O Conselheiro do Crime

ConselheiroDoCrimeCrítica – O Conselheiro do Crime

Filme novo do Ridley Scott, estreia de roteirista famoso, elenco estelar… Será que presta?

Um advogado tem sua cabeça posta a prêmio após envolver-se com o submundo do tráfico de drogas.

O Conselheiro do Crime (The Counselor, no original) é o primeiro roteiro para cinema do premiado escritor Cormac McCarthy (que escreveu os livros onde se basearam Onde os Fracos Não Têm Vez e A Estrada). Os fãs do autor estavam com a expectativa alta. Mas, como roteirista, McCarthy se mostrou apenas mediano. Seu filme é linear e previsível, o roteiro não tem nenhuma reviravolta – tudo o que a gente imagina desde a primeira cena vai acontecer.

Pra piorar, tem a verborragia. Alguns diálogos são longos demais e chegam a tornar o filme cansativo. Algumas cenas poderiam ser bem mais curtas, outras nem precisavam estar aqui – por exemplo, qual o sentido da cena do confessionário?

O que salva é o talento dos realizadores, tanto atrás quanto à frente das câmeras. Com a experiência de quase quatro décadas de bons filmes no currículo, o diretor Ridley Scott consegue belas imagens mesmo quando conta uma história simples.

O outro destaque está no elenco. Michael Fassbender, um dos melhores atores contemporâneos, arrebenta – como era de se esperar. Javier Bardem e Brad Pitt também estão inspirados, como o quase sempre. A surpresa está com a Cameron Diaz, que estamos acostumados a ver em papeis bobinhos, e que aqui está excelente num papel de mulher fatal. Penelope Cruz é que não se destaca, mas também seu papel de esposa inocente não ajuda. Ainda no elenco, Rosie Perez, John Leguizamo, Bruno Ganz, Natalie Dormer e Dean Norris.

Mas, apesar do talento das pessoas envolvidas, O Conselheiro do Crime fica devendo. Ridley Scott já fez coisa bem melhor.

p.s.: O título nacional, mais uma vez, pisa na bola. O protagonista é um advogado, que não aconselha ninguém – pelo contrário, passa o filme inteiro ouvindo conselhos.

Crítica – 12 Anos de Escravidão

12_anos_de_escravidaoCrítica – 12 Anos de Escravidão

Um pouco atrasado, vi o ganhador do Oscar de melhor filme de 2014.

EUA pré Guerra Civil. Solomon Northup, um negro livre, morador de Nova York, é sequestrado, levado para o sul e vendido como escravo.

12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave, no original), é tudo aquilo que parece ser. Um excelente elenco em um filme apenas correto, e com uma história previsível, filmada de modo tão lento que beira o tédio. E, pra piorar, o título do filme já entrega um grande spoiler: já sabemos que ele será escravo por um bom período de tempo.

Muita gente incensou este filme porque ele se baseia numa história real, e realmente é uma história forte – um cara livre forçado a viver como escravo. Mas o desenvolvimento ficou tão didático que parece que o filme será adotado em escolas… Isso sem falar no “maniqueísmo de botequim”, onde querem que o homem branco se sinta culpado por erros históricos que nada têm a ver com ele.

Acho que uma das coisas que atrapalhou foi o azar de vir pouco depois do Django Livre do Quentin Tarantino, filme que também aborda o tema da escravatura, mas sob outro ângulo, mais ácido e irônico. Steve McQueen (o diretor contemporâneo, não o ator famoso nos anos 70) não é Tarantino, em todas as fotos de divulgação ele passa a impressão de ser um cara sisudo. Um sujeito sério, falando sobre um assunto sério. E parece que McQueen filmou tudo com o objetivo de ganhar prêmios, tudo é muito contemplativo, um monte de câmera parada filmando o nada, pro espectador “pensar”. Objetivo alcançado, levou o Oscar de melhor filme. Pena que o resultado, enquanto cinema, ficou devendo.

Apesar dos defeitos, 12 Anos de Escravidão não chega a ser ruim. Além de uma fotografia caprichada e um ou outro plano-sequência aqui e acolá, o filme tem um elenco inspirado. Michael Fassbender, em sua terceira contribuição com o diretor, mostra (mais uma vez) que é um dos maiores atores do cinema contemporâneo. Chiwetel Ejiofor também está muito bem, passa segurança no papel principal. Curiosamente, a única pessoa do elenco que ganhou o Oscar foi a Lupita Nyong’o, que não está mal mas tem um papel apenas burocrático. Ainda no bom elenco, Paul Giamati, Benedict Cumberbatch, Paul Dano, Sarah Paulson, Alfre Woodard, Garret Dilahunt e uma ponta de Brad Pitt, também produtor (ganhou seu primeiro Oscar este ano por isso!).

Pena que, no fim do filme, em vez de uma reflexão sobre a escravatura, a mensagem que fica é “por que Solomon esperou 12 anos para falar com alguém sobre o seu problema?”

Prometheus

Crítica – Prometheus

Finalmente, chegou um dos mais aguardados filmes de 2012!

Um grupo de arqueólogos descobre uma pista sobre a origem da humanidade na Terra. Uma grande corporação então organiza uma expedição a um planeta distante, onde vão procurar respostas para questões existenciais.

Antes de começar a falar de Prometheus, preciso avisar que NÃO é um filme da franquia Alien. “Ué, mas esse filme não era um prequel do primeiro Alien? Bem, mais ou menos. Explico.

Prometheus é um prequel sim. Mostra o universo dos filmes Alien, antes do que aconteceu lá longe, no primeiro, Alien, o Oitavo Passageiro, dirigido pelo mesmo Ridley Scott em 1979. Mas não é um filme sobre a criatura “alien” – os xenomorfos e “face hughers”. Isso pode causar uma grande decepção em boa parte dos espectadores, que vão ao cinema para ver os bicharocos com sangue ácido e uma boca dentro da outra. Então, caro leitor, deixe-me avisá-lo logo: Prometheus NÃO é um filme sobre os aliens!

Dito isso, vamos ao filme. Prometheus não é Alien, mas é muito bom. Ridley Scott está de volta!

Prometheus entrega o “prometido” (desculpem, mas o trocadilho era inevitável…): misto de ficção científica com suspense e pitadas de terror, trama mostrando elementos do universo Alien, efeitos especiais excelentes e uma cenografia com um visual embasbacante – os cenários e alienígenas seguem o traço do pintor H. R. Giger, o criador do xenomorfo original.

O visual de Prometheus é realmente impressionante. Todos aqueles cenários devem ser digitais, mas a qualidade da imagem faz tudo parecer muito real. A fotografia do filme é belíssima!

O elenco é muito bom. Michael Fassbender está excelente como o androide “da vez” (não, não é spoiler). Noomi Rapace, da versão sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres, manda bem com a sua “nova Ripley” (personagem de Sigourney Weaver nos quatro filmes da série Alien). Charlize Theron também está ótima com a fria chefe. Só não gostei de Guy Pearce mal maquiado como o idoso Weyland. Por que não contratar um ator veterano? Ou pelo menos fazer uma maquiagem bem feita? Ainda no elenco, Idris Elba, Logan Marshall-Green, Sean Harris, Rafe Spall e uma ponta de Patrick Wilson.

Prometheus é bom, mas não é perfeito. O roteiro tem algumas falhas (como é que logo o geólogo responsável pelo mapeamento do local é o cara que se perde?), e são muitos personagens mal desenvolvidos… E ainda tem outro problema: a responsabilidade de ser “a nova ficção científica dirigida por Ridley Scott”. Scott foi o diretor de dois dos maiores filmes da história da ficção científica: Alien, o Oitavo Passageiro (1979) e Blade Runner, o Caçador de Androides (1982). Prometheus é bom, mas perde na inevitável comparação.

Mas, na minha humilde opinião, o pior defeito de Prometheus é não ser uma história fechada. O fim do filme deixa claro que teremos uma continuação em breve. E sabendo que um dos roteiristas é Damon Lindelof, que tem Lost no currículo, a gente fica com o pé atrás com relação a pontas soltas…

Mesmo assim, Prometheus é um grande filme, e merece ser visto no cinema – parte do visual deslumbrante vai se perder no lançamento em dvd / blu-ray. Vi a versão em 3D, mas não senti nada essencial, acredito que possa ser visto em 2D sem nenhum prejuízo.

Agora aguardamos a continuação. Que seja tão boa quanto a continuação do primeiro Alien!

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Shame

Crítica – Shame

Muito tem se falado sobre Shame. Incensado por uns, odiado por outros, qualé a desse filme polêmico?

Bem sucedido profissionalmente, Brandon cuida de sua vida particular de modo que consiga cultivar o seu vício por sexo. Até que sua problemática irmã Sissy aparece e bagunça sua rotina.

O tema de Shame é polêmico por natureza – o dia-a-dia de um cara viciado em sexo. Mas o filme é daqueles que se baseiam na polêmica para se vender, porque tirando o sexo e o impressionante trabalho dos atores principais, não sobra muita coisa.

Pra começar, o roteiro é fraquíssimo. Muito pouca coisa acontece ao longo de pouco mais de hora e meia. E o ritmo é leeento… O diretor Steve McQueen (também co-roteirista) usa planos demasiadamente longos em algumas cenas – por exemplo, pra que a câmera acompanha Brandon por mais de dois minutos enquanto ele pratica cooper? Ou então a interminável tomada no restaurante, quase seis minutos de câmera quase parada! Se a gente pegasse só história, ia ter só meia hora de filme…

Shame é lento, mas nem achei o filme muito chato – apesar das cenas mais longas do que o necessário. A sequência fora de ordem cronológica na parte final (quando ele apanha no bar) é muito boa, com a narrativa indo e vindo em diversos eventos na mesma noite.

Além disso, a atuação de Michael Fassbender merece todo e qualquer elogio. O Magneto de X-Men Primeira Classe e o Jung de Um Método Perigoso mostra aqui que é um ator do primeiro time. E Carey Mulligan não fica atrás. Prato cheio para os fãs da dupla.

E agora a parte polêmica – o sexo. Sim, tem mais do que o padrão – rola muita nudez frontal masculina, o que não é comum em Hollywood. Mas não achei nada tão chocante em termos gráficos. As cenas de sexo sugerem mais do que mostram, mesmo as duas mais faladas – o menage e a boate gay. Tem filme por aí mostrando mais…

No fim, fica aquela sensação de que Shame poderia ser um filme melhor, se se preocupasse com o roteiro. O filme tem seus méritos, mas o resultado final é vazio. Acho que o burburinho em torno do filme é mais pela polêmica do que pelas suas qualidades.

Por fim, me pergunto: heu sou o único que achei o nome do diretor estranho? Steve Mcqueen não é o ator de Papillon e Bullit, que morreu em 1980? 😉

Um Método Perigoso

Crítica – Um Método Perigoso

O filme mostra o início da psicanálise. Um jovem Carl Jung começa um tratamento inovador na histérica Sabina Spielrein, envolvendo interpretações de sonhos e associações de palavras, sob orientação de seu mestre, Sigmund Freud – que usa uma metodologia diferente.

Admito que não gostei do filme, mas não posso dizer que me decepcionei. Um Método Perigoso (A Dangerous Method, no original) é compatível com a carreira recente do diretor David Cronenberg.

Cronenberg não era um diretor “de ponta”, mas era reconhecido como um grande realizador de filmes de terror, com clássicos como Scanners, Videodrome e A Mosca no currículo. O gore era tão presente nos seus filmes quez ele tinha o “carinhoso” apelido “Cronembleargh”… Mesmo quando não estava no terror, seus filmes filmes eram coerentes, como Gêmeos – Mórbida Semelhança, Crash – Estranhos Prazeres e eXistenZ.

Aí parece que o cara resolveu “crescer”, e passou a fazer filmes “sérios”: Marcas da Violência (2005), Senhores do Crime (2007) e agora este Um Método Perigoso. Não posso dizer que ele está errado com esta nova fase na carreira, afinal, ele ganhou mais reconhecimento da crítica em geral e seus atores são indicados a prêmios importantes (Viggo Mortensen foi indicado ao Oscar por Senhores do Crime e ao Globo de Ouro por Um Método Perigoso; William Hurt concorreu ao Oscar de melhor ator coadjuvante  por Marcas da Violência). Mas posso dizer que, pelo menos na minha humilde opinião, sua carreira ficou sem graça. Heu preferia os seus filmes anteriores…

Um Método Perigoso é a adaptação da peça The Talking Cure (de Christopher Hampton, também roteirista aqui), baseada no livro A Most Dangerous Method, de John Kerr. O filme não chega a ser ruim. O problema é que é um filme chato – se baseia quase que totalmente em diálogos monótonos, um papo cabeça sobre psicologia / psiquiatria. Tem gente que curte isso, me  lembro dos meus tempos de frequentador do bar “Sujinho”, na UFRJ, campus Praia Vermelha, ao lado do Instituto de Psicologia. Naquela época, talvez heu tivesse paciência pra toda essa discussão cabeça, e a mania de Freud de dizer que tudo tem a ver com sexo. Mas confesso que hoje em dia não tenho mais saco…

Se tem algo muito bom aqui são as interpretações dos atores. Michael Fassbender e Viggo Mortensen estão bem como Jung e Freud; Vincent Cassel idem, num papel pequeno, como Otto Gross. E Keira Knightley está excelente como a desequilibrada (e depois controlada) Sabina Spielrein.

Mas no geral, é chato. Sinto que sou uma voz sozinha na multidão, mas mando o meu recado para o diretor: “Volte, Cronenberg!”

À Toda Prova

Crítica – À Toda Prova

Um grande elenco, cheio de atores consagrados, liderados por uma lutadora de MMA? Pode ser uma boa…

Mallory é uma agente secreta que trabalha para uma empresa privada que presta serviços para a CIA – uma espécie de mercenária do mundo moderno. Algo aconteceu de errado em sua última missão, e agora ela está agindo sozinha para salvar a própria vida.

O diretor Steven Soderbergh alterna a sua carreira: às vezes trabalha em pequenos projetos com cara de cinema independente; às vezes são super produções hollywoodianas com elencos grandiosos. À Toda Prova (Haywire, no original)faz parte do segundo grupo. Afinal, não é todo dia que vemos um elenco que conta com Ewan McGregor, Antonio Banderas, Michael Douglas, Michael Fassbender, Channing Tatum e Bill Paxton.

Logo a figura central do elenco é “caloura”: a lutadora Gina Carano. Por um lado, foi legal colocar uma mulher que realmente sabe bater, as lutas são muito bem coreografadas, Gina convence que uma mulher pode bater em caras maiores que ela. Mas por outro lado, a inexperiência de Gina é um dos pontos fracos aqui – sua habilidade para expressar emoções parece ser inversamente proporcional à sua habilidade com a luta…

(Curiosamente, não é a primeira vez que Soderbergh traz uma atriz de outro universo para estrelar um filme seu. Em 2009 foi a vez de Sasha Grey, atriz pornô que protagonizou Confissões de uma Garota de Programa. Pelo visto Soderbergh não gosta muito de arriscar: uma atriz pornô interpretando uma prostituta; uma lutadora fazendo um filme de ação…)

A trama é um pouco confusa, são muitas idas e vindas (boa parte do filme é em flashback), mas não vi pontas soltas no fim. E Gina Carano pode ser limitada, mas não chega a atrapalhar o bom elenco. Também gostei da trilha sonora de David Holmes.

À Toda Prova não vai entrar pra história como um grande filme de ação. Mas é um filme divertido. E sempre é legal ver mulher metendo a p%$#@rrada!

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X-Men: Primeira Classe

Crítica – X-Men: Primeira Classe

Já que a onda atual é reboot, vamos ao reboot da franquia X-Men!

Nos anos 60, antes de Charles Xavier e Erik Lensherr usarem os nomes Professor X e Magneto, eles eram amigos, e trabalhavam lado a lado para reunir mutantes e treiná-los para defender o mundo de uma terrível ameaça. Diferenças entre o modo de cada um pensar os tornará os arqui-inimigos que todos conhecemos.

X-Men 3 – O Confronto Final (2006) e X-Men Origins: Wolverine (2009) não foram tão ruins quanto Batman Eternamente (95) e Batman & Robin (97), mas este X-Men: Primeira Classe pode ser tranquilamente comparado com o Batman Begins de 2005. Foi um excelente recomeço da franquia, um blockbuster daqueles que vai agradar tanto os fãs da franquia quanto os “leigos” apreciadores de bons filmes.

Bryan Singer, diretor dos dois primeiros X-Men, foi roteirista e produtor aqui. A direção ficou nas mãos de Matthew Vaughn (também roteirista, ao lado de mais 4 pessoas), o mesmo de Kick-Ass, um dos melhores filmes de 2010. Quando um cara faz um filme bom, costumo guardar o nome dele; se ele faz dois bons seguidos, já entra na minha lista de “diretores que precisamos prestar atenção”… 😉

Tudo funciona redondinho aqui. O roteiro, apesar de ter passado por várias mãos, é bem escrito. Existe um perfeito equilíbrio entre ação, tensão e drama, conseguimos viver os problemas dos personagens, e ao mesmo tempo temos cenas de ação de tirar o fôlego.

O bom elenco também ajuda. Michael Fassbender já tinha mostrado bons serviços em Bastardos Inglórios e Centurião; o mesmo podemos dizer sobre James McAvoy em O Procurado e O Último Rei da Escócia. E ambos estão bem juntos, no desafio que é interpretar personagens que foram de Ian McKellen e Patrick Stewart. Uma coisa muito legal aqui é a ausência de maniqueísmo: sabemos que ambos têm filosofias diferentes (tanto que se tornarão inimigos), mas eles estão lado a lado, e conseguimos “comprar” a ideia de cada um deles.

Fassbender e McAvoy não estão sozinhos. O elenco também conta com Jennifer Lawrence (Inverno da Alma), Rose Byrne (Presságio), Oliver Platt (Amor e Outras Drogas), January Jones (Desconhecido) e um inspirado Kevin Bacon, que faz um excelente  vilão cartunesco, o Sebastian Shaw. Ah, sim, para os fãs da franquia, rolam rápidas participações especiais não creditadas de dois atores dos primeiros filmes.

Falando nos primeiros filmes, talvez aqui esteja a única fraqueza de X-Men: Primeira Classe. Vemos explicações sobre algumas coisas que aparecem nos outros filmes – ou seja, quem não viu, vai ficar se perguntando “por que estão mostrando isso?”. Mesmo assim, gostei de ver coisas como a razão do Professor Xavier ser paraplégico.

A parte técnica também é muito bem feita. O filme se passa nos anos 60, a ambientação de época é perfeita. Os efeitos especiais estão na dose certa, e, pra completar a trilha sonora é muito boa, tanto na parte orquestral quanto na onda psicodélica sessentista.

Mais uma coisa: este filme é da Marvel, mas parece seguir uma linha paralela à que a Marvel traçando com Hulk, Homem de Ferro, Thor e Capitão América. Não rola nem a tradicional ponta de Stan Lee, nem a também tradicional cena depois dos créditos!

Tudo indica que este é o primeiro filme de uma nova série. Aguardemos para ver. Pelo menos o reboot da franquia começou bem.

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Jonah Hex

Jonah Hex

Um filme baseado em quadrinhos da DC (Batman, Superman, Watchmen), estrelado por Josh Brolin (indicado ao Oscar no ano anterior), com o grande John Malkovich e a gostosona Megan Fox de coadjuvantes, tinha potencial para um grande lançamento nas telas de cinema. Mas teve um lançamento discreto direto em dvd. Por que será?

A resposta é clara: Jonah Hex é fraco!

Baseado na graphic novel homônima, o filme mostra a história de Jonah Hex (Josh Brolin), um caçador de recompensas durão com o rosto deformado e que consegue falar com os mortos, e seu grande inimigo, o terrorista Quentin Turnbull (John Malkovich).

Tecnicamente, o filme é até bem feito, os efeitos especiais funcionam bem. Mas a história é tão besta! O roteiro é repleto de clichês e diálogos ruins, e o filme gera interesse zero.

O elenco é bem acima da média, mas está ruim como todo o resto do filme. Brolin está horroroso, caricato, monocórdio. Malkovich está menos mal, mas não o suficiente para salvar o filme. E Megan Fox (Transformers, Garota Infernal) é apenas mais um rostinho bonito, dela ninguém esperava algo complexo como “atuar”. E o filme ainda traz outros nomes legais, como Michael Fassbender (Bastardos Inglórios), Aidan Quinn, Wes Bentley e uma ponta não creditada de Jeffrey Dean Morgan como Jeb (o filho de Malkovich).

Mas o roteiro é tão frouxo! Não sei como eram os quadrinhos originais, mas o filme traz coisas completamente sem sentido, como, por exemplo, qual era a motivação de um terrorista naquela época? Outro: qualé a da poderosa “arma destruidora de nações” que nunca é explicada?

Não preciso falar que foi um fracasso de bilheteria, né? Pelo menos é curto. Só 80 min.

Centurião / Centurion

Centurion

Uêba! Tem filme novo do Neil Marshall disponível pra download!

Em 117 D.C., no norte da Bretanha, um grupo de soldados romanos, remanescentes da lendária Nona Legião, é atacado por bárbaros pictos, e agora precisam fugir pelas suas vidas.

É bom deixar claro: Centurion não é um filme de terror. É que o nome de Neil Marshall lembra filmes do estilo, afinal, o cara fez Cães de Caça e Abismo do Medo… Mas é bom lembrar que seu último filme, Juízo Final, já não era mais terror.

Centurion não é terror, mas tem muita violência e muito sangue – aliás, coerente com o tema medieval. Muito mais violência que habitualmente vemos em produções semelhantes. Incompatível com padrões hollywoodianos, a quantidade de sangue no filme deve atrapalhar a sua distribuição. Mas, por outro lado, não vai decepcionar os apreciadores do gênero.

Falando na violência, pena que o meu Top 10 de melhores cenas de massacre já rolou. Porque o ataque dos pictos aos romanos mereceria estar lá…

Diferente de títulos como Gladiador, Centurion não se preocupa com o background dos personagens – o que achei uma escolha acertada. Afinal, no meio da pancadaria, não senti falta de explicações e motivações internas… O importante é a porrada! 😉

Outra coisa muito boa aqui são as locações. Belíssimas montanhas e florestas geladas inglesas e escocesas. Às vezes a gente quase esquece da história pra ficar vendo as paisagens! E os créditos iniciais souberam aproveitar, em letras tridimensionais, flutuando pelas paisagens. Boa escolha!

O diretor vai ficando famoso, o elenco começa a ter nomes mais conhecidos… Em seus dois primeiros filmes, ninguém digno de nota; em Juízo Final, rolou Rhona Mitra de protagonista e ponta de Bob Hoskins. Agora temos Michael Fassbender (logo depois de Bastardos Inglórios), Olga Kurilenko (007 Quantum Of Solace) e Dominic West (O Justiceiro – Zona de Guerra). Se ainda não são nomes do primeiro escalão, pelo menos são atores com currículo melhor. E todos estão bem.

Centurion ainda será lançado nos EUA (é uma produção inglesa), mas já existe nos sites de torrent em dvd-rip. Boa opção de download!

Sem Saída – Eden Lake

Sem Saída – Eden Lake

Steve e Jenny vão acampar num lago, mas esbarram com uma gangue de adolescentes marginais. Após um incidente com a gangue, começa um conflito.

Não é todo dia que aparece um filme como Sem Saída. Tensão crescente, no ritmo certo. E uma coisa muito legal aqui é que tudo é perfeitamente possível de acontecer com qualquer um. O casal não fez nada demais para provocar os garotos. E a gangue é consistente, alguns dos meninos estão nitidamente desconfortáveis com a situação, mas continuam seguindo o “macho alfa” do grupo.

O filme foi dirigido e escrito por James Watkins – é a sua estreia como diretor, mas ele já escrevera outros roteiros. O casal principal é bem interpretado por Kelly Reilly (Sherlock Holmes) e Michael Fassbender (Bastardos Inglórios). Mas quem chama a atenção é o garoto Jack O’Connell, como o líder da gangue.

O clima aqui às vezes lembra Abismo do Medo. Ambos os filmes são britânicos e ambos colocam protagonistas mulheres passando por situações extremas – aquela cena com Jenny dentro da lixeira lembra muito uma certa parte de Abismo do Medo. O fato de ambos os filmes terem trilha sonora de David Julyan também ajuda na semelhança.

(Coincidência ou não, James Watkins foi o roteirista de Abismo do Medo 2…)

Sem Saída é mais um daqueles filmes mal lançados aqui no Brasil. Ouvi falar dele numa comunidade do orkut, baixei e vi. E só depois descobri que já foi lançado em dvd aqui no Brasil…