Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo

Crítica – Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo

Sinopse (imdb): Uma jovem sai em busca de guerreiros de outros planetas para enfrentar um exército de invasores que aterrorizam a pacífica colônia onde vive.

Estou atrasado. Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo (Rebel Moon – Part One: A Child of Fire, no original) foi lançado no fim de dezembro, na época que heu estava montando minhas listas. Mas, depois de ver o filme, fiquei pensando se a estratégia foi exatamente essa, acho que lançaram numa época onde boa parte dos críticos estaria fazendo listas…

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo é uma tentativa do Zack Snyder de fazer um filme de Star Wars. Segundo o imdb, Snyder teria apresentado o roteiro pra Lucasfilm em 2012, mas o projeto acabou cancelado. Anos depois, Snyder levou pra Netflix e conseguiu sinal verde.

Mas, diferente da maioria, não vou falar muito mal de Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo. Não, não é um bom filme, mas também não é esse lixo todo que estão falando. Como comentei aqui semana passada, as expectativas podem influenciar positiva ou negativamente, e as minhas expectativas para esse filme eram zero, heu já sabia que ia ver um filme genérico. E Rebel Moon é exatamente isso, um Star Wars genérico – e cheio de câmera lenta.

Na verdade, o roteiro de Rebel Moon parece um fan film escrito por um adolescente que acabou de ver, pela primeira vez, Guerra nas Estrelas e Mercenários das Galáxias. Porque tudo no filme lembra Guerra nas Estrelas (tem até uma espada luminosa pra ser o sabre de luz!), e o desenrolar da história é o mesmo de Mercenários das Galáxias (que é a mesma história de Os Sete Samurais – uma vila pobre é atormentada por cruéis vilões, e uma pessoa da vila sai atrás de ajuda de samurais de outros lugares).

Em defesa de Rebel Moon, o visual do filme é muito bonito. A protagonista mora numa lua de um planeta com anéis, é muito legal em vez de ter uma lua no céu, ter um planeta enorme. É um filme vazio, mas pelo menos é bonito. Snyder deveria desistir de roteiro e focar só na direção de fotografia. Fica a dica!

Ah, sim, tem câmera lenta. Muitas vezes. Exageradamente. Mas, é uma das características do diretor. Reclamar de câmera lenta em filme do Zack Snyder é a mesma coisa que reclamar de lens flare em filme do JJ Abrams, ou de closes nos pés das atrizes em filme do Tarantino, ou de tudo estar simétrico em filme do Wes Anderson. Faz parte do pacote.

O elenco é ok. Sofia Boutella faz a protagonista, gosto dela, torço pra que ela consiga filmes melhores. Anthony Hopkins faz a voz do robô que aparece no início. Jena Malone faz a aranha gigante, está difícil de reconhecer. Uma curiosidade: é a primeira que Ed Skrein e Michiel Huisman trabalham juntos, desde que o segundo substituiu o primeiro como o Daario Naharis em Game Of Thrones. Também no elenco, Djimon Hounsou, Doona Bae, Ray Fisher, Charlie Hunnam, Cary Elwes e Cleopatra Coleman.

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo tem um problema bem comum hoje em dia, que é ter uma história sem fim. Parece que o filme inteiro é sobre o recrutamento dos “sete samurais”, e a história em si só deve começar no próximo filme. Acho ruim, mas é uma tendência cada vez mais recorrente. E o pior é que rolam boatos de que serão vários filmes e seriados nesse unviverso.

Agora, um problema que não é recorrente é essa mania de se fazer “versão do diretor”. Snyder já anunciou que em breve lançará outra versão. Caramba, se ele tinha luz verde da Netflix, por que não fazer uma única e definitiva versão???

O Convento

Crítica – O Convento

Sinopse (imdb): Após a misteriosa morte do Padre Michael, sua irmã, Grace, decide viajar até o convento onde ele vivia na Escócia para descobrir o que realmente aconteceu. Sem confiar na versão oficial da Igreja, ela investiga por conta própria.

Confesso que fui ver este O Convento (Consecration, no original), novo lançamento de terror, com a expectativa lá embaixo. Tivemos tantos filmes de terror ruins recentemente que achei que este era mais um pra lista. Mas, olha, a pouca expectativa ajudou. O Convento não é um grande filme, mas é menos ruim do que a média que temos recebido.

A direção é de Christopher Smith, que em 2009 dirigiu o bom Triângulo do Medo, um filme de viagem no tempo que costumo recomendar pra quem está atrás de filmes pouco conhecidos sobre o tema. Curiosamente, nunca vi nenhum outro filme do diretor.

Já comentei aqui outras vezes: quando um filme acaba mal, perde pontos; quando acaba bem, ganha pontos. O Convento é um filme mediano, mas que termina com um plot twist bem legal, e isso melhora a sua nota.

Triângulo do Medo deixava pontas soltas e depois resolvia, e o mesmo acontece em O Convento. Algumas coisas parecem sem sentido, mas rola um plot twist no final onde boa parte dessas coisas passa a ter sentido. (Algumas coisas continuam sem sentido, tipo o policial deixar a protagonista investigar sozinha uma cena de dois possíveis crimes, mas a gente releva.)

Além de ser um filme bem lento, O Convento traz outro problema: é um terror que não assusta. Não tem jump scare, não dá medo – e ainda por cima usa e abusa de todos os clichês do subgênero “terror religioso”. Pelo menos o cenário do convento na Escócia é bonito.

A protagonista é interpretada por Jena Malone (Sucker Punch, Demônio de Neon), que funciona para o que o filme pede. O único outro nome que heu conhecia no elenco é Danny Houston (Mulher-Maravilha, X-Men Origens Wolverine http://www.heuvi.com.br/x-men-origins-wolverine/), que está caricato como sempre – aliás, o personagem também é ruim. Também no elenco, Thoren Ferguson, Janet Suzman, Alexandra Lewis e Eilidh Fisher.

O plot twist deixa espaço para uma continuação, mas espero que não aconteça. Terminou bem, deixa quieto!

Demônio de Neon

Demônio de NeonCrítica – Demônio de Neon

Quando a aspirante a modelo Jesse se muda para Los Angeles, sua juventude e vitalidade são devoradas por um grupo de mulheres obcecadas por beleza, que assumirão todos os meios necessários para conseguir o que ela tem.

Filme novo do Nicolas Winding Refn. Essa informação é o suficiente pra gente saber qual é a do filme. Demônio de Neon (The Neon Demon, no original) segue EXATAMENTE a fórmula dos outros filmes do diretor dinamarquês.

Alguém aí não conhece os filmes de Refn? Já escrevi sobre seus três últimos filmes, Valhala Rising, Drive e Apenas Deus Perdoa. Olha só o que falei sobre este terceiro filme: “Quem viu Drive (e também quem viu Valhala Rising) sabe o que esperar: ritmo lento, poucos diálogos e muita violência gratuita. Apenas Deus Perdoa segue exatamente a mesma fórmula. E ainda repete Ryan Gosling quase mudo com sua cara de paisagem“.

Para o bem ou para o mal, todos os filmes de Refn são iguais. Um visual muito bem cuidado, mas num ritmo leeento, com atores blasé em um fiapo de história onde quase nada acontece.

Os seus fãs vão argumentar que o visual dos seus filmes é belíssimo. Ok, concordo. Realmente, a fotografia de Demônio de Neon é de cair o queixo. Pena que não existe uma história a ser contada. Conteúdo zero, mas com um belíssimo visual.

(Me lembrei de uma discussão que tive, no início dos anos 90, sobre Peter Greenaway. Um fã defendia sua obra pelo apuro visual; meu argumento era que Greenaway seria um ótimo diretor de fotografia e deveria trabalhar para outros diretores, melhores na arte de contar histórias. Usava como exemplo o Jean Pierre Jeunet, que sabia contar histórias interessantes e tinha um visual tão bem trabalhado quanto Greenaway. Só pra ilustrar meu ponto: em 1991, Greenaway lançou A Última Tempestade, enquanto Jeunet fez Delicatessen.)

O elenco tem alguns bons nomes, mas acho que não existe nenhuma boa atuação em um filme dirigido por Refn. Assim como em seus outros filmes, todos os atores têm um ar blasé e ficam com cara de paisagem durante as longas pausas que acontecem em quase todos os diálogos. Assim, um elenco com Elle Fanning, Jena Malone, Bella Heathcote, Abbey Lee, e pontas de Keanu Reeves e Christina Hendricks é desperdiçado. Ah, também tem o Karl Glusman, o protagonista de Love, acho que o cara gosta de se envolver em projetos polêmicos.

Por fim, queria saber de onde inventaram que Demônio de Neon é um filme de terror. Tem necrofilia, tem sangue. É bizarro. Mas não tem NADA de terror.

Vício Inerente

Vicio-InerenteCrítica – Vício Inerente

Filme novo do Paul Thomas Anderson!

Califórnia, 1970. O nada convencional detetive Larry “Doc” Sportello investiga o desaparecimento de uma ex-namorada.

Paul Thomas Anderson é um cara talentoso, que sabe trabalhar bem suas imagens. Por outro lado, é um cara lento, e seus filmes às vezes são longos demais. Mas, como ele é o diretor de Boogie Nights, um dos meus filmes favoritos, ele tem crédito comigo.

Vamos aos fatos: Vício Inerente (Inherent Vice, no original) tem seus bons momentos, mas, no geral, não é um bom filme. Me parece que Paul Thomas Anderson não fez um bom trabalho ao roteirizar o livro homônimo de Thomas Pynchon. Além da trama ser rocambolesca demais, algumas cenas e personagens parecem sem propósito – por exemplo, gosto do Benicio Del Toro, mas tire o seu papel e nada muda no filme (talvez funcione no livro, mas não aqui aqui no filme). Ou seja, a adaptação é confusa, e como o filme é longo (148 minutos), o espectador já está cansado antes da metade.

Pena, porque, como falei, Vício Inerente não é ruim. De positivo, temos uma excelente ambientação de época – os figurinos e maquiagens estão perfeitos, o filme realmente parece feito nos anos 70. A fotografia de Robert Elswit é outro destaque, com um pé no cinema noir.

O elenco também está muito bem. Joaquin Phoenix está ótimo como uma espécie de Wolverine hippie; Josh Brolin idem, com o seu policial bruto e esquisitão. Ainda no elenco, Reese Witherspoon, Katherine Waterston, Jena Malone, Owen Wilson, Eric Roberts, Martin Short, Joanna Newsom, Serena Scott Thomas, Maya Rudolph, Michael Kenneth Williams e Hong Chau, além do já citado Del Toro.

Pena que o resultado final é enfadonho. Acho que é melhor rever Boogie Nights

Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1

Jogos Vorazes 3.1Crítica – Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1

Estreou o penúltimo Jogos Vorazes!

Quando Katniss destrói os jogos, ela é levada ao Distrito 13, já que o Distrito 12 foi destruído. Ela conhece a Presidente Coin, que a convence a ser o símbolo da revolução, enquanto tentam resgatar Peeta da Capital.

Mais uma vez dirigido por Francis Lawrence (que, até onde sei, não é parente da Jennifer Lawrence), Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay – Part 1, no original) segue a franquia de sucesso comercial de livros escritos por Suzanne Collins. O título nacional do filme não é a tradução exata, mas desta vez foi uma falha do tradutor dos livros. O terceiro livro / filme deveria se chamar “Tordo”, e não “A Esperança”…

Assim como tem acontecido com franquias de sucesso de bilheteria baseadas em livros, o último livro foi esticado para virar dois filmes e gerar o dobro de bilheteria (o mesmo aconteceu, por exemplo, com as sagas Harry Potter e Crepúsculo). Claro, o resultado ficou prejudicado, a história não tem pique pra quatro horas de filme (serão dois filmes de duas horas cada). Se os dois primeiros filmes tinham quase duas horas e meia cada, talvez o terceiro livro virasse um bom filme de quase três horas. Do jeito que ficou, temos algumas sequências arrastadas e outras desnecessárias – por exemplo, pra que vemos Katniss visitando duas vezes o Distrito 12?

Apesar disso, Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 mantém o alto padrão de qualidade da franquia, e vai agradar aos fãs. Algumas partes são muito boas, gostei muito de toda a sequência do hospital, e é emocionante a cena em que Katniss canta.

O visual deste filme é mais sóbrio que os outros. A capital tem muitas cores, muitas roupas e penteados extravagantes, e aqui quase todo o filme se passa no espartano Distrito 13, o visual lembra o filme 1984 – e gera algumas boas piadas com a perua Effie.

Sobre o elenco, heu tinha uma grande curiosidade sobre o que ia acontecer com o personagem Plutarch, já que seu intérprete, Philip Seymour Hoffman, morreu antes de terminarem as filmagens. E o personagem aparece muito no filme! Li no imdb que Hoffman faleceu quando faltava uma semana para o término das filmagens, quase todas as suas cenas já tinham sido filmadas, e teriam alterado algumas páginas do roteiro para se adaptarem à ausência do ator. Funcionou: o público “leigo” nem vai reparar.

O elenco, como era esperado, é um dos pontos fortes. Jennifer Lawrence é carismática e uma grande atriz, e está num excelente momento da carreira – além de ser o principal nome de Jogos Vorazes e um dos principais de X-Men, ela ganhou o Oscar de melhor atriz em 2013 por O Lado Bom da Vida. E, além da volta de Philip Seymour Hoffman, Woody Harrelson, Elizabeth Banks, Donald Sutherland, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth e Jeffrey Wright, Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 ainda traz alguns novos nomes ao elenco, como Julianne Moore e Natalie Dormer. Só achei alguns personagens um pouco sub-aproveitados, como Sam Clafin (que pouco mostra a cara), Stanley Tucci (que só aparece poucas vezes pela televisão) e Jena Malone (que acho que só aparece por alguns rápidos segundos).

Se Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 fosse um filme só, tinha potencial para figurar entre os melhores filmes do ano. Mas assim, pela metade, se entrar num top 10 já está no lucro.

Por fim, preciso comentar algo que não me lembro se já tinha nos outros filmes: a melodia que assoviam com o canto do tordo é EXATAMENTE IGUAL ao tema de Romeu e Julieta composto pelo Nino Rota para o filme do Franco Zeffirelli de 1968. As mesmas quatro notas! Caramba, será que ninguém da produção se tocou do plágio?

Jogos Vorazes – Em Chamas

Crítica – Jogos Vorazes – Em Chamas

A continuação de Jogos Vorazes!

Depois de ganhar a 74ª edição dos Jogos Vorazes, Katniss Everdeen e Peeta Mellark saem na turnê dos vencedores, onde descobrem que revoltas começam a acontecer pelos distritos. O presidente Snow resolve criar então o “Massacre Quaternário”, nova edição dos jogos, onde só participam vencedores de outras edições. Assim, Katniss terá que voltar ao jogo.

O primeiro Jogos Vorazes foi uma agradável surpresa. Muitos achavam que o filme poderia ser um novo Crepúsculo, por ser mais uma franquia infanto-juvenil baseada em uma série de livros de sucesso. Mas o filme se mostrou sólido e muito melhor do que o filme do vampiro-purpurina.

Não li o livro, mas pelo que li por aí, Jogos Vorazes – Em Chamas segue fielmente a trama do livro de Suzanne Collins. A mudança foi na cadeira do diretor. Saiu o pouco conhecido Gary Ross, entrou o também pouco conhecido Francis Lawrence (será parente da Jennifer?), de Constantine e Eu Sou A Lenda. Gostei da mudança, Ross é adepto da câmera na mão, heu prefiro imagens menos tremidas de Lawrence.

A produção também melhorou bastante – segundo o imdb, o orçamento aqui foi de 140 milhões de dólares, contra 78 do primeiro filme. Se no filme do ano passado a gente teve monstros toscos no meio do jogo, aqui aparecem macacos muito bem feitos.

O elenco traz quase todos os que estavam no primeiro filme (menos Wes Bentley, porque seu personagem morreu). Jennifer Lawrence, ganhadora do Oscar de melhor atriz ano passado, mostra carisma e star power e parece muito à vontade com sua Katniss Everdeen. Josh Hutcherson e Liam Hemsworth voltam com seus personagens que têm como única função serem bonitinhos e criarem um triângulo amoroso com Jennifer; Woody Harrelson, Elizabeth Banks, Donald Sutherland, Lenny Kravitz e Stanley Tucci também estão de volta com seus personagens esquisitos que se vestem de maneira estranha. De novos rostos, temos Philip Seymour Hoffman, Jena Malone, Jeffrey Wright e Amanda Plummer, além do pouco conhecido Sam Claflin, mais um jovem bonitinho pra agradar o público feminino.

Um dos problemas do primeiro filme não acontece agora. Jogos Vorazes trazia crianças morrendo – sei que tem no livro, mas violência contra crianças não é legal nunca. Na continuação, só temos veteranos dos jogos, então não tem espaço pra crianças. Só adultos. Melhor assim, não?

O primeiro filme tinha uma vantagem: tinha uma história “fechada” – se não viesse uma continuação, sem problemas, porque o filme tinha início, meio e fim. Mas agora todos sabem que teremos a franquia inteira, então Jogos Vorazes – Em Chamas não tem fim…

Agora resta esperar a parte final. Que, mais uma vez, será esticada para virar dois filmes, como aconteceu com Harry Potter e Crepúsculo. Afinal, se a franquia de sucesso vai acabar, os estúdios querem ganhar duas vezes na bilheteria e no mercado de home video. Hollywood às vezes pensa que nem os políticos brasileiros: “a arrecadação não pode parar”…

p.s.1: Jogos Vorazes – Em Chamas está em cartaz nos cinemas brasileiros, mas no resto do mundo só estreia semana que vem. Estranho, não?

p.s.2: No fim do filme, uma coisa curiosa. No meio dos créditos, começou a tocar uma música em português. Achei que era uma falha do cinema, que teria parado o som do filme e colocado uma música qualquer. Que nada, olha a surpresa: tem CPM22 na trilha sonora do filme! Não sou fã de CPM22, mas achei bacana ver um artista brasileiro nos créditos de um blockbuster. Mesmo que seja só pra estar no cd oficial, já que não toca no filme…

Sucker Punch – Mundo Surreal

Crítica – Sucker Punch – Mundo Surreal

Oba! Filme novo do Zack Snyder (300, Watchmen) em cartaz nos cinemas!

Uma jovem garota, logo após perder a mãe, é internada em um hospício pelo padrasto. Lá, ela imagina uma realidade alternativa e usa isso como refúgio.

Filme do Zack Snyder, com várias meninas frágeis e bonitinhas, vestidas com muitos decotes, e empunhando espadas de samurai e armas de grosso calibre, em cenários viajantes e maneiríssimos, num roteiro que parece montado como fases de videogame? É, esse é um daqueles filmes que se tornam obrigatórios!

A história? Ué, precisa? Releia o parágrafo acima… 😉

O que chama a atenção em Sucker Punch – Mundo Surreal é o visual. Zack Snyder é um artesão de imagens, cada cena, cada ângulo, cada fotograma tem o visual bem cuidado. Uma exposição fotográfica com stills do filme já seria interessante de se ver.

Isso inclui todos os detalhes do filme. Cenários, figurinos, até as cores vistas na tela são pensadas para contribuir com o efeito – as cenas no “mundo real” têm cores diferentes daquelas nos “mundos imaginários”.

A história não é lá grandes coisas, inclusive, não gostei do fim do filme (apesar de achar interessante a mudança de foco). O objetivo do roteiro parece ser conseguir encaixar todas as cenas de sonho, que passeiam por diversos estilos, como filme de kung fu, guerra, fantasia e ficção científica. Assim, o filme consegue ter espaço para brigas de espadas, castelos com orcs e dragões e exércitos de zumbis nazistas.

(E, já que falei de vários estilos diferentes, durante os créditos rola um número musical, cantado pelos atores Oscar Isaac e Carla Gugino…)

Outra coisa que precisa ser citada é o bom uso da trilha sonora. As músicas em si não são nada demais, são músicas pop comuns. Mas existe uma perfeita sintonia entre som e imagem, como pouco visto no cinema hoje em dia. Melhor que muito videoclipe!

No elenco, nenhum nome do primeiro escalão. Ninguém faz feio, mas também ninguém será lembrado por grandes atuações neste filme. Das cinco meninas principais, talvez a mais famosa seja Vanessa Hudgens, estrela dos três High School Musical. Além dela, Emily Browning (O Mistério das Duas Irmãs), Abbie Cornish (Sem Limites), Jena Malone (Na Natureza Selvagem) e Jamie Chung (Gente Grande). Além deles, Jon Hamm e os já citados Oscar Isaac e Carla Gugino. E um papel menor e bem legal de Scott Glenn como o “homem sábio”.

Com mais forma do que conteúdo, Sucker Punch – Mundo Surreal não vai agradar a todos. Mas é imperdível para quem curte um bom visual!

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Se você gostou de Sucker Punch – Mundo Surreal, o Blog do Heu recomenda:
Watchmen
Scott Pilgrim Contra o Mundo
Alice no País das Maravilhas

Na Natureza Selvagem

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Na Natureza Selvagem

Seguindo mais uma sugestão, procurei este belo filme, Na Natureza Selvagem, que conta a história de um anti-herói usando cenários naturais deslumbrantes.

Quem nunca se imaginou chutando o balde e largando a própria vida para tentar uma nova, completamente diferente, em busca de respostas para questões internas?

Christopher McCandless fez isso. Aos vinte e poucos anos, recém formado na escola, abandonou a família, rasgou os documentos, doou todas as economias e saiu de mochila nas costas, sem rumo.

Dirigido pelo ator Sean Penn, Na Natureza Selvagem foi inspirado na história real de Christopher McCandless, que existiu de verdade e fez isso tudo isso de verdade.

Bem, acho que podemos analisar a saga de McCandless por dois ângulos opostos:

– Podemos admirar sua coragem, de largar tudo em busca de um sonho.

Ou…

– Na verdade ele foi egoísta e irresponsável. Um garoto jovem, inteligente, com família, casa, educação, e que joga tudo fora e sai por aí de maneira inconsequente.

(Claro que o filme opta pela primeira opção…)

O filme é um pouco longo (quase duas horas e meia) e o ritmo é lento. Mas em momento nenhum é chato. Pelo contrário, a história é envolvente. A história começa com a chegada de McCandless no Alasca, e a partir daí acompanhamos toda a sua trajetória através de flashbacks.

Como disse antes, os cenários são deslumbrantes. O filme foi inteiramente rodado em locações espalhadas pelos Estados Unidos. E o Alasca, onde a maior parte da trama se passa, foi visitado em quatro diferentes épocas do ano.

Ainda devemos citar a belíssima trilha-sonora composta por Eddie Vedder, que ganhou um Globo de Ouro por melhor canção e chegou a ser indicado ao Oscar de melhor trilha sonora.

O prestígio de Sean Penn conseguiu reunir um ótimo elenco. Emile Hirsch (que logo depois foi o protagonista de “Speed Racer”) chegou a emagrecer 18 quilos para o papel, além de dispensar dublês. Ainda temos no elenco William Hurt, Marcia Gay Harden, Jena Malone, Catherine Keener, Kristen Stewart e Vince Vaughn, entre outros.

Veja o filme e decida se McCandless foi correto e corajoso, ou se simplesmente desperdiçou sua vida…