A Torre Negra

A Torre NegraCrítica – A Torre Negra

O último Pistoleiro ficou preso em uma batalha eterna com o Homem de Preto, determinado a impedi-lo de derrubar a Torre Negra, que mantém o universo unido. Com o destino dos mundos em jogo, o bem e o mal entrarão em colisão na batalha final.

Antes de tudo, preciso avisar uma coisa: nunca li nenhum dos livros “A Torre Negra”, do Stephen King. Minha crítica será somente sobre a adaptação cinematográfica.

Li comentários negativos de quem leu os livros – pudera, 7 ou 8 livros foram condensados em uma hora e meia de filme. Mas posso dizer que, visto como uma obra isolada, o filme A Torre Negra (The Dark Tower, no original) funciona redondinho. História curta e enxuta, bons atores em bons personagens, efeitos especiais eficientes e uma trama envolvente. Ok, muitos clichês, mas clichês bem usados.

Confesso que tinha receio de ver um filme confuso, cheio de pontas soltas e que só quem leu os livros seria capaz de entender. Sorte que estava errado. Conseguimos entender todos os elementos deste novo universo, sem precisar de muitas explicações.

A direção é de Nikolaj Arcel, também responsável pelo roteiro. Não conhecia esse nome, mas vou ficar de olho.

Como não li o livro, não sei quais referências estão presentes. Mas reconheci alguns easter eggs do universo stephenkinguiano, como o letreiro escrito Pennywise no parque de diversões ou o código 1408 para se usar o portal. Citações discretas, quem não conhece não vai ficar perdido. Ah, King é mais conhecido por escrever terror, mas A Torre Negra está mais perto da ficção científica e da fantasia do que do terror.

(Aliás, nada a ver com Stephen King, mas a luta final é muito jedi! E o final da luta parece John Woo – só faltou uma pomba voando ao fundo em câmera lenta…)

No elenco, Matthew McConaughey e Idris Elba mandam bem, como era esperado. A boa surpresa está no jovem Tom Taylor, garoto que divide o protagonismo com Elba. Mais um nome pra anotar no caderninho! Também no elenco, Dennis Haysbert, Jackie Earle Haley, Claudia Kim, Abbey Lee e Katheryn Winnick.

Existe um projeto de uma série de tv baseada na série de livros. Mas acredito que isso esteja atrelado a uma boa bilheteria. Aguardemos…

Homens, Mulheres e Filhos

0-Homens Mulheres e FilhosCrítica – Homens, Mulheres e Filhos

Um grupo de adolescentes do ensino médio e seus pais tentam lidar com as mudanças sociais que a internet impôs a seus relacionamentos, sua comunicação, autoimagem e vidas amorosas. Um olhar sobre a anorexia, a infidelidade, a busca pela fama e a proliferação de material não autorizado na internet, revelando que ninguém está imune às armadilhas criadas por nossos smartphones, tablets e computadores.

Baseado no livro homônimo de Chad Kultgen, o novo filme de Jason Reitman (Juno, Amor Sem Escalas), Homens, Mulheres e Filhos (Men, Women & Children, no original) é um bom retrato das relações interpessoais através do uso da internet na sociedade atual.

Às vezes Homens, Mulheres e Filhos parece um Picardias Estudantis contemporâneo – assim como o filme de 1982, Homens, Mulheres e Filhos parece uma comédia, mas na verdade é um drama que mostra um retrato de uma sociedade e seus personagens comuns, e como eles se relacionam entre si. Inclusive, alguns temas aparecem nos dois filmes, como o garoto com postura de pegador mas com problemas sexuais ou a menina que tem uma experiência frustrante com a primeira vez (e acaba engravidando sem querer).

A grande diferença, além das três décadas que separam os filmes (e de toda a tecnologia conectada à internet), é que Homens, Mulheres e Filhos também mostra o lado dos pais, ignorados no filme dos anos 80.

A narrativa de Homens, Mulheres e Filhos vai seguindo estes personagens (não temos um personagem principal) em seus dramas pessoais, e Reitman consegue envolver a audiência, consegue trazer o espectador para dentro daquele mundo.

O elenco está muito bem. Adam Sandler surpreende em uma atuação contida, bem diferente do seu caricato habitual. Jennifer Garner é outro destaque, fazendo a mãe paranoica – que nos ensina “o que não fazer”. Ainda no elenco dos adultos, Judy Greer, Rosemarie DeWitt, Dean Norris, Dennis Haysbert, J.K. Simmons e a voz de Emma Thompson como narradora. No elenco “jovem”, acho que o único conhecido é Ansel Elgort, de A Culpa é das Estrelas. Será que em breve ouviremos falar mais de nomes como Olivia Crocicchia, Elena Kampouris e Kaitlyn Dever? (Lembrem-se que Picardias Estudantis tinha, entre outros, Forest Whitaker num papel pequeno e Nicolas Cage numa ponta, sem falas…)

Por fim, preciso falar que gostei muito dos efeitos especiais usados para demonstrar o mundo virtual paralelo ao mundo real. Realmente criativos, os efeitos serviram pra ilustrar como o mundo atual funciona.

Sin City 2 – A Dama Fatal

0-Sin City-posterCrítica – Sin City 2 – A Dama Fatal

Nove anos depois, a continuação de Sin City – A Cidade do Pecado!

Misturando duas histórias clássicas da graphic novel de Frank Miller com tramas inéditas, vemos os cidadãos mais durões encontrando alguns dos mais famosos habitantes de Sin City.

O primeiro Sin City foi uma revolução nas telas dos cinemas. Nunca antes na história do cinema tivemos uma adaptação tão perfeita de uma graphic novel. Às vezes, parecia que era a câmera passeando pelas páginas da revista! Agora não é mais novidade, o espectador já sabe o estilo de filme que vai encontrar. Se não existe mais o impacto, pelo menos a qualidade foi mantida.

Mais uma vez, temos uma graphic novel na tela. É injusto falar de “adaptação”, quando a fotografia do filme emula as páginas da graphic novel. Assim como no primeiro filme, a cor do filme chama a atenção, preto e branco com alguns detalhes coloridos, mas sempre com cores fortes – o preto é preto mesmo, são poucos tons de cinza. O 3D não é essencial, mas ajuda na visualização das “páginas”.

A parceria na direção, presente no primeiro filme, se repete aqui. Sin City 2 – A Dama Fatal é assinado pelo diretor Robert Rodriguez e pelo autor da HQ, o próprio Frank Miller. Miller não tem muita intimidade com a sétima arte, depois de Sin City ele se arriscou sozinho na cadeira de diretor e fracassou com The Spirit. Ou seja, provavelmene Rodriguez dirigiu e Miller ficou só por perto. Mas não critico a opção de Rodriguez. Sin City 2 continua sendo um filme com a sua cara, e ele ainda teve um guru ao lado para dar os palpites certos.

Como de habitual, o workaholic Rodriguez trabalhou muito. Além de dirigir, produzir e editar, ele foi o responsável pela fotografia e pela excelente trilha sonora, dois dos destaques do filme.

Assim como no filme de 2005, Sin City 2 – A Dama Fatal conta com um bom elenco. E o nome a ser citado aqui é Eva Green, linda linda linda, e que cria uma das melhores femme fatales do cinema recente. Clive Owen foi substituído por Josh Brolin, que ficou bem no papel de Dwight. Mickey Rourke, Rosario Dawson, Jessica Alba, Powers Boothe, Bruce Willis e Jaime King estão de volta aos seus papeis. Dennis Haysbert ficou com o papel do falecido Michael Clarke Duncan; Joseph Gordon-Levitt tem um papelo importante escrito para o filme (não está nos quadrinhos). Ainda no elenco, Ray Liotta, Juno Temple, Jamie Chung, Marton Csokas e uma ponta de Christopher Lloyd- além de um cameo da cantora Lady Gaga.

Claro, este estilo não é para todos. Alguns vão achar tudo caricato demais, todos os personagens homens são durões e quase todas as mulheres são fatais, todas as cenas têm narrações em off, tudo é estilizado demais. Mas quem entrar na onda vai curtir a viagem.

Pena que a bilheteria lá fora foi mal. Não devemos ter um Sin City 3

As Aventuras de Peabody & Sherman

0-Peabody2Crítica – As Aventuras de Peabody & Sherman

O novo Dreamworks!

O sr. Peabody é um cachorro super inteligente, ganhador do prêmio Nobel, medalhista olímpico, etc, e que resolve adotar Sherman, uma criança abandonada. No seu primeiro dia de escola, Sherman se envolve num caso de bullying, e agora o sr. Peabody precisa resolver o problema para não perder a guarda do filho.

As Aventuras de Peabody & Sherman (Mr. Peabody & Sherman, no original) é uma adaptação do desenho televisivo “Peabody’s Improbable History” do fim dos anos 50 e início dos anos 60, que fazia parte do desenho As Aventuras de Rocky e Bullwinkle, ou Alceu e Dentinho (The Rocky and Bullwinkle Show). Nos anos 90, fizeram um longa metragem “As Aventuras de Alceu e Dentinho”, que não fez muito sucesso. E, até agora, sr. Peabody e Sherman continuavam quase desconhecidos.

Dirigido por Rob Minkoff (O Rei Leão), As Aventuras de Peabody & Sherman tem um problema básico: é um filme para crianças onde as melhores piadas não são para as crianças. O filme trata de viagem no tempo, passa pela Revolução Francesa, pelo Egito dos faraós, pela renascença italiana, pela guerra de Troia – uma criança pequena que não conhece os fatos históricos vai ficar que nem o Sherman quando fala “não entendi”…

Pelo menos o roteiro é leve e o ritmo é rápido, e uma criança pode “passar batido” pelas piadas históricas e se divertir. E a mensagem do filme – amor paterno maior que qualquer coisa – funciona em qualquer idade.

A parte técnica do filme é muito bem feita, claro, é um filme da Dreamworks. Mas nada que impressione – hoje estamos acostumados à qualidade altíssima, um filme precisa se esforçar pra se destacar, o “bem feito” já não chama mais a atenção.

Para os fãs da série Modern Family: vejam o filme com o som original! Ty Burrell faz a voz do sr. Peabody. Em vários momentos o diálogo entre pai e filho é bem parecido com Phil Dunphy conversando com Luke – o cachorro faz até trocadilhos infames! Sei que a primeira opção do estúdio era Robert Downey Jr. – também seria legal, mas seria outra onda. Posso dizer que Ty Burrell se encaixou perfeitamente no papel.

E quem escolher a versão com o áudio original ainda ganha alguns bônus, como Leslie Mann, Allison Janney, Dennis Haysbert, Stanley Tucci, Lake Bell, Stephen Colbert, Patrick Warburton, Stephen Tobolowsky – e Mel Brooks como Einstein! E quem faz a voz da Penny é Ariel Winter, a Alex Dunphy de Modern Family.

Ah, tem em versão 3D. Blé. 3D hoje em dia é tudo igual. Bem feito, mas nada que justifique o ingresso mais caro.

13º Andar

13º Andar

Depois de rever Cidade das Sombras, revi 13º Andar.

O pesquisador da informática Hannon Fuller fez uma descoberta muito importante e está prestes a revelar para o seu colega Douglas Hall, mas, para evitar ser seguido, deixa uma carta em um mundo virtual criado por ambos. Logo depois, Fuller é assassinado. Douglas agora precisa descobrir onde está escondido o segredo – em qual dos mundos?

13º Andar é uma ficção científica diferente daquelas de visual futurístico com naves espaciais e mundos extraterrestres. O filme explora realidades virtuais, assim como Cidade das Sombras, feito um ano antes, e Matrix, lançado pouco depois. Achei curioso ver como imaginávamos a realidade virtual uma década atrás, depois de uma temporada inteira de Caprica e seus holobands – como será que vamos ver os holobands daqui a dez anos?

Um parágrafo para falar do trio Matrix – Cidade das Sombras – 13º Andar. Heu tinha visto 13º Andar há muito tempo, uma vez só, na época do lançamento, e achava que era mais parecido com Matrix. Mas não é. Cidade das Sombras sim, se fosse lançado depois, poderia ser acusado de plágio (foi lançado um ano antes), ambos falam de um cara que “acorda” em um mundo que na verdade é uma ilusão, e lutam contra esta ilusão. Mas 13º Andar não tem a mesma história, apenas usa a mesma premissa da vida em uma realidade virtual. Vale ressaltar que Matrix é o mais famoso dos três (e também o melhor), mas foi o último a ser lançado – por isso as comparações são válidas.

(Tem gente que inclui Existenz, também de 1999, nesta mesma lista. Mas aí já acho mais diferente, já que se trata de um jogo que usa realidade virtual.)

Voltando ao filme…

13º Andar foi escrito e dirigido por Josef Rusnak, e na minha humilde opinião, ele fez um bom trabalho. Curiosamente, ele não tem mais nada digno de nota no currículo…

Como falei, o visual de 13º Andar não lembra nem um pouco um filme de ficção científica. Parte do filme se passa nos dias de hoje, parte se passa no ano de 1937, em uma excelente reconstituição de época. Só algumas cenas isoladas têm “cara” de ficção científica.

O papel principal coube a Craig Bierko, que não está aí atéhoje, mas nunca alcançou o estrelato, nunca fez nada muito conhecido. Os coadjuvantes são melhores: Armin Mueller-Stahl (Shine, Anjos e Demônios) e Vincent D’Onofrio (Nascido Para Matar, Ed Wood) dão show, como sempre. O elenco ainda conta com Gretchen Mol e Dennis Haysbert.

Visto dez anos depois, 13º Andar ainda vale a pena!

p.s.: Existe outro 13º Andar, feito em 2007, estrelado pelo Stephen Dorff. Mas esse heu não vi, não sei se é bom!