Jurassic Park – Parque dos Dinossauros

Crítica – Jurassic Park – Parque dos Dinossauros

Férias, aproveitei pra rever um recente clássico com a criançada.

O Jurassic Park era um parque temático, habitado por dinossauros reais, clonados a partir do DNA extraído de insetos preservados em âmbar pré-histórico. Mas coisas dão errado durante uma visita de especialistas, convidados a conhecerem o parque antes da inauguração.

É complicado falar de um filme como Jurassic Park hoje em dia, quase vinte anos depois de seu lançamento, em 1993. Na época, os efeitos especiais impressionaram o mundo: pela primeira vez, tínhamos dinossauros “reais” nas telas, interagindo com atores humanos. Rolou uma perfeita mistura entre efeitos digitais (cgi), animatronics (robôs) e stop motion (a famosa “animação de massinha”), criando dinossauros de uma credibilidade nunca vista anteriormente. Digo mais: revendo o filme hoje, 18 anos depois, os efeitos não perderam a validade!

Mas Jurassic Park não é só baseado nos efeitos. O filme em si é bom. Se hoje o talento de Steven Spielberg é questionado por conta de alguns filmes de qualidade duvidosa nos últimos dez anos (tipo Guerra dos Mundos), no início dos anos 90 ele ainda tinha moral. E caprichou: tudo aqui funciona redondinho. O roteiro de Michael Crichton, baseado no seu próprio livro, tem um bom equilíbrio entre o drama, a fantasia e o terror – as cenas com os velociraptors e com o tiranossauro rex são sensacionais.

(1993 foi um ano excelente para Spielberg. Não só o seu Jurassic Park bateu recordes de bilheteria e revolucionou os efeitos especiais, como ele ainda ganhou Oscars pelo seu outro filme lançado no mesmo ano, A Lista De Schindler.)

Preciso comentar que achei que o roteiro podia ser um pouco mais enxuto. Várias tramas paralelas são abertas, parece que já fizeram o filme pensando na(s) continuação(ões). Por exemplo, achei que o dilofossauro podia ter sido melhor explorado, assim como o triceratops, que só aparece uma vez. Ou ainda poderiam desenvolver mais a trama da espionagem industrial. Nada que torne o filme ruim, felizmente.

O elenco está ok – este é o tipo de filme onde os atores estão em segundo plano, são menos importantes. Mesmo assim, o prestígio da produção conseguiu um excelente elenco: Sam Neill, Laura Dern, Jeff Goldblum, Richard Attenborough, Samuel L. Jackson e Wayne Knight.

Ainda preciso falar da trilha sonora. Sou muito fã do John Williams, mas reconheço que há tempos que ele não faz uma trilha com um tema marcante. Vejam bem, ele continua na ativa, fazendo boas trilhas – Harry Potter, por exemplo. Mas a gente não sai mais do cinema cantarolando os temas, como fez com Tubarão, Superman, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Guerra nas Estrelas, E.T., Caçadores da Arca Perdida… Em Jurassic Park são dois temas marcantes e “assobiáveis”. Pena que hoje em dia ninguém mais faça trilhas assim…

Até agora, já rolaram duas continuações, infelizmente sem manter a qualidade. Rolam boatos sobre um quarto filme a ser lançado em breve. Aguardemos…

Voltar a Morrer

Voltar a Morrer

Seguindo a recomendação do meu amigo Cleiton, da lista synth-br, baixei e revi Voltar a Morrer, de 1991, um dos melhores filmes de Kenneth Branagh.

Em 1949, o compositor Roman Strauss (Kenneth Branagh) é condenado à morte pelo assassinato de sua esposa Margaret (Emma Thompson). Quarenta anos depois, o detetive particular Mike Church (Branagh) é contratado para descobrir quem é Grace (Thompson), uma misteriosa mulher com amnésia que tem recorrentes pesadelos envolvendo tesouras e a morte de Margaret. Para ajudá-la, Church procura a ajuda através da hipnose – que pode trazer surpresas.

Vamos falar um pouco do diretor e ator principal Kenneth Branagh? Branagh dirigiu seu primeiro filme em 1989, uma adaptação de Shakespeare, Henrique V – ele ainda dirigiria e protagonizaria outros dois filmes baseados em Shakespeare, Muito Barulho Por Nada em 93 e Sonhos de uma Noite de Inverno, baseado em Hamlet, em 95. Mas era pouco conhecido fora da Inglaterra. Este filme foi um bom “cartão de visitas”. Hoje, Branagh está meio sumido, seu último filme como diretor foi em 2007. Mas ele está na direção do aguardado Thor, que estreia ainda este ano. Ou seja, em breve falaremos dele – mal ou bem…

(Pequeno parênteses: não acho que Branagh tenha o perfil para um “filme de super-heroi”. Mas não vou “cornetar” antes de ver o filme…)

O elenco de Voltar a Morrer é muito bom. Branagh e sua então esposa Emma Thompson fazem um bom trabalho, cada um com dois papeis. E o elenco ainda tem Andy Garcia, Derek Jacobi, Hanna Schygulla, Wayne Knight e uma ponta de Robin Williams, em um dos primeiros papeis sérios de sua carreira.

O roteiro é acima da média, consegue prender o espectador na cadeira, e traz interessantes viradas na trama, alternando o presente a cores e o passado em p&b. E não podemos deixar de citar a excelente trilha sonora, que pontua o filme de maneira brilhante.

Uma curiosidade: o disco conceitual “Scenes From A Memory”, de 1999, da banda de “metal progressivo” Dream Theater, foi inspirado neste filme. O álbum narra a história de Nicholas, que descobre vidas passadas ao fazer uma regressão, mas se contar mais aqui, vira spoiler…

Acho que Voltar a Morrer nunca foi lançado em dvd por aqui, se foi, foi mal lançado, nunca vi por aí. Por isso, mais uma vez, viva o download!