King’s Man: A Origem

Crítica – King’s Man: A Origem

Sinopse (imdb): Um spinoff da franquia Kingsman sobre essa organização de espiões no início do século XX.

Ah, a expectativa. Já falei aqui diversas vezes, quando a gente cria expectativas, a chance de uma decepção é grande.

Gosto muito do primeiro Kingsman, um excelente filme com cenas de ação insanas e um humor no ponto exato. O segundo é mais galhofa, mas ainda é muito divertido. Fui ao cinema querendo ver algo nessa pegada. Mas esse terceiro filme é muito mais sério. Poucas cenas de ação, e quase nada de humor. E, pra piorar, o filme demora muito tempo no setup inicial, quase uma hora até as coisas começarem a acontecer.

E aí vem a minha dúvida: o problema foi do filme, ou heu que queria ver uma coisa e me foi apresentada outra? Pelo meu head canon, afirmo: achei uma decepção. Talvez vendo uma segunda vez heu mude de ideia, mas, dessa primeira vez, não curti.

Uma coisa que achei estranha foi que é do mesmo Matthew Vaughn que dirigiu os outros dois. Se tivesse mudado o diretor, dava pra entender a mudança de estilo, mas, sendo escrito e dirigido pelo mesmo cara, por que ele resolveu mudar?

Este filme traz uma coisa curiosa. Assim como Tarantino fez em Bastardos Inglórios e Era uma Vez em Hollywood, este King’s Man: A Origem traz personagens históricos reais dentro da trama do filme. Li uma crítica onde falavam que isso era um problema, porque você já sabe o destino de alguns personagens. Mas, admito, falha minha, conheço pouco sobre a história da primeira guerra mundial, então não sabia de nenhum dos acontecimentos.

O primeiro filme tem uma sequência sensacional, que poderia estar em listas de melhores sequências da história do cinema, a cena da igreja. A cena é extremamente bem filmada, e além disso ela tem uma importância muito grande na narrativa, porque o espectador se pergunta “e agora, pra onde a história vai?” Neste novo filme, não tem nenhuma cena que chama a atenção tecnicamente falando, mas tem um desses momentos de “pra onde a história vai?”. Sem spoilers, mas a parte na guerra me causou essa boa estranheza.

O elenco é bom. Como esse filme se passa cem anos antes do primeiro Kingsman, claro que não tem ninguém dos outros filmes – tive a impressão de ter visto Mark Strong na cena final, mas precisaria rever pra ter certeza, no imdb não fala nada. Ralph Fiennes manda bem como o protagonista, e se tiver que dar um destaque, vou de Rhys Ifans (irreconhecível) como Rasputin. Também no elenco, Gemma Arterton, Harris Dickinson, Djimon Hounsou, Matthew Goode, Charles Dance, Alexandra Maria Lara, Daniel Brühl, Tom Hollander e participações menores de Aaron Taylor-Johnson e Stanley Tucci.

King’s Man: A Origem estreia nos cinemas esta semana. Vou tentar rever pra ter uma segunda opinião.

Os Piratas do Rock

Crítica – Os Piratas do Rock

Sinopse (imdb): Um grupo de DJs rebeldes que cativaram a Grã-Bretanha, tocando a música que definia uma geração e enfrentando um governo que queria música clássica e nada mais, nas ondas de rádio.

Sei lá por que, nunca tinha ouvido falar deste filme, até que o Fernando Caruso, meu companheiro de Podcrastinadores, me recomendou. E que bela recomendação!

Escrito e dirigido por Richard Curtis (falei dele aqui outro dia, quando falei de Yesterday), Os Piratas do Rock (The Boat that Rocked, no original) tem bem a cara de um filme que heu vou gostar. Um elenco cheio de nomes legais, contando uma história rock’n’roll, ambientada nos anos 60. Pronto, já é o suficiente pra virar um dos meus filmes favoritos.

A história é baseada em eventos reais – a programação de rádio na Inglaterra era dominada pela BBC, que não tocava rock, então surgiam rádios piratas para suprir a demanda dos ouvintes. E sim, havia rádios que ficavam em navios!

Os Piratas do Rock não tem muita história, a trama se baseia na rica galeria de personagens e nas relações entre eles. Taí, daria uma boa série.

Ah, o elenco! O personagem principal é o desconhecido Tom Surridge, mas Os Piratas do Rock conta com Philip Seymour Hoffman, Bill Nighy, Nick Frost, Chris O’Dowd, Kenneth Branagh, Gemma Arterton, Rhys Ifans, January Jones, Emma Thompson e Jack Davenport, entre outros. Nada mal!

O filme é um pouco longo demais (duas horas e quinze minutos), achei umas partes cansativas no meio (tipo o “duelo” nos mastros do barco – pra que aquela cena?). Mas a sequência final é tão empolgante que a gente esquece disso e fica com vontade de rever logo.

Quero mais recomendações de filmes rock’n’roll assim!

Aposta Máxima

Crítica – Aposta Máxima

Com problemas financeiros, um universitário que costuma jogar cartas pela internet viaja até a Costa Rica, onde vai tentar encarar uma espécie de mafioso de cassino online.

Sabe quando um filme não chega a ser ruim, mas está bem longe de ser bom? É o caso de Aposta Máxima (Runner Runner, no original).

A história é simples e besta. Não chega a ser mal desenvolvida, mas é previsível e cheia de clichês. E os personagens são muito mal desenvolvidos.

Parece que o diretor Brad Furman queria se basear no star power de Ben Affleck e Justin Timberlake. Affleck é um caso raro (talvez o único) de ator notadamente limitado que tem dois Oscars no currículo – nenhum dois dois é de ator, diga-se de passagem (ele ganhou Oscar de roteiro por Gênio Indomável e de melhor filme como produtor de Argo). Timberlake até fez alguns filmes legais (A Rede Social, O Preço do Amanhã), mas ainda está na categoria “cantor que faz filmes”. Ou seja, nenhum dos dois está mal (dentro do esperado pelos seus currículos), mas também nenhum dos dois chama a atenção. Ah, também tem a Gemma Arterton. Mas… seu personagem é muito mal construído, de longe o pior persinagem do filme, e, pra piorar, ela nem está bonita.

O que se salva no filme são algumas belas imagens na Costa Rica. A fotografia do filme é bonita.

Pouco, muito pouco. Aposta Máxima não chega a ser ruim, mas fica devendo. Se estivesse na escola, não passaria direto, ficaria de recuperação.