Pânico VI

Crítica – Pânico VI

Sinopse (imdb): Os sobreviventes dos assassinatos de Ghostface deixam Woodsboro para trás e iniciam um novo capítulo na cidade de Nova York.

Ok, admito logo que não sou fã de franquias. Minha memória não é boa, frequentemente me esqueço de detalhes do(s) outro(s) filme(s). Mas é inevitável, porque é mais fácil vender uma continuação do que um filme novo. Então, bora pro sexto filme da franquia Pânico.

Mais uma vez dirigido pela dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (Pânico 5, Casamento Sangrento), Pânico VI (Scream VI, no original) traz os sobreviventes do último filme, que saíram de Woodsboro e agora estão em Nova York para um novo recomeço de vida. E claro que o Ghostface está por perto. E então o filme vira uma espécie de whodoneit para saber quem está debaixo da máscara (pra quem nunca viu Pânico, cada filme troca quem é o assassino).

O problema de ser o sexto filme de uma franquia é que muita coisa é previsível. Tipo a sequência inicial (boa sequência, a propósito), a gente já sabe que são personagens que não vão continuar no resto do filme. E tem outras coisas que são previsíveis pra quem está acostumado com o formato da franquia, tipo quando revelam quem é o assassino – mas não vou entrar em detalhes por causa de spoilers.

O roteiro às vezes parece meio preguiçoso. Tem algumas cenas que poderiam ser melhor escritas. Um exemplo simples: as irmãs Sam e Tara vão pra delegacia, e quando saem são abordadas agressivamente por vários repórteres. Aí aparece a Gale, personagem da Courtney Cox, e todos os outros repórteres desistem de abordá-las! Isso sem contar com algumas “roteirices” que ajudam o Ghostface, como ele entrar numa loja de conveniência, matar algumas pessoas, acontecerem vários tiros, e a polícia chegar logo depois que ele saiu.

Por outro lado, gostei da cena do metrô no halloween e suas inúmeras referências – a franquia Pânico sempre usou muitas referências a outros filmes de terror. Vemos fantasias de Michael Myers, Jason Vorhees, Freddy Krueger, Pinhead, Pennywise, as irmãs de O Iluminado – acho que vi até o coelho de Donnie Darko!

Uma cena bem legal que tinha no Pânico 5 era quando falavam do conceito de requel. Aqui tem uma cena parecida, mas falando sobre clichês de franquias. Pânico sempre brincou com metalinguagem, é bem legal como fazem isso.

Alguns comentários sobre o elenco. A protagonista ainda é Melissa Barrera, mas me parece que Jenna Ortega ganhou um papel maior, provavelmente pelo sucesso de Wandinha (Jasmin Savoy Brown e Mason Gooding completam o quarteto dos “mocinhos” que vieram do filme anterior). Do trio original, só tem a Courtney Cox; Hayden Panettiere, que estava no Pânico 4, volta com o mesmo papel. Samara Weaving e Tony Revolori estão na sequência inicial, e Henry Czerny aparece em uma cena. De novidade, temos Liana Liberato, Devyn Nekoda, Josh Segarra e Jack Champion; e deixei Dermot Mulroney pro fim porque ele está pééésimo! Já vi vários filmes com ele, não me lembrava que ele era tão ruim!

No fim, pelo menos pra mim, Pânico VI foi o que heu esperava: mais um filme. Zero surpresas, mas pelo menos é divertido. E vai agradar o “público do multiplex”

Tem uma cena pós créditos, com uma piadinha bem curta. Heu ri, mas tem gente que vai ficar com raiva.

Pânico 4

Crítica – Pânico 4

Ninguém pediu, mas, 11 anos depois do terceiro Pânico, olha o quarto filme da franquia aí! Pelo menos, a boa notícia: o filme é bom!

Dez anos depois dos eventos do último filme, Sidney Prescott, agora escritora, volta para Woodsboro para o lançamento do seu livro. Ao mesmo tempo que ela se reencontra com o casal Dewey e Gale, o assassino mascarado volta a atacar a cidade.

Olha, vou admitir aqui que me lembro muito pouco dos três primeiros filmes. Lembro que o primeiro Pânico, de 1996, foi um excelente filme, que praticamente redefiniu o conceito de slasher, desgastado pelos Jasons e Freddys nos anos anteriores. Logo vieram as continuações (1997 e 2000), que, claro, não mantiveram a qualidade. Uma enxurrada de filmes semelhantes apareceu, como Eu Sei O Que Vocês Fizeram Verão Passado e Lenda Urbana, enfraquecendo o conceito, e a franquia foi deixada de lado.

Uma simples passada de olhos pelos créditos do novo filme dá a impressão de sinais positivos. Afinal, o filme traz de volta o diretor Wes Craven, o roteirista Kevin Williamson e o trio de atores principais, Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette. Mas aí a gente dá uma pesquisada e descobre que as duas continuações de qualidade duvidosa também tiveram esses cinco nomes… O novo filme segue o estilo dos outros, e a boa notícia para os fãs da série (e para os apreciadores de filmes de terror de modo geral) é que desta vez acertaram a mão!

Wes Craven sempre teve uma carreira irregular. Se por um lado, ele fez filmes bons como A Hora do Pesadelo  e A Maldição dos Mortos-Vivos; por outro lado ele “cometeu” coisas como Amaldiçoados. E a irregularidade continua: se este Pânico 4 é legal, há pouco fez o maomeno A Sétima Alma

Pânico 4 começa muito bem – a sequência inicial é excelente! O bom roteiro de Williamson traz personagens bem construídos, e alguns sustos bem colocados pontuando a trama. E o filme traz inúmeras citações a outros filmes, como Jogos Mortais, Premonição e até clássicos como Suspiria – rola até um trecho de Todo Mundo Quase Morto pela tv! Além das muitas referências ao cinema de terror, de quebra, rolam várias piadas sobre continuações. Viva a metalinguagem! (Adorei a piada que cita Bruce Willis, e toda a sátira ao politicamente correto sobre quem sobrevive atualmente nos filmes de terror!)

O elenco soube aproveitar bem a nova geração ao lado do trio “veterano”, com nomes como Emma Roberts, Hayden Panettiere e Marley Shelton. E ainda rolam pontas de gente como Kristen Bell e Anna Paquin.

Curiosamente, os filmes da trilogia original nunca foram lançados em dvd aqui no Brasil. Se alguém quiser rever os primeiros filmes antes desse novo, vai ter que baixar. E depois reclamam da pirataria…

p.s.: Vi o filme na sessão para críticos. Todo mundo teve que assinar um termo de confidencialidade, prometendo não contar o fim do filme para ninguém. Ok, entendo a preocupação dos distribuidores, mas…
– Precisa de algo assim na véspera da estreia? No dia seguinte, o filme já estará nos cinemas!
– O fim do filme é legal. Mas nada tão sensacional assim…

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