Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1

Crítica – Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1

Sinopse (imdb): Ethan Hunt e sua equipe do IMF devem rastrear uma arma perigosa antes que ela caia em mãos erradas.

E vamos a mais um filme sem fim! Só este ano já é o quarto (depois de Os Três Mosqueteiros, Velozes e Furiosos 10 e Aranhaverso 3). Pelo menos neste aqui fizeram da maneira correta. Depois volto a esse assunto e explico.

Mais uma vez dirigido por Christopher McQuarrie (mesmo diretor dos dois anteriores, Nação Secreta e Efeito Fallout), este novo Missão: Impossível traz o agente Ethan Hunt envolvido com outra trama rocambolesca que envolve sequências alucinantes. Resumindo: um filmão, já candidato a lista de melhores de 2023.

Todo fã de cinema tem que agradecer que existem pessoas como Tom Cruise. Em tempos de streamings trazendo boas opções dentro do conforto de casa, muitas vezes o espectador se pergunta se vale pagar o ingresso caro para ver um filme. Assim como o Top Gun Maverick do ano passado, Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1 é outro daqueles filmes que pedem para serem vistos num cinema, de preferência com a maior tela possível!

Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1 tem algumas sequências muito bem filmadas. Tem uma perseguição de carros em Roma que é muito boa (curiosamente, na mesma escadaria onde tem uma cena parecida em Velozes e Furiosos 10). E toda a longa sequência do trem é sensacional – e nem estou falando da impressionante cena do pulo de moto no abismo. A parte final da sequência é ainda melhor.

(Um breve parênteses sobre o momento mais emocionante ser na parte final do filme. Comentei no texto sobre Resgate 2 que foi frustrante ver a melhor sequência na primeira metade do filme. Aqui, guardaram a melhor parte pro final.)

“Ah, mas tem muita mentira!” Caramba, TODOS os filmes da saga são assim! Está até no titulo da franquia: missão “impossível”. Claro que vai ter momentos inacreditáveis. O negócio aqui é como esses momentos são apresentados ao espectador.

A trilha sonora é muito boa. O tema clássico composto por Lalo Schifrin é em 5/4 (vou fazer um short comentando esse compasso composto), e em alguns momentos deste filme a trilha segue no mesmo compasso.

Sobre o elenco, Tom Cruise continua sendo “o cara”. Agora sessentão, continua em forma e dispensando dublês, e continua com charme e carisma suficientes pra segurar uma franquia deste porte. Também estão de volta Simon Pegg, Ving Rhames e Rebecca Ferguson. Não gostei muito do novo vilão, interpretado por Esai Morales, achei que ele tem poder demais, mas não chega a atrapalhar.

Queria comentar duas novidades no elenco. Hayley Atwell está muito bem como uma exímia ladra que não sabemos se merece ou não a nossa confiança. Mas, na minha humilde opinião, a melhor adição ao elenco foi Pom Klemetieff. Muita gente não vai reconhecer apesar de já ter visto outros filmes com ela – ela fez a Mantis em Guardiões da Galáxia. Pom está ótima, parece uma versão da Arlequina, meio louca. Ainda no elenco, Vanessa Kirby, Shea Whigham, Cary Elwes, Henry Czerny e Indira Varma.

Por fim, queria comentar sobre a “parte 1”. Reclamei de Velozes e Furiosos e Aranhaverso, primeiro porque não avisam que não tem fim; depois porque interrompem a trama no meio de forma abrupta. Aqui em Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1 fizeram essa divisão da maneira correta. Por um lado, está no título do filme; por outro, a trama não é interrompida. Acaba a missão que eles estavam, mas a história deixa pontas soltas, que vão ser concluídas no próximo filme.

Filmão. Tomara que o próximo mantenha o nível!

Top Gun – Ases Indomáveis

Crítica – Top Gun – Ases Indomáveis (1986)

Sinopse (google): A escola naval de pilotos é onde os melhores dos melhores treinam para refinar suas habilidades de voo de elite. Quando o piloto Maverick é enviado para a escola, sua atitude irresponsável e comportamento arrogante o colocam em desacordo com os outros pilotos, especialmente Iceman. Porém Maverick não está apenas competindo para ser o piloto superior de caça, ele também está lutando pela atenção de sua bonita instrutora de voo, Charlotte Blackwood.

Maior bilheteria de 1986, desbancando Jornada Nas Estrelas IV: A Volta Para A Terra , Platoon e Curtindo A Vida Adoidado. Foi um dos primeiros grandes sucessos de Tom Cruise, um dos maiores star power de Hollywood nas últimas décadas. E ainda tem uma das trilhas sonoras mais marcantes da história. Este é Top Gun – Ases Indomáveis.

Top Gun talvez seja o filme mais famoso do diretor Tony Scott. Lembro que na época rolava uma piadinha que Tony Scott era o “irmão menos talentoso do Ridley Scott”. Maldade. Tony é talentoso, só pegou um caminho mais pop naquela época – a gente não pode esquecer de Dias de Trovão, um “sub Top Gun lançado poucos anos depois. Mas, Tony Scott foi um grande diretor e tem um currículo com alguns grandes filmes (como Fome de Viver e Amor À Queima Roupa). Pena que faleceu cedo, aos 68 anos, em 2012.

Ok, a gente precisa reconhecer que várias sequências de Top Gun parecem videoclipes de propaganda militar norte americana. Mas, também precisamos reconhecer que as cenas aéreas são muito boas – apesar de hoje, em 2022, ficar claro que as cenas filmadas dentro do cockpit foram feitas em estúdio (mas, caramba, estávamos em 1986!).

E, já que falamos em videoclipe, a trilha sonora do filme é excelente, foi um disco que vendeu muito, e que as músicas imediatamente remetiam ao filme (como Footloose ou Dirty Dancing). Além disso, o tema Top Gun Anthem, de Harold Faltermeyer, é excelente!

Já comentei aqui no canal sobre filmar em ruas e calçadas molhadas – prática aliás bastante utilizada por Ridley Scott. Aqui em Top Gun tem uma certa variação: vemos pessoas suadas, muitas pessoas suadas. Não estou falando da famosa cena do vôlei de praia, estou falando de cenas de tensão, como acontece na sala de comando quando todos estão acompanhando pelo rádio as manobras aéreas. Para acentuar a tensão, todos estão com gotículas de suor espalhadas pelo rosto. E isso acontece várias vezes ao longo do filme.

Já que falei do vôlei de praia, bora falar da “teoria Tarantino”. No filme Vem Dormir Comigo, de 1994, Tarantino faz uma ponta, aparece numa festa dizendo que Top Gun seria um filme gay. Maverick seria um gay no armário, e que Iceman e seus amigos seriam os gays que estariam tentando trazer Maverick para o lado deles. Charlie estaria tentando trazer Maverick de volta para a heterossexualidade, por isso só ela coloca uma jaqueta e um boné escondendo o cabelo para “parecer um homem” e chamar a atenção de Maverick, na cena do elevador. Anos depois, em entrevistas, o produtor Jerry Bruckheimer e o roteirista Jack Epps Jr. disseram que o filme não foi feito pensando neste aspecto, mas que o público tem a liberdade de interpretá-lo como quiser.

Na minha humilde opinião, isso sempre foi uma piada (assim como outras teorias do Tarantino, como a da música Like a Virgin da Madonna). Mas é uma piada bem bolada, e que ganhou força com o passar do tempo. E sim, se a gente tiver isso em mente, Top Gun funciona bem como um filme gay, podemos sentir o clima que rola entre Maverick e Iceman.

(Curioso a gente pensar que Vem Dormir Comigo é de 1994, e que um ano antes Tony Scott lançou Amor À Queima Roupa, com roteiro do Tarantino. Provavelmente eles tiveram essa conversa ao vivo…)

No elenco, esse deve ter sido o primeiro grande sucesso de Tom Cruise – antes disso ele tinha feito A Lenda, Negócio Arriscado, uma ponta em Vidas sem Rumo e mais um ou outro filme irrelevante. Mas a partir daqui, sua carreira decolou e hoje ele é um dos maiores nomes de Hollywood. Também no elenco, Val Kilmer, Kelly McGillis, Anthony Edwards, Tom Skerritt, Michael Ironside, Tim Robbins, Rick Rossovich e Meg Ryan. O elenco de um modo geral funciona bem, mas preciso dizer que a relação entre o casal principal não me convenceu, faltou química.

Datado, mas ainda diverte.

Top Gun Maverick

Crítica – Top Gun Maverick

Sinopse (imdb): Após mais de trinta anos de serviço como um dos melhores aviadores da Marinha, Pete Mitchell está onde pertence, ultrapassando os limites como um piloto de teste intrépido e evitando a promoção de posto que o manteria em terra.

36 anos depois, tem um novo Top Gun nos cinemas!

No texto sobre Pânico 5 falei sobre o conceito de “requel”, mistura de reboot com sequel, que é quando temos um novo filme, com espaço para uma nova franquia, mas com elementos do original, e com um forte apelo à nostalgia (Pânico, Halloween, Caça Fantasmas, Star Wars, Cobra Kai). Dirigido por Joseph Kosinski (Oblivion), este novo Top Gun pode se enquadrar nesta categoria.

O início do filme é igual ao filme de 1986. Igual em dois aspectos diferentes. Em primeiro lugar, a sequência inicial é idêntica. Vemos várias imagens de um porta aviões, com aviões pousando e aterrissando, e as pessoas que trabalham nessa rotina, tudo isso ao som de Danger Zone, do Kenny Loggins – EXATAMENTE IGUAL ao filme anterior, nem sei se filmaram algo novo ou se pegaram os takes do filme original e repetiram. E também é igual na estrutura da primeira parte do roteiro: Maverick desafia seu superior e faz algo ousado, o que ele fez dá certo, e quando ele acha que vai ser repreendido, é mandado para o Top Gun. E depois, em um bar, calouros têm contato com uma pessoa “de fora”, que na cena seguinte descobrem que é seu novo instrutor.

Acredito que isso foi colocado desta forma pra trazer um quentinho para o coração dos fãs. O novo filme é cheio de momentos que dialogam com o filme anterior. Tem até uma cena com o pessoal jogando um esporte na praia (só trocaram o esporte, não é mais vôlei).

Mas, e quem não viu o filme de 86? Digo mais: e quem não gostou do filme de 86?

Independente de se gostar do filme original, é preciso reconhecer que as sequências de ação aérea são fantásticas. Segundo o que foi informado, não existe cgi nem tela verde nas sequências aéreas, eram aviões reais fazendo aquilo tudo. Será que podemos acreditar nisso?

Real ou não, as sequências são muito boas. Uma delas, ainda na primeira parte do filme, onde vemos Maverick tirando onda perante os mais novos, é quase um novo videoclipe de Won’t Get Fooled Again, do The Who. E a parte final é de tirar o fôlego. (Mas preciso falar que achei forçado o jeito como eles escaparam…)

Falando em trilha sonora, tem pelo menos três momentos emocionantes, todos os três ligados ao filme original. Primeiro, claro, o tema principal, Top Gun Anthem, do Harold Faltermeyer, que toca na introdução e em momentos chave do filme. Depois, o já citado Danger Zone. E também temos uma nova versão da cena do Goose cantando Great Balls of Fire ao piano (cena que traz um flashback auto explicativo com Anthony Edwards e Meg Ryan).

Sobre o elenco, esse é um “filme do Tom Cruise”. Cruise é o cara, aos sessenta anos de idade ele tem um porte invejável, tem presença e carisma, e ainda faz as cenas sem dublê – a gente vê o cara pilotando os caças, tem uma câmera dentro do cockpit do avião!

No resto do elenco, preciso falar de três nomes. Jennifer Connelly, que está com 51 anos, está linda linda linda. E faz uma “mocinha” coerente com os padrões atuais: independente e dona do seu caminho (Ah, a personagem já existia no primeiro filme, mas não aparece). Miles Teller também está ótimo como o filho do Goose, a gente entende os problemas pessoais do personagem. E por fim, Val Kilmer, que está muito doente, tratando de um câncer na garganta, mas que aparece em uma cena emocionante. Também no elenco, Jon Hamm, Ed Harris, Glen Powell e Monica Barbaro.

(Ainda nas homenagens emocionantes, quando acaba o filme vemos uma dedicatória ao Tony Scott, diretor do primeiro filme, que estava desenvolvendo uma continuação antes do seu falecimento em 2012.)

Por fim, queria falar que não entendi os comentários que inundaram a internet na última semana, acusando este Top Gun Maverick de masculinidade tóxica. Sério isso?

Missão: Impossível – Efeito Fallout

Crítica – Missão: Impossível – Efeito Fallout

Sinopse (imdb): Ethan Hunt e sua equipe do IMF, juntamente com alguns aliados conhecidos, correm contra o tempo depois de uma missão que deu errado.

Sexto filme da franquia Missão Impossível!

Pela primeira vez na franquia, temos a repetição de um diretor. Christopher McQuarrie tem pouca experiência (este é apenas o seu quarto filme como diretor), mas ele segura bem a responsabilidade, e entrega um dos melhores filmes do ano até agora.

(Aliás, McQuarrie deve ser um bom amigo de Tom Cruise. Não só ele escreveu e dirigiu o quinto Missão Impossível e o primeiro Jack Reacher, como escreveu os roteiros de Operação Valquíria, No Limite do Amanhã e A Múmia. Seis filmes com Cruise em 11 anos!)

Missão: Impossível – Efeito Fallout (Mission: Impossible – Fallout no original) segue o estilo dos outros filmes: trama rocambolesca através de belos cenários internacionais, ação desenfreada e sequências de tirar o fôlego. Com o detalhe que a gente já conhece: Tom Cruise dispensa dublês!

Cruise aproveita para fazer marketing em cima disso. Se no filme anterior ele ficou pendurado fora de um avião, agora ele aprendeu a pilotar um helicóptero para fazer manobras arriscadas. Além disso, ele faz cenas de moto sem capacete, pula de para quedas e corre pelos telhados (num desses pulos, quebrou o tornozelo). Isso aos 56 anos de idade!

No elenco, além de Cruise, claro, temos a volta de Simon Pegg, Ving Rhames, Rebecca Ferguson, Alec Baldwin, Michelle Monaghan e Angela Bassett. A grande novidade é Henry Cavill, com seu bigode que causou problemas nas refilmagens de Liga da Justiça.

Se teremos um sétimo filme? Não sei. Mas se mantiver a qualidade, que venham mais!

p.s.: Achei um erro de casting termos Rebecca Ferguson e Michelle Monaghan no mesmo filme. Gosto das duas, mas, ninguém mais acha que elas são parecidas?

p.s.2: JJ Abrams está na produção. Mas às vezes parece que é ele na direção, visto a grande quantidade de lens flare…

Feito na América

feito-na-americaCrítica – Feito na América

Nos anos 80, um piloto da TWA que contrabandeava charutos cubanos é recrutado pela CIA para executar operações secretas, mas acaba trabalhando também para o Cartel de Medelín. Baseado em fatos reais.

Algumas histórias são tão fascinantes que a história em si vale mais que o filme baseado nela. É o caso aqui.

Não que Feito na América (American Made, no original) seja ruim. O filme é legal. Mas a história de Barry Seal é muito mais interessante que o filme em si. Quando acabou a sessão, me vi imaginando se o protagonista conseguiria se safar das enrascadas onde ele estava se metendo – cada vez mais fundo.

(Parágrafo 1: Li em algum lugar que Barry Seal foi personagem da série Narcos. Fui ver no imdb, nos últimos dois anos, Seal apareceu algumas vezes: além de Narcos, também esteve na série America’s War on Drugs e no filme Conexão Escobar, interpretado pelo Michael Paré).

(Parágrafo 2: A sinopse lembra muito o filme Profissão de Risco, lançado em 2001 e estrelado por Johnny Depp. Mas este foi baseado na história de George Jung, outro piloto que também trabalhou pro Cartel de Medelin.)

A direção é de Doug Liman, que já tinha trabalhado com Tom Cruise em No Limite do Amanhã, e que estava em cartaz até “ontem” com Na Mira do Atirador. Liman tem uma carreira versátil, faz filmes bem diferentes um do outro (Vamos Nessa, Sr e Sra Smith, Identidade Bourne, Jumper), mas normalmente mantém o nível. E ele faz um bom trabalho aqui. Feito na América tem um bom ritmo e uma excelente reconstituição de época, além de ser divertido e bem humorado.

Cruise faz o de sempre. Mas ele combina com o papel – Barry Seal tem que ser um cara carismático (afinal, ele não é exatamente um “mocinho”, né?). Também no elenco, Domhnall Glesson, Sarah Wright, Jesse Plemons, Alejandro Edda, Caleb Landry Jones e Jayma Mays.

Enfim, nada essencial. Mas quem for ver Feito na América não vai se arrepender.

A Múmia

AMumiaCrítica – A Múmia

Um militar que tem o hábito de roubar artefatos históricos para vender no mercado negro acidentalmente encontra uma tumba egípcia no Iraque, e acaba despertando uma antiga princesa de sua cripta, trazendo terrores que desafiam a compreensão humana.

Finalmente começou o “Dark Universe” (ou “Monsterverse”), o universo cinematográfico dos monstros da Universal!

Já ouço esse papo de monsterverse há alguns anos, mas admito que antes a gente não tinha motivo pra se empolgar – afinal, esse papo rolou na época dos fracos Frankenstein Entre Anjos e Demônios e Dracula A História Nunca Contada (ambos de 2014).

Agora a proposta era outra, mais ambiciosa, mas mesmo assim mantive o pé atrás. Em primeiro lugar, o conceito da múmia nunca me convenceu como um monstro assustador. E ter o Tom Cruise como protagonista, por mais que seja garantia de boa bilheteria, podia estragar a ideia, porque podia virar um “filme do Tom Cruise”, e não um filme da Múmia.

Felizmente meu pé atrás foi infundado. A Múmia é uma boa diversão!

Com relação ao conceito: misturaram com o conceito de zumbi (afinal, é tudo morto vivo…), o que criou umas sequências bem interessantes. E Tom Cruise não faz o “Ethan Hunt” de sempre – seu personagem tem falhas e fraquezas.

Dirigido por Alex Kurtzman (que tem um bom currículo como roteirista e produtor, mas dirigiu pouca coisa), A Múmia não tem um roteiro muito inovador. Mas a trama é bem conduzida, e o espectador vai ser levado a uma aventura divertida e assustadora, com excelentes efeitos especiais.

Não li nada sobre o filme, e tive uma agradável surpresa ao ver que outro dos “monstros clássicos” também está presente na trama principal (não chega a ser exatamente um spoiler, é o segundo nome na lista do elenco no imdb). E, para os fãs dos filmes clássicos, tem uma cena cheia de referências aos outros monstros – essa deve ser daquelas cenas que os fãs mais radicais vão pausar para analisar cada item mostrado.

No elenco, como de habitual nos filmes do Tom Cruise, não temos muitos nomes conhecidos (a exceção é Russel Crowe, num papel menor, mas muito importante). Sofia Boutella, a personagem título, é um nome em ascensão (ela mandou bem em Kingsman e no último Star Trek), mas acho que ainda é um nome pouco conhecido. Também no elenco, Annabelle Wallis, Jake Johnson e Courtney B. Vance

Agora aguardemos os outros filmes do Dark Universe – parece que já estão confirmados, além de Cruise e Crowe,  Javier Bardem como Frankenstein e Johnny Depp como o Homem Invisível.

Por fim, preciso falar da nova sala 4DX. O cinema vira uma atração de parque de diversões! A cadeira balança, rolam borrifos de água, pingos na cabeça, vento, fumaça, cutucadas nas costas e nas pernas…

Jack Reacher – Sem Retorno

Jack-ReacherCrítica – Jack Reacher – Sem Retorno

A fim de limpar seu nome, Jack Reacher deve descobrir a verdade por trás de uma grande conspiração do governo. Em fuga como fugitivo da lei, Reacher descobre um segredo potencial de seu passado que pode mudar sua vida para sempre.

O personagem Jack Reacher já existe desde 1997 na literatura, em uma série de livros escritos por Lee Child (li na wikipedia, este ano lançaram o 21º livro). E em 2012, Tom Cruise trouxe o personagem para o cinema quando lançou Jack Reacher – O Último Tiro, o início de mais uma franquia.

Agora chegou a vez da continuação, Jack Reacher – Sem Retorno (Jack Reacher: Never Go Back, no original). A direção não é mais de Christopher McQuarrie, quem assumiu o posto foi Edward Zwick (que já tinha trabalhado com Cruise em O Último Samurai).

Jack Reacher – Sem Retorno é um filme de ação competente, sem dúvidas. Mas sabe quando falta alguma coisa? Principalmente quando a gente compara com o resto da carreira de seu protagonista. Parece que estamos vendo um filme genérico, uma produção para a tv. Esse novo Jack Reacher tem cara de Supercine…

No elenco, o único nome digno de nota é Cobie Smulders, que vem construindo uma carreira cada vez mais sólida depois do fim da série How I Met Your Mother (não podemos nos esquecer que ela tem um personagem pequeno mas importante na Marvel). Ainda no elenco, Danika Yarosh, Aldis Hodge e Patrick Heusinger.

Jack Reacher – Sem Retorno não é ruim. Mas acho que vale mais rever um Missão Impossível…

Missão: Impossível – Nação Secreta

MI5-posterCrítica – Missão: Impossível – Nação Secreta

Ethan Hunt está de volta!

Ethan Hunt e sua equipe enfrentam a missão mais impossível de todas: erradicar o Sindicato – uma organização internacional semelhante à IMF, com ex-agentes altamente qualificados, oriundos de vários países.

O nome da franquia cinematográfica Missão Impossível é Tom Cruise, tanto faz que é o diretor – tanto que, mais uma vez, temos um diretor novo. Depois de Brian De Palma, John Woo, JJ Abrams e Brad Bird, a direção e o roteiro ficaram a cargo de Christopher McQuarrie (Oscar de melhor roteiro por Os Suspeitos), que tem se mostrado um grande parceiro para Tom Cruise – McQuarrie escreveu e dirigiu Jack Reacher e escreveu No Limite do Amanhã e Operação Valquiria.

Mudou o diretor, mas o espírito da franquia continua. O nível também: Missão: Impossível – Nação Secreta (Mission: Impossible – Rogue Nation, no original) é tão bom quanto os outros. Claro que em alguns momentos o espectador vai pensar “ora, mas isso forçou a barra” – mas, ora, estamos vendo um “Missão Impossível”! Claro que vão forçar a barra! 😉

Logo na sequência inicial temos a cena mais famosa deste novo filme da franquia, a cena onde Tom Cruise ficou pendurado do lado de fora de um avião – Cruise dispensou dublês, e aproveitou pra capitalizar em cima disso, a cena ficou famosa bem antes do filme estrear. Mas isso é só o começo: temos uma angustiante cena subaquática, e uma perseguição de motos de tirar o fôlego, dentre outras cenas emocionantes (e que, claro, forçam a barra).

Uma das vantagens de uma superprodução deste porte é que tudo é bem cuidado. Missão: Impossível – Nação Secreta foi filmado em diversos países, tem uma fotografia caprichada e efeitos especiais bem cuidados. E um grande elenco, claro.

No elenco, Tom Cruise mostra excelente forma. O cara é rico, bonito, charmoso, e ainda dispensa dublês! Tom Cruise é “o cara”! Simon Pegg, Jeremy Renner e Ving Rhames voltam aos seus papeis, e Rebecca Ferguson tem um personagem interessante, que até o fim do filme a gente não sabe de que lado está. Ainda no elenco, Alec Baldwin, Sean Harris, Simon McBurney e Jens Hultén.

Por fim, uma curiosidade: o “Sindicato”, vilão deste filme, vem do seriado da TV, aquele mesmo, que começou em 1966 e acabou em 73. Fiquei na dúvida agora: será que as pessoas que conhecem os filmes lembram que ele veio de um seriado?

Vanilla Sky

vanilla_skyCrítica – Vanilla Sky

Depois do original, vamos à refilmagem!

Um jovem, bonito e rico herdeiro de uma revista conhece a mulher de seus sonhos, mas pouco depois se envolve num acidente de carro, fica com o rosto desfigurado e vê sua vida entrar em parafuso.

Vanilla Sky é uma refilmagem quase quadro a quadro do original Abre los Ojos. A maior parte das cenas é exatamente igual! Acho que as duas sequências diferentes são a do bar (melhor construída no filme espanhol) e a parte final (mais explicada aqui). Aliás, essa é uma crítica que muitos fazem: nem sempre tudo precisa ser explicado…

Apesar da falta de originalidade, gosto muito deste Vanilla Sky. Se a história já não é novidade, pelo menos a forma é muito bem cuidada. A fotografia é ótima, e a trilha sonora é bem melhor. O produto final hollwoodiano ficou bem palatável – pelo menos isso, né?

A direção ficou com Cameron Crowe (logo depois do genial Quase Famosos), que cinco anos antes tinha feito Jerry Maguire com Tom Cruise. Aqui, denuncio uma injustiça: nos créditos iniciais, o roteiro aparece como se fosse escrito só por Crowe, não vemos o nome de Almenábar! Por que, se os roteiros são quase iguais?

A direção é de Crowe, mas este é um “filme do Tom Cruise”. E é legal ver como o “star power” funciona. Sabe aquela cena inicial, onde vemos Cruise correndo pela Times Square completamente vazia? Não foi cgi! Cruise FECHOU a Times Square para filmar a cena!!!

(Aliás, nada contra Eduardo Noriega, o ator do original, mas achei que o papel combinava mais com o Tom Cruise…)

Uma coisa curiosa, e até onde sei, única na história do cinema: Penelope Cruz fez o mesmo papel nas duas versões! E admito, não gostei… Ainda no elenco, Cameron Diaz, Jason Lee, Kurt Russell, Timothy Spall, Noah Taylor e Tilda Swinton. Johnny Galecki, hoje famoso por The Big Bang Theory, faz uma ponta como o assistente de Cruise.

Mesmo sendo uma refilmagem quase igual ao original, Vanilla Sky é uma boa opção. Mas recomendo ver ambos.

Entrevista Com o Vampiro

Entrevista com o vampiroCrítica – Entrevista Com o Vampiro

Um vampiro conta a um jornalista sua épica história de vida: amor, traição, solidão e fome.

Lançada em 1994, a adaptação do famoso livro de Anne Rice esteve ligada a polêmicas antes do lançamento (pela escolha do ator), mas foi um grande sucesso quando estreou. Bom diretor, bom elenco, boa história, sem dúvida trata-se de um dos melhores filmes de vampiro da história.

O diretor Neil Jordan já transitou em diversos estilos (Traídos Pelo Desejo, Michael Collins, Fim de Caso), e, quando fez algo ligado a terror, foram filmes com um pé no filme “cabeça” (A Companhia dos Lobos e Byzantium). Acho que podemos dizer que Entrevista Com o Vampiro (Interview With the Vampire, no original) é o seu terror mais convencional.

A narrativa flui bem, com o roteiro escrito pela própria Anne Rice. Lestat é um personagem importante, mas, no filme, o principal é Louis, que vira o narrador ao contar sua história para o jornalista. Tanto Louis quanto Lestat são ótimos anti-heróis.

Sobre o elenco, até hoje lembro deste filme quando alguém critica a escolha de um ator antes do filme estar pronto. Na época, todos reclamaram da escolha de Tom Cruise para interpretar o vampiro Lestat, desde Anne Rice, a autora dos livros, até este que vos escreve. E digo: estávamos errados! Cruise fez um excelente trabalho, é uma das melhores interpretações de sua carreira!

Outro comentário sobre o elenco: Brad Pitt era um nome em ascensão, depois de Mundo Proibido, KaliforniaAmor À Queima Roupa (e logo depois ele faria Lendas da Paixão, Seven12 Macacos). E o filme consegue um perfeito equilíbrio entre as duas grandes estrelas, o ego de um não conseguiu abafar o ego do outro.

Ainda o elenco: com apenas 12 anos, Kirsten Dunst arrebenta! Antonio Banderas e Christian Slater também estão bem. Já Stephen Rea parece que ganhou o papel porque é amigo do diretor…

Em 2002, o vampiro Lestat voltou em outra adptação de Anne Rice, A Rainha dos Condenados, interpretado por outro ator. Mas o filme é bem fraco, nem vale a pena.

Revisto hoje, Entrevista Com o Vampiro não envelheceu. Continua digno de listas de melhores filmes de vampiro.