Renfield – Dando o Sangue Pelo Chefe

Crítica – Renfield – Dando o Sangue Pelo Chefe

Sinopse (imdb): Renfield, o torturado ajudante de Drácula, é forçado a capturar presas para seu mestre e cumprir todas as suas ordens. Mas agora, após séculos de servidão, Renfield está pronto para ver se há uma vida fora da sombra de seu chefe.

Renfield é um personagem secundário do livro Drácula de Bram Stoker – lembro dele interpretado pelo Tom Waits na versão do Coppola de 1992. Por ser secundário, tem vários filmes que nem mencionam o personagem. Mas neste novo filme, ele virou o protagonista, a história é contada sob o seu ponto de vista.

Dirigido por Chris McKay (Lego Batman, A Guerra do Amanhã), Renfield – Dando o Sangue Pelo Chefe (Renfield, no original) começa bem, o Renfield está num grupo de apoio de pessoas que estão em relacionamentos abusivos, e fala do chefe dele. O espectador sabe que é o Drácula, mas os personagens em volta não sabem, e isso cria divertidas situações comparando o Drácula com um chefe abusivo.

Se o filme ficasse só nessa linha, seria bem legal. Mas resolveram criar uma história paralela bem insossa. Temos uma trama clichê de uma família de criminosos que controla a polícia, e uma policial que perdeu o pai assassinado por essa família. Tudo clichê: a matriarca chique, o filho atrapalhado e afobado, a policial incorruptível. Pra piorar, é clichê e mal desenvolvida, tem uma trama paralela da irmã da policial, mas que aparentemente só estava lá para ser sequestrada e trazer a policial ao encontro dos bandidos.

Pena, porque Renfield – Dando o Sangue Pelo Chefe tem um trunfo, que é o Nicolas Cage interpretando o Drácula. De uns anos pra cá, Cage virou um meme ambulante, e sempre faz over acting. Quando o filme tem espaço para over acting (como aconteceu em Mandy), Cage funciona bem. E aqui, como o conde Drácula, Cage está perfeito! É de longe a melhor coisa do filme!

O xará Nicholas Hoult também está bem. Mas não gostei muito do que o roteiro fez com o seu personagem. Renfield ganha super poderes quando come os insetos. Parece o Pateta quando come o superamendoim e vira o Super Pateta. O Renfield ganha uma super força e até voa! Ficou um pouco over.

Por outro lado, Awkwafina ainda não conseguiu me convencer. Não só ela deu azar de pegar um papel totalmente clichê, como ela ainda tem alguns maneirismos que não funcionam pra esse tipo de filme (tipo uma cena onde ela está se afastando da câmera e fica dando umas olhadas pra trás).

Também queria comentar que gostei do gore. Como disse meu amigo Tom Leão, o clima parece Um Drink no Inferno, o gore traz risos em vez de repulsa. E Renfield – Dando o Sangue Pelo Chefe ainda tem umas boas cenas de ação.

Ainda queria falar mal do nome brasileiro do filme. “Dando sangue pelo chefe” e muito sessão da tarde dos anos 80. Achei bem tosco.

O Menu

Crítica – O Menu

Sinopse (imdb): Um jovem casal viaja para uma ilha remota para comer em um restaurante exclusivo onde o chef preparou um cardápio farto, com algumas surpresas chocantes.

Parece que este O Menu (The Menu, no original) foi um dos títulos badalados no último Festival do Rio. Mas, como comentei no texto sobre Império da Luz, não dei bola para o Festival do Rio este ano, e quase deixei O Menu passar.

Dirigido pelo pouco conhecido Mark Mylod (que dirigiu episódios de Game of Thrones, Shameless e Succession), O Menu é daquele tipo de filme onde quase tudo acontece no mesmo cenário, com todos os personagens presentes – quase uma peça de teatro filmada.

O roteiro de Seth Reiss e Will Tracy é eficiente ao equilibrar a trama entre vários personagens. Claro, o foco maior fica nos três principais, mas tem espaço para conhecermos um pouco de cada um dos outros convidados do jantar. E o modo como o jantar é apresentado é uma boa crítica à gourmetização extrema. Aliás, vi alguns críticos incomodados, acho que a carapuça serviu e eles entenderam que seria “cinema” no lugar de “comida”.

Mas o melhor está nas atuações, principalmente de Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy. Fiennes tem uma das melhores atuações da sua carreira como o chef obcecado pela perfeição. E Anya mais uma vez mostra que é um nome a ser acompanhado. Nicholas Hoult tem o terceiro papel principal, mas seu personagem é mais besta. Entre os vários nomes menores do resto do elenco, olha lá, tem o John Leguizamo!

Tenho um comentário sobre o fim, mas é um spoiler brabo, então vou colocar o aviso de spoilers.

SPOILERS!

Entendi a ideia do chef, uma espécie de vingança pessoal misturada com suicídio. Mas não consigo entender por que seus funcionários embarcariam nesse suicídio coletivo. Eles já trabalhavam num sistema quase escravo, era a chance de liberdade. Não achei muito lógico.

FIM DOS SPOILERS!

Mesmo não gostando do final, O Menu ainda é uma boa opção de suspense/terror diferente do óbvio.

X-Men: Fênix Negra

Crítica – X-Men: Fênix Negra

Sinopse (imdb): Jean Grey começa a desenvolver poderes incríveis que a corrompem e a transformam em uma Fênix Negra. Agora os X-Men terão que decidir se a vida de um membro da equipe vale mais que toda a humanidade.

Como a Disney comprou a Fox, os próximos filmes dos X-Men devem se inserir no MCU. Mas ainda faltava um filme pela Fox, para encerrar a saga – que já contava com oito filmes (incluindo os dois solo do Wolverine).

Era uma chance de terminar em grande estilo. Mas não foi. Este último filme não chega a ser ruim, mas está bem longe dos pontos altos da série.

Escrito e dirigido por Simon Kinberg, estreante como diretor, mas experiente como roteirista (incluindo três outros X-Men, Confronto Final, Dias de um Futuro EsquecidoApocalipse), X-Men: Fênix Negra (Dark Phoenix, no original) tem seus bons momentos, mas são tantos escorregões que o filme fica devendo.

Vou citar alguns exemplos, sem spoilers:
– Este filme se passa 3 décadas depois do primeiro, X-Men: Primeira Classe, mas, aparentemente, esqueceram de envelhecer os personagens.
– A Raven deveria ter orgulho de ser azul, e não ficar com a cara da Jennifer Lawrence a maior parte do filme. E sua maquiagem azul ficou bem pior que nos filmes anteriores.
– Os vilões são péssimos! Você não entende as suas motivações, o seu objetivo, tudo é muito desleixado.

Etc etc etc…

Outro ponto que me incomodou, mas aí pode ser um head canon meu, é que heu queria ter visto uma “cena do Mercúrio”, como aconteceu nos dois filmes anteriores. O Mercúrio foi jogado para um papel secundário com zero importância na trama.

Sobre o elenco, tenho uma reclamação: foi um desperdício de Jessica Chastain. Ela é muito mais atriz do que o papel pede. Sophie Turner também não está bem, mas ela sempre foi sem graça, então não é surpresa. James McAvoy e Michael Fassbender são grandes atores, mas não conseguem salvar um filme fraco. Também no elenco, Nicholas Hoult, Tye Sheridan, Evan Peters, Kodi Smit-McPhee e Alexandra Shipp, além da já citada Jennifer Lawrence.

Como falei no início, X-Men: Fênix Negra não é ruim. Mas é um bom retrato de uma longa e desorganizada saga, cheia de altos e baixos.

Que venha o MCU!

Tolkien

Crítica – Tolkien

Sinopse (imdb): Os anos de formação do autor órfão J.R.R. Tolkien, quando ele encontra amizade, amor e inspiração artística entre um grupo de colegas excluídos da escola.

Tolkien. Sim, o próprio JRR Tolkien, autor de O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Um filme contando a vida dele. A ideia era boa.

Era. Mas, na minha humilde opinião, focou no ângulo errado.

Dirigido pelo desconhecido finlandês / cipriota Dome Karukoski, Tolkien (idem, no original) é uma exuberante produção de época – não há queixas aqui. Mas, vamulá, quem vai ver um filme sobre John Ronald Reuel Tolkien, vai querer ver muitas citações aos livros. E o filme só dá uma pincelada na sua obra.

Claro que tem algumas citações – algumas visualmente, outras em diálogos. Mas é muito pouco, o filme foca mais na juventude e vida universitária do “João Ronaldo”, do que no universo fantástico criado pelo escritor JRR Tolkien. E, pra piorar, a narrativa é leeenta…

O elenco é ok. Nicholas Hoult e Harry Gilby se alternam no papel título; ainda no elenco, Lily Collins, Colm Meaney e Derek Jacobi.

Ok, reconheço que caí na armadilha do head canon. Não estou julgando o filme pelo que ele apresentou, e sim pelo que heu queria ter visto. Sei que é errado. Mas sou fã, queria “fan service”… 😛

A Favorita

Crítica – A Favorita

Sinopse (imdb): No início do século XVIII na Inglaterra, uma frágil rainha Anne ocupa o trono e sua amiga mais próxima, Lady Sarah, governa o país em seu lugar. Quando chega uma nova serva, Abigail, seu charme a leva a Sarah.

Estranhei quando vi o nome do diretor Yorgos Lanthimos aqui. Lembro de quando vi O Lagosta no Festival do Rio, gostei do estilo esquisitão do diretor e fiquei de catar outros filmes dele, como Dente Canino ou O Sacrifício do Cervo Sagrado (filme que já me foi recomendado mais de uma vez). Ok, ainda não vi os outros, mas aproveitei para conferir este A Favorita, badalado na atual temporada de prêmios (está concorrendo a dez Oscars).

Olhando de longe, A Favorita (The Favourite, no original) parece ser mais próximo de um Ligações Perigosas ou um Valmont, dramas de época com tramas cheias de intrigas. Sim, é um drama de época com trama cheia de intrigas. Mas… olhando de perto, também é esquisitão – como gosta o diretor.

Duas coisas chamam a atenção logo de cara. Primeiro, o cuidado com a produção. Os figurinos são exuberantes, e os cenários, grandiosos. Quase toda a luz usada é natural (luz do dia para externas, lareiras e velas para internas), o que deu um charme todo especial à fotografia do filme.

A outra coisa que chama a atenção são as lentes usadas. Temos várias cenas com lente grande angular, em algumas, os cantos da tela chegam a ficar arredondados (aquele efeito “olho de peixe”). Se isso já parece estranho com a câmera parada, quando temos uma câmera rodando dentro do cenário, o desconforto é ainda maior.

O trio principal de atrizes é excelente. Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz estão ótimas, é até difícil destacar qual está melhor – tanto que as três estão indicadas ao Oscar. Também no elenco, Nicholas Hoult, James Smith e Mark Gattis.

É. Gostei de O Lagosta e de A Favorita. Preciso ver O Sacrifício do Cervo Sagrado assim que possível…

X-Men: Apocalipse

x-men-apocalipseCrítica – X-Men: Apocalipse

No meio de tantos filmes de super heróis, chega a vez de mais um X-Men.

Os X-Men se mantêm unidos em benefício do futuro de todos os mutantes. Porém terão que enfrentar um grande inimigo: Apocalipse, o primeiro mutante.

Mais uma vez dirigido por Bryan Singer (responsável por quatro dos seis filmes dos mutantes), X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, no original) tem dois problemas logo de cara. Um deles é que, como disse o Deadpool, a cronologia dos filmes é bagunçada – tivemos um meio reboot no filme anterior a este, e são muitos personagens. Fica muito difícil entender toda a lógica que rege os seis filmes.

O segundo problema é a evolução dos filmes de super heróis. Temos que respeitar o pioneirismo, X-Men (2000) e Homem Aranha (2002) abriram portas para o cenário atual (só este ano, são pelo menos seis filmes baseados em super heróis de quadrinhos!). Mas o sub gênero “filme de super herói” mudou ao longo desta década e meia. Um exemplo simples e recente: Capitão América Guerra Civil apresentou bem novos personagens, como o Pantera Negra, e soube equilibrar vários heróis ao longo da trama. Aqui, em X-Men: Apocalipse, temos personagens mal introduzidos e mal aproveitados – como Psylocke e Angel, por exemplo.

Relevando esses dois pontos, X-Men: Apocalipse é até interessante. Bom elenco, bons efeitos especiais, algumas cenas emocionantes… Não é um filme pra top 10 do ano, mas vai agradar a maioria.

Como aconteceu no filme anterior, o melhor aqui é a cena do Mercúrio usando a sua super velocidade. Outra cena boa tem a participação de um personagem muito famoso que não está creditado. Só estas duas cenas já valem o ingresso!

Pena que nem todo o filme tem esse pique. O vilão Apocalipse não mete medo em ninguém, e seus “assistentes” só têm alguma utilidade na sequência final. E, na boa, Magneto não pode ser escada pra ninguém.

O elenco tem pontos positivos e negativos. Os atores que vieram dos filmes anteriores, Michael Fassbender, James McAvoy, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult e Evan Peters, estão bem. Dentre os novos, o destaque positivo é Oscar Isaac, completamente diferente do Poe Dameron de Star Wars 7; o negativo é Sophie Turner, exatamente igual à Sansa Stark de Game of Thrones. Rose Byrne e Olivia Munn estão sub-abroveitadas; li nos créditos que Ally Sheedy (Clube dos Cinco) faz uma ponta como a professora do Scott, mas não reconheci na hora. Também no elenco, Alexandra Shipp, Tye Sheridan, Kodi Smit-McPhee e Ben Hardy.

X-Men: Apocalipse tem um problema curioso: como lidar com o star power da Jennifer Lawrence? A Mística era pra ser uma personagem secundária e a maior parte do tempo debaixo da maquiagem azul. Mas, me responda sinceramente, se você fosse o produtor de um filme com a Jennifer Lawrence, badalada e oscarizada, você não ia aproveitar a atriz? Claro que ela aparece demais. A gente entende, mas reconhece que isso prejudica o filme.

Ainda sobre o elenco, temos um pequeno problema de caracterizações. Este filme se passa 10 anos depois do filme anterior, e todos os personagens estão exatamente com a mesma cara. Aliás, todos não, logo o que não envelhece parece mais velho (o personagem não envelhece, mas o ator sim…). Acho que poderiam ter um trabalho um pouco mais elaborado nas maquiagens.

Sobre o 3D: os créditos iniciais usam bem o efeito. Mas no resto do filme não faz diferença.

Por fim, claro que tem cena pós créditos. Um gancho pra uma provável continuação…

p.s.: O roteiro se refere ao Apocalipse como “o primeiro mutante”. Será que esse pessoal já ouviu falar em teoria da evolução? Somos todos mutantes, né? 😉

Mad Max: Estrada da Fúria

0-Mad MaxCrítica – Mad Max: Estrada da Fúria

E finalmente vamos falar do novo Mad Max!

Num mundo devastado pós apocalíptico, dois rebeldes podem restaurar a ordem: Max, um homem de poucas palavras, e Furiosa, uma mulher de ação que tenta voltar ao lugar onde passou a infância.

Rolava uma grande dúvida sobre este Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road, no original): seria uma refilmagem, um reboot? Como este filme se encaixa na linha do tempo “madmaxiana”?

É um novo filme, com o mesmo personagem, Max Rockatansky, em uma nova história, independente dos outros filmes. Nunca se fala em linha temporal, meu chute é que este filme deve se passar entre o 2 e o 3 (me parece que a gasolina era algo mais escasso no terceiro filme). Mas isso pouco importa, temos um filme sem nenhuma ligação com os outros da franquia. Quem não viu (ou não se lembra) dos outros não precisa rever pra entender este novo filme.

Mais uma vez, a direção ficou com George Miller, que tem uma carreira curiosa: depois de dirigir os três primeiros Mad Max, dirigiu As Bruxas de Eastwick (87) e O Óleo de Lorenzo (92), e depois investiu na carreira de filmes infantis (Babe o Porquinho e os dois Happy Feet: O Pinguim. E agora, aos 70 anos de idade, volta aos filmes de ação com as alucinadas perseguições do novo Mad Max. Detalhe: a censura lá fora é “R”, Miller pulou dos filmes infantis para algo só para adultos.

A parte técnica é impressionante. Se as sequências de perseguições de carros já eram boas nos outros filmes, aqui estão ainda melhores. São várias sequências de tirar o fôlego, cada uma melhor que a outra. Pelo que li, George Miller gastou milhões destruindo dezenas de carros reais, em vez de optar pelo cgi. O espectador que for ao cinema atrás de boas perseguições e explosões não se decepcionará!

Outra característica importante na franquia é o visual. Os figurinos e maquiagens são ótimos, e os carros, motos e caminhões – quase todos modificados (tipo uma carroceria de fusca em cima de um caminhão tanque) – estão excelentes. Isso, aliado à uma fotografia bem cuidada, criam um visual impressionante e único.

O problema é que várias coisas no roteiro não fazem o menor sentido – a ponto de termos um guitarrista tocando parte da trilha sonora do filme acorrentado em cima de um dos caminhões! (Pra mim, este guitarrista que aparece várias vezes está lá apenas para nos lembrar que o filme não é para ser levado a sério…)

Isso tudo cria um clima meio trash que não sei se vai agradar a todos. A produção é de primeira, mas a motivação que guia os personagens não é. Isso porque não estou falando de alguns furos de roteiro – aquela passagem pelas pedras estaria limpa daquele jeito?

Sobre o elenco, precisamos falar de Charlize Theron, a verdadeira protagonista do filme. Sim, não é um filme do Mad Max, e sim da Imperator Furiosa (curioso o nome quando lido por latinos, não?). Mesmo sem cabelo, sem um dos braços e com a testa suja de graxa, Charlize é mais bonita do que a maioria das mulheres deste planeta. E não é só a beleza: Charlize hipnotiza o espectador com seus olhos azuis e toma conta do filme.

Max é interpretado por Tom Hardy, o Bane de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, que faz um bom trabalho substituindo Mel Gibson (todo mundo já sabe que Gibson não está nesse filme, né?). E, diferente dos outros filmes, agora temos alguns nomes conhecidos no elenco, como Nicholas Hoult e Zoe Kravitz (o Fera e a Angel de X-Men Primeira Classe) e Rosie Huntington-Whiteley (Transformers: O Lado Oculto da Lua). Ainda no elenco, Riley Keough, Abbey Lee, Courtney Eaton e Nathan Jones. Ah, para os fãs da franquia: o vilão Immortan Joe é interpretado por Hugh Keays-Byrne – o Toecutter do primeiro Mad Max.

Por fim, o 3D. Quem me conhece sabe que não sou fã de 3D, a não ser quando usa o “efeito parque de diversões”: coisas saem da tela na direção do espectador. E é o caso aqui! Ou seja, pela primeira vez no ano, o 3D vale a pena!

Meu Namorado É Um Zumbi

Crítica – Meu Namorado É Um Zumbi

Uma comédia romântica de zumbis? Será que é uma boa ideia?

Depois de um apocalipse zumbi, um zumbi se apaixona por uma humana. O envolvimento entre os dois acaba despertando uma reação em cadeia que o transformará, assim como os outros mortos-vivos.

Respondendo à pergunta: não, não é uma boa ideia. Quer dizer, pelo menos não funcionou aqui. Meu Namorado É Um Zumbi (Warm Bodies, no original) fica devendo.

Trata-se de uma adaptação do livro Sangue Quente, escrito por Isaac Marion. A direção ficou a cargo de Jonathan Levine, famoso por 50% – esse heu ainda não vi, apesar de ter um elenco que chama a atenção (Joseph Gordon-Levitt, Seth Rogen e Anna Kendrick).

A comparação com a série Crepúsculo é inevitável, principalmente se a gente lembrar que são adaptações de livros direcionados ao público adolescente. Até a mocinha Teresa Palmer lembra fisicamente a atriz Kristen Stewart. Bem, Meu Namorado É Um Zumbi não é um bom filme, mas pelo menos não é tão ruim quanto Crepúsculo.

Na minha humilde opinião, Meu Namorado É Um Zumbi tem dois defeitos básicos. O primeiro é a previsibilidade – logo cedo a gente já consegue sacar como vai terminar a história. O outro é a conclusão, que foge de qualquer lógica de zumbis. É muita forçação de barra rolar uma “cura” daquele jeito, é muita necessidade de se ter um final feliz romântico – mesmo que isso não faça o menor sentido.

Tem outro problema, mas acho que é mais do lançamento brasileiro do que do filme em si. Meu Namorado É Um Zumbi foi lançado por aqui como uma comédia. E é um filme sem a menor graça… (Aliás, 50% também foi vendido como comédia, apesar de parecer um dramalhão dos brabos).

No elenco, dá pena de ver um John Malkovich completamente desperdiçado. Atores têm que pagar as contas, né? Ainda no elenco, Nicholas Hoult, Teresa Palmer, Dave Franco, Rob Corddry e Analeigh Tipton.

Dispensável. Se quiser ver comédia com zumbis, veja Fido – O Mascote ou Todo Mundo Quase Morto.