Deadpool

DeadpoolCrítica – Deadpool

Um mercenário, ex soldado das Forças Especiais, é submetido a um experimento clandestino que o deixa com poderes de cura acelerados, e passa a usar o alter ego Deadpool.

O cinema de hoje tem um espaço generoso para filmes de super heróis, então dá pra arriscar com personagens pouco conhecidos e menos convencionais. Em 2014 tivemos Guardiões da Galáxia, um grupo de heróis que tinha um guaxinim e uma árvore entre eles; em 2015 foi a vez do Homem Formiga, que poucos sabiam quem era. E ambos constaram em listas de melhores filmes do ano. Agora temos um anti-herói politicamente incorreto, que fala besteira o tempo todo e sacaneia tudo e todos – inclusive ele mesmo. E, mais uma vez, forte candidato a listas de melhores do ano.

(Curiosamente, ambos os exemplos citados acima têm diretores com currículos de pouca expressão – James Gunn (Guardiões da Galáxia) e Peyton Reid (Homem Formiga). Deadpool é mais um exemplo, o filme foi dirigido pelo estreante Tim Miller.)

Tem gente que critica a Marvel por fazer filmes “engraçadinhos”. Pois bem, fico na dúvida se Deadpool é um “filme de ação bem humorado” ou uma comédia assumida. Desde os sensacionais créditos iniciais até a genial cena pós créditos, o filme não se leva a sério nunca! Gosto muito do humor presente aqui, cheio de referências e alfinetadas a muitos outros filmes – inclusive as duas outras incursões de Ryan Reynolds ao universo dos heróis são citadas. Além disso, temos muita metalinguagem e várias quebras da quarta parede. É, definitivamente este filme está bem longe da proposta “realista” do Batman do Christopher Nolan.

Não é só o humor que distancia Deadpool dos outros filmes da Marvel. O filme é muito mais violento que o padrão “sem sangue” que estamos acostumados. Também tem alguma nudez e algum sexo, nada excessivo, mas maior que a “média Marvel”.

Sobre o elenco: finalmente Ryan Reynolds tem um papel de super herói para se orgulhar. Ele foi o protagonista daquele desastroso filme do Lanterna Verde; depois fez um Deadpool todo errado naquele filme todo errado do Wolverine. O acompanham no elenco a brasileira Morena Baccarin, Gina Carano, Ed Skrein e T.J. Miller.

Deadpool não faz parte do MCU, o “Marvel Cinematic Universe” (Universo Cinematográfico da Marvel), o filme é da Fox, e não vai se comunicar com a galera dos Vingadores. Mas pelo menos tem um cameo do Stan Lee pra validar o “selo Marvel”.

Claro, tem gente que não vai gostar. Quem reclama das piadinhas presentes nos outros filmes da Marvel, por exemplo. Não é o meu caso. Como acredito na frase “cinema é a maior diversão”, adorei Deadpool. Que venham outros assim!

À Procura

a-procuraCrítica – À Procura

Oito anos após o sequestro de Cassandra, alguns indícios denunciam que ela ainda está viva. Polícia, pais e a própria Cassandra vão tentar desvendar os mistérios por trás do seu desaparecimento.

Parece que Atom Egoyan gostou de fazer suspenses com um pé no policial. Depois de Verdade Nua (2005), O Preço da Traição (2009) e Sem Evidências (2013). À Procura (The Captive no original) é a sua nova investida no estilo.

A narrativa é fora da ordem cronológica, o roteiro (também escrito por Egoyan, em parceria com David Fraser) acerta na construção simultânea de várias linhas temporais. Pena que na segunda metade o roteiro cai em algumas situações forçadas – por exemplo, aquela perseguição de carro foi completamente dispensável.

O elenco está bem. Muita gente não gosta do Ryan Reynolds, mas não tenho nada contra ele (apesar do Lanterna Verde). Reynolds está bem, deixou o ar engraçadinho de lado e consegue passar a dor de um pai que teve a filha sequestrada. Mas quem impressiona é Kevin Durand, num papel bem diferente dos brutamontes que costuma fazer. Ainda no elenco, Rosario Dawson, Alexia Fast, Mireille Enos, Peyton Kennedy, Scott Speedman e Bruce Greenwood.

À Procura não chega a ser um grande filme, mas pode ser uma opção para aqueles dias que estamos menos exigentes. Pelo menos a fotografia gelada (vemos as cataratas do Niágara congeladas!) agrada, nestes dias de calor no Rio de Janeiro.

RIPD – Agentes do Além

Crítica – RIPD – Agentes do Além

Um policial recém falecido é recrutado para trabalhar no Departamento Descanse em Paz, uma espécie de agência que trabalha às escondidas na Terra, caçando mortos que se recusam a seguir seus destinos e continuam vagando pela Terra.

RIPD – Agentes do Além tem um problema básico: parece uma versão de MIB, mas com fantasmas no lugar dos alienígenas. Aliás parece uma mistura de MIB com Caça-Fantasmas. Mas… Quem me conhece sabe que não tenho nada contra a reciclagem de ideias, desde o resultado final fique bom. E isso acontece aqui: se RIPD não tem muita originalidade, isso é compensado pelo fato de ser um filme muito divertido.

Adaptado dos quadrinhos homônimos escritos por Peter M. Lenkov, RIPD – Agentes do Além é uma eficiente mistura de ação, comédia e ficção científica – um bom filme pipoca, uma montanha russa divertida e absurda. O diretor é Robert Schwentke, o mesmo de Red – Aposentados e Perigosos – coincidência ou não, outra adaptação de quadrinhos.

O elenco é um dos pontos fortes de RIPD – Agentes do Além. Jeff Bridges parece estar se divertindo muito como um velho xerife do velho oeste; já Ryan Reynolds interpreta o mesmo Ryan Reynolds de sempre. Kevin Bacon está bem como o vilão; Mary Louise Parker e Stephanie Szostak também estão bem como as principais personagens femininas. E James Hong (Blade Runner) e Marisa Miller têm papeis menores mas que geram boas piadas.

Os efeitos especiais são irregulares. Se por um lado temos algumas cenas fantásticas, como um efeito bullet time estendido quando o protagonista morre (não é spoiler, é logo no início do filme); por outro lado alguns dos mortos são tão malfeitos que parecem saídos de um filme trash!

A sessão para a imprensa foi em 3D. Algumas cenas usam bem o efeito, mas não acho algo essencial.

Enfim, boa diversão. Apesar de requentada.

Turbo

Crítica – Turbo

Dreamworks novo…

Um caracol sofre um acidente, ganha super-poderes, e fica tão rápido quanto um carro de corridas. Agora ele quer seguir seu sonho de correr as 500 Milhas de Indianapolis.

Anos atrás, vimos uma revolução na indústria dos longas de animação. Surgiram duas empresas novas, a Pixar e a Dreamworks, que, cheias de boas ideias, elevaram a qualidade do então combalido mercado.

O tempo passou, a Pixar se firmou com vários filmes excelentes, enquanto a Dreamworks alternava entre momentos geniais e outros nem tanto. E, na minha humilde opinião, acho que agora, em 2013, temos o maior abismo entre as produções dos dois estúdios: enquanto Universidade Monstros é quase tão bom quanto Monstros S.A., Turbo ficou devendo.

Antes de qualquer coisa, é preciso uma suspensão de descrença muito grande pra se curtir Turbo. Assim como, para ver Universidade Monstros, temos que acreditar que existe um universo paralelo onde a energia é tirada de sustos de crianças, aqui precisamos acreditar que um caracol pode passar por uma transformação digna de um super-herói de quadrinhos e virar um corredor capaz de correr a 300 km/h. E que depois ele vai conseguir convencer um humano a inscrevê-lo nas 500 Milhas de Indianapolis. Até aí, tudo bem. Mas, daí a ele ser aceito numa corrida com regras reais, achei demais. Segundo o filme, qualquer um com 20 mil dólares pode se inscrever em Indianapolis, independente de ter um carro compatível com as regras da competição.

Além disso, os personagens coadjuvantes são fracos. Li por aí que a ideia da Dreamworks é fazer uma série de TV com eles, semelhante ao que fez com os pinguins de Madagascar. Na TV pode até que funcione, mas no filme, não rolou.

Talvez um dos erros de Turbo seja não se definir entre a narrativa muito infantil e algo mais adulto. Formiguinhaz e Bee Movie são atraentes para os pequenos, e conseguem agradar os pais, nem que seja pelos seus atores originais (quem dubla os protagonistas são, respectivamente, Woody Allen e Jerry Seinfeld). Turbo tem um grande elenco – mas não adianta ter um Samuel L. Jackson se o seu personagem é fraco.

Além de Samuel, o bom elenco conta com Ryan Reynolds, Paul Giamatti, Michael Peña, Michelle Rodriguez, Maya Rudolf, Bill Hader, Snoop Dog, Luiz Guzmán, Richard Jenkins e Ken Jeong, entre outros.. Vi a versão dublada, deu pena de perder todas essas vozes…

Enfim, Turbo pode até agradar os pequenos. Mas é uma grande decepção, vindo de um estúdio de onde saiu Shrek, Madagascar, Kung Fu Panda, Megamente e Monstros vs Alienígenas

Os Croods

Crítica – Os Croods

Filme novo da Dreamworks!

Após ver sua caverna destruída, uma família de homens das cavernas sai à procura de um novo lar no meio de um estranho mundo novo, com a ajuda de um jovem criativo.

Quando a Dreamworks e a Pixar apareceram, surgiu um novo padrão nos longa metragem em animação. Mas parece que com o passar dos anos a Dreamworks assumiu o posto de segundo lugar. Enquanto a Pixar continua nos surpreendendo quase sempre, a Dreamworks mais uma vez apresenta um filme meia bomba.

Os Croods não é ruim, longe disso. É divertido, com bons personagens, e tecnicamente bem feito. Mas o problema é que hoje em dia estamos mal acostumados, e quando aparece um novo longa de animação, a gente espera ser surpreendido. E Os Croods não surpreende nada. É um bom desenho, e só.

Tem uma outra coisa que me incomodou um pouco: a ambientação do filme no “fim do mundo”. Como é um desenho pra crianças, precisa de um final feliz. Mas aqueles meteoritos caindo pouco antes do fim do filme deixam claro que aquela família não sobreviveria. Além da suspensão de descrença pra ver um bebê correndo rápido como um animal ou pessoas caindo de grandes alturas sem se machucar, precisamos de mais suspensão de descrença pra acreditar que o mundo só acabou pela metade.

Mesmo assim, o filme é bem divertido. Algumas situações são hilárias – a preguiça “Braço” é um excelente alívio cômico. E a parte técnica é de cair o queixo, tanto em cenas de ação (como a perseguição no “café da manhã”), quanto em cenários e bichos estranhos e coloridos. E o 3D é muito bem feito.

(O elenco original é estelar – Nicolas Cage, Emma Stone, Ryan Reynolds, Cloris Leachman, Catherine Keener e Clark Duke. Mas vi a versão dublada, então não posso palpitar aqui.)

Pena que ao fim da projeção fica aquela sensação de que faltou alguma coisa. Espero que Monsters University e Meu Malvado Favorito 2 nos surpreendam!

p.s.: No fim dos créditos rola uma piadinha rápida, mas nada demais.

Ted

Crítica – Ted

Um ursinho de pelúcia politicamente incorreto? Taí uma boa ideia!

Quando tinha 8 anos de idade, John Bennet teve um desejo realizado: seu ursinho de pelúcia Ted ganhou vida, e virou seu companheiro para o resto da vida. Agora, aos 35 anos, John está sendo pressionado pela namorada a deixar Ted de lado.

A ideia de um ursinho de pelúcia que de repente ganha vida é meio absurda, mas pode gerar situações interessantes. Como aqui colocam o ursinho bebendo, tomando drogas, fazendo sexo e falando palavrões, até que ficou legal.

Trata-se do primeiro filme com atores de Seth MacFarlane, que aqui dirigiu, escreveu o roteiro e e fez a voz do Ted. MacFarlane é conhecido por ser o autor das séries animadas Family Guy e American Dad. Nunca vi nenhum episódio de nenhuma dessas séries, então não posso comparar. Mas posso dizer que gostei da sua primeira incursão no cinema “live action”.

O que gostei foi de ver o bom e velho humor ofensivo e politicamente incorreto. O roteiro escrito pelo próprio MacFarlane atira ofensas aos quatro ventos, e não tem medo de fazer piada com cenas delicadas – como um garoto novo levando um soco na cara (a cena é hilária!). Se você não gosta de humor politicamente incorreto, passe longe!

Ted também tem outra coisa que gosto: piadas referenciais. Guerra nas Estrelas é citado algumas vezes, mas a referência mais forte é o Flash Gordon de 1980, aquele com a trilha sonora do Queen. Não só o filme é citado várias vezes como Sam Jones, o próprio Flash Gordon, faz uma participação especial interpretando ele mesmo, em algumas cenas engraçadíssimas!

O elenco está bem. Mark Wahlberg não é muito versátil, a gente já sabe disso, mas funciona para o que o papel pede. O elenco também conta com Mila Kunis, Joel McHale, Giovanni Ribisi, Patrick Warburton, Laura Vandervoort, Jessica Barth e, nas versões originais, as vozes de Patrick Stewart (como Ted) e Patrick Stewart (o narrador). Além deles, participações especiais de Sam Jones, Tom Skerritt, Norah Jones e Ryan Reynolds.

Por fim, queria falar do senhor doutor político que não tem nada para fazer da vida e resolveu chamar atenção para si próprio usando este filme. Pra quem não acompanhou: um excelentísimo político de Brasília resolveu levar o filho dele de 11 anos para ver o filme, apesar da censura indicar 16 anos. Aí ele achou o filme ofensivo e tentou proibí-lo, argumentando que era um “mau exemplo”. Em primeiro lugar, se a censura indica 16 anos, pra que ele vai levar uma criança de 11? Quem está errado, o filme ou o político? Em segundo lugar, se a gente for cortar todos os maus exemplos da nossa sociedade, deveríamos começar pelos políticos de Brasília. Existe algum lugar no mundo com mais exemplos ruins?

Protegendo o Inimigo

Crítica – Protegendo o Inimigo

Africa do Sul. Um novato do FBI é designado para tomar conta de um perigoso traidor. Quando seu esconderijo é atacado, ele precisa se virar para proteger o prisioneiro, e ao mesmo tempo impedir a sua fuga.

Cheguei a pensar que Protegendo o Inimigo (Safe House, no original) era “o novo filme do Tony Scott” – parecia seguir a linha de O Sequestro do Metrô 123 e Incontrolável. Nada disso, trata-se da estreia hollywoodiana de Daniel Espinosa, diretor sueco de ascendência chilena.

E, vendo o filme, a gente vê que o estilo de Espinosa é diferente. Muita câmera na mão, muitos closes, cenas escuras, imagem granulada. Acredito que a câmera na mão era pra dar um ar meio documental ao filme. Mas trouxe um problema: as cenas de ação ficaram confusas com a imagem trêmula. Heu, particularmente, prefiro ver melhor o que está acontecendo na tela.

Mas isso é um detalhe estilístico, não chega a ser um defeito. O grande defeito de Protegendo o Inimigo é o roteiro, previsível e cheio de clichês. Fico me perguntando se em pleno 2012 alguém ainda “compra” uma trama onde o grande segredo que o vilão esconde é tão óbvio.

O elenco funciona bem. Denzel Washington, bem como sempre, às vezes parece estar no piloto automático, seu personagem lembra o papel que ele fez em Dia de Treinamento; Ryan Reynolds está sério, deixou o ar engraçadinho de lado (o que não combinaria aqui). Ambos têm boa química. Ainda no elenco, Vera Farmiga, Brendan Gleeson, Robert Patrick e Sam Shepard.

O resultado final nem é muito ruim. Mas Protegendo o Inimigo também está longe de ser um bom filme.

Eu Queria Ter a Sua Vida

Crítica – Eu Queria Ter a Sua Vida

Mais um filme onde personagens trocam de corpo…

Mitch (Ryan Reynolds) e Dave (Jason Bateman) são amigos de longa data, mas atualmente levam vidas bem diferentes. Enquanto Dave é um advogado bastante ocupado, casado e com três filhos, Mitch é solteiro e não tem um emprego fixo. O curioso é que ambos invejam a vida um do outro. Até que, numa noite de bebedeiras, eles misteriosamente trocam de corpo.

Dirigido pelo pouco conhecido David Dobkin, Eu Queria Ter a Sua Vida sofre com dois problemas. Primeiro, é uma ideia batida – sem muito esforço, a gente se lembra de vários, como Trocando As Bolas, Sexta-Feira Muito Louca – tem até o nacional Se Eu Fosse Você. Além disso, o filme é extremamente previsível, principalmente na parte final. A gente adivinha a conclusão bem antes desta acontecer.

Ainda tem outro problema, mas acho que foi intencional da parte dos realizadores. Era pra duas pessoas desejarem a vida do vizinho – aquele velho papo de “a grama é mais verde do outro lado da cerca”, para depois descobrir que também tem problemas e ver como a sua vida é boa. O problema é que o filme nitidamente “toma partido”, fica claro que Dave (Bateman) tem uma vida melhor que Mitch (Reynolds). Acho que o filme seria melhor se mostrasse altos e baixos dos dois personagens de maneira mais equilibrada. Assim ficou parecendo uma lição de moral: o “certo” é ter um bom emprego, mulher e filhos; e que o contrário nunca poderá ser feliz.

Se a gente conseguir deixar isso de lado, Eu Queria Ter a Sua Vida não é de todo ruim. Heu estava com baixa expectativa, achei que ia ser bobo como Passe Livre, por exemplo. Mas não, o roteiro escrito por John Lucas e Scott Moore (Se Beber Não Case partes 1 e 2, Assalto em Dose Dupla) traz algumas boas piadas, gostei do tom politicamente incorreto na cena dos bebês na cozinha.

O elenco é bom, pelo menos para o que o filme pede. Jason Bateman e Ryan Reynolds têm boa química juntos. Além deles, Eu Queria Ter a Sua Vida conta com Leslie Mann, Alan Arkin e Olivia Wilde, uma das atrizes mais bonitas em Hollywood hoje em dia.

Resumindo: nada demais. Mas, pelas boas piadas, pode agradar os menos exigentes.

.

.

Se você gostou de Eu Queria Ter a Sua Vida, o Blog do Heu recomenda:
17 Outra Vez
Professora Sem Classe
Se Beber Não Case

Lanterna Verde

Crítica – Lanterna Verde

Mais um filme de super herois…

O piloto de testes Hal Jordan ganha de um alienígena um anel mágico que traz poderes fantásticos a quem o usa, e o torna parte de um time de 3.600 guardiões da paz no universo.

O Lanterna Verde não é um dos super-herois mais famosos da DC – é difícil competir com Batman e Superman em termos de popularidade. Mas é um heroi com um universo rico, daria pra fazer muita coisa se o filme estivesse nas mãos certas. Pena que o diretor Martin Campbell não tem esse perfil. Lanterna Verde não é ruim, mas fica alguns degraus abaixo de produções recentes como Batman O Cavaleiro das Trevas e Homem de Ferro. Nas mãos de Campbell, temos um filme burocrático.

Bem, pelo menos hoje existe a cartilha de “como fazer um filme de super-heroi”. Com um bom ritmo, efeitos especiais competentes e um elenco bem escolhido, Lanterna Verde funciona redondinho.

No elenco, Ryan Reynolds foi contestado – fãs acharam que o seu estilo destoava do heroi. Mas não achei que ele foi mal – não conheço a personalidade do Hal Jordan dos quadrinhos, mas no filme, não achei ruim. Gostei do elenco, o que me incomodou foi outra coisa: um Peter Sarsgaard maquiado para parecer mais velho sendo filho do Tim Robbins. Detalhe que Robbins só é treze anos mais velho que Sarsgaard! Ainda no elenco, Blake Lively, Mark Strong, Angela Basset e Temuera Morrison (as versões com o áudio original trazem a voz de Clancy Brown como Parallax).

Os efeitos especiais são muito bons, com um porém: a produção optou por não usar uma fantasia em Ryan Reynolds, e sim criar seu uniforme em cgi. Na boa? Ficou esquisito. Acho que esse é um daqueles casos que a gente vai rever daqui a alguns anos e achar muito tosco, não precisava disso… Fora isso, os efeitos são bons, o planeta Oa é bem feito, assim como os muitos alienígenas diferentes que também portam o anel.

Quem me acompanha aqui no blog sabe que não tenho o hábito de ler quadrinhos. Mas pelo que li por aí, como adaptação, Lanterna Verde tinha potencial para ser melhor, mas não vai decepcionar os apreciadores do estilo.

Último aviso: como já é tradição, tem uma cena durante os créditos. Uma cena importante para a a provável continuação…

.

.

Se você gostou de Lanterna Verde, o Blog do Heu recomenda:
Batman O Cavaleiro das Trevas
Thor
Watchmen

Enterrado Vivo

Enterrado Vivo

Um filme com apenas um ator e apenas um cenário apertado? É uma ideia arriscada, porém interessante.

Motorista de caminhão trabalhando no Iraque, Paul Conroy (Ryan Reynolds) acorda dentro de um caixão, sem saber como nem por que está lá. Acompanhado de um celular e de um isqueiro, ele tenta descobrir o que aconteceu.

A ideia era arriscada, mas o resultado ficou muito bom. Enterrado Vivo (Buried, no original) tem drama e tensão bem dosados num enxuto roteiro de uma hora e meia – em tempo real.

O filme já começa bem, com créditos iniciais num estilo que lembra grandes filmes clássicos de suspense, com direito a uma música-tema forte – coisa incomum hoje em dia.

A partir daí, tudo acontece dentro do exíguo espaço do caixão. E digo uma coisa: deve ter sido difícil filmar Enterrado Vivo. O diretor espanhol Rodrigo Cortés conseguiu muitos ângulos diferentes, tudo sem sair de dentro do caixão.

Li no imbd que essa ideia surgiu porque o roteirista Chris Sparling tinha problemas para conseguir vender roteiros com locações caras. Este problema não acontece aqui, todo o set de filmagem cabe dentro de um quarto…

Ryan Reynolds, que em breve estará nas telas como o protagonista de Lanterna Verde, o novo blockbuster baseado em quadrinhos, também merece elogios. Usualmente caricato, aqui ele convence ao alternar entre o nervosismo e o desespero, passando por uma montanha russa de sentimentos, incluindo a ironia que o acompanha em quase todos os seus papéis. Este não me parece ser o estilo de filme que ganha prêmios, senão, diria que Reynolds era um forte candidato.

Bom filme, estréia em breve nos cinemas brasileiros (hoje rolou a sessão pra imprensa). Só não é recomendado aos claustrofóbícos…