Sin City 2 – A Dama Fatal

0-Sin City-posterCrítica – Sin City 2 – A Dama Fatal

Nove anos depois, a continuação de Sin City – A Cidade do Pecado!

Misturando duas histórias clássicas da graphic novel de Frank Miller com tramas inéditas, vemos os cidadãos mais durões encontrando alguns dos mais famosos habitantes de Sin City.

O primeiro Sin City foi uma revolução nas telas dos cinemas. Nunca antes na história do cinema tivemos uma adaptação tão perfeita de uma graphic novel. Às vezes, parecia que era a câmera passeando pelas páginas da revista! Agora não é mais novidade, o espectador já sabe o estilo de filme que vai encontrar. Se não existe mais o impacto, pelo menos a qualidade foi mantida.

Mais uma vez, temos uma graphic novel na tela. É injusto falar de “adaptação”, quando a fotografia do filme emula as páginas da graphic novel. Assim como no primeiro filme, a cor do filme chama a atenção, preto e branco com alguns detalhes coloridos, mas sempre com cores fortes – o preto é preto mesmo, são poucos tons de cinza. O 3D não é essencial, mas ajuda na visualização das “páginas”.

A parceria na direção, presente no primeiro filme, se repete aqui. Sin City 2 – A Dama Fatal é assinado pelo diretor Robert Rodriguez e pelo autor da HQ, o próprio Frank Miller. Miller não tem muita intimidade com a sétima arte, depois de Sin City ele se arriscou sozinho na cadeira de diretor e fracassou com The Spirit. Ou seja, provavelmene Rodriguez dirigiu e Miller ficou só por perto. Mas não critico a opção de Rodriguez. Sin City 2 continua sendo um filme com a sua cara, e ele ainda teve um guru ao lado para dar os palpites certos.

Como de habitual, o workaholic Rodriguez trabalhou muito. Além de dirigir, produzir e editar, ele foi o responsável pela fotografia e pela excelente trilha sonora, dois dos destaques do filme.

Assim como no filme de 2005, Sin City 2 – A Dama Fatal conta com um bom elenco. E o nome a ser citado aqui é Eva Green, linda linda linda, e que cria uma das melhores femme fatales do cinema recente. Clive Owen foi substituído por Josh Brolin, que ficou bem no papel de Dwight. Mickey Rourke, Rosario Dawson, Jessica Alba, Powers Boothe, Bruce Willis e Jaime King estão de volta aos seus papeis. Dennis Haysbert ficou com o papel do falecido Michael Clarke Duncan; Joseph Gordon-Levitt tem um papelo importante escrito para o filme (não está nos quadrinhos). Ainda no elenco, Ray Liotta, Juno Temple, Jamie Chung, Marton Csokas e uma ponta de Christopher Lloyd- além de um cameo da cantora Lady Gaga.

Claro, este estilo não é para todos. Alguns vão achar tudo caricato demais, todos os personagens homens são durões e quase todas as mulheres são fatais, todas as cenas têm narrações em off, tudo é estilizado demais. Mas quem entrar na onda vai curtir a viagem.

Pena que a bilheteria lá fora foi mal. Não devemos ter um Sin City 3

Sin City – A Cidade do Pecado

Crítica – Sin City – A Cidade do Pecado

Comprei uma edição dupla gringa de Sin City – A Cidade do Pecado em blu-ray, com duas versões do filme – além da versão que passou nos cinemas, tem a “extended”, “uncut” e “recut”. Revi a original, assim que ver a outra, compará-las-ei no TBBT. Mas, antes disso, vou falar do filme aqui.

Adaptação da graphic novel de Frank Miller, Sin City – A Cidade do Pecado mostra três histórias interligadas, envolvendo policiais corruptos, mulheres sedutoras e marginais durões, uns em busca de vingança, outros em busca de redenção.

Sin City – A Cidade do Pecado é uma das melhores adaptações da história do cinema. Aliás, nem sei se dá pra chamar de adaptação, porque às vezes nem parece filme, parece que estamos vendo na tela os quadrinhos da graphic novel.

A história disso vale ser contada. Um dos maiores nomes da história dos quadrinhos, Frank Miller não tinha um bom currículo em Hollywood. O convidaram para escrever os roteiros do fraco Robocop 2 e do ainda mais fraco Robocop 3. Miller deve ter ficado traumatizado, já que se afastou do cinema – pra que se aventurar num terreno onde não conseguiu bons resultados?

Aí apareceu Robert Rodriguez, que já tinha alguns sucessos na filmografia (A Balada do Pistoleiro, Um Drink no Inferno, Prova Final, Era Uma Vez no México). Rodriguez chamou Josh Hartnett e Marley Shelton e fez, sem ter a aprovação de ninguém, um filminho de poucos minutos, capturando o estilo da graphic novel. E perturbou Miller até conseguir mostrá-lo. Com esse curto filme, convenceu Miller a acompanhá-lo ao set e dividir com ele a cadeira de diretor. Miller pensaria nos quadrinhos da sua graphic novel, enquanto Rodriguez se preocuparia com a parte técnica.

Antes avesso a adaptações cinematográficas, Miller agora sabia que sua graphic novel tinha boas chances de virar um bom filme e finalmente aprovou o projeto.

O visual é todo estilizado. Rodriguez filmou tudo em estúdio, e acrescentou os cenários em chroma-key. O filme é preto e branco, com alguns detalhes coloridos (olhos azuis de uma personagem aqui, tênis vermelho de outro personagem ali). Mais: o preto é realmente preto, e o branco é realmente branco, criando contrastes pouco comuns no cinema (mas comuns nos quadrinhos) – o sangue é quase sempre branco em vez de vermelho (e olha que tem muito sangue, o filme é bem violento). Até alguns movimentos de câmera são como se uma câmera estivesse passando sobre a revista. Como disse, a adaptação foi fantástica, como poucas vezes vista na história do cinema.

Os créditos do filme trazem os nomes dos dois como co-diretores, mas o filme é a cara do Robert Rodriguez, que aqui fez o de sempre: além de dirigir, editou, contribuiu com a trilha sonora, coordenou os efeitos especiais, a fotografia… o cara foi até operador de câmera! Robert Rodriguez é um workaholic do cinema!

(Ainda falando de direção, Sin City – A Cidade do Pecado tem uma participação especial de Quentin Tarantino, que dirigiu a cena no carro com Clive Owen e Benicio Del Toro.)

O elenco também chama a atenção: Mickey Rourke, Clive Owen, Rosario Dawson, Jessica Alba, Elijah Wood, Rutger Hauer, Bruce Willis, Carla Gugino, Michael Madsen, Brittany Murphy, Benicio Del Toro, Michael Clarke Duncan, Devon Aoki, Jaime King, Alexis Bledel, Powers Boothe, além de Josh Hartnett e Marley Shelton (o curta feito antes por Rodriguez foi aproveitado, e abre o filme). Nada mal, não?

Claro, o filme não é para qualquer um. O ritmo quase sempre com narração em off pode cansar. Outra coisa que pode desagradar são os personagens, quase todos no limite da caricatura – todos os homens são durões, todas as mulheres são fatais e gostosonas. Pelo menos essas duas coisas ajudam a criar um clima de filme noir diferente…

Desde a época do lançamento (2005), rola um boato sobre uma continuação. Mas até hoje, sete anos depois, não há nada confirmado. Se vier, que mantenha a qualidade!

p.s.: Frank Miller tentou de novo, e, três anos depois, dirigiu The Spirit. Mas foi um fracasso. Senti falta do Robert Rodriguez.

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Se você gostou de Sin City – A Cidade do Pecado, o Blog do Heu recomenda:
Sucker Punch – Mundo Surreal
Watchmen
300

Imortais

Crítica – Imortais

Onze anos atrás, lembro do filme A Cela, que tinha um visual belíssimo mas era raso como um pires. O diretor Tarsem Singh agora está com filme novo – o que podemos esperar?

Secretamente escolhido por Zeus, Teseus precisa enfrentar o cruel rei Hyperion, que procura o Arco de Épiro para libertar os Titãs e assim se vingar dos deuses do Olimpo.

Imortais nem é ruim. Mas tampouco é bom. Parece uma versão requentada de 300 (coincidência ou não, dos mesmos produtores), mas com uma história mais fraca, e também mais bagunçada.

Parece que resolveram chutar o balde no que diz respeito à mitologia grega. Não sou um grande entendido no assunto, mas até onde sei, Teseu não era um camponês bastardo. E não gostei de terem avacalhado a história do Labirinto e do Minotauro. Cadê a Ariadne, aquela que entregou o fio pra guiar Teseu?

Outra coisa que ficou ruim foi o Olimpo, com deuses sem expressão e que parecem saídos de um programa tipo Malhação. Mais: não tenho nada contra Luke Evans, mas um garotão imberbe não pode ser Zeus – principalmente pra quem viu Laurence Olivier no mesmo papel (no Fúria de Titãs de 1981)!

A direção de arte é realmente o que o filme tem de melhor. Algumas das batalhas valem o ingresso – gostei ver os deuses brigando em câmera lenta. Os grandiosos cenários estilizados também são muito bem feitos.

O elenco é cheio de nomes “médios”. Henry Cavill tem potencial para se tornar uma grande estrela ano que vem – ele é o novo Super Homem (basta saber se o novo filme vai ser mais parecido com o fraco Superman Returns de 2006 ou com o ótimo Batman de Christopher Nolan). Mickey Rourke ainda está procurando o caminho para retomar sua carreira, seu vilão malvadão nem ficou ruim. Freida Pinto, de Quem Quer Ser um Milionário, está ok como Phaedra, mas me questiono se uma atriz indiana foi a melhor escolha para um papel grego. Ainda no elenco, John Hurt, Isabel Lucas e Stephen Dorf.

No fim, fica a dica: se você curte um visual caprichado, pode gostar de Imortais. Mas não espere muito mais do que isso.

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Se você gostou de Imortais, o Blog do Heu recomenda:
300
Fúria de Titãs (2010)
Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Passion Play

Crítica – Passion Play

Um trompetista com problemas com um gangster encontra uma mulher com asas e resolve ficar com ela.

Passion Play tem tanta coisa errada que nem sei por onde começar a falar.

O filme foi dirigido por Mitch Glazer, estreante na função, mas roteirista experiente (Grandes Experanças, O Novato). Curiosamente, o roteiro é uma das piores coisas aqui. A trama é um amontoado de situações forçadas e incoerentes, como, por exemplo, o primeiro encontro entre Lily e Nate – por que diabos uma menina nova e bonita convidaria um velho feio para entrar no seu trailer para tomar um drink?

E não é só isso. Os três personagens principais são péssimos. Entre um loser bêbado e drogado, um mafioso assassino e uma mulher esquisita que vai com qualquer um, qual é o pior?

Por incrível que pareça, um dos poucos acertos do filme está no elenco. Mickey Rourke e Megan Fox nos dão o que se espera: personagens rasos, coerentes com suas carreiras. Por outro lado, Bill Murray está bem como o gangster Happy.

Fora o Bill Murray, pouca coisa se salva. Algumas paisagens são bonitas, e rola uma cena de nudez gratuita interessante, com a desconhecida e super-tatuada Liezl Carstens. (Megan Fox fica com pouca roupa, mas não mostra nada).

Mas é pouco, muito pouco. O ritmo do filme é leeento, paraaado, chega a dar sono. E a trilha sonora com um soft jazz de elevador ajuda. Pra fechar com chave de ouro, os efeitos especiais são péssimos, as asas em cgi são dignas de uma produção pobre de tv, e de anos atrás.

Enfim, só para os fãs radicais da Megan Fox…

The Informers – Geração Perdida

The Informers – Geração Perdida

Los Angeles, 1983. Várias histórias com personagens de moral duvidosa se entrelaçam, envolvendo sexo, drogas, violência e AIDS.

Sabe quando um filme parece que vai ser legal, mas quando acaba, a gente fica com a sensação de que nada aconteceu em uma hora e quarenta minutos?

Algumas coisas me atraíam neste filme. A trama é ambientada em 1983 – gosto dos anos 80 – e o roteiro é baseado num livro de Brett Easton Ellis, o mesmo do cultuado (e oitentista legítimo) Abaixo de Zero. O roteiro traz alguns nomes legais, como Winona Ryder, Billy Bob Thornton, Mickey Rourke e Kim Basinger, e ainda tem a bonitinha Amber Heard, de Zombieland, com pouca roupa em quase todas as suas cenas. É, The Informers prometia…

Mas os personagens entram e saem da tela, as cenas passam, e nada interessante acontece.

São muitos personagens e várias subtramas, e algumas delas são bem sem graça. Talvez seja este o problema, talvez se o roteiro fosse mais enxuto, menos personagens, e se aprofundasse mais em menos subtramas, o filme ia ser mais interessante. Por exemplo, na minha humilde opinião, aquela história do pai que leva o filho ao Havaí era dispensável, era melhor aprofundar mais na trama do Mickey Rourke e o misterioso sequestro, ou então no popstar drogado Bryan Metro.

Pelo menos o visual do filme é muito legal, a ambientação oitentista é perfeita. E o elenco, de um modo geral, está bem. Pena que falta história…

p.s.1: Li no imdb que o livro original traz uma subtrama com um vampiro, que seria interpretado por Brandon Routh. Vampiros estão meio batidos hoje em dia, mas talvez fosse uma boa pro filme sair do marasmo.

p.s.2: Fiquei esperando pra ver se os personagens de Mickey Rourke e Kim Basinger se encontravam. Ia ser engraçado rever a dupla de 9 1/2 Semanas de Amor 23 anos depois. Principalmente porque ela virou uma cinquentona bonita, e ele está cada dia mais feio!

Os Mercenários

Os Mercenários

Um filme que reúne Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenneger, Bruce Willis, Mickey Rourke, Eric Roberts, Jason Statham e Jet Li é um filme que PRECISA ser visto!

A trama do novo filme dirigido, escrito e estrelado por Stallone é simples e eficiente: um grupo de mercenários é contratado pra derrubar o ditador de um pequeno país da América Latina. Claro que coisas dão errado. E claro que tem uma mulher no meio da história.

Mas… Será que alguém vai ver Os Mercenários por causa da história? Não acredito. O legal aqui é ver o dream team dos filmes de ação!

Tá quase todo mundo lá. Pena que Jean Claude Van Damme, Steven Seagal e Wesley Snipes não puderam se juntar ao elenco (o primeiro não gostou do roteiro, o segundo brigou com o produtor, e o terceiro não está autorizado a sair dos EUA). Quem sabe não rola uma continuação e eles aparecem?

O resto do elenco conta com lutadores e ex-lutadores de lutas como Ultimate Fighting, como Randy Couture, Steve Austin e Terry Crews. Ou seja, quem não era “action hero” do cinema, era “action hero” dos ringues!

O filme é pura testosterona, quem gosta de filmes de ação não vai reclamar. Temos brigas (de vários estilos), tiros (de vários calibres), facas, explosões, perseguições de carros, tudo em boa quantidade. E algumas das cenas são tão boçais que causam gargalhadas! Mas, apesar dos momentos engraçados, o filme não é uma comédia. Apenas não se leva a sério, o que é uma grande virtude – não daria pra levar a sério um elenco desses, com a idade que essa galera tem hoje em dia.

Ok, o roteiro tem algumas situações que fogem à lógica. (Aviso de Spoilers leves!) Por exemplo, cinco mercenários americanos (ou quase) vão até um pequeno país latino-americano, matam TODO o exército local, e na despedida, a habitante local – sem governo, sem exército – está feliz. Por que?

Para nós, brasileiros, o filme ainda tem outro atrativo: boa parte foi filmada no Brasil. O palácio do ditador é o Parque Lage, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. E parece que a cidade mostrada é Mangaratiba.

Stallone recentemente se envolveu em uma polêmica, na divulgação do filme na Comic-Con, ele fez comentários politicamente incorretos sobre sua estadia no Brasil. Mas não acho que isso seja motivo para boicotar o filme…

Enfim, uma boa opção para os fãs de um bom e exagerado filme de ação!

Killshot – Tiro Certo

Killshot.2008

Killshot – Tiro Certo

O escritor  Elmore Leonard tem crédito comigo. São dele os livros onde se basearam Jackie BrownO Nome do Jogo (Get Shorty) – e ainda tem Be Cool, que ainda não vi. Por isso, quis ver Killshot logo que soube que era baseado num livro dele.

E além disso o elenco é bem interessante: Mickey Rourke, Thomas Jane, Diane Lane, Rosario Dawson e Joseph Gordon-Levitt – pra quem não reconheceu o nome, é o Tommy Solomon do seriado 3rd Rock From The Sun.

A história é simples: um assassino profissional, aliado a um jovem completamente alucinado, acha que precisa matar um casal que pode reconhecê-lo.

O elenco manda bem, o contraste entre o explosivo Gordon-Levitt e o introspectivo Rourke é muito interessante; Thomas Jane e a linda quarentona Diane Lane mandam bem como o casal – Rosario Dawson é que está sub-aproveitada. Mas sabe qual o problema aqui? O ritmo do filme é leeento…

Talvez fosse melhor juntar com outro livro, me pareceu que tinham pouca história pra contar…