A Familia Addams

Crítica – A Familia Addams

Sinopse (imdb): A excêntrica família macabra se muda para um subúrbio insosso, onde a amizade de Vandinha Addams com a filha de uma hostil apresentadora de um reality show local exacerba o conflito entre as famílias.

Dirigido por Greg Tiernan e Conrad Vernon (sim, os mesmos de Festa da Salsicha), esta nova versão da Família Addams sofre de dois problemas.

O primeiro problema é o de sempre: hoje em dia estamos acostumados com o padrão alto imposto pela Pixar. Uma animação “apenas boa” vai perder na comparação técnica. Problema comum a vários longas de animação dos últimos tempos.

O segundo é um problema mais específico: nos anos 90 tivemos dois filmes muito bons da Família Addams, que encontraram o tom perfeito do humor negro para o público infanto juvenil .

Relevando esses dois pontos, até que A Família Addams (The Addams Family, no original) é divertido. Aliás, algumas das piadas são muito boas.

Ainda queria falar sobre o elenco original (Charlize Theron, Oscar Isaac, Chloë Grace Moretz, Finn Wolfhard, Bette Midler, Allison Janney, Martin Short, Catherine O’Hara e Snoop Dogg, entre outros), mas aqui só passou a versão dublada. Felizmente, a dublagem é muito boa.

Resumindo: nada de mais, mas vai divertir quem estiver sem expectativas.

Vício Inerente

Vicio-InerenteCrítica – Vício Inerente

Filme novo do Paul Thomas Anderson!

Califórnia, 1970. O nada convencional detetive Larry “Doc” Sportello investiga o desaparecimento de uma ex-namorada.

Paul Thomas Anderson é um cara talentoso, que sabe trabalhar bem suas imagens. Por outro lado, é um cara lento, e seus filmes às vezes são longos demais. Mas, como ele é o diretor de Boogie Nights, um dos meus filmes favoritos, ele tem crédito comigo.

Vamos aos fatos: Vício Inerente (Inherent Vice, no original) tem seus bons momentos, mas, no geral, não é um bom filme. Me parece que Paul Thomas Anderson não fez um bom trabalho ao roteirizar o livro homônimo de Thomas Pynchon. Além da trama ser rocambolesca demais, algumas cenas e personagens parecem sem propósito – por exemplo, gosto do Benicio Del Toro, mas tire o seu papel e nada muda no filme (talvez funcione no livro, mas não aqui aqui no filme). Ou seja, a adaptação é confusa, e como o filme é longo (148 minutos), o espectador já está cansado antes da metade.

Pena, porque, como falei, Vício Inerente não é ruim. De positivo, temos uma excelente ambientação de época – os figurinos e maquiagens estão perfeitos, o filme realmente parece feito nos anos 70. A fotografia de Robert Elswit é outro destaque, com um pé no cinema noir.

O elenco também está muito bem. Joaquin Phoenix está ótimo como uma espécie de Wolverine hippie; Josh Brolin idem, com o seu policial bruto e esquisitão. Ainda no elenco, Reese Witherspoon, Katherine Waterston, Jena Malone, Owen Wilson, Eric Roberts, Martin Short, Joanna Newsom, Serena Scott Thomas, Maya Rudolph, Michael Kenneth Williams e Hong Chau, além do já citado Del Toro.

Pena que o resultado final é enfadonho. Acho que é melhor rever Boogie Nights

A Lenda de Oz

0-a-lenda-de-ozCrítica – A Lenda de Oz

Sabe aqueles dvds vagabundos que são vendidos a 10 reais na Lojas Americanas, com desenhos inéditos, mas de qualidade bem baixa? Poizé, lançaram um desses nos cinemas…

A garota Dorothy é levada de volta ao mundo mágico de Oz, onde reencontra os velhos amigos Homem de Lata, Espantalho e Leão. Entretanto, logo ela descobre que todos os habitantes do reino estão correndo sério risco graças aos atos do malvado Bufão.

A Lenda de Oz (Legends of Oz: Dorothy’s Return, no original) é uma tentativa de continuação do clássico O Mágico de Oz, de 1939. Mas é uma continuação que falha miseravelmente em todos os aspectos. A qualidade da animação é tão pobre, e o roteiro é tão ingênuo e previsível, que o resultado final fica devendo, e muito. E, pra piorar, o desenho ainda tem momentos musicais fraaacos…

O que dá pena é ver o elenco que fez o filme original e saber que aqui no Brasil só tive oportunidade de ver a versão dublada. Afinal, um elenco que conta com Lea Michele, Dan Aykroyd, James Belushi, Kelsey Grammer, Martin Short, Oliver Platt e Patrick Stewart não é de se jogar fora. A versão com som original talvez até valha a pena.

Mas a versão dublada é dispensável.

Frankenweenie

Crítica – Frankenweenie

Novo longa-metragem em animação stop motion de Tim Burton!

Depois de perder inesperadamente o seu querido cão Sparky, o menino Victor usa experimentos com energia elétrica aprendidos na aula de ciências para trazer seu melhor amigo de volta à vida.

Tim Burton começou a chamar a atenção em 1988, com Beetlejuice – Os Fantasmas Se Divertem, seu terceiro longa-metragem. Mas ele já tinha feito alguns curtas interessantes antes. Um deles, de 1984, era justamente Frankenweenie, também em stop motion. Agora que Tim Burton é um nome consagrado em Hollywood, ele resolveu retomar seu velho curta e transformá-lo em um longa. Como já era previsível, o resultado ficou muito bom!

Falei previsível porque já mencionei aqui que Tim Burton é um dos poucos diretores contemporâneos com personalidade própria. Seus filmes quase sempre têm “cara de Tim Burton”. E ele usar stop motion em um longa não é exatamente uma novidade – ele produziu O Estranho Mundo de Jack em 1993 e dirigiu A Noiva Cadáver em 2005.

O melhor de Frankenweenie são as inúmeras referências a filmes clássicos de terror, como o Frankenstein de 1931 (a referência mais óbvia, na cena onde Sparky é trazido de volta), A Noiva de Frankenstein (o “cabelo” da cachorrinha), Gamera (ou Godzilla), A Múmia, nomes de alguns personagens (Elsa Van Helsing, Edgar E. Gore), o professor que tem a cara do Vincent Price, e até Gremlins (os ‘kikos marinhos”). Isso sem contar com Christopher Lee, que aparece em imagens de arquivo, tiradas do filme Drácula, O Vampiro da Noite.

Outra coisa muito legal é a caracterização dos personagens. A turma da escola só tem freaks, cada personagem é melhor que o outro! Adorei a menina dona do gato, com olhos enormes e pupilas minúsculas. Também gostei muito da fotografia em preto e branco e da trilha sonora de Danny Elfman.

Justamente por estes fatores citados nos dois parágrafos acima, não sei se o filme vai agradar os mais novos. O filme não é exatamente para crianças, apesar de não ser assustador – é uma mistura de terror com fantasia, com pitadas de drama e de comédia. Aliás, é bom falar: não é exatamente uma comédia, mas traz uma cena engraçadíssima de humor negro (a cena do “Colosso”).

Vi o filme dublado, então não posso falar muito sobre o elenco, que conta com vozes de Winona Ryder, Martin Landau, Martin Short e Catherine O’Hara, contracenando com crianças menos conhecidas como Charlie Tahan e Atticus Shaffer. Curiosamente, Frankenweenie não tem Johnny Depp nem Helena Bonham-Carter, os “atores assinatura” de Burton – é a primeira vez desde Peixe Grande (2003) que Depp não está num filme de Burton (foram cinco filmes seguidos).

O fim do filme traz um final “disneyano” desnecessário (o filme é da Disney), o fã de Tim Burton não precisa necessariamente de um final feliz. Mas nada que estrague o filme.

p.s.: Procurei no youtube o curta Frankenweenie original, de 1984, mas só achei este link que traz também outro curta, Vincent, feito em stop motion pelo mesmo Tim Burton dois anos antes, em 1982. Frankenweenie começa aos 5:57. Mas recomendo ver os dois!

Madagascar 3

Crítica – Madagascar 3

Mais um Madagascar

O leão Alex, a zebra Marty, a girafa Melman e a hipopótama Gloria querem sair da África e voltar pra Nova York. Eles vão para Monte Carlo atrás dos pinguins e acabam se juntando a um circo.

Só vi o primeiro Madagascar uma vez, na época do lançamento, e não vi o segundo. Não tenho condições de comparar, então os comentários aqui são só sobre o terceiro filme.

Li em algum lugar que Madagascar seria uma série de desenhos lisérgicos. Gostei do exemplo, realmente o desenho tem traços que lembram uma viagem de ácido, com ritmo acelerado, personagens histéricos e muitas cores. O ritmo frenético ainda serve para agradar a criançada com dificuldade de fixar a atenção em um filme por mais de uma hora, e de quebra serve para encaixar algumas boas piadas para os pais que as acompanharão nos cinemas.

O espetáculo visual é muito bem feito, como era de se esperar em uma produção Dreamworks. O problema é que hoje em dia estamos mal acostumados, e esperamos sempre um degrau acima (a Pixar nos deixou assim) e Madagascar 3 é “apenas” bem feito. Mesmo assim, algumas sequências, são muito boas, como todo o trecho em Monte Carlo.

Algumas piadas são realmente boas – gostei de quase todas as cenas com o rei Julien e os lêmures. Mas o filme é irregular, nem todas as piadas funcionam. Pelo menos a trilha sonora com músicas pop conhecidas ajuda o ritmo do filme.

Madagascar 3 tem alguns problemas com a tal suspensão de descrença. Ok, a gente acredita que um tigre siberiano adulto consegue passar através de um anel. Mas… Como eles saíram da África e chegaram em Monte Carlo? Será que não dava pra chegar direto em Nova York? 😉

Ainda teve uma coisa que me deixou encucado, não sei se rola o mesmo nos outros dois filmes: há interação entre humanos e os animais. Normalmente, em desenhos animados, animais não interagem com humanos, só entre si. Achei isso estranho… E teve outra coisa que achei sem sentido. Sei que sou minoria, mas gosto de animais no circo (não sei como está no resto do Brasil, mas aqui no Rio existe uma lei que proíbe circos com bichos) – acredito que apenas uma pequena parte dos animais de circo sejam maltratada. O leão Alex faz um discurso em defesa dos animais no circo, cutucando “um certo circo canadense” – referência clara ao Cirque du Soleil, que não tem animais. Mas quando eles montam o espetáculo, os bichos se portam como humanos. O discurso ficou sem sentido…

Vi a versão dublada, que está muito boa – a dublagem brasileira alcançou um nível excelente. Só deu pena de não ouvir as vozes do elenco gringo: Ben Stiller, Chris Rock, David Schwimmer e Jada Pinkett Smith fazem o quarteto principal, e o filme ainda tem as vozes de Jessica Chastain, Frances Mcdormand, Martin Short e Cedric The Entertainer. E se o rei Julien já é engraçado na versão brasileira, fiquei imaginando na versão original, com a voz de Sacha Baron Cohen.

O fim deixa espaço para a franquia continuar. Mas, sinceramente, acho que já deu o que tinha que dar…

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Monstros vs Alienígenas

Três Amigos

Três Amigos

Outro dia, um leitor deste blog disse que era uma perda de tempo, porque heu só falava de “filmes de sessão da tarde”. Pois bem, vamos então falar de um filme desses? 🙂

Início do sec. XX. Sem saber do perigo, três atores desempregados são chamados para ir para o pequeno vilarejo Santa Poco, no México, que é aterrorizado pelo bando do cruel bandido El Guapo.

O filme é uma grande bobagem. E é divertidíssimo!

Acho que o melhor do filme é o elenco. Steve Martin, Chevy Chase e Martin Short têm uma boa química juntos, e ainda temos Alfonso Arau como o vilão El Guapo. Isso sem contar com uma pequena participação de Joe Mantegna e Jon Lovitz!

O roteiro foi escrito pelo Steve Martin e Lorne Michaels, que escreveu mais de quinhentos episódios de Saturday Night Live. E a direção está nas mãos de John Landis, um dos melhores diretores de comédia e terror dos anos 80 (entre outros, nessa época Landis fez Irmãos Cara de Pau, Um Lobisomem Americano em Londres, Trocando as Bolas, No Limite da Realidade, Mulheres Amazonas Na Lua – isso sem contar no videoclipe Thriller, de Michael Jackson). E ainda tem músicas de Randy Newman!

Ah, sim, o trio de atores funciona muito bem, não? Pois, numa entrevista, Steve Martin falou que a ideia incial era fazer o filme ao lado de John Belushi e Dan Aykroyd – os Blues Brothers! E, no início dos anos 80, Steven Spielberg quase dirigiu este filmes, que teria Martin ao lado de Bill Murray e Robin Williams. Quer mais? O diretor John Landis disse que, se Martin Short recusasse o papel, este seria oferecido a Rick Moranis…

O resultado do filme é simples e genial. Boas piadas, diversão garantida.

Sim, sou bobo, admito. E a cena do arbusto cantor continua genial!

As Crônicas de Spiderwick

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As Crônicas de Spiderwick

De um tempo pra cá, estão aparecendo vários filmes infanto-juvenis. Com a tecnologia hoje disponível ficou bem mais fácil se criar mundos de fantasia, e além disso os filmes estão se vendendo bem nas bilheterias. Minha filha de quase 8 anos agradece!

Baseado nos livros homônimos de Tony DiTerlizzi e Holly Black, o filme As Crônicas de Spiderwick mostra Arthur Spiderwick, 80 anos atrás, catalogando todo um “universo invisível” de fadas, trolls, goblins e outras criaturas fantásticas num livro mágico. Já nos dias de hoje, um garoto, seu sobrinho neto, encontra o livro e agora tem que lidar com todas essas criaturas.

Freddie Highmore, que antes protagonizou Arthur e os Minimoys e a refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolates, é o grande nome aqui, interpretando os gêmeos Jared e Simon Grace. Detalhe: os personagens são gêmeos, mas não se parecem tanto assim; alguém desavisado pode pensar que são dois atores diferentes! Completam o elenco Sarah Bolger, Mary Louise Parker, Nick Nolte e David Strathairn, além das vozes de Martin Short e Seth Rogen.

À primeira vista, heu achei os goblins meio caricatos. Engraçadinhos e trapalhões demais, sabe? Mas aí me lembrei: estamos diante de uma fábula infanto-juvenil! É pra ser assim mesmo! E, tenho que reconhecer, no fim do filme os goblins engraçadinhos dão lugar ao grande vilão, o malvado ogro Mulgarath.

E, mesmo engraçadinhos, os efeitos especiais são um show à parte. Desde o simpático ser que vive na casa e protege o livro até todas as criaturas da floresta, incluindo até um grinfo que serve de meio de transporte.

Telvez os mais novinhos se assustem um pouco. Mas é uma boa opção se você tem alguma criança um pouquinho mais velha por perto. Mesmo que seja dentro de você…