Para Maiores

Crítica – Para Maiores

Fiquei dividido quando vi o trailer deste Para Maiores (Movie 43, no original). Por um lado, o elenco é um dos mais impressionantes que já vi. Por outro lado, o filme parecia ser uma comédia apelativa muito ruim.

Para Maiores é uma série de doze filmes curtos, todos de comédia, sempre usando humor ofensivo. Os filminhos são independentes entre si.

O formato lembra os divertidos Kentucky Fried Movie e As Amazonas da Lua – principalmente o segundo, pelo elenco estelar. A diferença é que Para Maiores é uma comédia sem nenhuma boa piada. Parece que os idealizadores procuraram a polêmica em vez do engraçado. O humor é grosseiro, adolescente – e bobo.

E, inexplicavelmente, o elenco conta com Kate Winslet, Hugh Jackman, Naomi Watts, Halle Berry, Emma Stone, Anna Faris, Gerard Butler, Johnny Knoxville, Sean William Scott, Chloe Grace Moretz, Chistopher Mintz-Plasse, Elizabeth Banks, Josh Duhamel, Richard Gere, Kate Bosworth, Kristen Bell, Leslie Bibb, Uma Thurman, Jason Sudeikis, Liev Schreiber, Justin Long, Terrence Howard, Patrick Warburton, Katrina Bowden e Jack McBryar, entre outros. Como convenceram essa galera a entrar nessa roubada?

Entre os diretores, alguns nomes também surpreendem. Ok, um nome como Peter Farrelly (Quem Vai ficar Com Mary) é coerente. Mas o que os atores Elizabeth Banks e Griffin Dunne estão fazendo dirigindo filminhos aqui?

Pelo imdb, tem gente dizendo que o filme é “ofensivo”. Sim, é. Para Maiores é um mix de vários tipos de piadas de baixo calão. Mas este não é o problema. O problema é ser uma comédia sem graça. Ted, uma das comédias mais divertidas do ano passado, tinha humor grosseiro e politicamente incorreto, mas era um filme engraçado. Não tenho nada contra humor grosseiro; mas tenho tudo contra humor sem graça. Só adolescentes descerebrados vão achar graça em piadas com fezes, menstruação, testículos ou pelos pubianos.

Enfim, dispensável.

p.s.: Descobri que existem duas versões do filme. Segundo o imdb, o filme é guiado por um segmento estrelado por Dennis Quaid e Greg Kinnear, que não está no arquivo disponível nos torrents por aí. No lugar, tem um filmete bobo estrelado por adolescentes. Não sei por que as versões diferentes. Mas, de qualquer maneira, duvido que o segmento de Quaid e Kinnear seja bom…

O Ditador

Crítica – O Ditador

Oba! Outro filme politicamente incorreto do Sacha Baron Cohen!

O Ditador conta a heroica história do ditador Aladeen, que arrisca a própria vida para garantir que a democracia nunca chegue a Wadiya, país que ele governa com mão de ferro e muito amor.

Sacha Baron Cohen é um cara que faz muito bem ao humor dos tempos atuais onde a correção política impera. Ele é corajoso ao cutucar onde muitos têm medo. Mas ele está certo, afinal o humor deveria ser livre de censuras. A única piada ruim é a piada sem graça, piadas ofensivas sempre tiveram espaço no humor.

Me lembro do programa de tv Da Ali G Show, onde Sacha Baron Cohen interpretava três personagens: o rapper Ali G, o repórter do Cazaquistão Borat e a bicha especialista em moda Bruno. O programa era um mockumentary cheio de situações constrangedoras, sempre puxando pro lado politicamente incorreto. Cada um dos três personagens interagia com pessoas que não sabiam que era um ator por trás, e as situações desconfortáveis eram constantes e inevitáveis.

Em 2006, veio o filme Borat, com seu humor grosseiro e ofensivo questionando o american way of life. Três anos depois ele lançou Brüno, mas esse era mais fraco, bem inferior a Borat. Agora, em 2012, O Ditador recupera o bom nível do humor, ao mesmo tempo que mantém o espírito grosseiro e ofensivo.

Mais uma vez dirigido por Larry Charles (diretor dos outros dois filmes), O Ditador tem uma diferença estrutural para os outros dois: o mockumentary foi deixado de lado, o personagem é ficcional e ninguém está sendo “enganado” como nos outros filmes. Por um lado, isso pode tirar um pouco da espontaneidade que rolava nos outros filmes (que traziam algumas cenas impagáveis por conta de pessoas que não sabiam que aquilo era fake). Mas por outro lado, isso abriu espaço para um tipo ousado de piada – Megan Fox e Edward Norton aparecem no filme interpretando eles mesmos sendo sacaneados!

O roteiro, escrito pelo próprio Cohen em parceria com Alec Berg, David Mande e Jeff Schaffer, traz algumas piadas muito boas, misturadas a algumas tão grosseiras que beiram o limite do bom senso. Mas no geral, achei o filme muito engraçado. E o discurso que Aladeen faz no final é genial, uma crítica aos EUA, usando uma ironia pouco comum de se ver por aí

No elenco, o destaque – claro – é Sacha Baron Cohen, que mais uma vez mostra que é um bom ator fora do mockumentary (ele já tinha feito um bom trabalho em A Invenção de Hugo Cabret). E, por ser um filme de ficção, Cohen tem alguns bons atores ao seu lado, como Ben Kingsley, Anna Faris e John C. Reilly, além do pouco conhecido Jason Mantzoukas (na verdade, o principal coadjuvante).

Claro que o humor de O Ditador não é pra qualquer um – além de ser um humor propositalmente ofensivo, algumas são de gosto duvidoso. Mas, quem tem a cabeça aberta e concorda comigo que o politicamente correto é algo ruim, vai curtir O Ditador.

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Se você gostou de O Ditador, o Blog do Heu recomenda:
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This Is Spinal Tap
Se Beber Não Case

Frequently Asked Questions About Time Travel

Crítica – Frequently Asked Questions About Time Travel

Pesquisando sobre filmes com viagem no tempo pra o Top 10, li sobre este filme, de 2009, do qual nunca tinha ouvido falar. Fiquei curioso e corri pra baixar.

Três amigos, dois deles nerds assumidos (apesar de não gostarem do termo “nerd”), encontram uma “falha temporal” no banheiro do pub onde estão. A trama acompanha o trio em diversas idas ao futuro e voltas ao passado, onde eles vivenciam várias situações presentes em filmes de viagens no tempo – daí o nome do filme: “Perguntas Frequentes Sobre Viagem no Tempo“, numa tradução literal.

Trata-se de uma comédia misturada com ficção científica. É uma produção simples, na verdade é um filme pra tv, co-produção da BBC e da HBO. Mas não pense que é uma super-produção, que nem Game of Thrones. FAQ About Time Travel é uma ficção científica com efeitos especiais discretíssimos.

O forte aqui é o roteiro, muito bem escrito nas idas e vindas no tempo. O filme se passa quase inteiramente dentro do pub e nos seus poucos cenários. E a maior parte das cenas conta apenas com os três atores principais – Anna Faris, apesar de estar no cartaz e ser o nome mais famoso, tem um papel secundário.

O roteiro, do estreante Jamie Mathieson, é muito bem escrito, e cria várias cenas interessantes e divertidas usando os exemplos conhecidos de teorias sobre viagens no tempo (como, popr exemplo, não alterar nada no passado, ou não deixar o seu “eu” do passado ver você). Além disso, ainda traz um monte de referências a vários filmes, como Guerra nas Estrelas, Flash Gordon, Crônicas de Nárnia e Firefly, entre outros.

É importante falar que o filme é inglês, assim como o seu estilo de humor. Heu gosto de humor inglês, mas sei que tem muita gente por aí que prefere um humor mais, digamos, “convencional”. Pra quem curte o estilo, é um prato cheio.

O filme foi dirigido por Gareth Carrivick, que tinha uma boa experiência na tv. Infelizmente, Carrivick faleceu um ano depois do filme… No elenco, além de Faris, como uma garota do futuro que aparece em algumas cenas-chave, temos Chris O’Dowd, Marc Wootton e Dean Lennox Kelly como os três amigos. Acho que só O’Dowd é (pouco) conhecido aqui, ele esteve em As Viagens de Gulliver e é um dos principais atores do seriado cult The IT Crowd.

O filme é curtinho, menos de uma hora e vinte, pena… Esse é daqueles que fica com “gostinho de quero mais”!

FAQ About Time Travel é daqueles que tem cara de que nunca será lançado por aqui. Pretendo comprar o dvd importado. Enquanto isso, sorte a nossa que existe o download…

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O Guia do Mochileiro das Galáxias
12 Macacos
Bandidos do Tempo

A Casa das Coelhinhas

A Casa das Coelhinhas

Tenho um hábito nem sempre saudável. Vejo quase tudo o que cai em minhas mãos. Numa dessas, vi este lamentável A Casa das Coelhinhas (House Bunny, no original)

A trama não faz o menor sentido. Uma menina passa toda a infância num orfanato, e de lá sai direto para a Mansão Playboy, onde vira uma coelhinha. Fora da mansão, acaba numa fraternidade universitária.

A Casa das Coelhinhas é ruim em vários aspectos. O principal é que se trata de uma comédia completamente sem graça! Mas tem mais, muito mais. Por exemplo: acho difícil alguém se identificar com a nossa heroína Shelley (Anna Faris) – uma menina burra e mimada não gera simpatia de ninguém.

A trama é clichê e extremamente previsível. Claro que as meninas feias da fraternidade vão ficar bonitas depois de se maquiarem e pintarem os cabelos. Claro que Shelley ganhará o poster. E claro que a fraternidade coneguirá a casa. Aquela cena final deu raiva de tão óbvia.

Ainda sobre as meninas, que deveriam ser “excluídas” – alguém me explica por que uma delas está grávida? Se ela engravidou, é porque teve um pai, não? E como uma menina que passou anos usando um aparelho na coluna consegue sair correndo naturalmente? E por aí vai…

Fujam!