Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Crítica – Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Falei aqui o texto sem spoilers. Mas tenho alguns comentários a mais. Bora pra um texto com spoilers?

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Vamos a alguns pontos:

– Genial a ideia de matar o Thanos logo no início do filme!

– Achei que 5 anos é muito tempo para o luto do planeta. Ok, entendo que todo mundo perdeu gente importante, e que um tempo de luto é necessário. Mas em 5 anos acho que boa parte das pessoas já teria seguido em frente. E isso causaria problemas para muitas famílias no fim do filme. Imagina uma pessoa que perdeu seu parceiro(a), e, depois de, sei lá, dois ou três anos, seguiu em frente e encontrou um novo par. Aí passa mais um tempo e o seu antigo cônjuge volta… Sei lá, acho que se fosse um ano, seria melhor para o roteiro do filme.

– Um ponto que tem gerado muitas discussões é a viagem no tempo. No cinema, estamos acostumados a dois formatos de viagem no tempo: De Volta para o Futuro, onde algo alterado no passado altera também o presente; ou Exterminador do Futuro, onde a linha temporal é imutável. Aqui a proposta é outra, viagem no tempo usando universos paralelos. Acho que esse foi o tema da maior parte das conversas nerds dos últimos dias…

– Rever alguns trechos icônicos de filmes sob outro ângulo foi um belo presente para os fãs!

– O Thor Lebowski é um excelente personagem!

– Claro que fiquei triste com a morte da Viúva Negra. Mas entendo a opção por ela no roteiro. E achei a morte do Homem de Ferro emocionante.

– Pra mim, o Capitão América voltou no tempo, entregou todas as jóias e o Mjolnir, e depois foi viver uma vida anônima com a Peggy Carter, pra envelhecer ao lado dela. Assim: ele nasceu lááá atrás, virou um super soldado, ficou 70 anos congelado, voltou, viveu uns 10 anos como super herói, e depois voltou pra viver uma vida normal – enquanto tinha outro dele congelado. De qualquer maneira, que fim bonito que ele teve!

– Não sei de onde veio o escudo que o Capitão entregou pro Falcão no fim do filme. O escudo dele quebrou na briga com o Thanos. Achei um furo de roteiro, mas nada grave.

Agora vamos aguardar o que vem por aí. In Marvel we trust!

Vingadores: Ultimato (sem spoilers)

Crítica – Vingadores: Ultimato

Sinopse (imdb): Depois dos eventos devastadores de Vingadores: Guerra Infinita (2018), o universo está em ruínas. Com a ajuda de aliados remanescentes, os Vingadores se reúnem novamente para desfazer as ações de Thanos e restaurar a ordem no universo.

E finalmente chega aos cinemas o fim de uma das mais impressionantes sagas cinematográficas da história!

Falei no texto sobre Vingadores Guerra Infinita, repito aqui. o plano da Marvel será estudado no futuro em escolas de marketing como um case de sucesso. E Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, no original) encerra este ciclo com chave de ouro.

Goste ou não do nicho “filme de super heróis”, é preciso tirar o chapéu. Não me lembro de outro caso onde um filme fecha de maneira tão brilhante uma saga tão longa e tão rica (foram vinte e dois filmes ao longo de onze anos). Vingadores: Ultimato demora um pouco pra engrenar, mas é porque se preocupa com cada um dos personagens principais. Outro detalhe bacana para quem acompanhou: ao longo da projeção, vários dos outros filmes são citados.

Mais uma vez dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo (Capitão América Soldado Invernal, Guerra Civil e Vingadores Guerra Infinita), Vingadores: Ultimato é recheado de momentos memoráveis e emocionantes, e vai arrancar lágrimas dos espectadores mais envolvidos com o MCU. A esperada batalha final é sensacional!

Nem sei se preciso mencionar aqui, mas os efeitos especiais são absurdos. Efeitos de ponta não são exatamente uma novidade num filme deste porte. Alcançamos a perfeição?

O elenco é um absurdo. Não tem nenhuma novidade, todo mundo já esteve em outro(s) filme(s). Mas, convenhamos, não é todo dia que temos um filme com tanta gente relevante. Claro que temos Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Bradley Cooper, Don Cheadle, Paul Rudd, Brie Larson, Karen Gillan, Tessa Thompson, Gwyneth Paltrow e Josh Brolin. E claro que temos a volta de Tom Holland, Zoe Saldana, Evangeline Lilly, Chris Pratt, Samuel L. Jackson, Chadwick Boseman, Elizabeth Olsen, Anthony Mackie, Sebastian Stan, Danai Gurira, Dave Bautista, Benedict Wong, Pom Klementieff, Letitia Wright, Cobie Smulders e Vin Diesel. Agora, é muito legal ter coadjuvantes de luxo do porte de Tom Hiddleston, Rene Russo, Angela Bassett, Michael Douglas, William Hurt, Robert Redford, John Slattery, Tilda Swinton, Jon Favreau e Hayley Atwell. Digo mais: não é um filme qualquer que convoca Natalie Portman, Marisa Tomei e Michelle Pfeiffer para uma simples figuração!

Claro, tem participação do Stan Lee. A novidade é não ter cena pós créditos.

Vai ter gente falando que este não é o melhor dos vinte e dois filmes do MCU. Talvez não seja mesmo. Mas não imagino um encerramento mais bem construído que este. Vingadores: Ultimato é o final perfeito para uma saga impressionante.

Por fim, queria falar do trailer. Diferente da maioria dos trailers, que traz pontos chave dos filmes (tipo mostrar o Homem Aranha no trailer de Guerra Civil), o trailer oficial de Vingadores: Ultimato traz cenas de outros filmes, e não entrega absolutamente nada do que veremos. Mais uma vez, parabéns à Marvel!

Capitão América 2 – O Soldado Invernal

0-CAPITÃO-AMÉRICA-2Crítica – Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Mais um (bom) filme da Marvel!

Após os eventos de Os Vingadores, Steve Rogers, também conhecido como Capitão América, vive em Washington, DC e tenta se ajustar ao mundo moderno. Mas quando um colega da S.H.I.E.L.D. é atacado, Steve se vê preso em uma rede de intrigas que ameaça colocar o mundo em risco, e conhece um inimigo formidável e inesperado — o Soldado Invernal.

Antes de tudo preciso falar que, desde a minha adolescência, nutria antipatia pelo personagem Capitão América, que sempre me parecia ser um símbolo do imperialismo norte-americano. Mas… admito que o primeiro filme do Capitão foi bem conduzido e me convenceu como um heroi assim pode se inserir no mundo globalizado contemporâneo.

Agora que o heroi não precisa mais de introdução, o filme já começa em ritmo acelerado. Os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely fizeram um bom trabalho, e o filme dirigido pelos pouco conhecidos irmãos Anthony e John Russo tem um excelente equilíbrio entre a tensão e o bom humor – principal característica que diferencia a Marvel da DC. Capitão América 2 – O Soldado Invernal não é comédia, mas tem seus momentos engraçados espalhados aqui e ali, como a lista de coisas que o Capitão perdeu. E a lápide que aparece no fim do filme é desde já uma das melhores piadas do ano!

Nick Fury e Viúva Negra têm uma participação maior aqui – não seria exagero dizer que a personagem de Scarlet Johansson é tão importante quanto o protagonista. Maria Hill aparece pouco, mas em momentos-chave; sei lá por que, o Gavião Arqueiro, que andava com a Viúva Negra, foi ignorado pelo roteiro. Ah, aparece um novo heroi, mas não digo qual… E temos um bom vilão novo também.

Capitão América 2 – O Soldado Invernal é um filme “independente”, mas segue a “linha temporal Marvel”. Se por um lado isso é muito legal – todos os filmes são interligados – por outro traz um dos poucos pontos fracos do filme. Assim como aconteceu em Homem de Ferro 3 e Thor 2, fica a pergunta: cadê o resto dos Vingadores? Na hora que o bicho pega, todos se esquecem do “time de super amigos”… Pelo menos a SHIELD está bem presente aqui.

O elenco traz de volta Chris Evans, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson e Cobie Smulders repetindo os seus papeis. De novidades, temos Robert Redford, Anthony Mackie e Sebastian Stan. E, claro, Stan Lee aparece em uma ponta.

Por fim, algo que os fãs de Marvel já sabem, mas é sempre bom lembrar: Capitão América 2 – O Soldado Invernal tem cenas depois dos créditos! Rolam uns créditos bem legais, num estilo que lembra o traço do Will Eisner, e logo depois vemos uma cena que aparentemente fará uma ligação com Os Vingadores 2. Depois temos os créditos convencionais – letrinhas subindo – e, ao fim, uma segunda cena, que deve fazer uma conexão com Capitão América 3.

Agora vamos esperar os próximos passos da Marvel, que ainda tem três filmes a serem lançados antes do fim do ano.

Até o Fim

0-Ate o FimCrítica – Até o Fim

Um filme quase sem diálogos e com apenas um ator em cena? Pode ser interessante, mas também pode ser um sonífero. Vamos ver qualé.

Depois de ver o seu barco danificado por um container à deriva no Oceano Índico, um homem, sozinho, tem que enfrentar diversos problemas para ficar vivo.

Até o Fim (All Is Lost, no original) era um projeto arriscado, porque a chance de termos um resultado maçante era grande. Só um personagem, e sem diálogos? Bem, Até o Fim pode não ser um novo Náufrago, mas é um bom filme. O pouco conhecido diretor e roteirista J.C. Chandor (que só fez um filme antes desse, Margin Call – O Dia Antes do Fim) tem boa mão, e Robert Redford, seu ator, tem um grande carisma. O filme é lento, mas não chega a ser chato.

Robert Redford, aos 77 anos, interpreta o único personagem que aparece em cena, mencionado nos créditos como “nosso homem”. Não há narrações em off, nem monólogos – nem um “Wilson” (a bola usada por Tom Hanks em Náufrago). Toda a história é contada através dos atos solitários e silenciosos do “nosso homem” – rola uma breve narração no início do filme, fora isso, apenas algumas interjeições e frases soltas aqui e acolá (Segundo o imdb, o roteiro tinha apenas 32 páginas).

Acompanhamos o passo a passo do que chamei de “o marinheiro mais azarado do mundo”. Não vou dar spoilers, só digo que tudo de errado acontece pro “nosso homem”. Chandor consegue ângulos criativos em espaços pequenos e a edição com cortes curtos ajuda o ritmo.

Até o Fim foi comparado com Gravidade por algumas pessoas, porque são filmes com poucos personagens, onde existe uma busca individual pela sobrevivência enquanto se enfrenta grandes adversidades. Mas a forma é completamente diferente. Se Gravidade é tenso do início ao fim e tem efeitos especiais alucinantes, Até o Fim é contemplativo e seus efeitos especiais são discretos.

O fim do filme permite mais de uma interpretação, depende se você é otimista ou pessimista…

p.s.: Tenho uma pequena experiência com veleiros, fui escoteiro do mar e fiz alguns cruzeiros a vela pela Baía de Guanabara. Na minha humilde opinião, o “nosso homem” deveria ter recolhido as velas antes da tempestade. Não entendi por que ele insistiu em manter a vela içada…