Trem Bala

Crítica – Trem Bala

Sinopse (imdb): Joaninha (Brad Pitt) é um assassino azarado determinado a fazer seu trabalho pacificamente depois de muitos outros saírem dos trilhos. O destino, no entanto, pode ter outros planos, pois a última missão de Joaninha o coloca em rota de colisão com adversários letais de todo o mundo – todos com objetivos conectados, mas conflitantes – no trem mais rápido do mundo. O fim da linha é apenas o começo nesta emocionante viagem sem parar pelo Japão moderno.

Tem gente que se empolga com filme novo de determinados super heróis. Heu me empolgo com filme novo de determinados diretores, como é o caso de David Leitch (não confundir com David Lynch!). Trem Bala (Bullet Train no original) estava no topo da minha lista de expectativas para 2022!

David Leitch era dublê, e virou diretor ao lado de Chad Stahelski com John Wick. Sozinho, fez Atômica, o melhor dos filmes de ação girl power que vi nos últimos anos. Leitch também fez Deadpool 2 e Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw, divertidos (mas inferiores a Atômica).

Se Atômica tinha um tom mais sério, Trem Bala está mais próximo de Deadpool e Hobbes & Shaw e abraça a comédia sem medo de ser feliz. Algumas cenas são engraçadíssimas. E mesmo assim o filme é bem violento. Humor negro rola solto aqui.

O clima às vezes lembra os filmes do Tarantino, com violência e bom humor. Mas acho que ficou mais próximo do trabalho do Guy Ritchie, que sabe trabalhar bem com personagens marginais e descolados, e isso tudo envolto numa edição estilosa.

Quando li a sinopse e a duração, rolou uma preocupação, porque um filme de mais de duas horas todo dentro de um trem com uma trama aparentemente simples podia ficar cansativo. Mas o roteiro é bem construído, com bons diálogos, temos flashbacks aqui e ali apresentando elementos extras, e temos uma excelente galeria de personagens. Ah, o desenho Thomas o Trem tem uma grande importância na trama!

Já que falei dos personagens, estes merecem um parágrafo à parte. Não tem nenhum personagem “normal” – talvez só o japonês atrás de vingança. Todos são esquisitos, todos são excêntricos. E o filme ainda usa uns letreiros para apresentá-los. E a dinâmica entre eles é muito boa, porque são objetivos diferentes, mas todos entrelaçados.

Aproveito pra falar do elenco. Brad Pitt é ótimo, sempre foi, sou fã do cara desde 12 Macacos e Clube da Luta, e aqui ele está sensacional. A gente lê a premissa e imagina um personagem sério tipo um John Wick, mas o seu Joaninha é um assassino profissional em busca da paz interior, então ele passa boa parte do filme em diálogos contra a violência. Aaron Taylor-Johnson (Kick-Ass) e Brian Tyree Henry (Eternos) são Limão e Tangerina, irmãos gêmeos (???), e têm uma ótima dinâmica juntos. Sandra Bullock aparece pouco, mas está ao telefone durante todo o filme, falando com o Joaninha; Michael Shannon também aparece pouco, mas é um personagem central. Joey King (A Princesa) convence com sua aparente fragilidade; Logan Lerman (Percy Jackson) tem um papel importante mas passa quase o filme todo morto; Zazie Beetz (Deadpool) aparece pouco mas é uma peça essencial para o quebra cabeça. Também no elenco, Andrew Koji, Hiroyuki Sanada e Bad Bunny. Ah, prestem atenção no condutor, é o Masi Oka de Heroes; e a atendente que interrompe a luta entre o Joaninha e o Tangerina é Karen Fukuhara, a Kimiko de The Boys.

(Tem duas participações especiais não creditadas, não sei se posso citar aqui, pode ser um spoiler. Bem, um deles esteve recentemente nas telas com Brad Pitt e Sandra Bullock; o outro já estrelou um filme do mesmo diretor.)

(Uma curiosidade: o diretor David Leitch era dublê e já tinha trabalhado como duble do Brad Pitt algumas vezes, em filmes como Clube da Luta, Onze Homens e um Segredo, Troia e Sr e Sra Smith).

Entendo que é um filme exagerado. Tem muita coisa forçada. Tem lutas no trem, tem gente andando armada e suja de sangue, e o trem tem passageiros que não estão na trama. E determinado momento o trem fica vazio – pra onde foram as pessoas que trabalham no trem, como o condutor? Quem se importar com isso, vai se incomodar.

Uma coisa que gostei e que admiro é que Trem Bala não é franquia, não é continuação e traz uma história fechada – acho difícil virar franquia. Por mais que tenha gostado de todo esse universo criado para o filme, sei que uma franquia pode estragar o universo. Por isso fico feliz com a proposta!

 

Noé

0-noe1Crítica – Noé

Novo blockbuster bíblico?

Um homem é escolhido por Deus para uma missão de resgate de todos os animais da Terra, antes que um dilúvio apocalíptico destrua o planeta.

Tem gente achando que é um blockbuster, né? Ué, não viram quem é o diretor? Darren Aronofsky, o mesmo de Pi e Réquiem Para um Sonho? Claro que o filme não será convencional!

Noé falha logo de cara, no seu conceito mais básico. É uma história bíblica, todo mundo conhece, então não dá pra inventar muita coisa. Agora, se o Darren Aronofsky queria inovar, deveria ter chamado o seu filme de outro nome, como “Norberto” ou “Nerval”. Porque Noé, o filme, parece que se passa em outro planeta. Vemos estrelas no céu mesmo de dia, e gigantes de pedra, com quatro braços e olhos luminosos, dividem as terras com os humanos.

Me parece que Aronofsky quis criar um clima onírico, talvez pra justifcar as viagens de ácido que tem no roteiro (co-escrito por ele mesmo). Afinal, fica mais fácil “comprar a ideia” de um dilúvio onde a água também brota do chão ou uma fumacinha mágica que faz os animais chaparem por tempo indeterminado – serve para TODOS os animais, mamíferos, aves, répteis, mas não afeta os humanos.

Ainda tem o personagem Matusalém, interpretado pelo grande Anthony Hopkins. A melhor definição para este personagem ouvi do meu amigo Eduardo Miranda: Matusalém é o Mestre dos Magos! Não só ele é careca em cima da cabeça mas com longos e lisos cabelos brancos na laterais, como é um velhinho que aparece apenas em momentos-chave, capaz de mágicas poderosas que resolvem problemas pontuais, mas que sempre fala frases incompletas e some logo depois. Pô, se a mágica do Matusalém é tão poderosa, por que ele não ajuda na hora do pega pra capar?

(E por que Noé o deixou de fora da arca é outra coisa que nem vou perguntar…)

O resto do elenco parece tão perdido quanto Hopkins. Russell Crowe me parece um pouco “gladiador” demais, sempre imaginei Noé como um velho sábio e tranquilo. Jennifer Connelly e Emma Watson estão desperdiçadas em papeis sem sal. Ray Winstone está bem até começar a chuva, depois seu papel vai ladeira abaixo. Logan Lerman e Douglas Booth parece que só estão no filme por serem rostos bonitinhos. E diz a lenda que temos as vozes de Nick Nolte e Frank Langella como vozes dos monstros de pedra, mas as vozes têm tantos efeitos que na verdade tanto faz quem dublou.

Ainda sobre a arca: o roteiro vai tropeçando até o dilúvio. Mas o filme piora muito quando toda a ação vai para dentro da arca. Spoiler leve: tem personagem desnecessário escondido na arca, tire o personagem, nada muda no rumo do filme.

Outro problema: Noé tem um maniqueísmo que chega a incomodar. Todos os descendentes de Caim são malvados que merecem ser varridos da face da Terra por uma enchente gigantesca – aparentemente só porque não são vegetarianos, segundo o filme, comer carne deve ser um pecado tão terrível que leva os pecadores direto ao inferno. Já o descendente de Seth pode ameaçar matar crianças que não deixa de ser o “mocinho”.

Nem tudo é ruim. Os efeitos especiais são excelentes. Parece que não tinha nenhum animal no set de filmagens, é tudo cgi – e são perfeitos! Os efeitos que mostram a criação dos monstros de pedra também foram impressionantes. O dilúvio em si também é muito bem feito. E tem uma breve sequência muito boa que mostra guerras ao longo dos tempos.

Mas é pouco, muito pouco. Noé está sendo vendido como um grande blockbuster, e está longe disso. E isso porque nem vou entrar na polêmica religiosa. Desculpem o trocadilho óbvio, mas Noé vai naufragar nas bilheterias…

Percy Jackson e o Mar de Monstros

Crítica – Percy Jackson e o Mar de Monstros

Novo filme do Percy Jackson!

Para restaurar a segurança do Acampamento Meio-Sangue, o filho de Poseidon e seus amigos embarcam em uma aventura até o Mar de Monstros para encontrar o lendário Velocino de Ouro, ao mesmo tempo que tentam impedir a ascenção de um antigo mal.

Gostei do primeiro filme, Percy Jackson e o Ladrão de Raios, mas, sei lá por quais motivos, ele não foi muito bem de bilheteria. Mesmo assim, me pareceu uma boa opção de franquia de aventura infanto-juvenil. A comparação óbvia seria com Harry Potter – ambos são adaptações de séries de livros de sucesso e que tratam de temas fantásticos, onde um jovem descobre que tem poderes e é levado para treinar entre pessoas como ele – mas enquanto os filmes do bruxinho são mais lentos e dramáticos, Percy Jackson é mais aventura com ritmo acelerado.

Este segundo filme segue a onda do primeiro. Como não precisamos mais apresentar personagens, tem mais espaço para a ação. Alguns efeitos especiais são muito bons – gostei do touro robô e de como Cronos foi mostrado. Também gostei da sequência que mostra um flashback em animação. Mas… Outros efeitos ficaram devendo. O barco descendo nas ondas na entrada do tal Mar dos Monstros é tão tosco que parece que voltamos aos anos 80…

Algumas coisas ficaram estranhas, como por exemplo Annabeth, que era morena no primeiro filme, agora está loura – parece que no livro ela sempre foi loura, mas a mudança aqui foi sem dar satisfações. Outra coisa que ficou mal explicada foi por que Luke atacou o acampamento, se o seu objetivo não tinha nada a ver com isso.

Sobre o elenco: os três atores principais – Logan Lerman, Alexandra Daddario e Brandon T Jackson – voltaram aos seus papeis. Leven Rambin aparece com um novo personagem importante na saga, que deve voltar nos próximos filmes (parece que sua personagem estava desde o primeiro livro, mas sei lá por que não entrou no filme). Mas, por outro lado, vários atores famosos que estavam no primeiro filme não voltaram. Se Percy Jackson e o Ladrão de Raios tinha Pierce Brosnam, Uma Thurman, Sean Bean, Rosario Dawson, Catherine Keener, Melina Kanakaredes, Joe Pantoliano e Kevin McKidd, Percy Jackson e o Mar de Monstros só tem Stanley Tucci e Nathan Fillion de nomes mais conhecidos. Pelo menos Fillion tem a mais divertida fala do filme, quando comenta que determinado seriado era muito bom “e não deveria ter sido cancelado” – até hoje os fãs reclamam do cancelamento da série Firefly, estrelada por Fillion.

A série de livros do Percy Jackson, escritos por Rick Riordan, tem cinco livros. Será que em breve teremos mais um Percy Jackson nos cinemas?

Os Três Mosqueteiros

(Outro dia descobri que o meu post sobre o filme Os Três Mosqueteiros sumiu do Blog. Sei lá o que aconteceu, só sei que não estava aqui, só no índice, como se tivesse sido publicado no fim de outubro de 2011. Pra não ficar sem o texto, recuperei no “cache” do Google, e estou postando de novo.)

Crítica – Os Três Mosqueteiros

Mais uma adaptação da clássica história de Alexandre Dumas!

O jovem D’Artagnan vai para Paris para se tornar um mosqueteiro e acaba se tornando companheiro dos três lendários mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis, em uma aventura com fundo político.

Tenho lido por aí muitas críticas a essa nova versão da história que todos conhecem. É porque na verdade o roteiro toma várias “liberdades poéticas”… Mas o grande barato aqui não é verificar a veracidade do texto, e sim curtir a aventura. Porque este é o real objetivo de Os Três Mosqueteiros: um filme de aventura!

Apesar de ser um filme de época, Os Três Mosqueteiros tem a cara do seu diretor, Paul W.S. Anderson, o mesmo do primeiro Resident Evil e do fraco Alien vs Predador, que tem um pé na ficção científica em quase todos os filmes de sua carreira. Aqui, Anderson puxa mais para a aventura, a semelhança com Piratas do Caribe é óbvia e – acredito heu – intencional. Afinal, rola até o Orlando Bloom em um navio… Então, se você procura uma aventura neste estilo, você não se decepcionará.

O roteiro é cheio de ação. Algumas das lutas de espadas são bem legais, apesar de quase não vermos sangue ao longo do filme. Gostei da luta entre os quatro mosqueteiros e dezenas de guardas de Rochefort!

O elenco é muito bom. Como é comum hoje em dia, os melhores papeis são dos vilões. Christoph Waltz (Bastardos Inglórios), sempre competente, manda bem como o Cardeal Richelieu. Milla Jovovich ignora a Milady clássica e age como se estivesse em mais um Resident Evil: corre, pula e dá porrada, tudo de um jeito estiloso, cheio de câmeras lentas. E ainda tem Mads Mikkelsen como Rochefort.

O papel principal – D’Artagnan – fica nas mãos do jovem Logan Lerman, que comprova o que já tínhamos visto em Percy Jackson e o Ladrão de Raios: se o garoto souber administrar a carreira, vai longe. Ainda preciso comentar que achei irregular a escolha dos três atores que fazem os mosqueteiros. Achei que o Porthos de Ray Stevenson (Roma, O Justiceiro – Zona de Guerra) se destaca dos outros dois, e isso pareceu estranho, pois para mim faltou equilíbrio. Talvez seja porque Stevenson é mais ator; talvez seja porque Porthos é um personagem melhor desenvolvido – provavelmente uma combinação das duas coisas. Os outros dois, Luke Evans e Matthew Macfadyen, nem são ruins, mas aí a gente se lembra das duas últimas versões cinematográficas do trio – e, na comparação, o filme atual perde feio, tanto pra versão pop 80′s (Kiefer Sutherland, Charlie Sheen e Oliver Platt), quanto a versão “madura” de O Homem da Máscara de Ferro (John Malkovich, Jeremy Irons e Gerard Depardieu).

Por fim, falemos do 3D. Este é um dos poucos filmes em cartaz onde o 3D vale realmente a pena. Os Três Mosqueteiros foi filmado em 3D, e não convertido para 3D como acontece mais frequentemente. Faz diferença…

Enfim, se você é fã de Alexandre Dumas e procura correção histórica, passe longe. Mas se o seu negócio é aventura, esse é o seu filme.

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Se você gostou de Os Três Mosqueteiros, o Blog do Heu recomenda:
Fúria de Titãs
Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
As Múmias do Faraó

Os Três Mosqueteiros

Crítica – Os Três Mosqueteiros

Mais uma adaptação da clássica história de Alexandre Dumas!

O jovem D’Artagnan vai para Paris para se tornar um mosqueteiro e acaba se tornando companheiro dos três lendários mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis, em uma aventura com fundo político.

Tenho lido por aí muitas críticas a essa nova versão da história que todos conhecem. É porque na verdade o roteiro toma várias “liberdades poéticas”… Mas o grande barato aqui não é verificar a veracidade do texto, e sim curtir a aventura. Porque este é o real objetivo de Os Três Mosqueteiros: um filme de aventura!

Apesar de ser um filme de época, Os Três Mosqueteiros tem a cara do seu diretor, Paul W.S. Anderson, o mesmo do primeiro Resident Evil e do fraco Alien vs Predador, que tem um pé na ficção científica em quase todos os filmes de sua carreira. Aqui, Anderson puxa mais para a aventura, a semelhança com Piratas do Caribe é óbvia e – acredito heu – intencional. Afinal, rola até o Orlando Bloom em um navio… Então, se você procura uma aventura neste estilo, você não se decepcionará.

O roteiro é cheio de ação. Algumas das lutas de espadas são bem legais, apesar de quase não vermos sangue ao longo do filme. Gostei da luta entre os quatro mosqueteiros e dezenas de guardas de Rochefort!

O elenco é muito bom. Como é comum hoje em dia, os melhores papeis são dos vilões. Christoph Waltz (Bastardos Inglórios), sempre competente, manda bem como o Cardeal Richelieu. Milla Jovovich ignora a Milady clássica e age como se estivesse em mais um Resident Evil: corre, pula e dá porrada, tudo de um jeito estiloso, cheio de câmeras lentas. E ainda tem Mads Mikkelsen como Rochefort. E ainda tem o jácitado Orlando Bloom em um papel meio caricato.

O papel principal – D’Artagnan – fica nas mãos do jovem Logan Lerman, que comprova o que já tínhamos visto em Percy Jackson e o Ladrão de Raios: se o garoto souber administrar a carreira, vai longe. Ainda preciso comentar que achei irregular a escolha dos três atores que fazem os mosqueteiros. Achei que o Porthos de Ray Stevenson (Roma, O Justiceiro – Zona de Guerra) se destaca dos outros dois, e isso pareceu estranho, pois para mim faltou equilíbrio. Talvez seja porque Stevenson é mais ator; talvez seja porque Porthos é um personagem melhor desenvolvido – provavelmente uma combinação das duas coisas. Os outros dois, Luke Evans e Matthew Macfadyen, nem são ruins, mas aí a gente se lembra das duas últimas versões cinematográficas do trio – e, na comparação, o filme atual perde feio, tanto pra versão pop 80’s (Kiefer Sutherland, Charlie Sheen e Oliver Platt), quanto a versão “madura” de O Homem da Máscara de Ferro (John Malkovich, Jeremy Irons e Gerard Depardieu).

Por fim, falemos do 3D. Este é um dos poucos filmes em cartaz onde o 3D vale realmente a pena. Os Três Mosqueteiros foi filmado em 3D, e não convertido para 3D como acontece mais frequentemente. Faz diferença…

Enfim, se você é fã de Alexandre Dumas e procura correção histórica, passe longe. Mas se o seu negócio é aventura, esse é o seu filme.

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Se você gostou de Os Três Mosqueteiros, o Blog do Heu recomenda:
Fúria de Titãs
Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
As Múmias do Faraó

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Percy Jackson acha que é um garoto normal. Até que, de repente, descobre que não só ele é filho do deus grego Poseidon, como ele está sendo acusado de ter roubado o raio de Zeus!

O que é interessante nesta nova aventura infanto juvenil, em cartaz nos cinemas cariocas, é o uso da mitologia grega. Temos os deuses do Olimpo, como Zeus, Poseidon, Hades e Atena, além de várias figuras fantásticas como o Minotauro, a Medusa e a Fúria.

Claro que o visual do filme deu uma modernizada nesta mitologia. O sátiro é negro, o centauro se disfarça no mundo real com uma cadeira de rodas, a entrada do Olimpo é um elevador no Empire State, e por aí vai. Gostei do Hades, deus do inferno, com cara de roqueiro cinquentão, algo entre o Tonni Iommi e o Richie Blackmore!

A história é bobinha, afinal, o público alvo é a garotada. Algumas coisas parecem simples demais – será que seria tão fácil assim roubar o raio de Zeus? Mesmo assim, adultos podem curtir o filme, se estiverem no clima certo.

O elenco principal traz três jovens ainda desconhecidos, Logan Lerman, Alexandra Daddario e Brandon T Jackson. Mas temos vários nomes famosos entre os coadjuvantes, como Pierce Brosnam, Uma Thurman, Sean Bean, Rosario Dawson, Catherine Keener, Melina Kanakaredes, Joe Pantoliano e Kevin McKidd.

Como era de se esperar num blockbuster deste estilo, os efeitos especiais são de primeira linha. Nada demais para os dias de hoje, quando o cgi chegou ao nível onde se encontra. Apenas ficou fácil mostrar sátiros, centauros e medusas convincentes.

(Na cena da medusa, fiquei me lembrando do clássico Fúria de Titãs, com a animação em stop motion de Ray Harryhausen – a “animação de massinha”. Aquilo era muito legal, mas não convencia ninguém!)

O diretor é Chris Columbus, o mesmo dos primeiros Harry Potter. E, se a gente olhar bem, a estrutura é bem parecida: “jovem descobre que tem poderes especiais e por isso é levado para um lugar isolado, onde outros jovens semelhantes aprendem a usar suas habilidades”. Ah, sim, ainda tem o fato que tanto Harry quanto Percy andam acompanhados de um amigo e uma amiga. Sim, parece um “Harry Potter e o raio de Zeus”…

Percy Jackson tem tudo para virar uma nova franquia cinematográfica. Tomara que mantenham o bom nível deste primeiro filme!