Hotel Artemis

Crítica – Hotel Artemis

Sinopse (imdb): No Hotel Artemis, localizado em uma Los Angeles devastada por distúrbios, trabalha a Enfermeira, que dirige um hospital secreto de emergência para criminosos.

Heu queria gostar de Hotel Artemis. Afinal, não é todo dia que temos uma trama de ação com toques de ficção científica, estrelada por Jodie Foster, Jeff Goldblum, Sofia Boutella, Dave Bautista, Sterling K. Brown, Charlie Day e Zachary Quinto.

Mas, sabe quando um filme simplesmente não decola? É o caso. O elenco é acima da média, a premissa é muito boa, e a ambientação do hotel é ótima. Mas o tempo vai passando, e parece que o filme não começa nunca.

Um bom exemplo (sem spoliers) de que as coisas simplesmente não funcionam aqui é o personagem da policial. Tire o personagem, nada muda. E quase todo o filme é assim, tudo parece sem propósito.

Hotel Artemis é a estreia na direção de Drew Pearce, roteirista de Missão Impossível Nação Secreta. Só que aqui o roteiro também é dele, então acho que temos um culpado. De que adianta ter bons atores e uma boa ideia, se os personagens são rasos e o filme tem sérios problemas de ritmo?

Será que é cedo pra pedir uma refilmagem? 😉

Star Trek: Sem Fronteiras

Star Trek 3 - posterCrítica – Star Trek: Sem Fronteiras

Mais um Star Trek!

A tripulação da USS Enterprise explora os pontos mais distantes do espaço desconhecido, onde encontram um novo inimigo cruel que vai colocar em teste tudo o que a Federação representa.

Uma polêmica cercava este filme (o terceiro Star Trek a partir do reboot de 2009) desde o anúncio que seria dirigido por Justin Lin. É que o currículo de Lin está intimamente ligado à franquia Velozes e Furiosos (ele dirigiu 4 dos 7 filmes da franquia), algo que parece não ser muito compatível com a filosofia trekker.

E a grande pergunta: Star Trek Veloz e Furioso funcionou?

Star Trek: Sem Fronteiras (Star Trek Beyond, no original) segue a proposta do reboot. É mais um filme de ação, uma aventura espacial. Essa é a maior bronca do trekker ortodoxo, porque o Star Trek clássico sempre foi mais cerebral e menos aventura. Mas essa bronca não é para este terceiro filme em particular, e sim para todo o reboot.

Como não sou trekker, isso não me incomodou. Star Trek: Sem Fronteiras é um bom filme de ação. Claro, algumas coisas são forçadas demais, mas qual filme de ação não tem suas forçadas de barra?

O roteiro escrito por Simon Pegg e Doug Young sabe equilibrar bem os nove personagens principais (os sete que já estavam na franquia, mais o vilão e uma personagem nova). Agora, já que falei em forçadas de barra, tenho que admitir que Star Trek: Sem Fronteiras tem sequências tão absurdas que caberiam na outra franquia, aquela dos carros. Tem até uma cena de perseguição de moto – e a gente fica se perguntando por que diabos tinha uma moto na nave…

Os efeitos especiais são muito bons. Claro que a gente espera efeitos especiais top de linha num filme deste estilo, mas é legal quando,  ainda assim,  o filme nos surpreende. As naves “abelhas” são muito boas e o visual da “cidade Escher” é sensacional – lembra aquela cena de Inception onde a cidade se dobra.

Todo o elenco principal está de volta: Chris Pine, Karl Urban, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Simon Pegg, John Cho e o recém-falecido Anton Yelchin (me parece que na cena final ele está em cgi, como fizeram com Paul Walker no último Velozes e Furiosos). De novidade, temos um irreconhecível Idris Elba (o Heimdall de Thor) como o vilão, e Sophia Boutella (a Gazelle de Kingsman), que rouba a cena com a sua ótima Jaylah. Ah, o roteirista Doug Young faz uma ponta como o companheiro de Sulu, uma homenagem ao ator da série clássica, George Takei, gay assumido. Só acho que poderiam ter deixado a relação mais clara, Young parece mais um irmão de Cho do que companheiro.

A trilha sonora orquestrada de Michael Giacchino, com citações aos temas clássicos, é irretocável. Agora, talvez os fãs ortodoxos reclamem da presença de músicas de artistas como Public Enemy e  Beastie Boys. Vou te falar que Sabotage, dos BB, entrou perfeitamente na trama. Mas se a gente lembrar que a mesma música já foi usada no filme de 2009, fica a dúvida: por que repetir? Por que não usar uma música semelhante?

Enfim, como Star Trek, este novo filme é fraco. Mas quem gosta de filme pipoca de ação vai curtir.

p.s.: Neste mundo de merchandising onipresente, me questiono se uma certa empresa de telefonia celular pagou alguma coisa para ter um título de filme “sem fronteiras”…

Hitman: Agente 47

hitmanCrítica – Hitman: Agente 47

Um assassino, geneticamente modificado, se une a uma misteriosa mulher para encontrar seu pai, que pode revelar os segredos por trás desta engenharia genética.

Filme de estreia do diretor Aleksander Bach, Hitman: Agente 47  é mais um filme baseado em videogame. Na verdade, este mesmo videogame já rendeu outro filme, em 2007, Hitman: Assassino 47. Apesar de ter o mesmo roteirista Skip Woods, este novo filme não é uma continuação, nem uma refilmagem, apenas outro filme usando o mesmo personagem. Se o resultado nas bilheterias for bom, acredito que será um reboot – o fim do filme deixa gancho para uma continuação.

Hitman: Agente 47  tem uma coisa boa: durante boa parte do filme, a trama não deixa claro quem é o vilão e quem é o mocinho, o espectador fica sem saber para quem deve torcer. Boa sacada! As cenas de ação também são muito bem feitas. E, na cena da perseguição de carro, vi algo que sempre me pareceu óbvio, mas quase nunca fazem: se motos estão perseguindo um carro, é só o carro se jogar contra a moto!

No elenco, o papel principal ficou com o pouco conhecido Rupert Friend, que funciona bem para o que o papel pede – o assassino é quase uma máquina, quase sem emoções. Zachary Quinto (o Spock do novo Star Trek) e Hannah Ware (Oldboy) fecham o trio principal. Ainda no elenco, Thomas Kretschmann, Ciarán Hinds, Jürgen Prochnow e Angelababy.

Li críticas negativas vindas de quem jogou o game, dizendo que o filme não é fiel ao jogo. Como nunca joguei, não me incomodou. Sozinho, o filme funciona…

Além da Escuridão – Star Trek

Além da Escuridão – Crítica Star Trek

Três dias atrás falei do Star Trek 2 de 30 anos atrás; hoje é dia de falar do Star Trek 2 novo!

Depois que um terrorista é descoberto dentro da Federação, o Capitão Kirk lidera uma caçada para encontrá-lo, numa perigosa zona de guerra.

Mais uma vez dirigido por JJ Abrams, Além da Escuridão segue a linha do Star Trek de 2009, que fez um reboot com a série – são novos atores interpretando os personagens da série clássica, com uma postura mais de filme de ação. Na minha humilde opinião, ficou bem melhor. Mas teve muito trekker xiita que reclamou.

Como filme de ação, Além da Escuridão é ótimo. Claro, tem exageros aqui e ali – antes, um tiro de phaser derruba o vilão; depois ele toma quatro tiros e continua de pé. Mas, qual bom filme de ação não tem exageros? O importante é que Abrams mostra boa mão para manter o ritmo durante pouco mais de duas horas de projeção.

Além da Escuridão não é uma refilmagem, não é necessário ver o outro Star Trek 2 para se entender este. Mas quem está com o filme dos anos 80 recente na memória vai reparar em alguns detalhes interessantes, principalmente ligados ao vilão.

Li sei lá onde sobre um “director trademark” de JJ Abrams, o tal “lens flare”, que seriam reflexos de luz nas lentes das câmeras. Não me lembro se rola muito nos seus outros filmes, mas aqui prestei atenção neste detalhe, e reparei que o tal “lens flare” rola o tempo todo. Chega a encher o saco!

Não gostei de uma coisa: mais uma aparição do Spock velho. Sei lá, parece que Abrams quis agradar aos fãs da série clássica, e inventou uma desculpa qualquer para mostrar o Leonard Nimoy mais uma vez. Se o filme de 2009 essa aparição foi forçada, aqui ficou ainda pior.

No elenco, Benedict Cumberbatch mostra que pode ser um grande nome em Hollywood – acho que até agora ele só era conhecido por ser “o Sherlock Holmes da BBC” (ele está escalado no elenco de O Hobbit, mas ainda não mostrou a cara). Cumberbatch fez um excelente vilão, bem melhor que o do filme de 82. Aguardemos por novos filmes dele. Outras novidades no elenco são Peter Weller e Alice Eve, que parece que está presente só para aparecer de roupa de baixo (nada contra, diga-se de passagem). O resto do elenco repete o do outro filme: Chris Pine, Zachary Quinto, Karl Urban, Zoe Saldana, Anton Yelchin, John Cho, Bruce Greenwood e Simon Pegg como um alívio cômico na dose certa, sem exageros.

Enfim, bom filme de ação / ficção científica em cartaz. Ironicamente, só não é recomendado aos fãs de Star Trek…

Star Trek

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Star Trek

Pra quem não sabe, existe uma rivalidade entre os fãs de Star Wars e os de Star Trek. Como nasci em 71, e sempre gostei mais de cinema do que de seriados de tv, acho que isso me coloca no grupo fã de Star Wars… Mesmo assim, nada tenho contra Star Trek!

Esse novo Star Trek era um projeto complicado, envolto num perigoso hype. J.J. Abrams, o homem mais incensado (e super-valorizado) de Hollywood nos úlimos anos, resolveu dirigir a história do início de tudo: como Kirk conheceu Spock e o resto de sua tripulação, e como virou capitão da USS Enterprise.

(Vou explicar o meu pé atrás com relação ao marqueteiro J.J. Abrams. Como diretor, tudo o que ele fez até agora pro cinema é o terceiro Missão Impossível, na minha opinião bem inferior aos dois primeiros (dirigidos por Brian De Palma e John Woo). Ele também é famoso por ter criado as séries Alias (que acho bem fraquinha), LostFringe (que são muito boas, mas deixam tantas pontas soltas que dá medo de nunca explicarem tudo). Além disso, ele usou o seu hype pra vender Cloverfield, que também não foi lá grandes coisas…)

Mas podemos ficar tranquilos. Desta vez J.J. acertou! Não é que o filme é bom?

Tudo o que se espera num filme desses está lá. Batalhas espaciais com efeitos especiais de cair o queixo, num roteiro redondinho que usa tudo o que a gente conhece sobre o universo trekker.

O elenco está afiado. Enquanto Kirk é interpretado pelo quase desconhecido Chris Pine, o emblemático Spock é feito por Zachary Quinto, o Sylar, vilão da série “Heroes”. Aliás, os dois estão muito bem juntos, mostrando a emoção de um versus a lógica do outro. E todo o elenco da série clássica está lá: Karl Urban como McCoy, Zoe Saldana como Uhura, Anton Yelchin como Checov, John Cho (Madrugada Muito Louca) como Sulu e um inspirado (como sempre) Simon Pegg (Um Louco Apaixonado) como Scotty. De quebra, ainda temos o próprio Leonard Nimoy como o Spock velho e a Winona Ryder como sua mãe. E ainda tem um Eric Bana como um vilão romulano…

(Nada contra os romulanos. Mas, na minha opinião pessoal, acho que poderia ser um vilão klingon. Os klingons são mais legais! 😀 )

Ok, existe o problema que assola todo e qualquer prequel: já sabemos que alguns daqueles personagens estarão lá depois, então algumas coisas ficam meio óbvias. Ora, se existe uma missão super perigosa onde temos o Kirk, o Sulu e mais um carinha qualquer, não é difícil prever qual dos três vai se dar mal, né?

Particularmente, não gostei muito das viagens no tempo e realidades paralelas, ficou meio forçado. E o filme ainda tem alguns exageros, típicos de filmes de ação. Tipo, não foi uma certa coincidência o Kirk ter caído acidentalmente naquele planeta, justamente pertinho de dois personagens importantes? Mas nada que atrapalhe o andamento do filme… Relaxe e aproveite a adrenalina!

Enfim, bom programa. E “que a força esteja com vocês”! Ops, não, filme errado! Aqui é “vida longa e próspera”!