À Procura

a-procuraCrítica – À Procura

Oito anos após o sequestro de Cassandra, alguns indícios denunciam que ela ainda está viva. Polícia, pais e a própria Cassandra vão tentar desvendar os mistérios por trás do seu desaparecimento.

Parece que Atom Egoyan gostou de fazer suspenses com um pé no policial. Depois de Verdade Nua (2005), O Preço da Traição (2009) e Sem Evidências (2013). À Procura (The Captive no original) é a sua nova investida no estilo.

A narrativa é fora da ordem cronológica, o roteiro (também escrito por Egoyan, em parceria com David Fraser) acerta na construção simultânea de várias linhas temporais. Pena que na segunda metade o roteiro cai em algumas situações forçadas – por exemplo, aquela perseguição de carro foi completamente dispensável.

O elenco está bem. Muita gente não gosta do Ryan Reynolds, mas não tenho nada contra ele (apesar do Lanterna Verde). Reynolds está bem, deixou o ar engraçadinho de lado e consegue passar a dor de um pai que teve a filha sequestrada. Mas quem impressiona é Kevin Durand, num papel bem diferente dos brutamontes que costuma fazer. Ainda no elenco, Rosario Dawson, Alexia Fast, Mireille Enos, Peyton Kennedy, Scott Speedman e Bruce Greenwood.

À Procura não chega a ser um grande filme, mas pode ser uma opção para aqueles dias que estamos menos exigentes. Pelo menos a fotografia gelada (vemos as cataratas do Niágara congeladas!) agrada, nestes dias de calor no Rio de Janeiro.

Resident Evil 5 – Retribuição

Crítica – Resident Evil 5 – Retribuição

Mais um Resident Evil!

Alice (Milla Jovovich) é capturada e levada para dentro de uma instalação da Umbrella. Para fugir de lá, terá que passar por vários estágios (que parecem fases de um videogame).

Quando soube que Resident Evil 5 – Retribuição estava pra estrear, resolvi fazer algo que todos deveriam fazer sempre antes de ver uma continuação: revi os quatro filmes anteriores. Só que neste caso em particular, não sei se foi a melhor coisa a se fazer, pois vi muitos defeitos que passariam em branco. Vou chegar lá daqui a pouco!

Primeiro, vamos ao que funciona. A parte técnica é impecável. Os efeitos especiais são de cair o queixo, todas as lutas são bem coreografadas, e a câmera lenta está inspiradíssima. Gostei até do 3D, apesar de atualmente não ter muita paciência pro efeito.

A série Resident Evil sempre foi boa em colocar mulheres bonitas lutando. Agora são várias (Milla Jovovich, Sienna Guillory, Michelle Rodriguez e Bingbing Li), e com roupas colantes de cheias de decotes. Fetichista ao extremo! Me lembrou Sucker Punch

Outra coisa: dos cinco filmes, este é o que mais tem cara de videogame. Cada cena parece uma nova fase do jogo. Só não sei se é igual ao videogame original porque nunca joguei.

Agora, vamos ao que deu errado…

O roteiro, apesar de ser escrito pelo mesmo escritor de todos os outros filmes, não faz o menor sentido. O quarto filme tinha um gancho empolgante, mas, assim como aconteceu entre o terceiro e o quarto filmes, o gancho logo foi esquecido e a história foi recomeçada do zero – como se nada tivesse acontecido, Alice acorda em um novo lugar e temos uma nova trama.

Também achei estranho o papo de usar clones, me pareceu uma desculpa pra tapar buracos no roteiro. Mas criou falhas na lógica: se uma Rain (Michelle Rodriguez) não tem nada a ver com a outra, como Alice sabe usar a linguagem de sinais para falar com a menina?

Outras coisas mudaram também e parecem erros de continuidade. Jill Valentine tinha cabelos pretos no segundo filme, mas reapareceu loura – fato que nos lembra que os cabelos de Alice eram mais claros nos primeiros filmes. Caramba, se é a mesma atriz fazendo a mesma personagem, por que não usar o mesmo cabelo? Isso porque não tô falando dos zumbis, que no primeiro filme eram lentos como os zumbis clássicos do George Romero, mas parece que contrataram um personal trainer e agora correm com o pique do Usain Bolt.

Falando em zumbis: o primeiro Resident Evil era um filme de zumbis; agora não mais. Aparecem alguns tipos de monstros, mas não sei se algum deles é um zumbi. Tem aqueles bichos que a boca se abre em quatro, tem aquele gigante com o machado, tem os soldados zumbis com metralhadoras, tem o monstrão grandão… E cadê os zumbis? Tão em outro filme…

A direção ainda é de Paul W.S.Anderson, o mesmo do primeiro e quarto filmes, e marido de Milla Jovovich. Na direção, ele faz um bom trabalho. Mas ele também é o roteirista, e nesta função, ficou devendo.

O elenco traz um monte de gente de volta de outros filmes da quadrilogia. Além de Milla, temos a volta de Sienna Guillory, Michelle Rodriguez, Oded Fehr, Boris Kodjoe e Colin Salmon, e novos papeis interpretados por Bingbing Li, Aryana Engineer, Johann Urb e Kevin Durand.

Com mais erros que acertos (na minha humilde opinião), este quinto filme se tornou o mais fraco de todos. E, pra piorar, termina com um empolgante gancho. Mas que sabemos que pode ser ignorado no sexto filme…

Gigantes de Aço

Crítica – Gigantes de Aço

Uma produção de Steven Spielberg com robôs lutando boxe – não tem muito como dar errado, né?

Num futuro próximo, lutas de boxe são praticadas por robôs. Charlie Kenton, um ex-boxeador falido, vive procurando robôs velhos para tentar voltar às lutas. Agora ele descobriu que sua ex faleceu, e ele tem que cuidar de Max, o filho de 11 anos com quem nunca teve contato.

Na verdade, Gigantes de Aço peca por ser certinho demais. Tudo aqui é extremamente previsível. Não tem muita graça assistir uma luta quando a gente adivinha o fim… Pelo menos o filme é muito bem feito. O diretor Shawn Levy (Uma Noite no Museu, Uma Noite Fora de Série) seguiu diretinho a “receita de bolo” e entregou um filme onde tudo funciona corretamente.

Também preciso falar da parte técnica. Diferente da série Transformers, onde pouco conseguimos ver das confusas brigas entre robôs, aqui é tudo claro e cuidadosamente bem feito. As lutas são muito boas.

O elenco está bem. Hugh Jackman é um grande ator, seu Charlie Kenton não tem “cara de Wolverine”. O menino Dakota Goyo às vezes irrita um pouco, mas foi uma escolha bem melhor do que um Jaden Smith ou um Jake Lloyd. Evangeline Lilly tem um papel menor, achei uma boa opção não focar o filme no relacionamento dela com Jackman, e sim deste com seu filho. Ainda no elenco, Hope Davis, Kevin Durand, Anthony Mackie e Olga Fonda.

Mas aí vem o roteiro requentado. Parece uma “mistura Stallone”: um filme da série Rocky com muito de Falcão – O Campeão dos Campeões (por causa da morte da ex, o protagonista ganha a guarda de um filho com o qual não tem muito contato, e volta a uma competição da qual estava afastado). Até a interessante estratégia “mohamed-aliana” usada na luta final é reciclada, o mesmo acontece em Rocky III, com Apollo gritando igual ao menino Max.

Bem, como falei lá em cima, pelo menos o filme é bem feito, e dificilmente vai decepcionar o seu público alvo. Mas, se a história fosse menos previsível, ninguém ia reclamar…

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Eu Sou o Número 4

Crítica – Eu Sou o Número 4

Depois de uma guerra no planeta Lorien, nove crianças conseguem fugir e se esconder na Terra. Aqui, separados, cada um vive sua vida, tentando se misturar aos humanos sem chamar a atenção. Eles se escondem dos Mogadorians, inimigos que pretendem eliminar todos, na ordem certa, e que já conseguiram assassinar os números Um, Dois e Três…

Ok, a história não é novidade. A gente já viu isso outras vezes. Podemos então analisar Eu Sou o Número 4 sob dois pontos de vista: ou é um bom filme de ação; ou é mais uma história igual a dezenas de outras.

A trama é realmente batida. Um alienígena está escondido na Terra, porque o seu planeta foi atacado por uma raça muito muito malvada. Aqui, enquanto ele vive todos os clichês de high school americana, os malvadões vêm atrás dele, que terá que desenvolver seus poderes para se defender.

É batido, mas é bem feito. Dirigido pelo competente D.J. Caruso (Controle Absoluto), o filme demora um pouco a engrenar, mas, quando engrena, vira um empolgante filme de ação, como não se vê todos os dias. Os efeitos especiais são excelentes, e o terço final do filme é de tirar o fôlego. Batalhas envolvendo monstros, super poderes e super explosões. Ah, se todos os filmes de super-herois tivessem essa adrenalina…

O elenco não traz muita gente conhecida. Timothy Oliphant (The Crazies – A Epidemia, A Trilha) e Kevin Durand (Lost, Legião) são coadjuvantes no filme estrelado por Alex Petyfer (Alex Rider Contra o Tempo) e Dianna Agron (Glee), que ainda conta com Teresa Palmer, Callan McAuliffe e Jake Abel. Ninguém se destaca, tampouco ninguém faz feio.

Eu Sou o Número 4 tem cara de ser “o início da série”. Não sei se vêm outros filmes, ou se vai virar série de tv, mas é clara a intenção de que a ideia é continuar a história. O fim do filme é aberto, outros personagens ainda vão entrar na trama.

Quem não curte o estilo vai ver primeiro os defeitos. Mas é uma boa opção para os fãs de filmes de ação e, por que não, para os fãs de super-herois…

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Robin Hood

Robin Hood

Um novo filme do Robin Hood, dirigido por Ridley Scott? Promete! Bem, prometia…

O filme começa com o rei Ricardo Coração de Leão voltando das Cruzadas, falido, saqueando castelos no caminho. Robin é um arqueiro de seu exército que acaba preso pelo próprio rei, mas uma série de fatos acabam levando-o para Nottingham e depois para a liderança do exército inglês.

Bem, este novo Robin Hood tem dois problemas. O primeiro é que se trata do início da lenda de Robin Hood. Ou seja, vai decepcionar quase todos os desavisados que esperam encontrar a floresta de Sherwood e todo aquele papo de “roubar dos ricos para dar aos pobres”. Tudo bem que a mania de reboots está na moda em Hollywood, mas já que é assim, este filme deveria se chamar Robin Hood Begins.

E aí vem o segundo problema, este um pouco mais grave. Todos sabemos que a expectativa de vida na Idade Média era baixa. Um homem de 40 anos já era um senhor! E aí vemos Russell Crowe, que acabou de completar 46 anos, como um Robin Hood “em início de carreira”. Olha, até que Crowe não está mal como Robin, mas deveria ter uns 15 anos a menos! Aparentemente Ridley Scott quis repetir a parceria que deu certo em Gladiador (2000) e em quatro outros filmes, mas se esqueceu que os anos se passaram…

Como falei, Crowe está bem, mas um pouco velho. Isso refletiu em seu par. Cate Blanchett está ótima (como sempre) como Marion. Mas, com 41 anos, acho que é a primeira Marion balzaquiana da história!

O resto do elenco é interessante e foi bem escolhido. Max Von Sydow também está ótimo, e o mesmo falo de um quase irreconhecível William Hurt, cabeludo e barbudo. Oscar Isaac surpreende como o explosivo príncipe John, e Mark Strong, pela terceira vez no ano, faz um vilão consistente (ele fez o mesmo em Sherlock Holmes e Kick-Ass). Ainda no elenco, Scott Grimes, Allan A’Dayle, Kevin Durand, Mark Addy e Danny Huston.

Mas o que sobra no elenco falta no roteiro. Não só não vemos Robin Hood como gostaríamos, como ainda temos vários momentos forçados. Ora, em toda a Inglaterra, Robin foi parar justo na casa da única pessoa que conhece a sua infância? Frei Tuck sabia lutar na frente de batalha? E isso faz certas coisas perderem a credibilidade, como aquele desembarque que parece o dia D na Normandia na Segunda Guerra Mundial!

Pelo menos o filme é tecnicamente bem feito, o que era de se esperar, já que estamos falando de uma superprodução hollywoodiana dirigida por Ridley Scott. É só a gente ignorar o que conhece sobre Robin Hood e não dar bola pra detalhes de roteiro…

Legião / Legion

Legião

Sabe quando um filme promete ser legal, e até começa bem, mas de repente se perde, e a gente fica com aquela sensação de que poderia ter sido bem melhor? Isso acontece com Legion, que deve se chamar Legião quando estrear por aqui.

A trama começa bem, usando aquele clichê de pessoas desconhecidas tendo que se unir contra forças misteriosas depois da chegada de um estranho, num restaurante no meio do nada. Lembrei de Banquete do Inferno, que usa esse clichê muito bem!

O início do filme é muito bom. A cena da velhinha é sensacional – toda a seqüência, desde o momento que ela chega no restaurante. A parte do sorveteiro também é legal. Mas depois disso, parece que acabaram as boas ideias. Nada mais interessante acontece, nem mesmo a entrada de mais um anjo na briga serve para trazer o filme de volta ao ritmo inicial.

O elenco é até bom para um filme de terror de orçamento modesto. Paul Bettany está bem como o anjo Miguel. Dennis Quaid está um pouco careteiro demais, ele é um bom ator, heu esperava mais dele. Gostei da escolha do grandalhão Kevin Durand, o Keamy de Lost, para viver o anjo Gabriel. O resto do elenco, Lucas Black, Adrianne Palicki, Charles S. Dutton, Tyrese Gibson, Kate Walsh e Willa Holland, funciona dentro do esperado.

Não achei o filme tão ruim quanto alguns caras no imdb estão falando. Mas, que foi uma decepção para quem viu o trailer, ah, isso foi!