RED – Aposentados e Perigosos

RED – Aposentados e Perigosos

A dama britânica Hellen Mirren, aquela que, há pouco, foi a Rainha da Inglaterra, empunhando uma metralhadora? Definitivamente, isso é uma coisa que a gente não vê todo dia!

Frank Moses (Bruce Willis), ex-agente da CIA, aposentado, leva uma vida pacata num típico subúrbio americano, de onde fica flertando ao telefone com a atendente do telemarketing do seguro social. Até que descobre que querem matá-lo. Frank resolve contra-atacar, e se une a velhos companheiros da sua época, todos “RED” – “Retired Extremely Dangerous” (“Aposentados Extremamente Perigosos”).

A princípio, pensei que seria algo no estilo de Os Mercenários, onde Stallone junta vários atores com a “idade vencida” para um filme de ação. Mas não, RED é muito mais do que isso. O elenco aqui é MUITO melhor! Se acompanhando Stallone estão Dolph Lundgren, Mickey Rourke, Eric Roberts, Jason Statham e Jet Li; ao lado de Bruce Willis estão Hellen Mirren, John Malkovich, Morgan Freeman, Brian Cox, Mary Louise Parker, Richard Dreyfuss e Ernest Bornigne! Um elenco assim faz diferença.

Bruce Willis faz o de sempre. Mas seus companheiros não costumam fazer este estilo de filme. John Malkovich, completamente alucinado, é um alívio cômico sensacional. Helen Mirren continua com a classe de sempre, mesmo quando revela “I kill people, dear” (“Eu mato pessoas, querida”). Morgan Freeman, com 80 anos, num asilo, ainda tem pique para ação. E Brian Cox, que não está no cartaz, também está ótimo como o veterano russo. E tem mais: o elenco “não veterano” também manda bem. Mary-Louise Parker, lindíssima com seus 46 anos, está engraçadíssima como a mulher “comum” que de repente se vê no meio de situações de alta periculosidade. E Karl Urban (o McCoy do novo Star Trek) manda bem como o antagonista agente da CIA. Isso porque não falei dos pequenos (e importantes) papeis de Richard Dreyfuss e Ernest Bornigne.

Dirigido por Robert Schwentke, RED foi inspirado na graphic novel homônima de Warren Ellis e Cully Hamner. Não li os quadrinhos, mas pelo que li na internet, estes são mais sérios. Felizmente, o filme pegou o caminho da galhofa. E assim, se tornou uma das mais divertidas opções do ano. Além de ser um bom filme de ação, RED traz tantos momentos hilariantes que pode também ser classificado como comédia. O cinema inteiro gargalhava o tempo todo!

Também preciso falar da excelente trilha sonora de Christophe Beck, usando uma espécie de soft jazz, meio lounge, meio rock, pontuando com bom humor todo o filme. Vou procurar o cd. E vou procurar mais trabalhos desse cara.

O roteiro não é perfeito, tem vários furos. Por exemplo, como é que um evento onde existe uma ameaça ao vice-presidente não usa câmeras de segurança e nem tem guardas em todas as saídas? Mas, se você não se ligar nesses detalhes, a diversão está garantida.

Boa opção pra quem quiser um bom blockbuster!

Xeque Mate

Xeque Mate

Normalmente, um filme com um elenco desses é para ser visto no cinema e na época do lançamento. Mas comi mosca, nem sabia que esse filme existia!

Slevin (Josh Hartnet) é o cara errado no lugar errado. Ele é confundido com um amigo que deve dinheiro a dois mafiosos rivais e por causa disso, se mete em vários problemas.

Xeque Mate (Lucky Number Slevin no original) é daquele tipo de filme que você tem que prestar atenção nos detalhes. Várias coisas só são revelados no fim do filme. Isso é muito legal, você pega pistas, e no fim, tudo é amarrado. O problema é que você tem que curtir o filme sem pensar muito, aí você não repara numa ponta solta aqui ou num furo no roteiro acolá…

Gostei muito da edição ágil do filme. Algumas das seqüências são muito boas, como a parte inicial, que mostra todo o quebra cabeça em volta da aposta nos cavalos. Me lembrou uma leva de filmes nos anos 90 que queriam seguir a onda aberta com Tarantino e seu Pulp Fiction. Quero mais filmes assim!

O elenco é muito bom. Além de Hartnet, temos Bruce Willis, Morgan Freeman, Ben Kingsley e Lucy Liu, e coadjuvantes de luxo como Stanley Tucci, Danny Aiello e Robert Forster. E o diretor Paul McGuigan foi o mesmo que fez Herois este ano.

Resumindo: não é um filme essencial, mas é um bom programa.

Um Crime Nada Perfeito / The Maiden Heist

Um Crime Nada Perfeito / The Maiden Heist

Três seguranças de um museu, cada um obcecado por uma obra de arte, resolvem roubar essas obras ao saberem que toda a coleção foi vendida para um museu dinamarquês.

O que chama a atenção nesta simpática e modesta comédia é o elenco. Afinal, não é todo dia que vemos Christopher Walken, Morgan Freeman e William H. Macy juntos, e ainda com Marcia Gay Harden de coadjuvante!

E, realmente, o que vale a pena no filme é a atuação do trio de atores principais. Walken e Freeman, como sempre, estão um espetáculo como os seguranças fãs dos quadros. Mas o melhor personagem é o de Macy, o desequilibrado ex-militar fã da escultura. Os melhores momentos do filme estão com ele.

Pena que, fora as boas atuações, o filme é um pouco sem graça. Inclusive, o plano deles para roubar as obras de arte é meio bobo, aquilo nunca funcionaria na vida real!

A tradução literal de The Maiden Heist seria algo como “o roubo da donzela”, e se refere ao quadro pelo qual o personagem de Walken é obcecado, “A Donzela Solitária”.

Não li nenhuma notícia sobre o lançamento de The Maiden Heist aqui no Brasil. Pelo estilo, tem cara de que será lançado direto no mercado de dvd.

A Volta do Todo Poderoso

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A Volta do Todo Poderoso

Vocês se lembram de Todo Poderoso, aquele filme onde o Jim Carrey ganhava poderes de Deus, vivido por Morgan Freeman? Bem, nem todos se lembram que Steve Carell era coadjuvante naquele filme. E Carell volta ao mesmo papel, ao lado do mesmo Morgan Freeman, neste A Volta do Todo Poderoso.

Evan (Steve Carell) recebe de Deus (Freeman) a tarefa de construir uma arca, como a de Noé. A partir daí, animais, sempre em dupla, passam a seguí-lo e bagunçar a sua vida.

Dirigido pelo mesmo Tom Shadyac do primeiro filme, A Volta do Todo Poderoso não é lá grandes coisas, principalemente por se tratar de uma continuação sem o ator principal do filme original. Mesmo assim não chega a ser um filme ruim, algumas cenas são até engraçadas – heu gostei da dancinha que Evan faz! No elenco, além dos já citados, ainda temos  Lauren Graham e John Goodman.

Ainda fazem filmes com cara de sessão da tarde…

Batman – O Cavaleiro das Trevas

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Batman – O Cavaleiro das Trevas

Acho que este foi o filme mais falado do ano passado… É um filme que consegue agradar a todos: aos fãs de quadrinhos, aos fãs de filmes de ação, e aos fãs do bom cinema independente do estilo. Então, o que falar agora, já que todos falaram por aí?

Sim, a atuação do Heath Ledger é impressionante, assim como Aaron Eckhardt e Gary Oldman (como sempre) mandam bem. Sim, as sequências de ação são de tirar o fôlego – nem parece que são duas horas e meia de filme.

Gotham City está um caos: enquanto o crime organizado tenta destruir Batman, anônimos vestem fantasias e tentam combater o crime por conta própria. Ao mesmo tempo, surge um “Cavaleiro Branco”, o promotor Harvey Dent, um homem íntegro e que, diferente do Batman, mostra a cara. E aí surge o melhor vilão dos últimos tempos: o Coringa.

O Coringa de Ledger é genial. Deve até ganhar o Oscar póstumo domingo que vem. Mas independente disso, é genial. O jeito de andar, de falar, a ironia, a loucura, mostram que o único objetivo deste coringa é criar o caos. Desculpe, Jack Nicholson, um “garoto” te passou pra trás…

Outra coisa boa de se ressaltar é a quantidade de efeitos especiais que “estão lá” – usa-se pouco CGI, as explosões são verdadeiras, as perseguições de carro também. Numa época onde tudo é feito no computador, bola dentro para Christopher Nolan e seu “filme-sem-cara-de-computador”.

Não gostei da Maggie Gyllenhaal no lugar da Katie Holmes. Ela é boa atriz, mas acho que a franquia merecia uma atriz mais bonita (afinal, já tivemos até Nicole Kidman e Michelle Pfeiffer!). Mesmo assim, ela funciona, assim como todo o elenco.

Enfim, um forte candidato a ser lembrado sempre como “um dos melhores filmes de super-heróis”, como é o caso do Superman de 1978…

O Procurado

O Procurado

A Fraternidade é uma sociedade secreta, fundada por tecelões mil anos atrás. Seu objetivo é assassinar determinadas pessoas, escolhidas por um antigo tear. A idéia é “matar um para salvar milhares”.

Ao mesmo tempo que somos apresentados à Fraternidade, também conhecemos Wesley Gibson, um cara medíocre, com um emprego medíocre e uma vida medíocre. E descobrimos que a vida desse cara está prestes a mudar, porque ele entrará para a Fraternidade!

Este argumento lembra muito o primeiro Matrix, não? Um cara comum, com um emprego besta, é escolhido para ser um fora-de-série numa sociedade restrita. Pra piorar, em ambos os filmes os membros desta sociedade fazem coisas que desafiam a Física como conhecemos no nosso mundo…

Mas até que O Procurado não se parece muito com Matrix. Os efeitos também são impressionantes, e como quase 10 anos se passaram, os efeitos evoluíram. Aqui, os efeitos são uma das partes mais importantes do filme. São várias sequências de tirar o fôlego!

Os efeitos lembram a carreira russa do diretor Timur Bekmambetov, que fez o estranho Guardiões da Noite e sua continuação Guardiões do Dia, misto de ficção científica e terror que chegou no ocidente há alguns anos. Movimentos de câmera rápidos, muita câmera lenta, detalhes congelados… Funciona muito bem no meio das cenas de ação.

No elenco, temos o não muito conhecido James McAvoy (Crônicas de Nárnia, O Último Rei da Escócia) liderando um elenco que conta com Morgan Freeman, Thomas Kretschmann e Angelina Jolie super tatuada. Também tem um sub-aproveitado Terence Stamp. Ninguém se destaca, mas para um filme de ação, pelo menos ninguém atrapalha.

Se o elenco não compromete, o mesmo não podemos dizer de certos clichês do roteiro. Alguns personagens e situações são tão óbvias que a gente descobre logo de primeira. A “grande reviravolta” do roteiro é previsível, assim como o final – que não conto aqui por causa dos spoilers.

Mas, se a idéia for uma “diversão pipoca”, muita ação na tela e pouca no cérebro, O Procurado é uma ótima opção. E para ser visto na tela grande!