Abismo Negro / O Buraco Negro

Crítica – Abismo Negro / O Buraco Negro

Revi um dos filmes de ficção científica da minha infância!

A nave exploradora Palomino encontra, à beira de um buraco negro, a Cygnus, uma grande nave há muito perdida, comandada por um cientista misterioso com ideias revolucionárias.

É curioso rever uma superprodução de ficção científica de 35 anos atrás. Certas coisas ficaram muito datadas, mas outras ainda funcionam até hoje. Se as roupas dos astronautas denunciam um filme “velho”, por outro lado alguns efeitos especiais ainda funcionam até hoje.

Abismo Negro (The Black Hole, no original) foi o primeiro filme “PG” (“Parental Guidance”) da Disney, apesar de não ser exatamente para adultos. Faz uma boa parceria com Tron, outra ficção científica da Disney direcionada para crianças mais velhas, lançado três anos depois, em 1982.

A Disney investiu pesado nos efeitos especiais. Ok, não é um filme revolucionário – Guerra nas Estrelas é de dois anos antes. Alguns chroma-keys perderam a validade, mas por outro lado a flutuação dos robôs é bem feita, assim como as naves no espaço. E a cena do asteroide rolando no caminho deles impressiona até hoje. A trilha sonora de John Barry também é muito boa, acho que já ouvi esse tema “reciclado” em alguma outra produção…

A trama demora um pouco a engrenar, mas depois que eles chegam na Cygnus o filme embala. Algumas coisas soam meio ridículas hoje em dia (asteroides destroem parte da nave, mas o vácuo não afeta ninguém), mas nada que atrapalhe muito.

Abismo Negro ainda tem outra coisa muito legal: o robô Maximilian. Mesmo sem falas e sem expressões, o robô é assustador! Os outros dois robôs, V.I.N.CENT. e B.O.B., dividem opiniões em fóruns sobre o filme (tem gente que os acha infantis, mas a gente tem que lembrar que o filme é Disney); mas Maximilian é uma unanimidade entre os fãs.

O diretor Gary Nelson tem um extenso currículo, mas a maior parte é de produções para a TV. Acho que Abismo Negro é seu filme mais conhecido. Ele também dirigiu o Freaky Friday original, que foi refilmado em 2003 com a Jamie Lee Curtis e a Lindsay Lohan; e o segundo Allan Quatermain, um sub Indiana Jones lançado nos anos 80.

O elenco traz alguns nomes curiosos. O ator principal é Robert Foster, aquele mesmo que estava no ostracismo quando Tarantino chamou para protagonizar Jackie Brown – e que depois voltou para o mesmo ostracismo. Outros nomes do elenco tiveram carreiras mais sólidas, como Anthony Perkins, Maximilian Schell e Ernest Borgnine. Ah, V.I.N.CENT. foi dublado por Roddy McDowell!

Diz a lenda que existe uma refilmagem em produção. Aguardemos.

Uma última curiosidade: na época, rolou uma continuação em quadrinhos, lembro de ter lido “Além do Abismo Negro” em algumas edições da revista Almanaque Disney. E foi justamente esse gibi que esclareceu uma dúvida: qual era o nome brasileiro do filme na época do lançamento, 35 anos atrás? Heu tinha quase certeza que era “Abismo Negro”, mas o imdb afirma que é “O Buraco Negro”. Fui catar na internet, achei uma edição nacional em dvd, com o título “Buraco Negro”. Mas achei um scan da quadrinização do filme, que prova que, nos cinemas, o filme se chamava “Abismo Negro”. Deve ser um daqueles casos onde o filme muda de nome quando lançado no mercado de home video…

http://quadradinhospatopolis.blogspot.com.br/2011/05/edicao-extra-114.html

A Hora do Espanto

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A Hora do Espanto

Inspirado por um post no fotolog de um amigo, resolvi rever o clássico dos anos 80 A Hora do Espanto.

Às vezes um filme não resiste a uma revisão. Muitas vezes guardamos com carinho na memória alguns filmes que não são tão bons assim, e quando revemos, rola uma grande decepção. Felizmente isso não aconteceu com este A Hora do Espanto, que vi no cinema Art Copacabana (onde hoje existe uma sapataria), na época do lançamento.

Este filme ainda é um bom programa, apesar da trilha sonora e das roupas e penteados datados. Por que? Simples: é um filme de vampiros “honesto”. Não tenta inventar nada, como filmes mais recentes (em Crepúsculo, por exemplo, vampiros não podem pegar sol porque sua pele brilha!). Todos os clichês que conhecemos sobre vampiros estão lá, e todos eles estão bem inseridos no roteiro. Assim, A Hora do Espanto virou um clássico!

Charley Brewster é um jovem que descobre que um vampiro se mudou para a casa ao lado da sua. Como ninguém acredita nele, ele resolve procurar Peter Vincent, um ator que apresenta o programa “Fright Night”, sobre filmes de terror clássicos.

O nome Peter Vincent é uma homenagem aos atores Peter Cushing e Vincent Price, ambos famosos por terem feito muitos filmes de terror. E é interpretado pelo grande Roddy McDowall, que ficou famoso como o Cornelius de Planeta dos Macacos, além de ter feito, ele mesmo, uma penca de filmes de terror.

Além dele, no elenco, temos um nome curioso: Chris Sarandon foi casado com ninguém menos que a grande atriz Susan Sarandon. Aliás, ela não deve a ele só o sobrenome: ela era uma “ilustre desconhecida” quando se casou com Chris, em 1967, quando este já era um ator conhecido. (Na época, heu ouvi um papo de que o casamento dos dois era de fachada, porque ele seria gay. Bem, hoje, pelo imdb, já vi que ele casou 3 vezes e tem 4 filhos. Acho que o boato era infundado…)

Alguns dos efeitos especiais ficaram “velhos”. Mas não perderam o charme! E é sempre interessante ver como as pessoas criavam soluções para os efeitos especiais numa época pré-cgi…

Ah, sim, e agora vou fazer um control c control v do fotolog que citei lá em cima:

“Teve uma epoca na decada de 80 que as produtoras brasileiras resolveram investir no filão de filmes que começavam com ” A Hora da…” por causa do sucesso de A Hora do Pesadelo. Tivemos A Hora do Lobisomen (ou Bala de Prata, como depois foi rebatizado no SBT, adaptaçao de Stephen King), Karate Kid – A hora da Verdade (irc… é subtitulo mas ta valendo), A Hora da Zona Morta, e tivemos A Hora do Espanto”. Assim como recentemente resolveram chamar vários filmes de “Todo Mundo Alguma Coisa”…

Bom filme, e bons sustos!