agora se aproximam de um parque aquático. Claro, às vésperas da grande inauguração.

Desta vez, a direção ficou a cargo de John Gulager, que fez um bom trabalho em Banquete do Inferno, mas não tão bom em sua continuação, Feast II (preciso procurar o terceiro filme da série…). A produção aqui aparentemente tinha mais recusros que na trilogia Feast. O resultado ficou inferior ao primeiro Piranha, mas até que esse segundo filme é divertido.

Mais uma vez, o filme é em 3D. Este é o único tipo de 3D que defendo – não acho graça em usar o 3D para “dar profundidade” à cena. Gosto de ver soluções divertidas, o 3D sendo usado para atirar coisas na direção da câmera. Você precisa se abaixar pra se desviar da piranha que está vindo em sua direção!

O elenco é melhor do que o esperado para uma continuação de um filme assumidamente B. Temos pequenas participações de Christopher Lloyd e Ving Rhames, repetindo os papeis do primeiro filme; temos Gary Busey e Clu Gulager (pai do diretor) numa pequena cena inicial; e temos David Hasselhof, engraçadíssimo, interpretando ele mesmo. O papel principal ficou com Danielle Panabaker, forte candidata a “scream queen” do novo milênio (ela também esteve em Aterrorizada, A Epidemia e no remake de Sexta Feira 13 feito em 2009). Ainda no elenco, Katrina Bowden (Tucker And Dale Vs Evil), Matt Bush e David Koechner.

Algumas coisas funcionam bem justamente porque são caricatas ao extremo, como a cena de sexo com Katrina Bowden, ou toda a participação de David Hasselhof (ele corre em câmera lenta, ao som do tema de Baywatch!). Mas outras coisas ficaram over – tipo, boa sacada a arma na perna mecânica, mas aí a entra uma música nada a ver na trilha sonora e tudo fica em câmera lenta, e a cena perde o timing. Isso acontece algumas vezes durante o filme…

Isso sem contar com algumas incoerências brabas, como piranhas que são fortes, rápidas e inteligentes para destruir um pier, mas não conseguem chegar a tempo de atacar quem é derrubado do mesmo pier. Não, né?

Mas, quem se propõe a ver um filme como Piranha 2 vai curtir mais os momentos engraçados. E isso o filme tem de monte – assim como no primeiro filme, temos boa quantidade de nudez, muito sangue, muito gore e várias mortes legais. E tudo dentro de um adorável clima trash.

Pra quem curte, boa opção! E, pelo fim, são boas as chances de um terceiro filme…

.

.

Se você gostou de Piranha 2, o Blog do Heu recomenda:
Banquete do Inferno
Fúria Sobre Rodas
Dia dos Namorados Macabro 3D

De Volta Para o Futuro 3

Crítica – De Volta Para o Futuro 3

Fechemos a trilogia!

Depois da frenética parte 2, a trilogia encerra com menos viagens no tempo. Agora em 1885, no velho oeste, Marty McFly e Doc Emmet Brown precisam descobrir como acelerar um carro para ativar o capacitor de fluxo. Enquanto isso, precisam evitar os confrontos com Bufford Tannen, antepassado de Biff.

Uma coisa muito legal aqui é a repetição de situações que ocorreram nos dois primeiros filmes, adaptadas para o ambiente do velho oeste. O roteiro, novamente escrito por Robert Zemeckis e Bob Gale, flui perfeitamente, e aproveita para brincar com clichês de filmes de faroeste. As referências à cultura pop são em menor quantidade, mas também estão presentes.

A manutenção do elenco foi importante para isso. Thomas F. Wilson, exagerado como nunca, brilha como o “Cachorro Louco” Tannen. Claro, temos novamente Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson e Elisabeth Shue. A novidade está com Mary Steenburgen, interpretando Clara, a única personagem que não tem nada a ver com os outros dois filmes.

Mas confesso que, dos três filmes, esse é que menos gosto. Não que seja fraco, longe disso, é que o nível da série é muito alto.

De Volta Para o Futuro 3 não só tem menos viagens no tempo, como tem um ritmo mais lento. Também rola uma leve mudança de foco – Doc Brown tem uma importância maior, chega a ter um par romântico. Isso não faz o filme ser ruim, mas o faz perder na comparação com os outros.

Mesmo assim, o filme dirigido por Zemeckis tem sequências de tirar o fôlego, como o tradicional duelo no velho oeste, ou a eletrizante parte final no trem. Mesmo um pouquinho mais fraco, é uma excelente conclusão para uma das melhores trilogias da história!

De Volta Para o Futuro 2

Crítica – De Volta Para o Futuro 2

E vamos às continuações de De Volta Para o Futuro!

De Volta Para o Futuro 2 começa exatamente onde o primeiro termina. Doc Brown volta para o presente para buscar Marty McFly e levá-lo ao futuro. Mas certos acontecimentos alteram o passado e, consequentemente, o presente.

Hoje pode até ser comum, mas era novidade em 1989, quando anunciaram que iam ser duas continuações, filmadas ao mesmo tempo e lançadas com um pequeno intervalo de tempo. Assim como era novidade o fim da parte 2 ser um “continua”… Enfim, pelo menos são filmes bem diferentes entre si, apesar de ambos serem continuações fiéis do primeiro filme. É interessante notar que os três filmes repetem várias sequências, mas em momento algum estas repetições parecem repetitivas. Continuação bem feita é isso aí!

Esta segunda parte mostra o futuro, em 2015 (daqui a 4 anos!), e uma realidade alternativa no mesmo 1985, além de voltarmos para 1955 para rever a história já contada sob uma nova ótica. É, a parte 2 é confusa sim. Mas o roteiro, mais uma vez escrito pelo diretor Robert Zemeckis em parceria com Bob Gale, é bem feito e funciona redondinho nas idas e vindas. Dá pra entender tudo, não ficam pontas soltas. Só precisa prestar atenção…

Como aconteceu no primeiro filme, De Volta Para o Futuro 2 é recheado de referências à cultura pop. Um prato cheio pra quem curte, tanto na parte em 2015, quanto em 1955. Aliás, o trecho em 1955 é minuncioso, afinal boa parte do filme original é refilmada, agora sob outro ângulo.

Algumas considerações sobre o elenco. Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson e Thomas F. Wilson voltam a seus papeis (e também mais um personagem aqui, outro ali – Fox chega a ter três personagens simultâneos na mesma cena!). Crispin Glover se desentendeu com a produção e foi substituído por Jeffrey Weissman, mas como pouco aparece, mal dá pra notar. Outra substituição no elenco foi a entrada de Elisabeth Shue (Despedida em Las Vegas), no papel de Jennifer, namorada de Marty, no lugar da original Claudia Wells, que teve de se afastar da produção por problemas de saúde na família. Flea, o baixista do Red Hot Chilli Peppers, tem um papel pequeno e importante (guarde a cara dele, ele volta na parte 3). E, falando em gente que ficou famosa depois, além de Billy Zane (Titanic) repetindo o papel do primeiro filme, reparem em um dos garotos ao lado do videogame em 2015 – é Elijah Wood, ele mesmo, o Frodo de Senhor dos Aneis.

Os efeitos especiais são bons, mas em algumas cenas podemos ver a imagem “recortada” pelo chroma-key – isso fica claro nas cenas do skate voador (principalmente com a imagem nítida do blu-ray). Mas não é nada que atrapalhe o filme…

De Volta Para o Futuro 2 tem um problema: é um filme sem início e sem fim. Pelo menos a história tem uma conclusão, só que no filme seguinte – que será comentado aqui em breve!

De Volta Para o Futuro

Crítica – De Volta Para o Futuro

Aproveitei o lançamento em blu-ray de De Volta Para o Futuro para rever esta fantástica trilogia.

Marty McFly é um jovem que acidentalmente volta no tempo, de 1985 para 1955. No passado, ele conhece seus futuros pais, e acidentalmente faz sua futura mãe se apaixonar por ele. Marty deve consertar o dano na história fazendo com que seus pais fiquem juntos (senão ele não nasce), ao mesmo tempo que precisa encontrar um modo de voltar para 1985.

O que falar sobre este filme, um dos melhores filmes da década de 80? O que falar sobre um filme que quase todo mundo viu, e que quase todo mundo que viu, gostou? Ainda existe algo que não foi dito sobre De Volta Para o Futuro? Bem, vamos tentar…

A direção é de Robert Zemeckis, que anos depois ganharia Oscar de melhor diretor, por Forrest Gump. Zemeckis está aí até hoje, fazendo aquelas animações baseadas em atores filmados, como Beowulf e Expresso Polar. Mas heu particularmente prefiro os seus filmes dos anos 80, como esta trilogia e Uma Cilada Para Roger Rabbit.

O roteiro é sensacional. A complexa e interessante saga do jovem que pode não nascer porque sua mãe se apaixonou por ele é muito muito boa. O filme é uma perfeita mistura de aventura, ficção científica e comédia.

Sobre o elenco, é difícil imaginar que Marty McFly era pra ter sido interpretado por Eric Stoltz (existem cenas no youtube com ele no papel). Marty McFly é a cara de Michael J Fox, e Michael J Fox é a cara de Marty Mcfly! Aliás, o elenco inteiro está perfeito. Christopher Lloyd fez vários filmes legais (Os Sete Suspeitos, Uma Cilada Para Roger Rabbit), mas seu melhor papel sem dúvida é o Doc Brown. O mesmo podemos falar de Lea Thompson (Lorraine), Crispin Glover (George) e Thomas F. Wilson (Biff). Curiosidade: Billy Zane, aquele de Titanic, faz um dos “capangas” de Biff.

Os efeitos especiais ainda não perderam a validade, hoje, 25 anos depois. Nada muito pretensioso, os efeitos são simples e funcionais. Mas talvez o melhor de De Volta Para o Futuro sejam as várias referências à cultura pop. De citações a Guerra nas Estrelas e Star Trek, ao presidente dos EUA e à várias novidades tecnológicas, até uma genial piada sobre a invenção do rock’n’roll, o filme é um prato cheio para aqueles que curtem referências pop – o que é o meu caso!

Enfim, filmaço. Obrigatório! Se você não viu (existe alguém que não viu?), corra para ver. Se você já viu, aproveite o lançamento em blu-ray para rever!

Em breve, falarei aqui das duas continuações!

.

.

Se você gostou de De Volta Para o Futuro, Blog do Heu recomenda o Top 10 de Estilos dos Anos 80

Piranha

Piranha

Estreou o novo Piranha em 3D!

Neste terceiro Piranha, um terremoto soltou milhares de piranhas pré-históricas, que estavam presas num lago subterrâneo. Claro que isso acontece em uma cidade turística, e claro que isso acontece às vésperas de começar o famoso feriadão spring break, onde centenas de jovens com pouca roupa só querem saber de farra.

Piranha é melhor que o decepcionante Espelhos do Medo, mas acho que o diretor Alexandre Aja ainda não alcançou o nível de seu ótimo Haute Tension, feito na sua França natal. Mas, poxa, este é um “filme-galhofa”. Não é pra levar a sério um filme onde o mais legal são meninas de biquini e muito sangue, né? Vendo por este ângulo, Piranha é muito bom!

(Vale lembrar que o primeiro Piranha, de 1978, foi dirigido por Joe Dante, o mesmo de Gremlins; e o segundo, de 1981, foi o filme de estreia de um tal de James Cameron.)

O elenco é acima da média. Logo na cena inicial, aparece Richard Dreyfuss numa genial citação a Tubarão – vale lembrar que o primeiro Piranha, foi comparado ao primeiro Tubarão, de dois anos antes. Dreyfuss está vestido como Matt Hopper, personagem do filme de Spielberg, e até cantarola a mesma música. Legal, não?

E não é só isso! Acho que o único desconhecido no elenco principal é o protagonista, Steven R. McQueen (neto do Steve McQueen famoso). O resto do elenco ainda conta com Elisabeth Shue, Ving Rhames, Jerry O’Connel, Jessica Szohr, Adam Scott, Dina Meyer, Ricardo Chavina e Christopher Lloyd – claro, interpretando um cientista meio louco. E também tem uma divertida ponta do diretor / ator Eli Roth. Isso porque ainda não falei das gostosonas Kelly Brook e Riley Steele, que protagonizam, nuas, belíssimas cenas sub aquáticas.

O roteiro é cheio de furos e situações forçadas. Mas o que conta num filme desses é a boa quantidade de nudez, e muito sangue, muito gore (a maquiagem é extremamente bem feita!) e várias mortes legais – como o próprio Eli Roth, uma loura de biquini cortada ao meio, uma outra que é escalpelada… E ainda tem uma cena engraçada com uma “parte íntima” de um dos atores…

Enfim, deixe o cérebro de lado, procure uma sala 3D e divirta-se!