O Impossível

Crítica – O Impossível

Drama-catástrofe dirigido por Juan Antonio Bayona, o mesmo cara que fez O Orfanato? Taí, quero ver.

Uma família – casal e três meninos pequenos – vai passar o natal num resort luxuoso na Tailândia. Quando chega o tsunami, a família faz de tudo para se reencontrar e sobreviver. Baseado am fatos reais.

A tsunami que destruiu parte da Tailândia no natal de 2004 foi uma das piores catástrofes naturais da história. Mas o cinema até agora ainda não tinha mostrado muito este fenômeno (parece que o recente Além da Vida mostrou a tsunami, mas não vi este filme…). Bem, agora a tsunami está no cinema, e com ricos detalhes.

A primeira parte é o melhor de O Impossível. Logo depois de uma pequena introdução, vemos a tsunami com detalhes impressionantes. O problema não era só a força da água, mas também tudo o que a água carregava. Algumas cenas debaixo d’água são fortes! E o desespero não acaba com a onda: o rastro de destruição deixado pelas ondas que aparece no resto do filme é de dar inveja aos Roland Emmerichs da vida.

Uma coisa interessante é que o filme parece americano, mas é espanhol. Alguns detalhes não são muito comuns em Hollywood, como a nudez acidental de Naomi Watts e o modo como o machucado da sua perna é mostrado.

(Aliás, é bom deixar claro: O Impossível não tem nada de terror nem nada de sobrenatural, apesar do currículo do diretor!)

O filme cai um pouco na segunda parte, quando deixa a catástrofe de lado e o foco vira o dramalhão. Não que seja um drama mal feito, longe disso, mas é que o filme cai nas armadilhas melosas que parece que têm como único objetivo fazer o espectador chorar.

Tem outro problema. O filme é baseado em fatos reais, ok, vemos no fim da projeção uma foto da família que sobreviveu à catástrofe. Mas… Será que foi daquele jeito mesmo? Os encontros e desencontros da família são hollywoodianos demais, chega a dar nervoso…

O elenco está muito bem. Naomi Watts e Ewan McGregor, como esperado, mandam bem. A surpresa é o jovem Tom Holland, que faz o filho mais velho. O garoto passa parte do filme sozinho e arrebenta. Os outros irmãos, interpretados por Samuel Joslin e Oaklee Pendergast, também não decepcionam. O filme ainda tem pequenas participações de Marta Etura (Mientras Duermes) e Geraldine Chaplin (O Orfanato).

Vendo este novo tipo de filme catástrofe, dá vontade de mandar o Roland Emmerich tirar férias. Que venham mais filmes catástrofe neste estilo!

 

Crítica – Moulin Rouge

Crítica – Moulin Rouge

Há tempos queria rever Moulin Rouge. Aproveitei que estou numa “onda musical” enquanto lapido o roteiro do meu primeiro longa (Você Não Soube Me Amar – O Filme).

Paris, 1899. Um escritor se apaixona pela estrela do badalado clube noturno Moulin Rouge. O problema é que ela também é cortejada por um poderoso duque, que investe dinheiro no clube.

Moulin Rouge é um grande filme. O diretor Baz Luhrmann já tinha chamado a atenção com seu filme anterior, Romeu + Julieta, quando filmou atores e cenários contemporâneos recitando os versos clássicos originais de Shakespeare – o contraste era usar o visual moderno com o inglês arcaico. Agora a sua “novidade” era contar uma história passada em 1899, mas usando músicas atuais.

A trilha sonora é de longe o melhor de Moulin Rouge. Músicas de Elton John, Madonna, Beatles, U2, Kiss, Nirvana, Queen e The Police, entre outros, estão revistas e misturadas em arranjos muito inspirados. Só a trilha sonora já vale o filme.

Outro destaque é o visual do filme, muito bem cuidado, assim como os figurinos, tudo muito colorido, tudo meio estilizado. Luhrmann foi um pouco exagerado ao compor o visual de Moulin Rouge, mas admito que gostei disso.

Infelizmente, nem tudo funciona. O filme é longo, pouco mais de duas horas, e cansa – principalmente na segunda metade. E o exagero característico do diretor atrapalha quando o filme está cansativo.

No elenco, destaque para o casal principal, Nicole Kidman e Ewan McGregor, que inclusive cantam as suas músicas – Nicole está lindíssima, acho que esse é um dos filmes que melhor souberam aproveitar sua beleza. John Leguizamo faz um anão (!), usando cgi e truques de câmera (depois de O Senhor dos Aneis, acho que ficou mais fácil para atores altos interpretarem pessoas pequenas). Ainda no elenco, Jim Braodbent, Richard Roxburgh e uma ponta da cantora Kylie Minogue, como a fada verde.

Depois deste filme, de 2001, Lurmann só foi lançar um novo filme em 2008, o épico não tão bem falado Austrália. Mas este ainda não vi – e nem tenho muita vontade…

À Toda Prova

Crítica – À Toda Prova

Um grande elenco, cheio de atores consagrados, liderados por uma lutadora de MMA? Pode ser uma boa…

Mallory é uma agente secreta que trabalha para uma empresa privada que presta serviços para a CIA – uma espécie de mercenária do mundo moderno. Algo aconteceu de errado em sua última missão, e agora ela está agindo sozinha para salvar a própria vida.

O diretor Steven Soderbergh alterna a sua carreira: às vezes trabalha em pequenos projetos com cara de cinema independente; às vezes são super produções hollywoodianas com elencos grandiosos. À Toda Prova (Haywire, no original)faz parte do segundo grupo. Afinal, não é todo dia que vemos um elenco que conta com Ewan McGregor, Antonio Banderas, Michael Douglas, Michael Fassbender, Channing Tatum e Bill Paxton.

Logo a figura central do elenco é “caloura”: a lutadora Gina Carano. Por um lado, foi legal colocar uma mulher que realmente sabe bater, as lutas são muito bem coreografadas, Gina convence que uma mulher pode bater em caras maiores que ela. Mas por outro lado, a inexperiência de Gina é um dos pontos fracos aqui – sua habilidade para expressar emoções parece ser inversamente proporcional à sua habilidade com a luta…

(Curiosamente, não é a primeira vez que Soderbergh traz uma atriz de outro universo para estrelar um filme seu. Em 2009 foi a vez de Sasha Grey, atriz pornô que protagonizou Confissões de uma Garota de Programa. Pelo visto Soderbergh não gosta muito de arriscar: uma atriz pornô interpretando uma prostituta; uma lutadora fazendo um filme de ação…)

A trama é um pouco confusa, são muitas idas e vindas (boa parte do filme é em flashback), mas não vi pontas soltas no fim. E Gina Carano pode ser limitada, mas não chega a atrapalhar o bom elenco. Também gostei da trilha sonora de David Holmes.

À Toda Prova não vai entrar pra história como um grande filme de ação. Mas é um filme divertido. E sempre é legal ver mulher metendo a p%$#@rrada!

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Sentidos do Amor

Crítica – Sentidos do Amor

Um filme pode ser ao mesmo tempo um romance e um drama apocalíptico?  Sentidos do Amor (Perfect Sense, no original) prova que sim.

Uma epidemiologista e um cozinheiro se conhecem e começam um relacionamento enquanto uma diferente epidemia começa a tomar conta do planeta: aos poucos, inexplicavelmente, todas as pessoas começam a perder os sentidos.

Sentidos do Amor é um filme atípico. Como falei no primeiro parágrafo, trata-se de uma romântica história de amor. Mas o cenário vivido pelos protagonistas não é nada animador.

A trama não se baseia em nada científico, isso pode enfraquecer a premissa. Mas o diretor David Mackenzie alcança seu objetivo de fazer o espectador pensar, se este se deixar levar pela história – quando o filme acabou, fiquei imaginando o que aconteceria com a nossa sociedade se tal epidemia realmente acontecesse. “Gordura e farinha” – seria um futuro nada agradável…

O elenco está bem. Ewan McGregor e Eva Green (será que rolou alguma confusão no set por causa dos nomes parecidos?) convencem com seus personagens problemáticos e apaixonados. E Eva continua generosa para os seus fãs masculinos, aparecendo nua algumas vezes.

Sentidos do Amor não é perfeito. Não gostei da narração em off, nem das tomadas mostrando os problemas no resto do mundo. E a câmera presa na bicicleta foi uma experiência desnecessária. Mas nada que afete o resultado final, um belo filme, e que mexe com a cabeça da gente.

Por fim, preciso falar mal do título em português – “Sentidos do Amor”??? Assim o espectador desavisado vai acabar achando que se trata de mais uma comédia romântica. Nada a ver…

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O Escritor Fantasma

Crítica – O Escritor Fantasma

Ewan McGregor é contratado para ser o ghost writer de um livro escrito pelo ex primeiro ministro inglês – ghost writer é aquele profissional que trabalha no texto de outra pessoa, mas não assina o trabalho. Aos poucos, ele descobre que o trabalho é mais perigoso do que parecia.

Trata-se do novo filme do grande Roman Polanski, concluído na época que ele estava em prisão domiciliar na Suíça, esperando ser extraditado ou não para os Estados Unidos pelo crime de pedofilia, cometido décadas antes. Coincidência ou não, o filme tem algo de autobiográfico, com o político em casa, esperando para saber se vai ser levado para um julgamento em outro país.

O Escritor Fantasma lembra Chinatown, onde um homem também vai descobrindo aos poucos que os problemas onde está envolvido. Não só na trama, como também no ritmo – assim como em Chinatown, o ritmo aqui é lento. Mas o talento de Polanski não deixa O Escritor Fantasma cair na monotonia e ser um filme chato.

O nome traduzido é curioso. A tradução está correta, mas aqui no Brasil ninguém usa a expressão “escritor fantasma”, usa-se o original “ghost writer”. Enfim, o personagem é tão fantasma / ghost, que nem tem nome!

O elenco está ok. Além de McGregor, o filme conta com Olivia Williams, Kim Cattrall, Pierce Brosnan, Tom Wilkinson e um quase irreconhecível James Belushi em um papel pequeno.

Polanski ganhou o Urso de Prata de Melhor Diretor no Festival de Berlim por este filme, mas não sei o quanto a sua situação pessoal ajudou a decisão do júri. Mesmo assim, O Escritor Fantasma não vai decepcionar os apreciadores do estilo.

Star Wars Ep III – A Vingança dos Sith

Crítica – Star Wars Ep III – A Vingança dos Sith

Depois dos episódios I e II, vamos ao III!

Conclusão da nova trilogia. Anakin Skywalker finalmente cede ao lado negro da Força (segundo as legendas, lado “sombrio” – horrível, não?), e Palpatine se revela o grande vilão, enquanto Obi Wan Kenobi, Yoda e Mace Windu tentam manter a paz.

A Vingança dos Sith segue os passos de seu antecessor, O Ataque dos Clones. Tem suas derrapadas, mas o saldo final é positivo.

O filme é bem mais sombrio que os outros cinco da série – era impossível ter um final feliz, já que no início do ep IV o mal prevalece. É o único filme da hexalogia que merece ressalvas quanto à recomendação para crianças!

Me parece que o pior problema aqui era fechar a história sem pontas soltas. Afinal, o fim tinha que ser coerente com a trilogia clássica (como todos sabem, foi filmada muitos anos antes). Na minha humilde opinião, quase tudo termina de forma coerente – a única escorregada está na parte do nascimento dos gêmeos, incompatível com um certo diálogo do ep. V (SPOILERS! Selecione o texto para ler: Em O Império Contra Ataca, quando Luke parte de Dagobah para Bespin, Obi Wan fala para Yoda: “Ele era a nossa última esperança”, e Yoda responde “Não, tem mais uma” – ou seja, Obi Wan não deveria saber da existência da Leia…)

Para os fãs, ainda tinha outro problema, este mais difícil de resolver. É que cada um imaginou um final ao longo dos muitos anos entre os filmes. Claro que teve muita gente decepcionada. Mas, caramba, George Lucas não tinha como agradar a todos. Não achei a sua solução a melhor de todas (heu também imaginei um final), mas achei convincente.

A parte técnica, como era de se esperar, é impecável. Assim como nos filmes anteriores, algumas sequências parecem ser criadas pensando num futuro videogame (como a parte em Utapau e a luta final), mas nada que atrapalhe. As sequências são eletrizantes!

No elenco, não há novidades. Hayden Christensen continua um ator limitado, mas funciona para o que o papel pede. E Ewan McGregor e Natalie Portman seguram a onda no resto, ao lado de Samuel L Jackson, Ian McDiarmid e a voz de Frank Oz (o Yoda).

Agora o “momento fanboy”: me lembro da primeira vez que vi este filme, numa pré estreia organizada pelo Conselho Jedi RJ. A sessão foi muito divertida, já que basicamente só tinham fãs no cinema. E a sala quase foi abaixo no momento que Darth Vader coloca o capacete e pela primeira vez faz aquele tradicional ruído ao respirar. Inesquecível!

Assim como O Ataque dos Clones, A Vingança dos Sith não supera a trilogia clássica. Mas não faz feio.

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Star Wars Ep II – O Ataque dos Clones

Crítica – Star Wars Ep II – O Ataque dos Clones

Continuemos com a saga Star Wars!

Neste segundo episódio, Anakin Skywalker vira guarda-costas de Padmé Amidala, e começa a rolar um clima entre eles. Enquanto isso, uma investigação de Obi-Wan Kenobi o leva a descobrir um exército de clones.

Dirigido novamente por George Lucas, O Ataque dos Clones não é uma obra prima, mas é bem melhor que o episódio anterior, A Ameaça Fantasma. Ok, admito que, em certos momentos, o ritmo é arrastado. Mas em compensação, temos sequências eletrizantes, como a briga entre Obi Wan e Jango Fett, ou toda a parte final na arena. Era isso o que os fãs sempre sonharam: ver jedis em ação!

(Temos que admitir que algumas das sequências parecem ser criadas para vender videogames, como a perseguição no início ou o Anakin na “fábrica de robôs”. Mas mesmo assim as cenas são muito boas.)

Uma das falhas do primeiro filme foi corrigida. Jar Jar Binks aparece bem menos aqui. E não é que ele tem uma participação discreta e importante?

O visual do filme é muito legal. No início do filme, Coruscant até lembra Blade Runner. A fábrica de clones em Kamino é belíssima; e o planeta Geonosis traz paisagens e alienígenas interessantes.

No elenco, perdemos Liam Neeson (Qui Gon Jin), mas ganhamos Christopher Lee como o vilão Conde Dooku (Conde Dookan na versão brasileira). Ewan McGregor e Natalie Portman agora dividem a tela com o até então desconhecido Hayden Christensen – tá, Christensen não é grandes coisas como ator, mas não atrapalha, pelo menos na minha opinião. Ainda no elenco, Samuel L Jackson, Frank Oz, Ian McDiarmid e Temuera Morrison.

(Sobre os nomes: deve ter algum brasileiro de sacanagem na Lucasfilm. O Ep I tinha um Capitão Panaka. Aqui, rola o Conde Dooku e o Lord Syfodias – que foi traduzido como Zaifo-vias. E no Ep III tem a Pau City! Impossível ser coincidência…)

O filme, propositalmente, não tem fim. Mas o terceiro episódio, A Vingança do Sith, é o próximo da fila!

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Star Wars Ep I – A Ameaça Fantasma

Crítica – Star Wars Ep I – A Ameaça Fantasma

Faz parte do trabalho de um pai apresentar bons filmes aos filhos. Chegou a hora de rever a hexalogia de Guerra nas Estrelas com a criançada!

A história todo mundo conhece, né? Durante uma crise política, os cavaleiros jedi Qui-Gon Jinn e Obi-Wan Kenobi vão até o planeta Naboo. Lá, se tornam a escolta da rainha Amidala até Coruscant, mas precisam parar em Tatooine, onde conhecem o jovem Anakin Skywalker.

O único problema de começar com o Ep 1 é que este é o mais fraco dos seis filmes. Tem algumas qualidades, mas, no geral, é bem inferior aos outros. Mas, para conquistar a “nova geração”, preferi começar pela “ordem errada” (o certo seria 4, 5 e 6, depois 1, 2 e 3), afinal, os efeitos especiais deste não parecem tão velhos quanto os do filme de 1977.

O que A Ameaça Fantasma tem de bom? Basicamente quatro coisas:

– O vilão Darth Maul
Rolava um grande desafio, afinal o novo vilão seria comparado com ninguém menos que Darth Vader – considerado por muitos o melhor vilão do século XX. Darth Maul é o que os fãs esperavam, um vilão excelente. Pena que sua participação é pequena.

– O tema musical “Duel of the Fates”
A trilogia clássica tem um dos temas mais marcantes da história do cinema, além de vários outros bons temas, menos famosos, na trilha sonora. O tema novo não fica atrás em termos de qualidade.

– A corrida de Pods em Tatooine
Ok, aquilo foi feito pra vender videogame. Mas toda a sequência da corrida é muito boa!

– O duelo de sabre de luz entre Darth Maul, Qui-Gon Jinn e Obi-Wan Kenobi
O melhor duelo da hexalogia é o travado entre Luke Skywalker e Darth Vader em O império Contra Ataca, toda a narrativa em torno da luta é muito bem estruturada. Mas, tecnicamente, era um aprendiz contra um quarentão. Aqui temos dois jedis e um sith em plena forma. A luta é eletrizante!

Mas isso não consegue esconder a verdade: A Ameaça Fantasma é um filme fraco.

Na minha humilde opinião, o grande problema de George Lucas aqui é que, enquanto na trilogia clássica ele tinha que prestar contas a um superior, aqui ele estava no topo. Faltava alguém pra lhe dizer “menos, George, menos!”. Faltava alguém pra lhe dizer “menos Jar Jar Binks, George, menos!”

E assim, o filme ficou muito aquém do que poderia ficar. Por exemplo, o citado Jar Jar Binks: Lucas queria provar que não precisava de atores reais, então criou um personagem digital. A ideia foi boa, até citei isso no Top 10 de marcos nos efeitos especiais. O problema é que Jar Jar aparece o tempo todo, chega a encher o saco. Se ele tivesse uma participação menor (como aconteceu nos filmes seguintes), não ia ser tão chato.

(Detalhe curioso: o Jar Jar Binks “perdeu a validade”. Hoje, 12 anos depois, os efeitos não enchem mais os olhos. O visual do Jar Jar ficou tão capenga quanto a sua personalidade.)

E não foi só o Jar Jar. O filme tem sérios problemas de ritmo, principalmente as partes com atores – Lucas nunca escondeu que não gosta de dirigir atores – as cenas com a mãe do Anakin são arrastaaadas… Pena, porque o bom elenco contou com Liam Neeson, Ewan McGregor, Natalie Portman, Terence Stamp e Ian McDiarmid. Anthony Daniels, Kenny Baker e Frank Oz voltaram para os personagens C-3PO, R2-D2 e Yoda. E o fraco garoto Jake Lloyd ganhou o papel principal. Fraco mesmo, cadê ele depois desse filme?

Mesmo assim, sou fã, admito. E gostei de ter revisto, mesmo com suas falhas.

O que dá pena é lembrar de toda a ansiosa espera. Foram dezesseis anos aguardando por um novo filme (de 1983 a 1999), lembro de quando saiu o primeiro teaser poster com o Anakin criança, e sua sombra era o Darth Vader… Pra depois, a gente ver um filme que ficou devendo. Me lembro sempre da cena final de Fanboys – leve spoiler, para ler, selecione o texto: quando, depois de muita espera, um personagem pergunta ao outro: “e se o filme for ruim?”.

Em breve, vou rever os Episódios 2 e 3, aí comento aqui!

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O Golpista do Ano

O Golpista do Ano

Baseado em fatos reais, O Golpista do Ano conta a história de Steven Russell (Jim Carrey), que largou a esposa e a filha para levar uma extravagante vida gay. Só que, para pagar as contas, vivia de golpes. Até ser preso e encontrar na cadeia Phillip Morris (Ewan McGregor), o amor de sua vida.

Quando li que o filme falava se chamava “Eu te amo Phillip Morris” (I Love You Phillip Morris) e falava de um golpista, achei que tinha algo a ver com a indústria de cigarros. Nada…

Baseado no livro homônimo escrito por Steve McVicker, o filme, escrito e dirigido pela dupla Glenn Ficarra e John Requa, falha ao não se definir entre a comédia e o drama. Acaba o filme e a gente fica se questionando qual foi o objetivo do filme.

E aí vem o lance do personagem ser gay. O filme não faz propaganda gay, diferente do que heu achei que faria. Mas o fato de colocar um ator como Jim Carrey interpretando um gay fez muitos espectadores levantarem uma bandeira que o filme não levantou. Fui ao fórum do imdb, e as pessoas não julgam se o filme é bom ou não, apenas falam do homossexualismo presente. Será que se o personagem fosse hétero as pessoas veriam o filme de maneira diferente?

Sobre os dois atores principais, o filme traz o esperado. Por um lado, Jim Carrey repete o mesmo papel de sempre. Ok, aqui ele está menos careteiro que o usual, mas continua uma variação em cima do que ele sempre faz. Já Ewan McGregor, por outro lado, dá um show. Como sempre também…

A presença do “nosso” Rodrigo Santoro está sendo supervalorizada pela divulgação nacional. O cara está lá, seu papel é importante, mas é bem pequeno. Colocá-lo no poster brasileiro do filme foi um certo exagero!

(O elenco ainda conta com uma inspirada Leslie Mann.)

Por aqueles motivos mercadológicos inexplicáveis, este O Golpista do Ano demorou para ser lançado, e acredito que só apareceu nas telas brasileiras para capitalizar em cima do nome do Rodrigo Santoro.

O Golpista do Ano não é ruim. Mas poderia ser bem melhor…

Os Homens Que Encaravam Cabras / The Men Who Stare At Goats

Os Homens Que Encaravam Cabras / The Men Who Stare At Goats

Nunca tinha ouvido falar deste filme. Mas, quando vi que o elenco contava com Ewan McGregor, George Clooney, Jeff Bridges e Kevin Spacey, corri para assistir!

A história é meio confusa. Trata de uma divisão secreta do exército americano, que treinava “super soldados”, soldados com poderes paranormais. Um jornalista, frustrado porque foi abandonado pela mulher, vai para o Oriente Médio atrás de alguma noticia de guerra, e acaba conhecendo um dos praticantes desta divisão secreta.

O que é legal neste filme dirigido por Grant Heslov é o elenco, que ainda tem Stephen Lang (Avatar) num papel menor. Clooney e McGregor, os dois nomes principais, estão inspiradíssimos e em ótima sintonia. Spacey tem um papel menor, mas também ótimo. E Bridges está sensacional. Aliás, como sempre.

Jeff Bridges merece um parágrafo à parte. Seu personagem, o general Bill Django, é uma das melhores coisas do filme! Django parece uma versão militar do “Dude” Lebowski, se isso fosse possível. Imagine um militar com cabelos compridos presos numa longa trança, que faz experiências com drogas alucinógenas, e manda os seus soldados dançarem!

Infelizmente, a história não é lá grandes coisas. Os personagens são ótimos, mas o roteiro é fraco, além de confuso. Algumas cenas inclusive são meio sem sentido – toda a sequência com o Robert Patrick, por exemplo. Pena…

Bem, o roteiro traz pelo menos uma “piada interna” genial. Lyn Cassady (Clooney) é um “jedi”, assim mesmo, igualzinho à mitologia de Guerra nas Estrelas. Ele começa a passar os ensinamentos para Bob Wilton (McGregor), que nunca tinha ouvido falar em jedis! Ora, McGregor interpretou o jedi Obi Wan Kenobi em três dos filmes da saga Guerra nas Estrelas!

Procurei pela internet, mas não achei um título em português para The Men Who Stare At Goats. Curioso, porque a data de lançamento por aqui, segundo o imdb, será em 12 de fevereiro!