Top Gun – Ases Indomáveis

Crítica – Top Gun – Ases Indomáveis (1986)

Sinopse (google): A escola naval de pilotos é onde os melhores dos melhores treinam para refinar suas habilidades de voo de elite. Quando o piloto Maverick é enviado para a escola, sua atitude irresponsável e comportamento arrogante o colocam em desacordo com os outros pilotos, especialmente Iceman. Porém Maverick não está apenas competindo para ser o piloto superior de caça, ele também está lutando pela atenção de sua bonita instrutora de voo, Charlotte Blackwood.

Maior bilheteria de 1986, desbancando Jornada Nas Estrelas IV: A Volta Para A Terra , Platoon e Curtindo A Vida Adoidado. Foi um dos primeiros grandes sucessos de Tom Cruise, um dos maiores star power de Hollywood nas últimas décadas. E ainda tem uma das trilhas sonoras mais marcantes da história. Este é Top Gun – Ases Indomáveis.

Top Gun talvez seja o filme mais famoso do diretor Tony Scott. Lembro que na época rolava uma piadinha que Tony Scott era o “irmão menos talentoso do Ridley Scott”. Maldade. Tony é talentoso, só pegou um caminho mais pop naquela época – a gente não pode esquecer de Dias de Trovão, um “sub Top Gun lançado poucos anos depois. Mas, Tony Scott foi um grande diretor e tem um currículo com alguns grandes filmes (como Fome de Viver e Amor À Queima Roupa). Pena que faleceu cedo, aos 68 anos, em 2012.

Ok, a gente precisa reconhecer que várias sequências de Top Gun parecem videoclipes de propaganda militar norte americana. Mas, também precisamos reconhecer que as cenas aéreas são muito boas – apesar de hoje, em 2022, ficar claro que as cenas filmadas dentro do cockpit foram feitas em estúdio (mas, caramba, estávamos em 1986!).

E, já que falamos em videoclipe, a trilha sonora do filme é excelente, foi um disco que vendeu muito, e que as músicas imediatamente remetiam ao filme (como Footloose ou Dirty Dancing). Além disso, o tema Top Gun Anthem, de Harold Faltermeyer, é excelente!

Já comentei aqui no canal sobre filmar em ruas e calçadas molhadas – prática aliás bastante utilizada por Ridley Scott. Aqui em Top Gun tem uma certa variação: vemos pessoas suadas, muitas pessoas suadas. Não estou falando da famosa cena do vôlei de praia, estou falando de cenas de tensão, como acontece na sala de comando quando todos estão acompanhando pelo rádio as manobras aéreas. Para acentuar a tensão, todos estão com gotículas de suor espalhadas pelo rosto. E isso acontece várias vezes ao longo do filme.

Já que falei do vôlei de praia, bora falar da “teoria Tarantino”. No filme Vem Dormir Comigo, de 1994, Tarantino faz uma ponta, aparece numa festa dizendo que Top Gun seria um filme gay. Maverick seria um gay no armário, e que Iceman e seus amigos seriam os gays que estariam tentando trazer Maverick para o lado deles. Charlie estaria tentando trazer Maverick de volta para a heterossexualidade, por isso só ela coloca uma jaqueta e um boné escondendo o cabelo para “parecer um homem” e chamar a atenção de Maverick, na cena do elevador. Anos depois, em entrevistas, o produtor Jerry Bruckheimer e o roteirista Jack Epps Jr. disseram que o filme não foi feito pensando neste aspecto, mas que o público tem a liberdade de interpretá-lo como quiser.

Na minha humilde opinião, isso sempre foi uma piada (assim como outras teorias do Tarantino, como a da música Like a Virgin da Madonna). Mas é uma piada bem bolada, e que ganhou força com o passar do tempo. E sim, se a gente tiver isso em mente, Top Gun funciona bem como um filme gay, podemos sentir o clima que rola entre Maverick e Iceman.

(Curioso a gente pensar que Vem Dormir Comigo é de 1994, e que um ano antes Tony Scott lançou Amor À Queima Roupa, com roteiro do Tarantino. Provavelmente eles tiveram essa conversa ao vivo…)

No elenco, esse deve ter sido o primeiro grande sucesso de Tom Cruise – antes disso ele tinha feito A Lenda, Negócio Arriscado, uma ponta em Vidas sem Rumo e mais um ou outro filme irrelevante. Mas a partir daqui, sua carreira decolou e hoje ele é um dos maiores nomes de Hollywood. Também no elenco, Val Kilmer, Kelly McGillis, Anthony Edwards, Tom Skerritt, Michael Ironside, Tim Robbins, Rick Rossovich e Meg Ryan. O elenco de um modo geral funciona bem, mas preciso dizer que a relação entre o casal principal não me convenceu, faltou química.

Datado, mas ainda diverte.

Anônimo

Crítica – Anônimo

Outro dia me falaram de um filme do diretor de Hardcore Henry e do roteirista de John Wick. Epa, esse é daqueles filmes que a gente precisa ver!

Sinopse (filmeb) Quando ladrões invadem sua casa, Hutch se recusa a defender a si mesmo ou sua família, na esperança de evitar violência grave. Seu filho adolescente, Blake, está desapontado com ele, e sua esposa, Becca, parece se afastar ainda mais. O rescaldo do incidente acerta a raiva latente de Hutch, desencadeando instintos adormecidos e impulsionando-o em um caminho brutal que revelará segredos obscuros e habilidades letais.

(Normalmente uso a sinopse do imdb, mas estava horrível. Por isso catei em outro lugar.)

Antes de entrar no filme, vou explicar a introdução. Ilya Naishuller é um russo que fez um videoclipe insano e violento, que depois desenvolveu a ideia no igualmente insano e violento Hardcore Henry. É um filme de ação tiro porrada e bomba, todo em câmera POV. Adrenalina ao máximo, com o espectador “vivendo” o papel principal. Filme divertidíssimo, daqueles que dá vontade de rever assim que acaba. Claro que quero ver o novo projeto do mesmo diretor.

E John Wick virou uma nova referência quando se fala de filmes de ação. Ok, concordo que o forte na franquia John Wick é o modo como as cenas de ação são filmadas e não o roteiro, mas, vamulá, o roteirista Derek Kolstad tem o seu mérito.

Anônimo (Nobody, no original) não tem sequências em câmera pov, o formato é mais tradicional, mais próximo dos filmes do John Wick. Um cara aparentemente comum resolve mostrar suas habilidades contra vários oponentes.

Antes de tudo, gostei muito de Anônimo, mas, preciso falar que tem duas coisas no roteiro que não me agradaram. Nada contra ser uma história parecida com John Wick, isso não me incomodou. A primeira coisa é o vilão caricato. A cena que ele aparece é ótima, um plano sequência que começa com um carro fazendo uma baianada, depois ele sai do carro, entra num clube, toma uma dose de bebida, cheira alguma droga, sobe no palco onde uma pessoa está cantando e começa a dançar. A cena é muito bem filmada, e já mostra que esse é um cara exagerado. Mas, achei caricato demais. Entendo a opção do filme de usar um personagem assim, mas achei over.

Já o segundo problema é um pouco mais grave. Não sei se isso é spoiler, então vamos aos avisos de spoiler.

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

O protagonista Hutch tem um passado badass escondido, vê-lo sozinho enfrentando os outros é muito legal. Mas, na cena final, cena grandiosa, dezenas de inimigos, Hutch não está sozinho. A cena é divertida, mas, achei forçado ver que as outras pessoas têm as mesmas habilidades pra acompanhá-lo.

FIM DOS SPOILERS!

Tirando esses dois detalhes, o roteiro funciona bem. Gostei de como o roteiro mostra o tédio do dia a dia de Hutch, e gostei de ter algumas doses de humor ao longo do filme – não, nunca chega a ser comédia, mas servem pra aliviar o clima – tipo a cena na loja de tatuagem. Também gostei da trilha sonora usar músicas fora do óbvio, tipo aquela num clima Frank Sinatra no início da cena do ônibus, ou o Louis Armstrong quando a casa está pegando fogo.

Também preciso falar do protagonista. Bob Odenkirk é mais conhecido pelas séries Breaking Bad e Better Call Saul. Heu só vi a primeira temporada de Breaking Bad, não curti muito e parei, um dia hei de dar uma nova chance, então, pra mim, não tenho essa referência sobre o ator. Mas, pouco importa, ele está sensacional aqui. Tanto pelo talento em criar um brucutu com camadas, quanto pelo lado físico – segundo o imdb, ele treinou por 2 anos pra protagonizar essas cenas de luta. E, sendo que o cara já tem 59 anos, esse fato é ainda mais impressionante. Arriscaria dizer que, sem ele, Anônimo seria um filme sem graça. Outro nome legal no elenco é o Christopher Lloyd, o eterno Doc Brown de De Volta Para o Futuro, mas ele aparece pouco. O mesmo podemos falar sobre Connie Nielsen e Michael Ironside, que pouco fazem no filme. Tirando o Bob Odenkirk, o único que tem algum destaque é o vilão russo caricato Aleksey Serebryakov.

Por ser do mesmo roteirista de John Wick, rolou um buzz na internet sobre um possível crossover. Acho isso bem difícil de acontecer, mas… seria bem legal, né?

Segundo o filmeB, Anônimo será lançado dia 13 de maio. Será? Tomara!

X-Men: Primeira Classe

Crítica – X-Men: Primeira Classe

Já que a onda atual é reboot, vamos ao reboot da franquia X-Men!

Nos anos 60, antes de Charles Xavier e Erik Lensherr usarem os nomes Professor X e Magneto, eles eram amigos, e trabalhavam lado a lado para reunir mutantes e treiná-los para defender o mundo de uma terrível ameaça. Diferenças entre o modo de cada um pensar os tornará os arqui-inimigos que todos conhecemos.

X-Men 3 – O Confronto Final (2006) e X-Men Origins: Wolverine (2009) não foram tão ruins quanto Batman Eternamente (95) e Batman & Robin (97), mas este X-Men: Primeira Classe pode ser tranquilamente comparado com o Batman Begins de 2005. Foi um excelente recomeço da franquia, um blockbuster daqueles que vai agradar tanto os fãs da franquia quanto os “leigos” apreciadores de bons filmes.

Bryan Singer, diretor dos dois primeiros X-Men, foi roteirista e produtor aqui. A direção ficou nas mãos de Matthew Vaughn (também roteirista, ao lado de mais 4 pessoas), o mesmo de Kick-Ass, um dos melhores filmes de 2010. Quando um cara faz um filme bom, costumo guardar o nome dele; se ele faz dois bons seguidos, já entra na minha lista de “diretores que precisamos prestar atenção”… 😉

Tudo funciona redondinho aqui. O roteiro, apesar de ter passado por várias mãos, é bem escrito. Existe um perfeito equilíbrio entre ação, tensão e drama, conseguimos viver os problemas dos personagens, e ao mesmo tempo temos cenas de ação de tirar o fôlego.

O bom elenco também ajuda. Michael Fassbender já tinha mostrado bons serviços em Bastardos Inglórios e Centurião; o mesmo podemos dizer sobre James McAvoy em O Procurado e O Último Rei da Escócia. E ambos estão bem juntos, no desafio que é interpretar personagens que foram de Ian McKellen e Patrick Stewart. Uma coisa muito legal aqui é a ausência de maniqueísmo: sabemos que ambos têm filosofias diferentes (tanto que se tornarão inimigos), mas eles estão lado a lado, e conseguimos “comprar” a ideia de cada um deles.

Fassbender e McAvoy não estão sozinhos. O elenco também conta com Jennifer Lawrence (Inverno da Alma), Rose Byrne (Presságio), Oliver Platt (Amor e Outras Drogas), January Jones (Desconhecido) e um inspirado Kevin Bacon, que faz um excelente  vilão cartunesco, o Sebastian Shaw. Ah, sim, para os fãs da franquia, rolam rápidas participações especiais não creditadas de dois atores dos primeiros filmes.

Falando nos primeiros filmes, talvez aqui esteja a única fraqueza de X-Men: Primeira Classe. Vemos explicações sobre algumas coisas que aparecem nos outros filmes – ou seja, quem não viu, vai ficar se perguntando “por que estão mostrando isso?”. Mesmo assim, gostei de ver coisas como a razão do Professor Xavier ser paraplégico.

A parte técnica também é muito bem feita. O filme se passa nos anos 60, a ambientação de época é perfeita. Os efeitos especiais estão na dose certa, e, pra completar a trilha sonora é muito boa, tanto na parte orquestral quanto na onda psicodélica sessentista.

Mais uma coisa: este filme é da Marvel, mas parece seguir uma linha paralela à que a Marvel traçando com Hulk, Homem de Ferro, Thor e Capitão América. Não rola nem a tradicional ponta de Stan Lee, nem a também tradicional cena depois dos créditos!

Tudo indica que este é o primeiro filme de uma nova série. Aguardemos para ver. Pelo menos o reboot da franquia começou bem.

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Se você gostou de X-Men: Primeira Classe, o Blog do Heu recomenda:
Kick-Ass
Homem de Ferro
Batman Cavaleiro das Trevas

Tropas Estelares

Tropas Estelares

Tropas Estelares (Starship Troopers) já esteve presente em dois dos meus Top 10 (“melhores vômitos” e “melhores cenas de massacre“), mas ainda não estava no blog! Revi o filme para então escrever a crítica.

A trama é sensacional: num futuro militarista, humanos são atacados por insetos gigantes alienígenas. Agora é a hora de atacá-los de volta!

Sim, é um filme B. Super produção com efeitos digitais de primeira linha, e mesmo assim, filme B.

Tropas Estelares foi dirigido em 1997 pelo holandês Paul Verhoeven. Verhoeven fez ótimos filmes desde que chegou a Hollywood, no meio dos anos 80. Entre 85 e 92, ele dirigiu Conquista Sangrenta, RoboCop, O Vingador do Futuro e Instinto Selvagem (gosto dos quatro!). Em 95, deu uma escorregada com Showgirls (um dos piores filmes da história de Hollywood!), e, depois de Tropas Estelares, ainda lançou o médio O Homem Sem Sombra em 2000, antes de dar uma pausa na carreira – só voltou a dirigir em 2006, de volta à Holanda, com A Espiã.

No elenco, não tem nenhum nome de primeira linha, mas vários nomes legais. Aliás, o “star power” do filme é um grande “quase”! Tropas Estelares é estrelado pelo quase galã Casper Van Dien – o cara chegou a interpretar James Dean no mesmo ano num filme para a tv, mas sua carreira nunca deslanchou. Assim como ele, Jake Busey (o filho de Gary Busey) tampouco fez sucesso. Neil Patrick Harris é um hoje nome conhecido, mas por causa das séries de tv Doogie Houser, MD e How I Met Your Mother (domingo passado ele estava mais uma vez indicado ao Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante. Entre as meninas, temos Dina Meyer (Johnny Mnemonic, D-Tox, Jogos Mortais) e Denise Richards, com seus lindos olhos azuis, que quase virou uma estrela na época – logo depois ela mandou bem em Garotas Selvagens – mas, como o resto do elenco, parou por aí. Ainda temos Clancy Brown – o Kurgan de Highlander,  Michael Ironside (O Vingador do Futuro) e Patrick Muldoon. Ah, se você prestar atenção, Amy Smart (Espelhos do Medo, Adrenalina) aparece rapidinho, apostando uma corrida com Denise Richards!

O filme pode ser “B”, mas os efeitos especiais são excelentes. Quase todos os insetos gigantes foram feitos no computador! São várias as espécies na guerra contra os humanos, temos insetos grandes, médios e pequenos, terrestres e voadores, e todos funcionam muito bem

O filme foi baseado no livro de Robert A. Heilein, que se passa originalmente na Argentina. Isso, para nós brasileiros, traz uma piada politicamente incorreta extra – afinal, Buenos Aires é destruída no filme! 😀

Na época do lançamento, muita gente se sentiu incomodada com o militarismo exposto no filme. Sim, os uniformes trazem referências aos uniformes nazistas, e muita gente achou que o totalitarismo mostrado era uma referência fascista.

Por outro lado, teve gente que viu uma crítica ao colonialismo americano, onde belos soldados invadem um planeta de insetos feios para dominá-los à força, nem que para isso fosse necessário matar a maior parte da sua população.

Bem, heu não vi essas coisas. Vi um filme onde humanos estão em guerra contra insetos gigantes alienígenas! Precisa de mais? Pra que mensagem subliminar?

O Exterminador do Futuro: A Salvação

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O Exterminador do Futuro: A Salvação

O primeiro Exterminador do Futuro, dirigido por James Cameron em 1984, é um dos melhores filmes de ação / ficção científica da década de 80, e ainda criou um papel perfeito para o ex fisiculturista (e hoje político) Arnold Schwarzennegger. Sua continuação, em 1991, também dirigida por Cameron, não só manteve o bom nível do primeiro, como ainda foi um marco no uso dos efeitos especiais por computador, ao criar um exterminador de metal líquido. Em 2003 houve uma terceira parte, bem mais fraca que os dois primeiros. E agora chega aos cinemas o quarto filme. E aí? Funcionou?

Sim, funcionou. Não sei se ficará para a história como os dois primeiros, mas é bem melhor que o terceiro, e bem melhor do que muitos dos recentes “filmes novos com ideias antigas”.

(Explicando a expressão usada aí em cima: Hollywood não tem tido muita imaginação para criar novas ideias, é só vermos a enorme quantidade de refilmagens, releituras e reciclagens em geral que ocupam as listas de filmes mais vistos dos últimos tempos!)

Todos conhecem a história, né? No futuro (o “distante”1997), houve uma hecatombe nuclear, e as máquinas decidiram tomar conta do planeta e exterminar a raça humana. Então, mandam um robô – o “Exterminador” – para o passado, para matar a mãe de John Connor, líder da resistência no futuro.

Enquanto os outros filmes se passavam antes da hecatombe, com exterminadores e humanos voltando pro passado, este quarto filme se passa depois, com John Connor já adulto. Connor luta para salvar Kyle Resse, um jovem que no futuro voltará ao passado e se tornará o seu pai. Enquanto isso, um misterioso Marcus Wright aparece ao lado dos “mocinhos”, e não sabemos exatamente quem é ele. E contar mais sobre este bom personagem estraga o filme para quem não viu.

O elenco é cheio de nomes legais. Sam Worthington “rouba” o filme como Marcus; Anton Yelchin, o Checov do novo Star Trek, também está bem como Kyle Reese. Também estão no elenco Moon Bloodgood, Bryce Dallas Howard, Helena Bonham Carter e Michael Ironside. Curiosamente, Christian Bale, o Batman, logo o protagonista, apesar de bom ator, é o elo fraco do elenco. Usar exatamente a mesma voz gutural do cavaleiro das trevas não foi uma boa ideia…

Coube a direção a McG, que apesar do nome esquisito, já mostrou eficiência em filmes de ação ao dirigir os dois As Panteras. E os ótimos efeitos especiais ficaram a cargo da consagrada Industrial Light & Magic, fazendo um bom trabalho ao misturar efeitos mecânicos e computadorizados. E existe uma surpresa muito legal no fim do filme, quando aparece o primeiro T800!

Enfim, como dito lá em cima, o tempo vai dizer se esse virará um clássico como os dois primeiros. Mas por enquanto podemos ficar com um bom filme de ação!

O Vingador do Futuro

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O Vingador do Futuro

Num futuro indefinido, Quaid (Arnold Schwarzenegger) tem uma vida tranquila. Tem um emprego como operário, tem uma bela esposa (Sharon Stone, lindíssima), mas tem sonhos constantes e obsessivos com Marte. Resolve então “visitar” Marte, numa nova forma de viagem: um implante de memória no cérebro, com lembranças de uma viagem de duas semanas pelo planeta vermelho. Mais: como adicional, ele opta por ter uma viagem “com aventura”, na pele de um agente secreto! E, a partir daí, você não sabe mais se o que acontece com Quaid é verdade ou se foi implantado em seu cérebro.

Dirigido por Paul Verhoeven e baseado no conto “We Can Remember It For You Wholesale”, de Philip K Dick (o mesmo de Blade Runner, O Homem Duplo, Minority Report e O Pagamento), O Vingador do Futuro tem um dos melhores roteiros de sua época – apesar do nome sugerir uma apelativa cópia do Exterminador do Futuro, também com Schwarza.

Paul Verhoeven, um cineasta holandês há poucos anos em Hollywood, ainda era muito mais cínico e violento que a maioria dos americanos. Estava no auge, na mesma época fez Conquista Sangrenta, Robocop e Instinto Selvagem, todos ótimos. Pena que não soube segurar a mão e sua carreira foi escada abaixo depois, com filmes de qualidade duvidosa como Showgirls e O Homem sem Sombra.

O elenco está perfeito. O grande canastrão Schwarzenegger tem aqui um dos melhores papéis da sua carreira; Sharon Stone idem (acho que só em Cassino e Instinto Selvagem ela se igualou); e Michael Ironside também está ótimo, como um vilão mão, muito mau!

Os efeitos especiais, mesmo se passando mais de 15 anos, ainda convencem – apesar de certos chroma-keys estarem, vamos dizer, “gastos”. Mesmo assim, os cenários, maquiagens e efeitos em geral ainda funcionam!

Boa diversão!