The Zero Theorem

Crítica – The Zero Theorem

Terry Gilliam voltou ao estilo de Brazil – O Filme. Será que é uma boa?

Qohen Leth é um gênio da computação que vive num universo dominado por grandes corporações. Sofrendo de uma profundo angústia existencial, trabalha sob as ordens de uma figura sombria conhecida como o Gerente. Sua missão é resolver o Teorema Zero, uma fórmula matemática que finalmente revelará o verdadeiro sentido da vida.

Respondendo a pergunta do primeiro parágrafo, a notícia é boa e ruim ao mesmo tempo. Boa, porque o filme é o melhor dele em um bom tempo; ruim, porque somos obrigados a comparar The Zero Theorem com Brazil. E na comparação, um filme apenas legal perde para uma obra prima.

Já falei aqui antes, Terry Gilliam é um dos poucos autores que sobraram no cinema contemporâneo (ao lado de Tim Burton e Jean Pierre Jeunet, e mais um ou outro que não me lembro agora). Seus filmes têm “cara de Terry Gilliam”. Desde de que largou o Monty Python e seguiu em carreira de diretor, ele fez vários filmes que criaram uma identidade visual única, como O Pescador de Ilusões12 Macacos, As Aventuras do Barão Munchausen, Bandidos do Tempo, Medo e Delírio ou O Imaginário do Dr. Parnassus, além do já citado Brazil. Você pode até não gostar, mas tem que admitir que o cara tem estilo próprio.

O início do filme impressiona pela semelhança com Brazil, com um cenário que mistura um visual futurista e retrô ao mesmo tempo – tem um computador super moderno ao lado de um telefone de décadas atrás. Aliás, diria que o visual desta parte inicial parece uma mistura de Brazil com as cores do De Volta Para o Futuro de 2015…

Quem me conhece sabe que gosto de personagens bizarros. Nesse ponto, The Zero Theorem não decepciona. Christopher Waltz mostra (mais uma vez) que é um dos melhores atores contemporâneos com o seu Qohen (“sem U”) que se refere a si mesmo no plural. Mélanie Thierry (Babylon A.D.) e Lucas Hedges (Moonrise Kingdom) também estão bem como coadjuvantes, e David Thewlis parece interpretar uma versão do ex-Python Michael Palin. Matt Damon e Tilda Swinton fazem divertidas participações especiais.

O filme é repleto de detalhes geniais espalhados, como a caixa de pizza que canta, os médicos que parecem estar dentro de uma piscina vazia, ou a animação do site, que lembra o estilo de animação do próprio Terry Gilliam na epoca do Monty Python. Mas o ritmo não é tão bom, a segunda parte do filme cansa. E aí a gente volta à comparação com Brazil, e constata que Gilliam infelizmente não conseguiu um resultado tão bom.

Em 2005, Terry Gilliam lançou dois filmes, Irmãos Grimm e Contratempos, e ambos decepcionaram. Em 2009, com O Imaginário do Dr Parnassus, ele mostrou uma guinada em direção aos bons filmes de outrora, mesmo com um filme médio. The Zero Theorem não se tornará nenhum clássico, mas confirma esta guinada. Pena que, aos 72 anos, talvez seja tarde demais para uma volta por cima.

Mas torço para estar errado.

p.s.: Por que diabos o Festival não traduziu o nome do filme? Qual o problema de “Teorema Zero”?

Django Livre

Crítica – Django Livre

Alvíssaras! Filme novo do Quentin Tarantino na área! Depois de reinventar a Segunda Guerra Mundial, é hora do velho e bom faroeste!

Com a ajuda de seu mentor Dr. King Schultz, o ex-escravo e atual caçador de recompensas Django quer agora resgatar sua esposa, que foi vendida para o cruel fazendeiro Calvin Candie.

Não nego para ninguém, sou fã do Tarantino – quem me lê sempre aqui sabe disso. Por isso, posso afirmar que Django Livre (Django Unchained) tem tudo o que os seus fãs apreciam: um tema que inclui vingança, diálogos afiados, personagens muito bem construídos, muita violência e uma trilha sonora que foge do óbvio. Outra coisa: Tarantino gosta de brincar com clichês – vide os vários zooms rápidos ao longo do filme.

(A falta de linearidade cronológica também está presente, mas discreta, diferente de outras obras do diretor e roteirista.)

Tarantino não faz comédias (pelo menos até hoje nunca fez), mas quase sempre usa um senso de humor peculiar. Acredito que este Django Livre seja o seu filme mais engraçado até então. Em alguns momentos (principalmente na primeira parte), parece que estamos vendo uma comédia de humor negro. Mas logo Tarantino mostra o seu estilo – Django Livre está perfeitamente encaixado na filmografia deste que é um dos nomes mais importantes de Hollywood dos últimos 20 anos.

A violência sempre esteve presente em seus filmes, mas aqui está diferente. Cada tiro gera exagerados esguichos de sangue – acho que nunca vimos tanto sangue jorrando em simples tiroteios.

A trilha sonora pode não ser memorável quanto a de um Pulp Fiction, mas mesmo assim é muito boa, Tarantino tem boa mão para escolher suas músicas “inesperadas”. Comentei aqui outro dia, no post sobre The Man With The Iron Fists, que um rap não encaixava numa cena de luta de espadas, né? Pois bem, Tarantino conseguiu um duelo de faroeste com um rap ao fundo…

Não sou um grande conhecedor de faroestes, então provavelmente perdi algumas referências a outros filmes do gênero. Peguei só duas: o ator Franco Nero, que interpretou o Django no faroeste clássico de 1966, aparece para um breve diálogo com o “novo Django”; e no fim do filme, um personagem grita “son of a…”, assim como acontece em O Bom, o Mau e o Feio. Mas deve ter mais referências…

Se existe uma crítica a ser feita é sobre a duração. Django Livre tem 2 horas e 45 minutos de duração, dava pra cortar uns 20 minutos, talvez 30, de “gordura” (aliás, como Tarantino engordou, hein?). Mesmo assim, o filme não cansa, Tarantino tem um bom ritmo pra conduzir seus filmes – a longa cena na mesa de jantar me lembrou da também longa cena da taverna de Bastardos Inglórios. Cenas longas, mas nunca cansativas.

(Curiosidade sobre esta cena: Leonardo DiCaprio machucou a mão e começou a sangrar de verdade. Mas DiCaprio não reclamou, Tarantino nao parou de filmar e a cena ficou no corte final do filme.)

Sobre o elenco: todos sabem que Jamie Foxx e Leonardo DiCaprio são grandes atores, e aqui eles estão muito bem, como previsto. Mas uma boa interpretação fica apagada quando colocada ao lado de uma interpretação fenomenal. E isso acontece aqui: Christoph Waltz está sensacional com o seu Dr. King Schultz e seu jeito peculiar de conduzir as situações. E ainda tem Samuel L. Jackson num papel menor, mas não menos importante, em talvez a sua melhor interpretação até hoje.

Tem mais pra falar sobre o elenco. Assim como já fez em outras ocasiões, Tarantino “resgatou” alguém que estava esquecido. Foi o caso de Don Johnson, aquele que era galã na série Miami Vice e que há tempos não emplaca um bom filme (tá, ele esteve em Machete, mas nem heu lembrava disso!). Kerry Washington repete o par romântico com Foxx, com quem contracenou em Ray. E ainda temos pontas de Jonah Hill, Bruce Dern, Michael Parks (que fez o xerife Earl McGraw nos dois Kill Bill e nos dois Grindhouse) e do próprio Tarantino. E, para os fãs mais hardcore: procurem Zoe Bell (À Prova de Morte), Tom Savini (Um Drink no Inferno), Robert Carradine (A Vingança dos Nerds) e Ted Neeley (o próprio Jesus Christ Superstar) no meio dos capangas de Calvin Candie (Zoe Bell é fácil de reconhecer, é a única mulher, e está o tempo todo com um lenço cobrindo o rosto).

O ano mal começou e já temos um forte candidato ao Top 10 de melhores de 2013. Tomara que a Academia se lembre dele mês que vem na premiação do Oscar (se bem que Lincoln nem estreou e já tem “cara” de ganhador de Oscar…)

Última dica: fique até o fim! Depois dos créditos tem uma curta e divertida cena!

Os Três Mosqueteiros

(Outro dia descobri que o meu post sobre o filme Os Três Mosqueteiros sumiu do Blog. Sei lá o que aconteceu, só sei que não estava aqui, só no índice, como se tivesse sido publicado no fim de outubro de 2011. Pra não ficar sem o texto, recuperei no “cache” do Google, e estou postando de novo.)

Crítica – Os Três Mosqueteiros

Mais uma adaptação da clássica história de Alexandre Dumas!

O jovem D’Artagnan vai para Paris para se tornar um mosqueteiro e acaba se tornando companheiro dos três lendários mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis, em uma aventura com fundo político.

Tenho lido por aí muitas críticas a essa nova versão da história que todos conhecem. É porque na verdade o roteiro toma várias “liberdades poéticas”… Mas o grande barato aqui não é verificar a veracidade do texto, e sim curtir a aventura. Porque este é o real objetivo de Os Três Mosqueteiros: um filme de aventura!

Apesar de ser um filme de época, Os Três Mosqueteiros tem a cara do seu diretor, Paul W.S. Anderson, o mesmo do primeiro Resident Evil e do fraco Alien vs Predador, que tem um pé na ficção científica em quase todos os filmes de sua carreira. Aqui, Anderson puxa mais para a aventura, a semelhança com Piratas do Caribe é óbvia e – acredito heu – intencional. Afinal, rola até o Orlando Bloom em um navio… Então, se você procura uma aventura neste estilo, você não se decepcionará.

O roteiro é cheio de ação. Algumas das lutas de espadas são bem legais, apesar de quase não vermos sangue ao longo do filme. Gostei da luta entre os quatro mosqueteiros e dezenas de guardas de Rochefort!

O elenco é muito bom. Como é comum hoje em dia, os melhores papeis são dos vilões. Christoph Waltz (Bastardos Inglórios), sempre competente, manda bem como o Cardeal Richelieu. Milla Jovovich ignora a Milady clássica e age como se estivesse em mais um Resident Evil: corre, pula e dá porrada, tudo de um jeito estiloso, cheio de câmeras lentas. E ainda tem Mads Mikkelsen como Rochefort.

O papel principal – D’Artagnan – fica nas mãos do jovem Logan Lerman, que comprova o que já tínhamos visto em Percy Jackson e o Ladrão de Raios: se o garoto souber administrar a carreira, vai longe. Ainda preciso comentar que achei irregular a escolha dos três atores que fazem os mosqueteiros. Achei que o Porthos de Ray Stevenson (Roma, O Justiceiro – Zona de Guerra) se destaca dos outros dois, e isso pareceu estranho, pois para mim faltou equilíbrio. Talvez seja porque Stevenson é mais ator; talvez seja porque Porthos é um personagem melhor desenvolvido – provavelmente uma combinação das duas coisas. Os outros dois, Luke Evans e Matthew Macfadyen, nem são ruins, mas aí a gente se lembra das duas últimas versões cinematográficas do trio – e, na comparação, o filme atual perde feio, tanto pra versão pop 80′s (Kiefer Sutherland, Charlie Sheen e Oliver Platt), quanto a versão “madura” de O Homem da Máscara de Ferro (John Malkovich, Jeremy Irons e Gerard Depardieu).

Por fim, falemos do 3D. Este é um dos poucos filmes em cartaz onde o 3D vale realmente a pena. Os Três Mosqueteiros foi filmado em 3D, e não convertido para 3D como acontece mais frequentemente. Faz diferença…

Enfim, se você é fã de Alexandre Dumas e procura correção histórica, passe longe. Mas se o seu negócio é aventura, esse é o seu filme.

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Se você gostou de Os Três Mosqueteiros, o Blog do Heu recomenda:
Fúria de Titãs
Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
As Múmias do Faraó

Os Três Mosqueteiros

Crítica – Os Três Mosqueteiros

Mais uma adaptação da clássica história de Alexandre Dumas!

O jovem D’Artagnan vai para Paris para se tornar um mosqueteiro e acaba se tornando companheiro dos três lendários mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis, em uma aventura com fundo político.

Tenho lido por aí muitas críticas a essa nova versão da história que todos conhecem. É porque na verdade o roteiro toma várias “liberdades poéticas”… Mas o grande barato aqui não é verificar a veracidade do texto, e sim curtir a aventura. Porque este é o real objetivo de Os Três Mosqueteiros: um filme de aventura!

Apesar de ser um filme de época, Os Três Mosqueteiros tem a cara do seu diretor, Paul W.S. Anderson, o mesmo do primeiro Resident Evil e do fraco Alien vs Predador, que tem um pé na ficção científica em quase todos os filmes de sua carreira. Aqui, Anderson puxa mais para a aventura, a semelhança com Piratas do Caribe é óbvia e – acredito heu – intencional. Afinal, rola até o Orlando Bloom em um navio… Então, se você procura uma aventura neste estilo, você não se decepcionará.

O roteiro é cheio de ação. Algumas das lutas de espadas são bem legais, apesar de quase não vermos sangue ao longo do filme. Gostei da luta entre os quatro mosqueteiros e dezenas de guardas de Rochefort!

O elenco é muito bom. Como é comum hoje em dia, os melhores papeis são dos vilões. Christoph Waltz (Bastardos Inglórios), sempre competente, manda bem como o Cardeal Richelieu. Milla Jovovich ignora a Milady clássica e age como se estivesse em mais um Resident Evil: corre, pula e dá porrada, tudo de um jeito estiloso, cheio de câmeras lentas. E ainda tem Mads Mikkelsen como Rochefort. E ainda tem o jácitado Orlando Bloom em um papel meio caricato.

O papel principal – D’Artagnan – fica nas mãos do jovem Logan Lerman, que comprova o que já tínhamos visto em Percy Jackson e o Ladrão de Raios: se o garoto souber administrar a carreira, vai longe. Ainda preciso comentar que achei irregular a escolha dos três atores que fazem os mosqueteiros. Achei que o Porthos de Ray Stevenson (Roma, O Justiceiro – Zona de Guerra) se destaca dos outros dois, e isso pareceu estranho, pois para mim faltou equilíbrio. Talvez seja porque Stevenson é mais ator; talvez seja porque Porthos é um personagem melhor desenvolvido – provavelmente uma combinação das duas coisas. Os outros dois, Luke Evans e Matthew Macfadyen, nem são ruins, mas aí a gente se lembra das duas últimas versões cinematográficas do trio – e, na comparação, o filme atual perde feio, tanto pra versão pop 80’s (Kiefer Sutherland, Charlie Sheen e Oliver Platt), quanto a versão “madura” de O Homem da Máscara de Ferro (John Malkovich, Jeremy Irons e Gerard Depardieu).

Por fim, falemos do 3D. Este é um dos poucos filmes em cartaz onde o 3D vale realmente a pena. Os Três Mosqueteiros foi filmado em 3D, e não convertido para 3D como acontece mais frequentemente. Faz diferença…

Enfim, se você é fã de Alexandre Dumas e procura correção histórica, passe longe. Mas se o seu negócio é aventura, esse é o seu filme.

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Se você gostou de Os Três Mosqueteiros, o Blog do Heu recomenda:
Fúria de Titãs
Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
As Múmias do Faraó

O Besouro Verde

O Besouro Verde

Estreou o aguardado O Besouro Verde, que traz a grande dúvida: como é um filme de super-heroi “lado B”, dirigido pelo cult Michel Gondry, e escrito eestrelado por Seth Rogen?

O playboy Britt Reid (Seth Rogen) só quer saber de farra, quando de repente seu pai morre e ele vira o dono do jornal “The Daily Sentinel”. Aí ele resolve virar um super-heroi mascarado, com a ajuda de Kato, motorista de seu pai.

Vou explicar a dúvida citada no primeiro parágrafo:

– O Besouro Verde na verdade surgiu no rádio, nos anos 30. Mas o filme foi baseado na série de tv feita em 66, famosa por trazer Bruce Lee como o coadjuvante Kato. Acredito que o seriado seja mais falado do que visto – sou admirador de seriados antigos, mas admito que não lembro desta série, só me lembro do tema musical. O Besouro Verde não é um heroi tão popular quanto um Super Homem ou um Homem Aranha…

– O diretor Michel Gondry é cultuadíssimo pelo seu excelente Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. E como seria Gondry à frente de uma super-produção hollywoodiana?

– Por fim, Seth Rogen já está familiarizado com a “máquina” de Hollywood. Mas ele tem cara de comédia. Será que ele funciona como protagonista de filme de super-heroi?

Respondendo tudo de um modo geral, não funcionou. O filme tem alguns acertos, alguns bons momentos. Mas tem muito mais defeitos do que virtudes. Roteiro cheio de falhas, direção fraca, atores inapropriados, o resultado final ficou devendo.

O roteiro de O Besouro Verde tem alguns sérios problemas. Todo super-heroi tem alguma motivação para os seus atos – menos Britt Reid, que era um playboy irresponsável e, do nada, resolve combater crimes, e ainda por cima fingindo que é bandido. Não faz o menor sentido! Tem mais: Kato era um motorista e mecânico que gostava de inventar coisas. Mas daí pra criar carros que são tanques de guerra equipados com muitas armas falta um pouco, não? Isso porque não estou lembrando que Reid precisava chegar ao jornal para fazer um upload para a internet – com todo aquele dinheiro, não dava pra ter um celular com acesso à internet, ou algum acessório no carro?

Um dos acertos do filme foi a escolha de dois dos atores, o antagonista Christoph Waltz e o coadjuvante Jay Chou. Waltz (Bastardos Inglórios) brilha com seu vilão Chudnofsky, caricato no ponto exato; e Chou, excelente lutador, faz um Kato muito mais interessante que o próprio Besouro. Mas, por outro lado, o elo mais fraco do elenco é logo o protagonista. Seth Rogen é um cara legal, cheio de bons filmes no currículo, mas aqui ele está muito mal. Não sei se a culpa é do ator ou do roteiro, mas como Rogen foi responsável pelas duas coisas, a culpa é dele… Ainda no elenco, Cameron Diaz e Edward James Olmos estão desperdiçados, ambos poderiam oferecer muito mais se o filme fosse melhor. Tom Wilkinson pouco aparece; e James Franco tem uma divertida ponta na cena inicial.

Preciso ver mais filmes do Michel Gondry. Seu Brilho Eterno é realmente muito bom, mas os outros filmes que vi dele deixam a desejar (Rebobine Por Favor, Tokyo! e este O Besouro Verde). Espero que não seja um caso parecido com M. Night Shyamalan, autor de uma obra prima e de vários filmes que variam entre o “mais ou menos” e o “pavorosamente ruim”.

O Besouro Verde não chega a ser um dos piores filmes de super-herois da história, como Mulher Gato ou Elektra. Mas está vários degraus abaixo de bons exemplos recentes, como Batman ou Homem de Ferro.

Bastardos Inglórios

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Bastardos Inglórios

Oba! Hoje estreia um filme novo do Quentin Tarantino aqui no Brasil! Isso não acontece desde Kill Bill vol. 2!

Fiquei traumatizado com o que fizeram com o penúltimo filme do Tarantino, À Prova de Morte. Passou no festival de 2007, mas num dia diferente do divulgado, e depois, inexplicavelmente, nunca entrou em cartaz, nem nunca foi lançado em dvd. Heu tenho em dvd original, mas é porque comprei uma edição gringa…

Mas voltemos ao filme novo!

Durante a Segunda Guerra Mundial, na França ocupada pelos nazistas, o tenente americano Aldo Raine (Brad Pitt) é o líder de uma pequena equipe secreta, formada por soldados judeus: os “Bastardos”. O objetivo deles é simples: matar brutalmente nazistas, para espalhar medo entre eles.

Bastardos Inglórios é um filme atípico na carreira do Tarantino. Afinal, até agora ele não tinha feito nenhum filme de época, nem usado personagens históricos. E aqui temos Hitler, Goebbels e até Churchill numa ponta!

Mesmo assim o filme se porta como um “legítimo Tarantino”. Diálogos afiadíssimos, personagens muito bem construídos, violência gráfica na dose certa e trilha sonora cool. E uma das coisas que mais gosto nos filmes dele: situações imprevisíveis.

Uma coisa que Tarantino sabe fazer muito bem é construir expectativas para depois frustrá-las. Quer um exemplo? Se Kill Bill vol 1 tem rios de sangue, Kill Bill vol 2 é muito mais discreto. Algo parecido acontece com o destino de alguns dos personagens e algumas das situações de Bastardos Inglórios. Não, não vai acontecer o que você espera!

Tem outra coisa que senti falta. Tarantino normalmente usa vários atores famosos em papéis inesperados. E aqui não temos muita gente conhecida – pelo menos não tanto quanto em seus outros filmes. Sim, claro, tem o Brad Pitt, e também Diane Kruger, mas paramos por aí. Acho que o único papel “inesperado” é o do Mike Myers (Quanto Mais Idiota Melhor, Austin Powers). Procure bem, senão você não o encontrará! Fora isso, temos as vozes de Samuel L Jackson, Harvey Keitel e do próprio Tarantino, mas só as vozes mesmo.

Bem, o fato dos atores serem menos conhecidos não atrapalha o resultado final do filme. Todos estão excelentes em seus papéis. Inclusive, Christopher Walz ganhou a Palma de Ouro de melhor ator em Cannes este ano pelo seu magnífico coronel Hans Landa.

Tarantino confessou que este filme está para os filmes de guerra como um spaguetti western está para os faroestes. Inclusive, ele pensou em chamar o filme de “Era Uma Vez na França Ocupada por Nazistas“.

O fim é meio estranho, mas não comento mais nada pra não mandar spoilers. Mesmo assim, é um bom filme!