Noite Passada em Soho

Crítica – Noite Passada em Soho

Sinopse (imdb): Uma jovem apaixonada por design de moda pode entrar misteriosamente nos anos 60, onde conhece uma cantora deslumbrante. Mas a década de 1960 em Londres não é o que parece, e o tempo parece desmoronar com consequências sombrias.

Lembro de um Podcrastinadores onde estávamos falando sobre expectativas sobre filmes a estrear. Não gosto muito de criar expectativas, acho que a chance disso dar errado é grande, então normalmente evito ler muito sobre filmes vindouros. Mas, já que era pra citar um filme, falei de Noite Passada em Soho (Last Night in Soho, no original), porque era o filme novo do Edgar Wright depois de Baby Driver.

Edgar Wright tem um currículo impressionante (e, inexplicavelmente, é um nome muito pouco conhecido). Ele fez a trilogia cornetto – que tem três nomes péssimos aqui no Brasil, Todo Mundo Quase Morto, Chumbo Grosso e Heróis de Ressaca. Ele também fez o genial Scott Pilgrim e a obra prima Baby Driver.

(Adoro Baby Driver, é um musical sem os atores cantando as músicas, tudo no filme está sincronizado com a trilha sonora.)

Para o bem e para o mal, Última Noite em Soho não quer ser um novo Baby Driver. Claro que heu queria ver outro filme com uma edição sonora como aquele, mas não reclamo de ver algo novo. Desta vez não é um filme de ação sincronizado com a parte musical; Wright nos apresenta um suspense com um toque sobrenatural e uma espécie de viagem no tempo. Achei que seria terror, mas acho que só adentra no universo do terror em alguns momentos na parte final. Mas, mesmo quando não é terror, tem um ou dois jump scares bem feitos.

Última Noite em Soho é extremamente bem filmado. O filme é cheio de cenas com espelhos, onde tem uma atriz de um lado e outra do outro lado. Não sei se ele tinha um cenário com um vidro no lugar do espelho, ou se ele filmou dois takes, um com cada atriz, só sei que o resultado ficou impressionante. Tem uma cena de uma dança, onde a câmera acompanha um casal, e a atriz é trocada durante a dança, várias vezes. Segundo o imdb, a dança foi coreografada, as atrizes realmente trocavam de lugar, sem efeitos especiais!

Aliás, preciso falar da atuação das duas atrizes. Thomasin McKenzie (Jojo Rabbit, Tempo) e Anya Taylor-Joy (Fragmentado, A Bruxa) estão ótimas! O roteiro dá espaço para as duas se desenvolverem, e ambas apresentam um resultado excelente. Tembém no elenco, Matt Smith, Terence Stamp e Diana Rigg – foi o último filme dela, antes de começar tem uma dedicatória “para Diana”.

Ah, sim, a reconstituição de época da década de 60 é fantástica. E, claro, depois de Baby Driver a gente precisa falar da trilha sonora. A trilha aqui, repleta de músicas da década de 60, ajuda a entrar no clima. E sempre as músicas são bem colocadas dentro do filme. Acho que só tem uma música que não é dos anos 60, uma música da Siouxsie and the Banshees – que aliás, é usada numa cena onde a edição do áudio ajuda o clima hipnótico vivido pela personagem.

(Descobri que duas músicas que gosto, da década de 80, são covers de músicas dos anos 60! I’ve got my mind set on you, que achava que era do George Harrison, teve uma gravação em 1962 por James Ray. E Always Something There to Remind Me, que achei que era da banda Naked Eyes, foi composta por Burt Bacharach e Hal David, e foi gravada por Sandie Shaw em 1964!)

O fim do filme traz um plot twist bem bolado – algumas pistas são deixadas ao longo do filme, mas posso dizer que não peguei essas pistas e gostei do plot twist.

Não tem cenas pós créditos, mas tem várias paisagens londrinas vazias – esses takes foram feitos durante o lockdown, quando não tinha ninguém nas ruas.

Segundo o imdb, Edgar Wright está trabalhando numa nova versão de O Sobrevivente / The Runing Man. Aguardemos.

Grandes Olhos

Grandes OlhosCrítica – Grandes Olhos

Filme novo do Tim Burton!

Cinebiografia da pintora Margaret Keane, seu sucesso nos anos 50, e as subsequentes dificuldades legais que ela teve com seu marido, que levou crédito pela autoria dos seus quadros nos anos 60.

De vez em quando falo aqui sobre alguns raros autores que ainda sobrevivem no cinema contemporâneo. Gente como Wes Anderson (que concorre ao Oscar este ano!), Terry Gilliam e Tim Burton. Diretores que conseguem ter um estilo próprio: você vê o filme e logo identifica quem é o diretor.

Pena. Grandes Olhos (Big Eyes, no original) não parece um filme do Tim Burton…

Burton tem uma filmografia que foge do lugar comum, seus filmes sempre têm um pé no dark, no gótico, no estranho, no esquisito. E Grandes Olhos é exatamente o oposto disso: um filme convencional e linear – e previsível. (Pra não dizer que não tem nada no estilo de Tim Burton no filme, a “cena dos olhos”, no supermercado, é a cara do diretor. E é um dos melhores momentos do filme. Pena que passa rapidinho…)

Se salvam as atuações do casal principal. Amy Adams está ótima como a protagonista, inclusive ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz por este filme no mês passado. E é sempre delicioso ver Christoph Waltz, mesmo que esteja no limite da caricatura com o seu “quase vilão”. Por outro lado, os coadjuvantes são fracos, mas não culpo o elenco, e sim o roteiro – tire as cenas com a Krysten Ritter, e o filme continua igual. Ainda no elenco, Danny Houston, Terence Stamp e Jason Schwartzman.

Grandes Olhos não chega exatamente a ser ruim, mas vai decepcionar muita gente. Principalmente os fãs do Tim Burton.

Superman 2

Crítica – Superman 2

Depois de ver o primeiro Superman, emendei logo no segundo.

Apaixonado por Lois Lane, Superman está disposto a abrir mão de seus poderes para ficar ao lado dela. Mal sabe ele que três vilões kriptonianos estão a caminho da Terra!

A versão que vi foi a de Richard Donner, diretor do primeiro filme, versão que so foi lançada em 2006. A história das diferentes versões merece ser contada.

Richard Donner tinha sido contratado para fazer dois filmes, e resolveu filmar tudo ao mesmo tempo, já que os mesmos atores repetiriam os mesmos personagens. Ao finalizar o primeiro, o segundo estava quase todo filmado. E foi neste momento que Donner brigou com os produtores Alexander e Ilya Salkind e foi mandado embora. Richard Lester (famoso por Os Reis do Iê Iê Iê, primeiro filme dos Beatles) foi chamado para ficar no seu lugar.

Lester usou parte do material filmado por Donner, filmou outras cenas, e fez um “filme frankenstein”, com partes de ambos diretores. O resultado nem ficou ruim. Mas em 2006, Donner teve a oportunidade de mexer no seu material e remontar o filme como tinha imaginado no fim dos anos 70. Este é o filme que heu vi!

Não sei se vale a pena ficar listando as diferenças entre as versões, tem tudo isso detalhado na wikipedia. O que posso dizer é que algumas coisas estranhas ficaram melhores… Por exemplo, na hora da briga final, não rola aquela tosqueira do Superman tirar o “S” do peito e derrubar o vilão, nem o momento que ele desaparece e aparece ao mesmo tempo em quatro lugares diferentes.

A parte técnica continua excelente, como no primeiro filme. E o único comentário a se fazer sobre o elenco é que Terence Stamp tem muito mais tempo de tela, enquanto Ned Beatty quase não aparece. As atuações repetem o bom nível do primeiro filme. Ah, Marlon Brando tinha sido limado da versão de Lester, mas tem boa participação aqui.

Na minha humilde opinião, a versão de Donner é melhor que a de Lester, mas traz pelo menos dois problemas:

– Lester inventou um “beijo de amnésia” pra Lois Lane se esquecer que Clark Kent é o Superman. Tosco, não? A versão de Donner não tem isso, mas copia o final ruim do primeiro filme. Não sei qual ficou pior.

– Rola uma cena no finzinho, onde o Superman volta ao bar onde apanhou. Esta cena não é coerente com o final proposto por Donner. Furo grande no roteiro!

Mesmo com essas escorregadas, Superman 2 consegue ser uma boa continuação, além do mais porque a gente tem que lembrar que Donner trabalhou com material filmado quase trinta anos antes!

Agora é tomar coragem pra ver o fraco terceiro filme…

Superman (1978)

Crítica – Superman (1978)

Chegou meu box do Superman em blu-ray com 8 discos. Aproveitei o fim de semana prolongado e vi os dois primeiros.

O filme conta a origem do Superman, um dos mais famosos super-herois da história, desde bebê ainda no planeta Krypton, passando pela juventude em Smallville e já adulto em Metropolis, onde trabalha no jornal Daily Planet usando a identidade secreta Clark Kent.

Superman está em invariavelmente todas as listas de melhores adaptações cinematográficas de super-herois. Digo mais: é considerado o marco inicial para o que conhecemos sobre filmes de herois. E, revendo hoje, mais de 30 anos depois, continua sendo um grande filme.

A parte técnica do filme dirigido por Richard Donner é impressionante para um filme dos anos 70. Tá, alguns chroma key estão “vencidos”, mas nada grave. Não vemos nenhum cabo segurando um ator, nem nenhuma emenda – lembrem-se que efeitos especiais eram bem toscos na época, e cgi ainda era um sonho distante.

O elenco foi muito bem escolhido. Marlon Brando foi contratado a peso de ouro para uma pequena participação como Jor-El, o pai do Superman. Gene Hackman, o Lex Luthor, era o outro grande nome do elenco. Christopher Reeve era desconhecido, mas encarnou tão bem o Homem de Aço que até hoje é lembrado como “o Superman”. Ainda no elenco, Margot Kidder, Ned Beatty, Valerie Perrine e Terence Stamp.

O roteiro, baseado em história do badalado Mario Puzo (O Poderoso Chefão), é muito bom, mas não é perfeito. O Lex Luthor de Gene Hackman é meio caricato, a ideia inicial era fazer algo mais próximo ao Batman barrigudo dos anos sessenta. Superman não tem esse tom cartunesco, mas Luthor, juntamente com seu ajudante Otis, viraram alívios cômicos. Hoje em dia estamos acostumados a vilões mais realistas, o que enfraquece o personagem de Luthor.

O fim do filme também sempre foi um ponto polêmico – se na época muita gente não gostou, hoje a ideia de voltar o tempo invertendo a rotação da Terra parece um absurdo digno de uma co-produção entre Uwe Boll e Roland Emmerich! (Digo mais: se era possível voltar a rotação da Terra, por que não voltar um pouco mais e impedir os mísseis?)

Mesmo com essas inconsistências no roteiro, Superman ainda é um filmaço. E abriu caminho para outras produções semelhantes, sendo diretamente responsável pelo conceito atual de “filme de super-herói”.

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Se você gostou de Superman, o Blog do Heu recomenda o Top 10 de melhores filmes de super-herois

Star Wars Ep I – A Ameaça Fantasma

Crítica – Star Wars Ep I – A Ameaça Fantasma

Faz parte do trabalho de um pai apresentar bons filmes aos filhos. Chegou a hora de rever a hexalogia de Guerra nas Estrelas com a criançada!

A história todo mundo conhece, né? Durante uma crise política, os cavaleiros jedi Qui-Gon Jinn e Obi-Wan Kenobi vão até o planeta Naboo. Lá, se tornam a escolta da rainha Amidala até Coruscant, mas precisam parar em Tatooine, onde conhecem o jovem Anakin Skywalker.

O único problema de começar com o Ep 1 é que este é o mais fraco dos seis filmes. Tem algumas qualidades, mas, no geral, é bem inferior aos outros. Mas, para conquistar a “nova geração”, preferi começar pela “ordem errada” (o certo seria 4, 5 e 6, depois 1, 2 e 3), afinal, os efeitos especiais deste não parecem tão velhos quanto os do filme de 1977.

O que A Ameaça Fantasma tem de bom? Basicamente quatro coisas:

– O vilão Darth Maul
Rolava um grande desafio, afinal o novo vilão seria comparado com ninguém menos que Darth Vader – considerado por muitos o melhor vilão do século XX. Darth Maul é o que os fãs esperavam, um vilão excelente. Pena que sua participação é pequena.

– O tema musical “Duel of the Fates”
A trilogia clássica tem um dos temas mais marcantes da história do cinema, além de vários outros bons temas, menos famosos, na trilha sonora. O tema novo não fica atrás em termos de qualidade.

– A corrida de Pods em Tatooine
Ok, aquilo foi feito pra vender videogame. Mas toda a sequência da corrida é muito boa!

– O duelo de sabre de luz entre Darth Maul, Qui-Gon Jinn e Obi-Wan Kenobi
O melhor duelo da hexalogia é o travado entre Luke Skywalker e Darth Vader em O império Contra Ataca, toda a narrativa em torno da luta é muito bem estruturada. Mas, tecnicamente, era um aprendiz contra um quarentão. Aqui temos dois jedis e um sith em plena forma. A luta é eletrizante!

Mas isso não consegue esconder a verdade: A Ameaça Fantasma é um filme fraco.

Na minha humilde opinião, o grande problema de George Lucas aqui é que, enquanto na trilogia clássica ele tinha que prestar contas a um superior, aqui ele estava no topo. Faltava alguém pra lhe dizer “menos, George, menos!”. Faltava alguém pra lhe dizer “menos Jar Jar Binks, George, menos!”

E assim, o filme ficou muito aquém do que poderia ficar. Por exemplo, o citado Jar Jar Binks: Lucas queria provar que não precisava de atores reais, então criou um personagem digital. A ideia foi boa, até citei isso no Top 10 de marcos nos efeitos especiais. O problema é que Jar Jar aparece o tempo todo, chega a encher o saco. Se ele tivesse uma participação menor (como aconteceu nos filmes seguintes), não ia ser tão chato.

(Detalhe curioso: o Jar Jar Binks “perdeu a validade”. Hoje, 12 anos depois, os efeitos não enchem mais os olhos. O visual do Jar Jar ficou tão capenga quanto a sua personalidade.)

E não foi só o Jar Jar. O filme tem sérios problemas de ritmo, principalmente as partes com atores – Lucas nunca escondeu que não gosta de dirigir atores – as cenas com a mãe do Anakin são arrastaaadas… Pena, porque o bom elenco contou com Liam Neeson, Ewan McGregor, Natalie Portman, Terence Stamp e Ian McDiarmid. Anthony Daniels, Kenny Baker e Frank Oz voltaram para os personagens C-3PO, R2-D2 e Yoda. E o fraco garoto Jake Lloyd ganhou o papel principal. Fraco mesmo, cadê ele depois desse filme?

Mesmo assim, sou fã, admito. E gostei de ter revisto, mesmo com suas falhas.

O que dá pena é lembrar de toda a ansiosa espera. Foram dezesseis anos aguardando por um novo filme (de 1983 a 1999), lembro de quando saiu o primeiro teaser poster com o Anakin criança, e sua sombra era o Darth Vader… Pra depois, a gente ver um filme que ficou devendo. Me lembro sempre da cena final de Fanboys – leve spoiler, para ler, selecione o texto: quando, depois de muita espera, um personagem pergunta ao outro: “e se o filme for ruim?”.

Em breve, vou rever os Episódios 2 e 3, aí comento aqui!

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Patrulha Estelar
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Star Wars – The Clone Wars

Os Agentes do Destino

Crítica – Os Agentes do Destino

Uêba! Filme novo baseado em Philip K. Dick!

Um jovem e promissor político (Matt Damon) se apaixona por uma bailarina (Emily Blunt), mas misteriosos forças, encarregadas do destino do mundo, fazem de tudo para separá-los.

O roteirista George Nolfi escolheu o conto “The Adjustment Team”, de Philip K. Dick, para a sua estreia como diretor. A história é interessante por levantar a pergunta: podemos desafiar o nosso destino? Quem nunca se questionou isso?

Pena que essa trama já é batida. A gente já viu outros filmes bem parecidos, como, por exemplo, Cidade das Sombras, onde alguns seres misteriosos controlam o destino dos humanos, até que um deles “acorda” e desafia a ordem vigente. Isso sem contar com o “fator Brilho Eterno“, onde um casal consegue driblar regras para ficar junto, mesmo que inconscientemente. (E nem estou falando dos Observadores da série Fringe!)

Mas, se a gente desligar este “detalhe”, Os Agentes do Destino é bem legal. A trama pode não ser novidade, mas o filme tem uma produção bem cuidada e tudo funciona redondinho. E a parte final tem um trabalho muito bem feito de edição, na a sequência das portas.

O elenco ajuda. Matt Damon e Emily Blunt são carismáticos, têm boa química e formam um belo casal. E Terence Stamp, o eterno General Zod de Superman 2, está bem como o Agente “bad ass”. Ainda no elenco, os pouco conhecidos Michael Kelly, Anthony Mackie e John Slattery.

Como falei lá em cima, Os Agentes do Destino é baseado em Philip K. Dick, autor de histórias que geraram vários filmes legais, como Blade Runner, O Vingador do Futuro, Minority Report, O Vidente, O Pagamento e O Homem Duplo (ok, alguns filmes legais, outros maomeno…). Como quase sempre a temática de K. Dick é ligada à ficção científica, acredito que muita gente pode se frustrar com Os Agentes do Destino, que tem um foco maior no romantismo do que na ficção científica. Ainda mais porque o trailer e o poster “vendem” o filme como se fosse ação à la Trilogia Bourne!

Mesmo não sendo novidade, Os Agentes do Destino é um bom programa. Principalmente para ver com a patroa – a Garotinha Ruiva gostou!

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A Origem
Os Esquecidos
Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças

Operação Valquíria

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Operação Valquíiria

O que devemos esperar de um filme como Operação Valquíria? Um filme do ator Tom Cruise, ou um filme do diretor Brian Synger (X-Men 1 e 2, Superman Returns)? Claro que é o filme é do Tom Cruise. Por maior que seja o prestígio do diretor, é difícil bater o “star power” de Cruise…

Mas apesar de Operação Valquíria ser mais um veículo para mostrar o “mocinho Cruise”, o filme não é ruim. Talvez um pouco “certinho” demais, mas, mesmo assim, funciona, pelo menos dentro do que se propõe.

Depois de quase morrer no deserto da Tunísia, perdendo um olho, uma mão e alguns dedos da outra, o coronel Claus Von Stauffenberg (Cruise) conhece outros insatisfeitos com o rumo da Alemanha na guerra, e acaba virando o líder de uma conspiração para tentar matar Hitler.

A história é muito boa, e o melhor, é verídica. Acompanhamos passo a passo cada personagem da conspiração, e como funciona a tal operação Valquíria do título.

O elenco é cheio de rostos conhecidos, como Kenneth Branagh, Bill Nighy, Terence Stamp e Tom Wilkinson, e todos estão muito bem, cada um mostrando a sua motivação para derrubar Hitler – seja porque acham que é o correto a se fazer; seja porque querem ficar ao lado do poder, independente de quem o tenha.

O diretor Bryan Singer, apesar de ter feito 3 filmes seguidos de super-heróis, não é totalmente estranho ao tema. Em 1998 ele dirigiu O aprendiz, onde um jovem descobre que o seu vizinho tem um passado nazista. E esse vizinho é maravilhosamente interpretado por Ian McKellen, o Magneto dos X-Men

Outra coisa legal em Operação Valquíria é a reconstituição de época. Longe de mim querer elogiar um nazista, mas temos que reconhecer que os caras sabiam cuidar da própria aparência. E no filme, tudo está impecável! Roupas, armas, uniformes, cenários, está tudo perfeito!

Outro detalhe  interessante: Stauffenberg perdeu uma mão e alguns dedos da outra, certo? Os efeitos especiais são perfeitos aqui: em momento nenhum parece que Tom Cruise está escondendo os dedos. Efeitos especiais que estão lá para “não aparecerem”!

Operação Valquíria não será lembrado como um filme essencial sobre a Segunda Guerra Mundial. Mas pode ser uma boa diversão!

O Procurado

O Procurado

A Fraternidade é uma sociedade secreta, fundada por tecelões mil anos atrás. Seu objetivo é assassinar determinadas pessoas, escolhidas por um antigo tear. A idéia é “matar um para salvar milhares”.

Ao mesmo tempo que somos apresentados à Fraternidade, também conhecemos Wesley Gibson, um cara medíocre, com um emprego medíocre e uma vida medíocre. E descobrimos que a vida desse cara está prestes a mudar, porque ele entrará para a Fraternidade!

Este argumento lembra muito o primeiro Matrix, não? Um cara comum, com um emprego besta, é escolhido para ser um fora-de-série numa sociedade restrita. Pra piorar, em ambos os filmes os membros desta sociedade fazem coisas que desafiam a Física como conhecemos no nosso mundo…

Mas até que O Procurado não se parece muito com Matrix. Os efeitos também são impressionantes, e como quase 10 anos se passaram, os efeitos evoluíram. Aqui, os efeitos são uma das partes mais importantes do filme. São várias sequências de tirar o fôlego!

Os efeitos lembram a carreira russa do diretor Timur Bekmambetov, que fez o estranho Guardiões da Noite e sua continuação Guardiões do Dia, misto de ficção científica e terror que chegou no ocidente há alguns anos. Movimentos de câmera rápidos, muita câmera lenta, detalhes congelados… Funciona muito bem no meio das cenas de ação.

No elenco, temos o não muito conhecido James McAvoy (Crônicas de Nárnia, O Último Rei da Escócia) liderando um elenco que conta com Morgan Freeman, Thomas Kretschmann e Angelina Jolie super tatuada. Também tem um sub-aproveitado Terence Stamp. Ninguém se destaca, mas para um filme de ação, pelo menos ninguém atrapalha.

Se o elenco não compromete, o mesmo não podemos dizer de certos clichês do roteiro. Alguns personagens e situações são tão óbvias que a gente descobre logo de primeira. A “grande reviravolta” do roteiro é previsível, assim como o final – que não conto aqui por causa dos spoilers.

Mas, se a idéia for uma “diversão pipoca”, muita ação na tela e pouca no cérebro, O Procurado é uma ótima opção. E para ser visto na tela grande!