Logan Lucky – Roubo em Família

logan luckyCrítica – Logan Lucky – Roubo em Família

Sinopse (catálogo do Festival do Rio): Os irmãos Jimmy e Clyde Logan acreditam que sua família sofre de uma terrível maldição, que justifica um azar financeiro que vem se estendendo por gerações. A fim de tentar reverter essa condição, eles decidem executar um ambicioso assalto durante uma corrida de automóveis da NASCAR, o maior campeonato de stock car dos Estados Unidos. No entanto, nem tudo sairá como o previsto.

O diretor Steven Soderbergh tem um jeitão de fazer “filmes pipoca” leves, onde grandes atores parecem que estão se divertindo. Isso acontece com este Logan Lucky – Roubo em Família (Logan Lucky, no original). Um bom elenco num filme divertido e despretensioso.

Um dos problemas aqui é a inevitável comparação com 11 Homens e um Segredo e suas continuações. Ok, Channing Tatum e Adam Driver são nomes badalados, mas acredito que Brad Pitt e George Clooney eram nomes mais fortes na época do outro filme. Mas, na minha humilde opinião, o pior problema é que o roubo deste Logan Lucky tem muitos furos. Um bom filme de roubo precisa trazer um plano mirabolante e que convença o espectador. O plano aqui parou no “mirabolante”.

Mas, como disse lá em cima, o elenco não deixa a peteca cair, e a fórmula soderberghiana segue fluindo. Afinal, não é todo dia que temos Channing Tatum, Adam Driver, Daniel Craig, Riley Keough, Katie Holmes, Seth MacFarlane, Katherine Waterston e Hilary Swank à disposição…

O resultado final não é lá grandes coisas, mas pelo menos vai divertir os menos exigentes.

Alien: Covenant

alien covenantCrítica – Alien: Covenant

Os tripulantes da nave colonizadora Covenant encontram um planeta remoto. O que antes parecia ser um paraíso inexplorado, torna-se uma ameaça além da imaginação.

Depois do decepcionante* Prometheus, mais uma vez Ridley Scott volta ao universo dos xenomorfos e face huggers.

Recapitulando: os dois primeiros (Alien, o Oitavo Passageiro, dirigido por Scott em 1979, e Aliens O Resgate, James Cameron, 86) são clássicos absolutos da ficção científica. O terceiro e o quarto filmes (David Fincher, 92; Jean Pierre Jeunet, 97) têm seus méritos, mas são bem inferiores aos dois primeiros. Na década de 00, tivemos dois Alien vs Predador, uma ideia que no papel parecia boa, mas que gerou dois filmes horríveis. Scott voltou à franquia em 2012 com Prometheus, e disse na época que seria uma trilogia prequel. Alien: Covenant (idem, no original) é o segundo filme desta trilogia.

Ter Scott na direção deveria ser garantia de qualidade, afinal, foi ele quem começou com isso tudo. Mas, mais uma vez, Scott fica devendo.

Alien: Covenant é melhor que Prometheus, mas ainda está bem abaixo dos dois primeiros filmes. Algumas falhas de roteiro presentes no filme anterior se repetem aqui – como é que astronautas entram num planeta desconhecido sem capacete, só porque tem oxigênio e nitrogênio na atmosfera? Ninguém pensou em vírus??? Além disso, a história tem uns papos cabeça desnecessários (pra que aquele prólogo?), e resolve responder perguntas que ninguém perguntou sobre os xenomorfos.

(Dois amigos críticos falaram muito mal, dizendo que Scott queria apagar o Aliens de James Cameron. Não entendi por esse lado.)

No fim, temos mais do mesmo. Li em algum lugar uma comparação com Sexta Feira 13 – vira um filme onde o monstro caça um por um. Ok, divertido, mas a gente já viu isso antes muitas vezes, né?

Se algo merece elogios, é a atuação de Michael Fassbender. O cara interpreta dois androides, e a gente consegue ver direitinho as diferenças entre os personagens. Em compensação, o resto do elenco fica devendo. Katherine Waterstone (Animais Fantásticos e Onde Habitam) falha na tentativa de entregar uma protagonista feminina forte (como Sigourney Weaver na quadrilogia ou Noomi Rapace em Prometheus). E gosto do Billy Crudup pelo Quase Famosos, mas ele tá péssimo aqui. Também no elenco, Danny McBride, Demián Bichir, Carmen Ejogo e Callie Hernandez, além de pontas de James Franco e Guy Pearce.

No fim, temos um filme que nem é ruim, vai agradar os menos exigentes. Mas heu gostei mais do Vida, mesmo sabendo que é quase um plágio do primeiro Alien…

* Revi Prometheus antes de ver Covenant, realmente é um filme com mais defeitos do que méritos. Mas preciso admitir que quando escrevi minha crítica logo depois de sair da sessão, falei bem do filme…

Animais Fantásticos e Onde Habitam

animaisfantasticosCrítica – Animais Fantásticos e Onde Habitam

O “novo Harry Potter”?

Nos anos 20, um magizoologista chega a Nova York com uma maleta onde carrega uma coleção de fantásticos animais do mundo da magia. Em meio a comunidade bruxa norte-america que teme muito mais a exposição aos trouxas do que os ingleses, ele precisará usar suas habilidades e conhecimentos para capturar uma variedade de criaturas que acabam saindo da sua maleta.

Na verdade, Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beasts and Where to Find Them, no original) não tem nada a ver com o personagem Harry Potter. J. K. Rowling, autora dos livros do Harry Potter, escreveu este livro como um prequel – se passa no mesmo universo (Hogwarts e Dumbledore são citados), mas a história é independente dos livros / filmes do famoso bruxinho.

Animais Fantásticos e Onde Habitam tem pedigree. O roteiro é da própria Rowling, e a direção ficou com David Yates, que dirigiu os quatro últimos filmes da franquia. Mas mesmo assim o filme não flui muito bem.

O filme até começa bem. Mas senti problemas de ritmo, o filme não envolve o espectador, não é como nos filmes do Harry Potter, onde o espectador embarca em uma viagem junto com os personagens. Temos bons momentos, mas a irregularidade é grande.

Outro problema é Eddie Redmayne, indiscutivelmente um grande ator, mas que aqui parece preso ao personagem Stephen Hawking que ele interpretou em A Teoria de Tudo. Redmayne falha em nos fazer torcer pelo protagonista. Principalmente porque o seu coadjuvante Dan Fogler funciona muito melhor…

Teve um outro problema, menor, mas que confesso que me incomodou um pouco. Os efeitos especiais que mostram os animais são muito bons – como era de se esperar. Mas em algumas cenas, os animais interagem com o protagonista. E, neste momento, senti falta de um animatronic, um boneco, algo real, onde o ator conseguisse tocar. Todas as cenas onde ele encosta nos animais são muito falsas.

No elenco, além de Dan Fogler, o outro destaque seria para Ezra Miller. E, se Eddie Redmayne fica devendo, Colin Farrell decepciona mais ainda, com um vilão bem fraco. Além deles, o filme conta com Katherine Waterston, Alison Sudol, Samantha Morton, Carmen Ejogo e Jon Voight. Ron Perlman está quase irreconhecível como um duende de dedos tortos; Johnny Depp mal aparece (mas deve voltar nos próximos filmes).

É, você leu direito. Próximos filmes. A ideia do estúdio é fazer cinco filmes. Esperamos que melhore no próximo, senão vai ser difícil de chegar ao fim…