Desejo de Matar (2018)

Desejo de MatarCrítica – Desejo de Matar (2018)

Sinopse (imdb): Dr. Paul Kersey é um cirurgião experiente, um homem que passou sua vida salvando vidas. Depois de um ataque à sua família, Paul embarca em sua própria missão por justiça.

Uma das mais famosas franquias de vingança da história do cinema é Desejo de Matar original, que teve cinco filmes entre 1974 e 94, todos estrelados por Charles Bronson. Mas seu conceito básico perde força nos atuais dias politicamente corretos, com a grande discussão sobre os direitos humanos.

Mesmo sabendo que provavelmente a ideia não ia funcionar, heu tinha uma boa expectativa pelo filme, pelo trio ator (Bruce Willis) / roteirista (Joe Carnaham) / diretor (Eli Roth). Bruce Willis é Bruce Willis, não precisa de apresentação. Joe Carnaham escreveu e dirigiu a versão para cinema de Esquadrão Classe A. E Eli Roth ficou famoso com O Albergue, e também dirigiu Cabin Fever, Bata Antes de Entrar e Canibais. Taí, quero ver um projeto reunindo estes três nomes.

A premissa abria espaço para a discussão sobre prós e contras do vigilantismo e do controle de armas, mas o filme não se aprofunda nisso. Temos algumas coisas interessantes, como a visita à loja de armas, ou o protagonista aprender a usar armas através de vídeos no youtube, e também acompanhamos trechos de debates em rádios. Mas o filme não vai por esse caminho. Desejo de Matar só funciona se for encarado como “apenas mais um filme de ação”.

(Pelo menos uma cena é bem legal: quando a tela é dividida e, ao som de AC/DC, o protagonista aprende a usar armas enquanto trabalha como médico.)

No elenco, além de Bruce Willis, Desejo de Matar conta com Vincent D’Onofrio, Elizabeth Shue, Camila Morrone, Dean Norris e Kimberly Elise. Ah, e Desejo de Matar não é terror, mas, tendo Eli Roth na direção, o filme tem espaço pra um pouco de gore.

Enfim, como disse lá em cima, apenas mais um filme de ação genérico.

p.s.: Por uma coincidência dos títulos brasileiros, vai ter gente confundindo as franquias, e vai achar que este é um novo Duro de Matar…

O Chamado 3

83-Chamado 3Crítica – O Chamado 3

Uma jovem mulher descobre uma terrível maldição que ameaça tirar a sua vida em sete dias.

Fui convidado para uma maratona de O Chamado. Os dois filmes de 2002 e 05, e logo depois uma pré estreia do terceiro filme. Foi uma boa, porque heu não me lembrava de nada do segundo filme (alguém se lembra?). E foi mais fácil de situar o terceiro filme dentro da franquia.

A história tinha que ser atualizada, né? Afinal, quem ainda teria um vídeo cassete para tocar a fita VHS hoje em dia? Essa parte da atualização nem ficou ruim. Mas o roteiro resolveu criar um grupo de estudos com um papo cabeça e sem sentido. No primeiro filme, a investigação da personagem flui muito melhor.

Li muitas críticas falando muito mal de O Chamado 3 (Rings, no original). Ok, concordo, não é um bom filme. Mas, na verdade, nem achei tão ruim assim. Até gostei quando o filme tomou outro rumo no terço final, menos sobrenatural, numa onda que parecia o recente O Homem nas Trevas. Parecia um bom caminho para se fechar a história.

Mas aí teve aquele finzinho. Se acabasse uns 5 min antes, O Chamado 3 seria bem menos ruim, com uma conclusão para a história da Samara. Mas essa tendência atual de se criar franquias piorou o que já estava fraco. O filme termina com um gancho desnecessário e que foge completamente à lógica do primeiro filme.

No elenco, dois nomes conhecidos em papéis secundários, Vincent D’Onofrio e Johnny Galecki (The Big Bang Theory). Os principais, Matilda Lutz e Alex Roe, são desconhecidos, mais fácil de voltarem nas prováveis continuações. Aliás, mais alguém achou que a Matilda Lutz é a cara da Jessica Alba?

Agora aguardemos O Chamado 4. E depois o 5. E o 6…

p.s.: O lançamento foi tão descuidado que não achei no google uma imagem do poster “O Chamado 3”, apenas do “Chamados”…

Sete Homens e um Destino

Sete Homens e um DestinoCrítica – Sete Homens e um Destino

No velho oeste, sete pistoleiros se juntam para defender uma vila ameaçada por um cruel milionário, interessado nas terras.

Na verdade, esta é uma refilmagem de uma refilmagem (um inception de refilmagens?). O Sete Homens e um Destino de 1960 é uma refilmagem de Os Sete Samurais, dirigido por Akira Kurosawa em 1954. Nunca vi o original japonês, mas início do ano, vi a versão americana, como preparação para um podcast sobre filmes de faroeste. Na verdade, existem outras releituras, incluindo uma série de tv (há quem diga que Vida de Inseto seria mais uma versão). Agora chegou a vez de mais uma super produção. Vamos a ela?

Sete Homens e um Destino realmente pedia uma refilmagem. Pela época que foi feito, tudo era muito limpo, todos os moradores da cidade usavam roupas brancas para mostrar que eram puros e inocentes. Isso funcionava na década de 60, mas hoje ficou datado demais.

A direção ficou com Antoine Fuqua, que já tinha trabalhado com Denzel Washington e Ethan Hawke em Dia de Treinamento (filme que deu um Oscar para Denzel e uma indicação para Ethan). Fuqua faz um bom trabalho, apresentando um faroeste à moda antiga – diferente do outro grande faroeste do ano, Oito Odiados, que é mais Tarantino do que western. Sete Homens e um Destino é um épico, com uma belíssima fotografia, uma trilha sonora marcante e um monte de clichês do cinema bangue-bangue – da clássica cena no saloon quando um forasteiro chega, a revólveres rodopiando antes de voltarem pro coldre.

Um dos pontos fortes deste Sete Homens e um Destino está no roteiro, que consegue um bom equilíbrio entre os 8 personagens – os 7 mais a “mocinha”. Claro, temos os protagonistas interpretados por Denzel Washington e Chris Pratt, mas todos os outros têm seu espaço e sua importância, ninguém está sobrando. Ethan Hawke (Gattaca), Vincent D’Onofrio (Demolidor), Byung-hun Lee (GI Joe), Manuel Garcia-Rulfo e Martin Sensmeier completam o time; além deles, temos Haley Bennett (Hardcore Henry) e Peter Sarsgaard (A Órfã).

Sobre o elenco, gostei muito do personagem de Pratt, que faz uma versão cowboy do seu Starlord, uma espécie de galã malandro e engraçadinho, cheio de frases de efeito. Ethan Hawke também está muito bem com o seu veterano traumatizado. Mas se alguém merece destaque, é Vincent D’Onofrio, muito diferente do seu recente Rei do Crime na série Demolidor. Até a voz do cara é outra!

Ainda sobre o elenco, é interessante notar uma diversidade muito maior, mais condizente com os dias de hoje. Dos sete, apenas três são brancos – o grupo tem um negro, um índio, um mexicano e um oriental. A protagonista feminina também está atual: uma mulher forte e determinada, como a gente tem visto no cinema contemporâneo.

Sobre a trilha sonora: nem todos sabem, mas o tema do filme de 60 é um dos mais marcantes entre todos os faroestes – foi também usado na propaganda do cigarro Marlboro. Aqui o tema clássico só aparece quando o filme acaba, mas temos citações a ele durante toda a projeção. Claro, a trilha nova não vai substituir a clássica, mas serve como um bom complemento.

Agora, a inevitável comparação. Uma coisa me incomodava muito no primeiro filme: certo momento do filme os sete mocinhos são rendidos e o vilão devolve suas armas e os manda embora, porque aquela luta não é deles. Mas eles voltam e atacam novamente, e então triunfam. Ou seja, sob certo ponto de vista, o vilão foi digno e os mocinhos, traidores. Isso não acontece no filme novo!

Por outro lado, no filme original fica mais clara a motivação dos sete para ajudar a vila a se defender. Eles tinham pouco dinheiro, mas ofereceram tudo o que tinham. O personagem de Yul Brynner comenta: “já me pagaram muito, mas é a primeira vez que oferecem tudo“. Está frase é repetida agora por Denzel Washington, mas, fora de contexto. Quem não viu o filme original não deve ter entendido por que os sete entraram nessa furada…

Enfim, filmão. Pra ser visto no cinema, na tela grande!

Jurassic World

Jurassic World - PosterCrítica – Jurassic World

Vinte e dois anos depois, a ilha Nublar agora tem um parque temático de dinossauros em pleno funcionamento, como originalmente idealizado por John Hammond. Mas, como depois de dez anos de funcionamento as visitas começam a cair, uma nova atração é criada para reacender a atenção do público.

Apesar de parecer um reboot, Jurassic World é uma continuação. Diferente dos filmes anteriores, agora vemos o parque temático funcionando a todo vapor, com milhares de visitantes por dia para ver dinossauros vivos. As mortes que aconteceram no filme de 1993 são mencionadas, mas os planos de fazer uma atração turística foram mantidos.

(O segundo (1997) e o terceiro (2001) filmes são ignorados. É, talvez tenha sido uma boa ideia, ninguém sentiu falta).

A dúvida: é uma continuação digna do primeiro filme ou é tão fraco quanto as duas continuações já existentes?

Alvíssaras! O novo filme é muito bom!

Acredito que nostalgia seja a palavra certa para definir Jurassic World. Revemos os Velociraptors e o Tiranossauro Rex, revemos a ilha e algumas locações do primeiro filme, revemos até duas crianças perdidas na ilha e o BD Wong voltando ao papel do dr. Henry Wu do primeiro filme. E, pontuando toda a nostalgia, a trilha sonora de Michael Giacchino usa e abusa do tema original do John Williams. Todo mundo sai do cinema cantando o pã-rã-rã… rã-rã… do filme de 93.

Os fãs do filme original vão se deleitar. As interações dos personagens com os dinossauros estão bem mais desenvolvidas. E uma cena em particular, envolvendo o Tiranossauro, fez o cinema bater palmas – coisa rara em uma sessão de imprensa.

Talvez este seja o ponto fraco do filme dirigido pelo desconhecido Colin Trevorrow. Ele respeita até demais o primeiro filme, a ponto de parecer um reboot. E tudo fica um pouco previsível.

Pelo menos o roteiro é bem escrito e o filme tem um bom ritmo – se não temos novidades, pelo menos temos clichês bem usados. Adorei a curta cena com o mercenário barbudo no helicóptero, assim como a despedida do funcionário nerd com sua colega (aliás, este personagem foi um excelente alívio cômico).

Sobre os efeitos especiais, precisamos nos lembrar que no Parque dos Dinossauros de 1993 foi a primeira vez que vimos dinossauros “reais”. Na época, o diretor Steven Spielberg (que está aqui como produtor executivo) conseguiu um perfeito equilíbrio entre cgi, stop motion e animatronics e, pela primeira vez na história do cinema, os dinossauros pareciam que realmente estavam lá, interagindo com os atores.

Hoje em dia, o cgi chegou a um nível de qualidade tão grande que os efeitos aqui também são excelentes. Não li em nenhum lugar, mas arrisco dizer que aqui deve ser tudo cgi. Mas é um cgi impressionantemente bem feito!

Liderando o elenco, Chris Pratt mostra mais uma vez que é um dos nomes mais “quentes” de Hollywood hoje em dia. Depois de ser o protagonista de Uma Aventura LegoGuardiões da Galáxia, o cara mostra todo o seu carisma neste filme e ainda está cotado para ser o novo Indiana Jones! Também no elenco, Bryce Dallas Howard, Vincent D’Onofrio, Irrfan Khan, Omar Sy, Jake Johnson, Lauren Lapkus, Ty Simpkins e Nick Robinson. Só não entendi por que chamaram a Judy Greer para um papel tão pequeno – será que pensam nela para alguma continuação?

Sobre continuação, o filme não deixa o final aberto. Mas do jeito que os executivos de Hollywood pensam hoje em dia, acho difícil não termos um Jurassic World 2 nos próximos anos. Ok, que venha, se for tão divertido quanto este!

Noite Sem Fim

0-noitesemfimCrítica – Noite Sem Fim

Mais um filme de ação do Liam Neeson…

O assassino profissional Jimmy Conlon tem uma noite para decidir se é mais leal ao seu filho Mike, com quem não tem mais contato; ou ao seu melhor amigo, o chefão da máfia Shawn Maguire, que quer que Mike pague pela morte do seu próprio filho.

O diretor espanhol Jaume Collet-Serra chamou a atenção com o terror A Órfã, de 2009. Dois anos depois, Collet-Serra fez Desconhecido, sua primeira parceria com Liam Neeson, um misto de ação com suspense. Em 2014, outra parceria com Neeson, Sem Escalas, mais uma vez com um pé no mistério. Terceiro filme seguido da dupla, agora o suspense foi deixado de lado – Noite Sem Fim parece mais próximo da franquia de ação Busca Implacável.

Noite Sem Fim (Run All Night, no original) não é ruim, mas a gente já viu tudo isso tantas vezes, que, certa hora do filme, quando Neeson diz ao seu filho para confiar nele, parece que ele ia dizer sua famosa frase “I do have a very particular set of skills, skills I have acquired over a very long career“…

O que salva é o elenco. Neeson é um grande ator, é agradável vê-lo, mesmo que seja repetindo um papel. E ele está muito bem acompanhado por Ed Harris, Vincent D’Onofrio e Joel Kinnaman (o novo Robocop). Também no elenco, Genesis Rodriguez, Common e Nick Nolte, numa ponta não creditada.

Além disso, Noite Sem Fim traz imagens bem cuidadas e uma boa fotografia, quase toda noturna. Collet-Serra tem boa mão para as sequências de ação, e o filme ainda usa uns interessantes travellings super rápidos em cgi para ligar algumas cenas.

Parece que recentemente Neeson declarou que ia aposentar sua carreira de action hero, ele disse que se sente velho demais para isso. Bem, acho que é uma decisão acertada. Neeson continua fazendo bons filmes. Mas já deu, né?

Uma Noite de Aventuras (1987)

Uma noite de aventurasCrítica – Uma Noite de Aventuras (1987)

Para o podcast de comédias dos anos 80, alguém sugeriu este Uma Noite de Aventuras. (Adventures in Babysitting, no original). Como não via desde a época do lançamento no cinema, no fim dos anos 80, fui rever.

Chris, uma jovem de 17 anos fica de babá tomando conta de três crianças, até que uma amiga liga e pede para ser resgatada na rodoviária. Chris sai de casa com os três no carro para buscar a amiga, mas vários problemas aparecem no meio do caminho.

O formato segue um estilo bastante comum na época: coisas vão dando errado sucessivamente (as “muitas confusões” que sempre eram citadas nos comerciais da sessão da tarde), até um fim onde os mocinhos conseguem se safar na boa. Fórmula simples e eficiente, apesar de previsível.

Claro que este formato de comédia às vezes força a barra. Mas quando o roteiro é bem escrito, mesmo uma forçação de barra funciona. Um exemplo: os bandidos nunca seriam parados daquele jeito dentro do clube de blues – mas a cena “ninguém sai daqui sem cantar um blues” ficou divertida.

Uma Noite de Aventuras é o filme de estreia de Chris Columbus na cadeira de diretor – ele já era um roteirista conhecido, já tinha escrito Vidas Sem Rumo, Gremlins, Goonies e O Enigma da Pirâmide. Pra quem não se ligou no nome, depois ele dirigiria Esqueceram de Mim, Rent, Percy Jackson e o Ladrão de Raios e os dois primeiros Harry Potter, entre outros.

No elenco, o único nome de destaque é Elisabeth Shue, em seu primeiro papel de destaque, e que logo depois faria Cocktail e De Volta Para o Futuro 2 e 3 e viraria uma atriz conhecida até hoje. Os dois irmãos são interpretados por Maia Brewton e Keith Coogan, que sumiram. Agora, tive três surpresas com o resto do elenco. Brenda, a amiga a ser salva na rodoviária, é Penelope Ann Miller (O Pagamento Final). O mecânico, aquele cara magro de cabelos louros que só aparece em uma cena, é Vincent D’Onofrio. E Daryl, o moleque vizinho, é Anthony Rapp, que voltaria a trabalhar com Chris Columbus em um dos papeis principais do musical Rent – o garoto cresceu e aprendeu a cantar. Ah, li o nome de Lolita Davidovich nos créditos, mas confesso que não achei onde ela estava.

Por fim: olhem o poster. Por que Chris está de vestido, se ela não usa este vestido no filme? É que o poster foi feito antes das filmagens…

Enfim, um bom e despretensioso “filme de sessão da tarde”.

Rota de Fuga

Crítica – Rota de Fuga

E, finalmente, um filme estrelado pela dupla Stallone & Schwarzenegger!

Um especialista em fugas de prisão, que ganha a vida testando possíveis falhas de segurança em presídios, é levado para uma prisão secreta e super segura, e agora precisará de todo o seu know-how para escapar de lá.

Desde os anos 80 e 90, todo fã de filmes de ação se perguntava por que Stallone e Schwarzenegger não trabalhavam juntos. O máximo que a gente teve foi uma imagem de Stallone em O Último Grande Heroi e uma citação a Schwarzenegger em um diálogo de O Demolidor. E o pior é que a gente sabia que eles eram amigos, a gente via fotos deles nos restaurantes Planet Hollywood (franquia dos dois junto com Bruce Willis). Até que em 2010 vimos Os Mercenários, onde os dois apareciam juntos pela primeira vez, em uma breve cena. Na continuação Mercenários 2, de 2012, a interação é maior, mas ainda era apenas em parte do filme. Agora sim, temos, juntos, os dois maiores nomes do cinema de ação dos anos 80 e 90!

Rota de Fuga (Escape Plan, no original), foi dirigido pelo sueco Mikael Håfström, que já nos apresentou filmes legais como 1408 e outros maomeno como O Ritual. Aqui ele acertou a mão. O roteiro de Rota de Fuga deixa as piadinhas e referências aos Rambos e Exterminadores de lado (piadinhas que cabem muito bem na franquia Mercenários), temos um filme mais sério, e com um ritmo muito bom. E aquela cena, onde Schwarza pega a metralhadora de grande calibre e coloca no braço, e vemos um close nos seus olhos, em câmera lenta, é um clichê muito legal! Pra completar, o cenário também ajuda – a prisão onde se passa quase todo o filme é um espetáculo.

Os dois atores-ícones estão bem. Stallone e Schwarzza têm idades e portes físicos compatíveis, e, principalmente, têm boa química juntos. E Jim Caviezel e Vincent D’Onofrio estão excelentes como o diretor do presídio e o parceiro cheio de TOC. Ainda no elenco, Amy Ryan, Sam Neill, Vinnie Jones e Faran Tahir.

Resumindo: um bom filme pipoca. E a prova que Stallone e Schwarzenegger ainda são grandes nomes no cinema de ação.

Por fim, queria comentar que os tempos estão mudando, e a terceira idade não é o que era anos atrás – felizmente! Duas semanas atrás vi o Black Sabbath na Apoteose. Três sessentões fizeram um show sensacional para um público onde quase todos eram mais novos – Ozzy e Gezzer Butler estão com 64 anos; Tony Iommi, com 65. E agora vemos um filme de ação com direito a tudo o que o estilo pede, estrelado por dois senhores de 67 (Stallone) e 66 anos (Schwarzenegger). Quero uma terceira idade assim quando for a minha vez!

A Entidade

Crítica – A Entidade

Nas duas semanas do Festival do Rio, nem prestei atenção no que era lançado no circuito. Perdi Dredd e Looper, vou ter que ver depois. E nem tinha reparado neste A Entidade. Sorte que deu tempo de ver.

Um escritor com a carreira em crise se muda com a família para uma casa onde uma família inteira foi assassinada misteriosamente. Investigando o assassinato para escrever sobre ele no próximo livro, ele começa a desconfiar que está diante de uma entidade sobrenatural.

Simples e eficiente, A Entidade (Sinister, no original) não se propõe a revolucionar o cinema de terror. Mas é bem feito, traz um ator inspirado, uma ótima ambientação e alguns sustos bem colocados – ou seja: é uma boa diversão pra quem curte cinema de terror.

Dirigido por Scott Derrickson, que em 2007 fez o bom O Exorcismo de Emily Rose, A Entidade lembra Sobrenatural, produzido dois anos atrás pelo mesmo Jason Blum. Ambos são bons filmes de terror, cujas histórias não insultam a inteligência do espectador e que trazem alguns sustos divertidos.

O melhor de A Entidade é o clima de terror “old school”. A fotografia escura, a trilha sonora e os efeitos sonoros fazem um bom trabalho, aliadas a um bom aproveitamento dos cenários – é uma casa comum, mas parece assustadora pelo modo como é mostrada no filme. Os efeitos especiais são simples, discretos e eficientes.

No elenco, apenas um nome conhecido: Ethan Hawke – que nunca tinha feito nada no estilo. Ele faz um bom trabalho com o seu personagem, um pai e marido ausente, preocupado com a própria carreira, mas que descobre algo que não deveria ter descoberto. Além dele, o filme conta com Juliet Rylance, Fred Dalton Thompson, James Ransone e as crianças Clare Foley e Michael Hall D’Addario. E também Vincent D’Onofrio, não creditado, como o professor que só aparece pelo chat do computador.

Li algumas críticas negativas sobre a maquiagem caricata usada em algumas cenas. Mas na minha humilde opinião, não atrapalhou. Também li críticas com relação a alguns sustos serem meio óbvios e previsíveis. Mas outros não são. Vou te falar que é raro um filme me fazer pular no cinema – e este conseguiu.

Enfim, uma boa surpresa.

13º Andar

13º Andar

Depois de rever Cidade das Sombras, revi 13º Andar.

O pesquisador da informática Hannon Fuller fez uma descoberta muito importante e está prestes a revelar para o seu colega Douglas Hall, mas, para evitar ser seguido, deixa uma carta em um mundo virtual criado por ambos. Logo depois, Fuller é assassinado. Douglas agora precisa descobrir onde está escondido o segredo – em qual dos mundos?

13º Andar é uma ficção científica diferente daquelas de visual futurístico com naves espaciais e mundos extraterrestres. O filme explora realidades virtuais, assim como Cidade das Sombras, feito um ano antes, e Matrix, lançado pouco depois. Achei curioso ver como imaginávamos a realidade virtual uma década atrás, depois de uma temporada inteira de Caprica e seus holobands – como será que vamos ver os holobands daqui a dez anos?

Um parágrafo para falar do trio Matrix – Cidade das Sombras – 13º Andar. Heu tinha visto 13º Andar há muito tempo, uma vez só, na época do lançamento, e achava que era mais parecido com Matrix. Mas não é. Cidade das Sombras sim, se fosse lançado depois, poderia ser acusado de plágio (foi lançado um ano antes), ambos falam de um cara que “acorda” em um mundo que na verdade é uma ilusão, e lutam contra esta ilusão. Mas 13º Andar não tem a mesma história, apenas usa a mesma premissa da vida em uma realidade virtual. Vale ressaltar que Matrix é o mais famoso dos três (e também o melhor), mas foi o último a ser lançado – por isso as comparações são válidas.

(Tem gente que inclui Existenz, também de 1999, nesta mesma lista. Mas aí já acho mais diferente, já que se trata de um jogo que usa realidade virtual.)

Voltando ao filme…

13º Andar foi escrito e dirigido por Josef Rusnak, e na minha humilde opinião, ele fez um bom trabalho. Curiosamente, ele não tem mais nada digno de nota no currículo…

Como falei, o visual de 13º Andar não lembra nem um pouco um filme de ficção científica. Parte do filme se passa nos dias de hoje, parte se passa no ano de 1937, em uma excelente reconstituição de época. Só algumas cenas isoladas têm “cara” de ficção científica.

O papel principal coube a Craig Bierko, que não está aí atéhoje, mas nunca alcançou o estrelato, nunca fez nada muito conhecido. Os coadjuvantes são melhores: Armin Mueller-Stahl (Shine, Anjos e Demônios) e Vincent D’Onofrio (Nascido Para Matar, Ed Wood) dão show, como sempre. O elenco ainda conta com Gretchen Mol e Dennis Haysbert.

Visto dez anos depois, 13º Andar ainda vale a pena!

p.s.: Existe outro 13º Andar, feito em 2007, estrelado pelo Stephen Dorff. Mas esse heu não vi, não sei se é bom!