Independence Day: O Ressurgimento

IDR-posterCrítica – Independence Day: O Ressurgimento

Vinte anos depois, a continuação de um dos mais “farofeiros” filmes catástrofe de todos os tempos!

Duas décadas depois da primeira invasão do Dia da Independência, a Terra se depara com uma nova ameaça extra-solar. Será que as novas defesas espaciais da humanidade serão suficiente?

Vamulá. Muita gente não gosta do primeiro Independence Day, de 1996, justamente por não ser um filme sério. A parte de filme catástrofe é boa e agrada a todos, mas o clima de galhofa dividiu o público. Afinal, nem todo mundo “comprou” coisas como um vírus de computador derrotando os alienígenas.

Como Independence Day: O Ressurgimento (IIndependence Day: Resurgence, no original) é uma continuação, dirigida pelo mesmo Roland Emmerich, que teve novamente como parceiro o roteirista Dean Devlin, claro que o clima de galhofa continua. Não leve o filme a sério, e vai ser mais fácil de se divertir.

Se é tão bom quanto o primeiro? Não, infelizmente não é. Algumas sequências de destruição são muito boas, mas são tão poucas que essa parte acaba rapidinho E apesar de boa parte do elenco ter voltado, Will Smith não está nesta continuação, e ninguém do atual elenco tem carisma suficiente para segurar o filme, que parece meio órfão de um protagonista.

Se não é tão bom, pelo menos é uma boa opção pra quem estiver no clima certo. Temos efeitos especiais top de linha, as (poucas) sequências de destruição são excelentes. E, diferente da sisudez de um Interestelar, o clima é sempre leve e divertido.

Tirando Will Smith (que segundo dizem, cobrou caro demais), o resto do elenco principal está de volta: Bill Pullman, Jeff Goldblum, Judd Hirsch, Vivica A Fox e um inspirado Brent Spiner (o “Data” – por que esse cara não faz mais filmes?). Recém falecido, Robert Loggia aparece rapidamente, mas desconfio que seja CGI. De novidade, o filme conta com Liam Hemsworth (Jogos Vorazes), Maika Monroe (Corrente do Mal), William Fichtner, Charlotte Gainsbourg, Sela Ward e Jessie T. Usher.

Sobre o novo elenco, vem a má notícia: teremos continuação(ões). A ideia de Emmerich era fazer logo dois filmes ao mesmo tempo, mas o estúdio recusou. Mesmo assim, Independence Day: O Ressurgimento termina com gancho para um terceiro filme… Será que vai ser bom?

p.s.: “O Ressurgimento”. Será que não tinha um nome pior não?

Ninfomaníaca – vol 2

0-Ninfomaniaca 2Crítica – Ninfomaníaca – vol 2

A segunda parte da picaretagem da polêmica!

Joe (Charlotte Gainsbourg) continua contando seus causos de ninfomania para Seligman (Stellan Skarsgård)

Vamulá. Ninfomaníaca foi divulgado com a polêmica “atores hollywodianos digitalmente inseridos em cenas de sexo explícito”. Aí veio o “volume 1”. Não só o filme estava incompleto, como só teve uma breve cena explícita, muito rápida, com Shia LaBouef e Stacy Martin. Será que o “volume 2” vai compensar isso?

Nada… O segundo filme não tem nada explícito – só uma rápida cena de sexo oral, que parece ser com uma prótese. E pra piorar, o filme é bem menos interessante que o primeiro. Se o primeiro tinha uma sequência bem divertida com a Uma Thurman, esta segunda parte tem uma parte longa, chata e arrastada de sadomasoquismo com o Jamie Bell.

Parece que a versão que passou no festival de Berlim é basicamente igual à que está sendo lançada nos cinemas brasileiros, mas com as cenas de sexo prolongadas , com os tais detalhes explícitos. Verdade, se a gente reparar bem, essas cenas têm cortes mal feitos.

De resto? O de sempre. Papo cabeça e imagens escolhidas pra chocar o público careta (uma das cenas mostra dois pênis eretos em primeiro plano por um bom tempo; em outra, vemos uma vagina em um close tão de perto que duvido alguém ficar excitado por causa da nudez da atriz). Conteúdo interessante mesmo, não tem nada.

O fim do filme até é interessante. Mas pra chegar nele, precisa passar por quatro horas (cortadas) antes. Ou seja, não vale a pena.

Agora só resta esperar as cenas cortadas aparecerem pela internet. E depois esperar pela próxima polêmica do Lars Von Trier…

Ninfomaníaca – Vol 1

Crítica – Ninfomaníaca – Vol 1

Mais uma polêmica by Lars Von Trier!

Um homem encontra uma mulher ferida na rua, e a leva para casa. Ela começa a contar a sua vida e vários casos de sua ninfomania.

Lars Von Trier já tinha incluído cenas gratuitas de sexo explícito em dois filmes anteriores, Os IdiotasAnticristo. Agora ele prometeu algo mais ousado: rostos de atores conhecidos inseridos em cenas explícitas, protagonizadas por dublês de corpo.

Mas… Ninfomaníaca é uma “propaganda enganosa”. Na verdade, três vezes propaganda enganosa!

1- O filme não tem uma conclusão. De repente, o filme para e aparece um trailer do volume dois.

2- O tal sexo explícito só aparece uma vez, e bem rápido. Piscou o olho, perdeu.

3- Tem atores que estão no cartaz que não aparecem, como Willem Dafoe.

Von Trier declarou que seu filme terá várias versões. Supostamente, teremos uma versão completa com cinco horas e meia – esta seria a versão com sexo explícito. Mas, por enquanto, só temos meio filme, e em uma versão reduzida.

A primeira coisa que a gente lembra é de Kill Bill – outro filme dividido em dois “volumes”. Mas Kill Bill vol 1 é bem diferente do 2, Tarantino fez dois filmes distintos. Ainda é cedo pra falar, mas tudo indica que Von Trier só dividiu o filme por razões comerciais (mesmo caso do terceiro Crepúsculo). Ou seja, não precisava, pagamos um ingresso inteiro para ver meio filme.

E aí tem o agravante de ser uma versão “censurada”. Quando Anticristo passou nos cinemas, não tinha a cena de sexo explícito, esta cena foi inserida em uma versão “unrated”. Ou seja, se for verdade que o filme terá 5 horas e meia, espectador está pagando um ingresso pra ver meio filme, e ainda por cima cortado!

Dito isso, nem achei o filme tão ruim quanto os últimos filmes do diretor (as enganações Melancolia e Anticristo). A história flui bem, apesar do papo cabeça com metáforas com a pescaria e com a polifonia musical. E algumas cenas são legais – a sequência da personagem da Uma Thurman é muito boa.

No elenco, uma coisa curiosa. A protagonista era pra ser a Charlotte Gainsbourg, não? Só que ela está contando “causos” de sua juventude. Então a personagem é a mesma, mas a atriz é a estreante Stacy Martin, bem mais bonita que a feiosa Charlotte. E desinibida, a jovem passa metade do filme sem roupa.

Ainda no elenco, Uma Thurman e Christian Slater estão muito bem. Ninfomaníaca ainda conta com Shia LaBeouf, Stellan Skarsgård, Jamie Bell e Connie Nielsen. E, como falei, Willem Dafoe nem dá as caras.

Em termos de imagens fortes, sexualmente falando, Ninfomaníaca é até comportado – tirando a tal cena explícita e uma cena de sexo oral que não dá pra saber se é real ou com uma prótese. Fora isso, temos no cinema recente vários exemplos onde o sexo é mais “real” – vide o último ganhador da Palma de Ouro de Cannes, Azul é a Cor Mais Quente.

Agora resta esperar o resto do filme. Meio filme só merece meia crítica.

p.s.: Vi dois cartazes do filme por aí. Um deles, de tremendo mau gosto, mostra os rostos dos atores em atos sexuais – outra propaganda enganosa, porque nem todos os personagens fazem sexo no filme. O outro, mais discreto, é bem mais interessante. Escolhi este outro para o post.

Melancolia


Crítica – Melancolia

Mais uma picaretagem assinada por Lars von Trier…

O filme é dividido em duas partes, além de um prólogo apenas com imagens soltas, em câmera lenta. A primeira parte mostra a festa de casamento de Justine (Kirsten Dunst) num suntuoso castelo; a segunda mostra Justine e sua irmã Claire (Charlotte Gainsbourg) às vésperas de uma possível catástrofe: o planeta Melancolia está se movendo em rota de colisão com a Terra.

Analisemos por partes. O prólogo até tem algumas imagens bonitas. Mas são uns oito minutos de imagens em câmera lenta, sem diálogos, sem história. Na boa, cansa. Pra piorar, vemos várias imagens do fim do mundo, e heu achava que aquilo ia ser explicado no fim do filme. Nada. Algumas das imagens continuam sem nenhum sentido – uma delas mostra a casa com três corpos celestes em cima, um ao lado do outro, como se fosse a Lua, o planeta Melancolia, e, talvez, o Sol, mas ao lado, como se fossem 3 órbitas paralelas – wtf?

Depois o filme começa de fato. A primeira parte, que mostra a festa de casamento de Justine, nem é tão ruim. Claro, rolam aqueles lances “vontriescos”, câmera trêmula na mão e algumas situações meio forçadas – se John foi capaz de fazer as malas da sogra e levá-las pra fora, por que as traria de volta? E por que o recem casado Michael desistiria de sua recem esposa, logo no dia do casamento? Mas o talento do bom elenco segura a onda – além de Dunst e Gainsbourg, ainda temos Kiefer Sutherland, Alexander Skarsgård, Charlotte Rampling, John Hurt, Udo Kier e Stellan Skarsgård. Tipo assim, não temos muita história pra contar, então soltemos o improviso dos atores. Não ficou uma obra prima, mas “passa”.

Tudo piora na segunda (e última) parte. Numa festa de casamento há espaço para improvisos de atores; mas como a trama agora gira em torno da aproximação do planeta Melancolia, o filme se perde completamente. Tudo fica excessivamente monótono.

Melancolia é menos ruim que Anticristo. Pelo menos aqui tem algo aproveitável, algumas cenas têm o visual bonito, principalmente na parte final, quando aparece o planeta Melancolia.

Mas, assim como em Anticristo tinha uma cena de sexo explícito gratuita e desnecessária, mais uma vez, Lars von Trier se baseia na polêmica pra divulgar seu filme. Aqui rola um rápido nu frontal de Kirsten Dunst também gratuito e desnecessário – não que heu esteja reclamando, longe disso, mas a cena é completamente fora do contexto. Parece que foi colocada lá apenas pra chamar a atenção.

E parece que uma cena de nudez não era o suficiente para a polêmica pretendida por Lars von Trier. Depois da exibição de Melancolia no Festival de Cannes deste ano, von Trier deu uma entrevista onde se declarou nazista. Claro que logo depois pediu desculpas, mas o seu objetivo foi alcançado: mais uma polêmica levou seu nome para todos os jornais e sites de notícias…

Von Trier precisa disso, porque seu filme não se sustenta sozinho. E o pior é que essa ideia me pareceu interessante, um planeta, maior que o nosso,  em rota de colisão com a Terra. Acho que essa história nunca rolou no cinema – pelo menos não me lembro – de um choque causando a destruição total do planeta. Por incrível que pareça, esse é um filme que seria melhor se fosse dirigido por um cara como Roland Emmerich, alguém pop, mais ligado em filmes-catástrofe. Ia ser interessante explorar o lado científico-catastrófico aqui… Mas, com o Lars von Trier, esqueçam isso…

Enfim, o Blog do Heu não recomenda! Tem filme melhor por aí, e de diretores que merecem a nossa atenção!

Anticristo

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Anticristo

Mais uma picaretagem assinada pelo diretor dinamarquês Lars von Trier. Poucas vezes na minha vida vi um filme tão picareta!

O fiapo de história: um casal que acabou de perder o filho vai para uma cabana no meio de uma floresta para tentar recuperar o casamento em crise.

Ok, nem tudo no filme vai direto para o lixo. Algumas imagens são realmente muito bonitas, e o casal de atores Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg manda bem. Mas isso não atenua o fato: o filme é muito ruim!

Logo no início, na primeira cena, von Trier mostra que seu único objetivo é chamar atenção. O casal está transando no chuveiro, numa bela cena em câmera lenta e fotografada em preto e branco – muito bonita a cena, de verdade, não é ironia. Aí, do nada, um close de sexo explícito! Completamente gratuito! Tem gente cabeça que gosta de enxergar mensagens subliminares em filmes também cabeça, né? Bem, para mim, a mensagem aqui está clara. O diretor está dizendo: “por favor, preste atenção em mim, já que meu filme não tem qualidades, vou inserir uma polêmica gratuita!”

Falei “mais uma picaretagem” lá em cima, não falei? Nos anos 90, Lars von Trier lançou o manifesto anti-Hollywood “Dogma 95”, lembra? E fez um filme segundo as regras do manifesto, Os Idiotas. E, tchã-rã! Lá estava outro sexo explícito sem propósito…

Anticristo está cheio destas “polêmicas gratuitas”. Será que a famosa cena de mutilação vaginal tem algum sentido? Vejamos, a mulher está passando por um grande sofrimento, então pega uma tesoura e mete nas partes íntimas… Bem, para mim não faz sentido. Tampouco faz sentido o cara ter a pena perfurada e não acordar de dor!

Realmente, o filme só vale a pena para quem quiser ver a Charlotte Gainsbourg nua. Isso acontece várias vezes…