Thor: Amor e Trovão

Crítica – Thor: Amor e Trovão

Sinopse (imdb): A aposentadoria de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Valquíria, do Korg e da sua ex-namorada Jane Foster, que – para surpresa de Thor – inexplicavelmente empunha seu martelo mágico, Mjolnir, como Poderoso Thor. Juntos, eles embarcam em uma angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais.

E a Marvel continua desenvolvendo o seu cada vez mais complexo universo cinematográfico. A boa notícia aqui é que, se Doutor Fantástico precisava de pré requisitos (quem não viu a série Wandavision deve ter ficado um pouco perdido), este Thor: Amor e Trovão (Thor Love and Thunder, no original) funciona como filme solto – o que o espectador não lembra, aparece o Korg (interpretado pelo diretor Taika) contando.

A direção mais uma vez ficou nas mãos de Taika Waititi, o mesmo do anterior Thor Ragnarok. Taika tem uma pegada forte no humor, todos sabiam que este quarto filme do Thor seria mais uma comédia. Mas a comédia é intercalada por momentos sérios. A história tem algo de drama, temos alguns temas sérios, temos personagem de luto porque perdeu filho, temos personagem com câncer. Conversei com alguns críticos que não gostaram da mistura, mas, na minha humilde opinião, o filme tem um bom equilíbrio entre o drama e a comédia escrachada.

Falei humor escrachado, né? Assim como Ragnarok, Thor: Amor e Trovão é muito engraçado. Traz umas cenas hilárias com o Stormbreaker, o machado do Thor, com ciúmes do Mjolnir. E tem uns bodes que são o alívio cômico perfeito, e que protagonizam a melhor piada do ano no cinema até agora.

Uma coisa me intrigava, que era a Jane Foster como Thor. O roteiro explica o que aconteceu. Se é uma boa explicação, aí não sei. Achei forçada. Mas, pelo menos explica.

Sobre a trilha sonora, queria fazer uma crítica. A trilha sonora é do quase onipresente Michael Giacchino (só este ano, ele já esteve em Batman, Jurassic World e Lightyear), mas nenhum tema dele me chamou a atenção. O que chama a atenção são as músicas de hard rock usadas em algumas cenas impactantes. Todas são boas músicas, todas engrandecem a cena, mas… São QUATRO músicas do Guns’n’Roses! Ok, entendo usar o Guns, tem uma piada envolvendo um dos personagens, mas me pareceu um exagero. Taika não conhece outras bandas de rock? Rainbow in the Dark, do Dio, aparece só nos créditos…

O visual do filme é fantástico, como era de se esperar. Mas teve um detalhe que achei genial. Em um filme muito colorido, determinado momento o filme perde a cor. Fica quase tudo preto e branco, com exceção de alguns detalhes aqui e ali.

Temos um novo vilão, Gorr, o Carniceiro dos Deuses. É um bom vilão, com uma boa motivação, interpretado por um grande ator, Christian Bale (sim, o Batman). Mas, achei ele mal aproveitado, e não gostei do fim que deram a ele. Me pareceu uma oportunidade desperdiçada.

Já que falamos do Christian Bale, bora falar do elenco. Chris Hemsworth parece muito à vontade com o personagem, até perdi a conta de quantos filmes ele já fez como Thor. Temos a volta de Natalie Portman como Jane Foster e Tessa Thompson como Valquíria, mas ambas parecem estar no piloto automático – sorte que o filme não pede muito delas. O diretor Taika Waititi faz a voz do Korg, personagem que tem uma importância grande (afinal, é direção e roteiro dele, né?). Temos participação da galera dos Guardiões da Galáxia: Chris Pratt, Dave Bautista, Karen Gillan, Pom Klementieff e Sean Gunn, e as vozes de Vin Diesel e Bradley Cooper. Russel Crowe faz um Zeus engraçado. Matt Damon, Luke Hemsworth e Sam Neill estavam no Thor Ragnarok, como atores teatrais interpretando Loki, Thor e Odin. Aqui eles voltam, e também temos Melissa Macarthy como Hela. E Elsa Pataky, esposa do Chris Hemsworth, aparece muito rápido como a mulher loba.

Por fim, o tradicional da Marvel: duas cena pós créditos, uma com um gancho para uma provável continuação, outra com uma homenagem bonitinha.

Velozes e Furiosos 6

Crítica – Velozes e Furiosos 6

Depois do gancho no quinto Velozes e Furiosos, claro que teríamos o sexto, né?

Depois do bem sucedido golpe aplicado no quinto filme, Dom e Brian vivem confortavelmente, mas foragidos. O policial Hobbs pede ajuda para capturar uma quadrilha internacional. Se eles ajudarem, Hobbs promete o perdão da Justiça.

A franquia Velozes e Furiosos é curiosa. O primeiro filme foi legal, o segundo foi maomeno, o terceiro foi dispensável. Aí, no quarto filme, o elenco principal voltou e a qualidade melhorou. O quinto, filmado parcialmente aqui no Rio, foi bem divertido, talvez o melhor da série. E este sexto segura a onda e pelo menos mantém a qualidade.

Velozes e Furiosos 6 é um empolgante filme de ação, com pancadarias, tiroteios, explosões e, claro, muitas corridas de carro. Mas tem um problema básico: as mentiras chegam a um patamar que quase precisamos de uma suspensão de descrença do nível de um filme de super herois. Assim como aceitamos o Superman voando, temos que aceitar os fatos apresentados aqui.

Spoilers leves no parágrafo abaixo!

Já tinha lido pela internet piadas sobre o tamanho da pista de pouso da base militar. Como é que roteiristas escrevem uma cena tão longa onde um avião está em alta velocidade em uma pista de pouso??? Tem mais: aquilo era uma base militar. Onde estavam os militares? Por que todos eles sumiram? Ah, claro, o vilão nem teria chance de falar a ameaça para o mocinho, já que eles estava em uma prisão militar. Outra coisa: a sequência da cadeia nos EUA foi incoerente e dispensável – não seria tão fácil assim entrar e sair, e tudo isso não acrescentou nada à trama. Já o “vôo” de Vin Diesel é uma mentirada braba, mas gostei desta cena. Há tempos que heu não gargalhava tanto no cinema!

Fim dos spoilers!

Tem outro problema, meio óbvio: como é o sexto filme da série, tudo é previsível. Não tem como ser criativo a essa altura do campeonato, o filme vai seguir a receita que está dando certo. Mas não acho isso necessariamente ruim, um filme pode repetir uma fórmula e mesmo assim ser bom.

Mesmo com todos esses senões, admito que gostei do filme. Velozes e Furiosos 6 mantém a adrenalina lá no alto, com cenas eletrizantes, muito bem filmadas pelo diretor Justin Lin, um especialista na franquia (já é seu quarto filme da série). Lin não tem o “estilo Michael Bay”, e sua câmera não treme nas cenas de ação, conseguimos ver tudo.

Um dos trunfos de Velozes e Furiosos 6 é o elenco. Quase todo o elenco da parte 5 está de volta. E Vin Diesel e Dwayne Johnson são muito carismáticos, só a presença de ambos já é meio caminho para o sucesso, a gente até releva o fato de Paul Walker ser uma figura apagada. Além disso, este sexto filme traz a volta de Michelle Rodriguez, que tinha sido dada como morta no quarto. Ainda no elenco, Jordana Brewster, Gal Gadot, Luke Evans, Sung Kang, Tyrese Gibson, Ludacris, Elsa Pataky e Gina Carano, que mais uma vez mostra que não é boa atriz mas funciona porque bate bem. (Tego Calderon e Don Omar não estão aqui, e não fizeram nenhuma falta)

Resumindo: Velozes e Furiosos 6 é um filme muito divertido. Mas só se a gente deixar o cérebro de lado. E, importante: logo antes dos créditos, tem uma cena muito legal com um gancho para o sétimo filme. Saí do cinema pilhado para ver o próximo…

Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio

Crítica – Velozes & Furiosos 5 – Operação Rio

Estreou a nova polêmica envolvendo o Rio!

Neste quinto filme da franquia, Dom (Vin Diesel), Brian (Paul Walker) e Mia (Jordana Brewster) fogem para o Rio de Janeiro. Enquanto tramam um golpe milionário contra o mega traficante (português!) Hernan Reyes (Joaquim de Almeida), são perseguidos pelo agente do FBI linha dura Luke (Dwayne Johnson).

Antes de falar do filme, vou falar da tal polêmica. Muita gente aqui no Brasil ficou ofendida com o modo como o Rio é mostrado. Bem, meus comentários:
1- As pessoas reclamam, mas… É mentira? Se os bandidos não tivessem tomado conta das favelas, por que precisa de uma polícia “pacificadora” dentro da favela – as UPPs? E mais: tem muita gente graúda por trás dos bandidos, todo mundo sabe disso.
2- Ok, é “feio” admitir que aqui no Brasil a bandidagem toma conta. Mas… Tropa de Elite 2 não fez exatamente a mesma coisa? Por que é legal falar bem de um, mas é errado falar mal do outro?
3- O Rio de Janeiro tá na moda. E entrou definitivamente no rol das cidades mais famosas do mundo. Quantas vezes a gente vê filmes que se passam em cidades como Londres, Paris ou Nova York, mas que não se preocupam em retratar o local com a precisão de um morador? Gente, Velozes & Furiosos 5 é uma produção estrangeira! A única brasileira no “time principal” é a Jordana Brewster, que construiu carreira em Hollywood!

Vamos ao filme…

Velozes & Furiosos 5 é um excelente filme de ação. Não faria feio em uma lista de melhores filmes de ação dos últimos anos. Pancadaria, tiros, explosões, perseguições de carro e à pé, tudo em boas quantidades – o cardápio do filme é bem servido.

O Rio de Janeiro é cenário. E, olha, ficou muito bom – a cidade, que é uma das mais bonitas do mundo, foi muito bem fotografada através das lentes do diretor Justin Lin (o mesmo do filme anterior), que usou tomadas aéreas e terrestres, pegando ângulos turísticos e não turísticos – rola uma perseguição na favela que lembra o parkour de B13 – 13º Distrito. Aliás, li que parte das filmagens fora feitas em Porto Rico – isso deve explicar porque não consegui reconhecer as ruas da perseguição final. E aquela ponte não é a Rio-Niteroi, a Rio-Niteroi tem quatro pistas pra cada lado, aquela só tem duas…

O roteiro não é perfeito, tem suas inconsitências e seus furos. O objetivo não é um roteiro redondinho, e sim ação de tirar o fôlego. Para tal, vemos algumas sequências absurdas – aquele cofre sendo arrastado ia acabar atropelando pedestres inocentes! Mas nada grave, apenas relaxe e curta a adrenalina.

O elenco é acima da média. O quarteto incial voltara no filme anterior, mas a personagem da Michelle Rodriguez morreu. Então, aqui só temos Vin Diesel, Paul Walker e Jordana Brewster. Mas o elenco teve reforços legais, como Dwayne “The Rock” Johnson, Elsa Pataky e o português Joaquim de Almeida. E, pra completar, voltaram outros atores que já tinham participado da franquia, como Matt Schulze (do primeiro filme); Tyrese Gibson e Ludacris (do segundo); Sung Kang, Tego Valderon e Don Omar (do terceiro); e a bela Gal Gadot (do quarto) – ou seja, prato cheio pros fãs da franquia.

Comentários irônicos sobre o elenco:
– O The Rock deve ter deixado o cavanhaque crescer pra ninguém confundir ele com o Vin Diesel. Tudo bem que o Rock é muito mais forte que o Diesel, mas, afinal, são dois grandalhões carecas…
– Acho que foi a primeira vez que vi a Jordana Brewster falando português! E já tinha a visto em outros seis filmes!
– O Tego Leo não é igual ao Gil Brother, do Hermes e Renato? 😛

Teve uma coisa que não gostei: os gringos falando português. Dá pra ver que tinha alguém pra ensinar as falas, incluindo as gírias. Mas, pelo menos pra nós brasileiros, ficou muito forçado, como naquela cena antes do pega, debaixo daquele novo viaduto da linha 2 do metrô (os pegas são na Radial Oeste?). Custava muito ter contratado uns brasileiros em papeis pequenos?

O mesmo comentário vai pra Joaquim de Almeida. Gosto do cara, ele fez 24 Horas, Perigos Real e Imediato, A Balada do Pistoleiro, mas… Um português como o chefe da contravenção carioca? Forçou a barra… Tá cheio de ator brasileiro bom e disponível pra um papel desses!

Enfim, os críticos sérios torcerão o nariz. Os patriotas cegos idem. Mas se você curte um bom filme de ação e quer ver que o Rio de Janeiro continua lindo, Velozes & Furiosos 5 é a pedida!

Ah, sim, importante, rola uma cena durante os créditos. Pela cena, com certeza, teremos um Velozes e Furiosos 6, por dois motivos: um é a Eva Mendes em um “papel gancho”; a outra é impossível de falar sem spoilers… Mas fica a dica: aguarde a cena!

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Se você gostou de Velozes & Furiosos 5, o Blog do Heu recomenda:
Velozes e Furiosos 4
Corrida Mortal
Tropa de Elite 2
B13 – 13º Distrito

Giallo – Reféns do Medo

Giallo – Reféns do Medo

Retirado da wikipedia:

Giallo significa amarelo em italiano. Também significa uma série de livros baratos (com capas amarelas) com histórias de assassinatos, mistérios e suspense.

“Giallo” é um estilo de filme que fez sucesso nos anos 70 e fim dos 80, onde foram produzidos centenas de filmes com o tema. Até hoje sobrevive principalmente nas mãos do diretor italiano Dario Argento. Existem livros policiais de mistério na Itália que tinham a capa amarela. Quando começaram a produzir filmes sobre assassinos em séries sendo perseguidos por espertos detetives, a associação com os livros foi inevitável, nascia então um novo estilo na cinematografia italiana, chamado “Giallo”. A maioria dos “giallos” são parecidos, sempre existe um assassino em série (que geralmente é mostrado somente no final, durante a projeção vemos apenas suas mãos vestidas com luvas pretas de couro), um detetive que está na cola desse assassino e mortes chocantes, principalmente de mulheres (sempre com cenas de perseguição antes do ato), e exposição de corpos nús total ou parcialmente. O “giallo” foi muito importante para o gênero do terror. A maioria dos diretores italianos teve sua estréia cinematográfica com “giallos”, produzindo filmes magníficos que sempre exageravam no sangue. Foi tão popular em sua época que chegou a originar o termo “slasher” (serial killer que persegue adolescentes), tão comum nos filmes de terror dos anos 80 e 90, mas sem o mesmo charme e violência. Também originou o termo gore.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Giallo

Copiei esse texto aí em cima para explicar porque heu estava ansioso por um filme chamado Giallo, dirigido por um dos mestres do giallo, Dario Argento!

(O curioso é que heu quase perdi este filme! Heu nem sabia que ele existia, quando descobri que já tem até título em português!)

Uma modelo (Elsa Pataky) desaparece. Sua irmã, Linda (Emmanuelle Seigner) procura a ajuda do inspetor Enzo (Adrien Brody), um policial fora do padrão, que desconfia que ela foi sequestrada por um serial killer.

O filme é interessante, tem bastante sangue, bastante gore. Algumas dessas cenas são muito legais, como as marteladas no crânio, ou a briga do garoto contra o assassino. Giallo não vai decepcionar os fãs de giallo – piada óbvia, mas perfeita aqui! 😀

Apesar de ter um ganhador do Oscar como protagonista, o elenco às vezes parece meio caricato. Mas quem conhece o estilo do diretor Dario Argento sabe que as atuações em seus filmes sempre parecem exageradas. E o fato de ser claramente dublado só ajuda isso.

Infelizmente, Argento pisou na bola no fim do filme. O fim de Giallo é ruim, mas tão ruim, que a gente até se esquece que o filme é legal…