Noite Sem Fim

0-noitesemfimCrítica – Noite Sem Fim

Mais um filme de ação do Liam Neeson…

O assassino profissional Jimmy Conlon tem uma noite para decidir se é mais leal ao seu filho Mike, com quem não tem mais contato; ou ao seu melhor amigo, o chefão da máfia Shawn Maguire, que quer que Mike pague pela morte do seu próprio filho.

O diretor espanhol Jaume Collet-Serra chamou a atenção com o terror A Órfã, de 2009. Dois anos depois, Collet-Serra fez Desconhecido, sua primeira parceria com Liam Neeson, um misto de ação com suspense. Em 2014, outra parceria com Neeson, Sem Escalas, mais uma vez com um pé no mistério. Terceiro filme seguido da dupla, agora o suspense foi deixado de lado – Noite Sem Fim parece mais próximo da franquia de ação Busca Implacável.

Noite Sem Fim (Run All Night, no original) não é ruim, mas a gente já viu tudo isso tantas vezes, que, certa hora do filme, quando Neeson diz ao seu filho para confiar nele, parece que ele ia dizer sua famosa frase “I do have a very particular set of skills, skills I have acquired over a very long career“…

O que salva é o elenco. Neeson é um grande ator, é agradável vê-lo, mesmo que seja repetindo um papel. E ele está muito bem acompanhado por Ed Harris, Vincent D’Onofrio e Joel Kinnaman (o novo Robocop). Também no elenco, Genesis Rodriguez, Common e Nick Nolte, numa ponta não creditada.

Além disso, Noite Sem Fim traz imagens bem cuidadas e uma boa fotografia, quase toda noturna. Collet-Serra tem boa mão para as sequências de ação, e o filme ainda usa uns interessantes travellings super rápidos em cgi para ligar algumas cenas.

Parece que recentemente Neeson declarou que ia aposentar sua carreira de action hero, ele disse que se sente velho demais para isso. Bem, acho que é uma decisão acertada. Neeson continua fazendo bons filmes. Mas já deu, né?

Parker

Crítica – Parker

Jason Statham e Jennifer Lopez juntos. Será que a dupla funciona?

Um ladrão profissional que vive sob estritas regras é traído por sua equipe e deixado para morrer. Depois que se salva, vai atrás de vingança.

Sobre a pergunta do primeiro parágrafo: este é um filme de Jason Statham. Jennifer Lopez aqui é coadjuvante – ela não chega a atrapalhar, mas se o seu papel fosse subtraído, o filme não perdia em nada. Sabe essa pose de bad girl do poster? Só no poster mesmo… Ou seja: legal ter a J-Lo num filme de ação, mas se ela não estivesse, o filme não mudava nada.

Dito isso, Parker é um bom “filme do Jason Statham”, com tudo de bom e de ruim que esse estereótipo carrega. É um eficiente filme de ação, com boas cenas de pancadaria. E é um tanto previsível… Principalmente a parte final.

O curioso é que o diretor é veterano, experiente e versátil. É o mesmo de Ray, Advogado do Diabo, O Sol da Meia Noite e A Força do Destino. E mesmo assim, Parker é essencialmente um “filme do Jason Statham”…

Parker tem alguns bons coadjuvantes. Michael Chiklis e Nick Nolte atuam dentro do esperado. E o personagem de Bobby Cannavale é desnecessário. Ainda tem a bela Emma Booth em um pequeno papel e, talvez o único papel fora óbvio, Patti LuPone como a mãe de Jennifer Lopez. E, claro, a própria J-Lo, que não está mal, mas que tem um papel com pouquíssima importância na trama.

Claro, a maioria dos fãs de Statham quer mesmo é a ação. Estes não vão ficar decepcionados. Mas não espere nada demais.

Caça Aos Gângsteres

Crítica – Caça Aos Gângsteres

Los Angeles, 1940. Mickey Cohen, um dos líderes da máfia do Brooklyn, decide expandir suas atividades pelo oeste dos Estados Unidos. Um grupo especial da polícia é encarregado de capturá-lo.

Bom elenco, excelente ambientação de época… Mesmo assim, Caça Aos Gângsteres (Gangster Squad, no original) ficou devendo.

O diretor Ruben Fleischer (Zumbilândia) fez um bom trabalho no visual do filme – além de uma câmera lenta bem utilizada, várias sequências são esteticamente muito bonitas. Some-se a isso uma reconstituição de época bem cuidada e temos um filme onde o visual chama a atenção.

Mas, por outro lado, o roteiro é muito fraco. Não só toda a trama é previsível, como todos os personagens são unidimensionais – isso porque não estou falando do maniqueísmo onde os maus são muito maus e os bons são perfeitos.

Pior que o elenco é bom. Acho uma pena ver Sean Penn desperdiçado como um vilão esquecível (Mickey Cohen existiu de verdade, mas os fatos aqui são ficção); enquanto parece que Emma Stone só aparece pra mostrar uma menina bonitinha. Ryan Gosling é badalado atualmente, mas não consigo entender por que, ele fica o filme inteiro com a mesma cara de paisagem que faz em todos os seus filmes (Gosling me parece uma versão masculina da Kirsten Stewart, um rostinho bonito que não consegue fazer uma expressão). Ainda no elenco, Josh Brolin, Nick Nolte, Giovanni Ribisi, Robert Patrick, Anthony Mackie e Michael Peña – todos mal aproveitados.

Por fim, o nome nacional mais uma vez enfraquece a ideia do filme. “Esquadrão de Gângsteres” é porque eles agem paralelamente à lei. “Caça aos Gângsteres” não chega a ser errado, mas passa uma ideia diferente da original.

Enfim, plasticamente, Caça Aos Gângsteres é bonito. Mas trata-se de um filme vazio. É preferível rever Os Intocáveis.

As Crônicas de Spiderwick

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As Crônicas de Spiderwick

De um tempo pra cá, estão aparecendo vários filmes infanto-juvenis. Com a tecnologia hoje disponível ficou bem mais fácil se criar mundos de fantasia, e além disso os filmes estão se vendendo bem nas bilheterias. Minha filha de quase 8 anos agradece!

Baseado nos livros homônimos de Tony DiTerlizzi e Holly Black, o filme As Crônicas de Spiderwick mostra Arthur Spiderwick, 80 anos atrás, catalogando todo um “universo invisível” de fadas, trolls, goblins e outras criaturas fantásticas num livro mágico. Já nos dias de hoje, um garoto, seu sobrinho neto, encontra o livro e agora tem que lidar com todas essas criaturas.

Freddie Highmore, que antes protagonizou Arthur e os Minimoys e a refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolates, é o grande nome aqui, interpretando os gêmeos Jared e Simon Grace. Detalhe: os personagens são gêmeos, mas não se parecem tanto assim; alguém desavisado pode pensar que são dois atores diferentes! Completam o elenco Sarah Bolger, Mary Louise Parker, Nick Nolte e David Strathairn, além das vozes de Martin Short e Seth Rogen.

À primeira vista, heu achei os goblins meio caricatos. Engraçadinhos e trapalhões demais, sabe? Mas aí me lembrei: estamos diante de uma fábula infanto-juvenil! É pra ser assim mesmo! E, tenho que reconhecer, no fim do filme os goblins engraçadinhos dão lugar ao grande vilão, o malvado ogro Mulgarath.

E, mesmo engraçadinhos, os efeitos especiais são um show à parte. Desde o simpático ser que vive na casa e protege o livro até todas as criaturas da floresta, incluindo até um grinfo que serve de meio de transporte.

Telvez os mais novinhos se assustem um pouco. Mas é uma boa opção se você tem alguma criança um pouquinho mais velha por perto. Mesmo que seja dentro de você…

Trovão Tropical

Trovão Tropical

Ben Stiller, Jack Black e Robert Downey Jr encabeçando uma comédia de guerra? Bem, se bem equilibrados, temos elementos para uma boa diversão. E é o caso aqui: um grupo de astros hollywoodianos está fazendo um filme de guerra, quando, de repente, se vêem no meio de uma guerra real.

Ben Stiller é mais conhecido como ator, mas de vez em quando ele dirige os próprios filmes. E aqui ele acerta a mão. Com um roteiro escrito por ele mesmo e pelo também ator Justin Theroux, Stiller fez uma boa comédia politicamente incorreta e com toques de humor negro.

Os três personagens exploram bem os seus clichês: Stiller é um astro de filmes de ação de uma série decadente, também famoso por ter feito um retardado mental num dramalhão ruim; Downey Jr é um grande ator, com 5 oscars no currículo, um australiano louro de olhos azuis que fez uma cirurgia de pigmentação de pele para ficar negro para este filme; e Jack Black, bem, Jack Black faz Jack Black, já é um clihê pronto, e sempre divertido nas doses certas…

O elenco não conta apenas com os três. A melhor parte do elenco é o produtor do “filme dentro do filme”, interpretado por um tal de Tom Cruise, careca, peludo, barrigudo e soltando todos os palavrões que deve segurar quando faz papéis de “bom moço”… E ainda temos Nick Nolte e Matthew McConaughey!

Foi tomado um cuidado especial em torno do “filme dentro do filme”. Os enquadramentos acompanham vários clichês de filmes de guerra. A cena do helicóptero vendo um soldado fugindo e levando tiros de vietnamitas, por exemplo, quem não se lembrou de Platoon? Mais: antes de começar o filme, temos falsos trailers de novos filmes dos atores interpretados pelos atores…

E, pra quem gosta de humor negro, a morte do diretor é genial!