Titanic

Crítica – Titanic

Hora de rever Titanic!

84 anos depois, Rose DeWitt Bukater, uma senhorinha de 101 anos, conta sua viagem no Titanic, desde o embarque até o naufrágio, e como conheceu e se relacionou com Jack Dawson, um passageiro de uma classe inferior.

O que falar hoje, 15 anos depois, de Titanic, um dos filmes mais vistos de toda a história do cinema?

Em primeiro lugar, existe a relação amor & ódio que acompanha o filme. Quase todo mundo viu este recordista de prêmios e de bilheteria – se não me engano, é dono da segunda maior arrecadação da história até hoje, quinze anos depois. E quase todo mundo encheu o saco. Daí a rejeição atual de boa parte das pessoas em volta – não sei vocês, mas a maioria dos meus amigos olhou torto quando disse que ia rever Titanic no cinema.

No fundo, essas pessoas estão erradas. Titanic é um filmaço!

Mas voltemos no tempo. Hoje a gente vê o sucesso que se tornou, mas antes da estreia, Titanic era uma grande – e cara – incógnita. Muita coisa deu errado durante a produção do filme, prazos e orçamentos foram estourados muito mais do que o aceitável, e muita gente apostava na falência iminente do diretor megalomaníaco James Cameron. Lembro de ler notícias na época, eram poucos os que acreditavam que Titanic pudesse escapar de ser um grande fracasso.

E o filme estreou, e ficou muitas semanas em primeiro lugar nas bilheterias. E depois veio a consagração com os Oscars. Na história de Hollywood, pouca gente conseguiu uma volta por cima como Cameron neste filme. Se antes tudo deu errado, depois tudo deu certo. Titanic é um épico grandioso, uma história romântica e um eletrizante filme catástrofe – tudo ao mesmo tempo.

A parte técnica é impecável. Cameron construiu um navio cenográfico quase do tamanho do Titanic original, onde foram feitas as filmagens do navio afundando – acredito que dificilmente ele conseguiria tamanho realismo em estúdio. Isso, aliado aos melhores efeitos especiais que a tecnologia de então permtia, criou um visual que continua impressionante até hoje.

Sobre o elenco, Titanic é daqueles filmes onde os atores assumem papel secundário, não tem espaço para grandes atuações. Mas pelo menos ninguém atrapalha. Muita gente fala mal do Leonardo DiCaprio, mas sou fã do cara, acho que ele é um dos grandes atores da sua geração. E Kate Winslet aqui teve sua grande porta de entrada para Hollywood, antes ela era uma atriz pouco conhecida (mas heu já era fã dela desde Almas Gêmeas!). Ainda no elenco, Billy Zane, Kathy Bates, Gloria Stuart, David Warner, Frances Fisher, Jonathan Hyde, Bill Paxton, Suzy Amis e Victor Garber.

A trilha sonora de James Horner é excelente, mas hoje sofre com o “trauma da Celine Dion”. A cantora canadense gravou uma música para o filme – que só rola nos créditos. Mas a música tocou MUITO na época do filme. A ponto de encher o saco! Aí, toda vez que toca aquele teminha na pan flute pá-rá-rááá, a gente lembra da Celine Dion e pensa NÃÃÃO…

Titanic é um dos maiores vencedores da história do Oscar. Até então, todos acreditavam que a marca de 11 estatuetas conquistadas por Ben-Hur em 1959 nunca mais seria alcançada (seis anos depois, em 2003, O Senhor dos Aneis – O Retorno do Rei seria o terceiro filme a ganhar 11 Oscars). Titanic ganhou os prêmios de melhor filme, diretor, direção de arte, fotografia, figurino, som, efeitos sonoros, efeitos especiais, edição, trilha sonora e canção (a tal música chata da Celine Dion). E ainda concorreu, mas não ganhou, a melhor atriz (Kate Winslet), melhor atriz coadjuvante (Gloria Stuart) e melhor maquiagem!

Ainda preciso falar do 3D. Existem dois tipos de filmes 3D, os que são filmados assim, e os que são filmados de maneira convencional e depois convertidos. Normalmente estes ficam mal feitos. Mas Cameron é perfeccionista, e conseguiu a melhor conversão já feita até hoje – o 3D está realmente muito bem feito. Heu é que não sou muito fã de filmes 3D…

Ainda preciso falar do Imax. Fui ver na tela gigantesca do Imax da Barra. A primeira metade do filme nem faz diferença. Mas a segunda metade – quando Titanic vira um filme catástrofe – aí sim é legal ver numa tela grande e com um som bom!

Último comentário: tinham muitos adolescentes perto de mim no cinema. Três meninos ao meu lado esquerdo estavam impacientes, me parece que estavam entediados pela longa duração do filme (mais de 3 horas). E do meu lado direito, um grupo de meninas – e uma delas passou a última meia hora do filme chorando copiosamente. Não aguentei e, numa das cenas mais tristes, soltei uma gargalhada por causa do exagero do choro… Tá, o filme é triste, mas não precisa de tanto, né?

No fim da sessão, saí do cinema confirmando o que já sabia desde 1997: Titanic é um filmaço!

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Meia Noite em Paris

Crítica – Meia Noite em Paris

Filme novo do Woody Allen!

Gil é um roteirista de relativo sucesso em Hollywood, mas quer largar essa vida, se mudar para Paris e escrever romances – decisão não apoiada por sua noiva. Apaixonado por Paris e pela década de 20, de repente Gil volta no tempo e passa a ter contato com personagens históricos, como Cole Porter, Ernest Hemingway, F Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Salvador Dalí e Luis Buñuel, entre outros.

Tem gente por aí dizendo que este é o melhor Woody Allen em muito tempo, mas não sei se sou a pessoa certa para falar sobre isso, já que, sei lá por qual motivo, não vi nenhum dos filmes que ele fez entre 98 e 2007 (mas tô em dia desde Vicky Cristina Barcelona!). Pelo menos posso afirmar que é o melhor entre os quatro últimos.  As situações geradas pelos encontros de Gil com as figuras históricas são deliciosas! Não conheço ninguém que saiu do cinema sem se imaginar em outra época, acho que esse culto ao passado é algo natural do ser humano.

Paris foi uma escolha perfeita para o cenário de Meia Noite em Paris. Que outra cidade conjugaria um passado tão rico em cultura com cenários atuais que não precisam de muitas adaptações? É um filme de viagem no tempo sem efeitos especiais aparentes!

No elenco, Owen Wilson surpreende. Normalmente associado a comédias dirigidas a um público mais, digamos, hollywoodiano, ele está perfeito aqui como o alter-ego de Allen. Se heu não o conhecesse  de filmes como Uma Noite no Museu, Marley & Eu ou a série Bater ou Correr, diria que é um ator sério… Ainda no elenco, Rachel McAdams, Michael Sheen, Marion Cotillard, Kathy Bates e um Adrien Brody hilário como Salvador Dalí. E, para os fãs de quadrinhos: Tom Hiddleston, o Loki de Thor, interpreta F Scott Fitzgerald aqui.

Meia Noite em Paris é divertidíssimo, mas tem um problema: pra curtir melhor as piadas, tem que conhecer as figuras históricas. Digo isso porque fui um dos únicos no cinema a rir da genial piada com o Buñuel e seu Anjo Exterminador – provavelmente rolaram outras piadas que não entendi porque não conhecia os personagens…

Enfim, vá ao cinema. E depois se imagine na sua própria Belle Époque!

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Idas e Vindas do Amor

Idas e Vindas do Amor

Alguns filmes deveriam vir com recomendações médicas. Este Idas e Vindas do Amor não é recomendado para diabéticos, devido ao alto teor de açúcar apresentado na tela!

A trama de Idas e Vindas do Amor limita-se a mostrar várias historinhas de casais no dia dos namorados gringo (14 de fevereiro). Para isso, temos um grande elenco estelar, cada um com apenas alguns momentos na tela. Momentos românticos e bobinhos. E previsíveis, muito previsíveis.

Idas e Vindas do Amor é previsível ao extremo. Conseguimos adivinhar quase todas as situações do filme. Pra ser sincero, acho que o único desfecho que heu não esperava era o da Julia Roberts.

Falei lá em cima em elenco estelar, não? Além da Julia Roberts, temos Anne Hathaway, Jessica Biel, Jessica Alba, Jennifer Garner, Kathy Bates, Jamie Foxx, Patrick Dempsey, Shirley McLane, Hector Elizondo, George Lopez, Topher Grace, Ashton Kutcher, Taylor Swift, Taylor Lautner, Queen Latifah, Eric Dane, Bradley Cooper, Emma Roberts, e ainda rola espaço para uma cameo não creditada de Jon Mantegna!

(Como fã da falecida série That 70’s Show, fiquei com pena do roteiro não mostrar Topher Grace e Ashton Kutcher juntos em nenhum momento!)

O americano Idas e Vindas do Amor lembra muito o inglês Simplesmente Amor, que tem mais ou menos a mesma estrutura e também conta com um elenco estelar. Na minha humilde opinião, o britânico é melhor…

Mas não adianta reclamar, afinal, quem vai ver um filme desses, deve saber o que está procurando. E, dentro do que ele propõe, o filme é até eficiente. Eficiente, bobinho e “fofo”. Sim, pode levar a namorada / esposa, que ela vai achar o filme fofo! 😉

Só achei esquisito não esperarem para lançar o filme em junho, perto do nosso dia dos namorados. Não acho que este estilo ia perder tanto com a pirataria se atrasasse apenas quatro meses…

Alice – Minissérie do SyFy Channel

Alice

Enquanto “Alice no País das Maravilhas”, a nova superpodução de Tim Burton, não chega aos cinemas (a data prevista para a estreia é 16 de abril), o canal SyFy resolveu mostrar uma nova versão da clássica história de Lewis Carroll, numa minissérie de apenas dois capítulos, com um total de pouco menos de três horas.

(Heu odiei este novo nome do canal, prefiro o anterior “SciFi Channel”!)

A trama lisérgica: Alice é uma jovem que acidentalmente cai através de um espelho e vai parar num mundo completamente diferente, onde um chapeleiro e um cavaleiro a ajudam num resgate.

A minissérie é baseada em dois livros de Carroll: Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho. Vou confessar que, no distante ano de 1989, heu li esses livros, emprestados de uma biblioteca, pois achava fascinante toda a “viagem” – parecia que o autor tinha tomado um ácido antes de escrever. Mas sou sincero, desde então, nunca mais dei bola, e me esqueci de quase tudo que tinha na história original…

Existe um elemento muito interessante e importante na trama da minissérie, que não sei se já estava na história original: as pessoas do nosso mundo são levadas para o País das Maravilhas, e suas emoções são drenadas e transformadas em chá! Achei isso genial!

O visual da série é bem legal. Alguns cenários são deslumbrantes, e os efeitos são excelentes. Aliás, algumas das cenas são tão legais que nem parece que estamos vendo algo feito direto para a tv. Parabéns, canal SyFy!

No elenco, os principais nomes não são muito conhecidos: Caterian Scorsone como Alice, Andrew Lee Potts como o Chapeleiro, Matt Frewer como o Cavaleiro Branco e Philip Winchester como Jack Chase. Mas temos alguns nomes famosos em papéis menores (e importantes): Kathy Bates e Colm Meaney como a Rainha e o Rei de Copas, Harry Dean Stanton como Lagarta e Tim Curry como Dodô. De um modo geral, todos estão bem. Alguns estão um pouco caricatos, mas isso faz parte do contexto. Gostei dos dois atores que acompanham alice, Potts e Frewer, ficarei de olho nesses nomes.

Tudo funciona muito bem até a parte final, quando Alice entra no cassino. Não sei o que aconteceu a partir daí, parece que houve um apagão com os roteiristas e várias coisas ficaram mal resolvidas e não foram explicadas. E, pra piorar, a última cena é um clichê tão óbvio que dá raiva! Pena, porque ia tudo tão bem…

Mesmo assim, recomendo para quem gosta de histórias malucas e viajantes!

O Dia em que a Terra Parou

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O Dia que a Terra Parou

Apesar da crítica, de um modo geral, ter detonado o filme,  sabe que gostei? Não vi o original – se vi, não me lembro. Então não posso comparar. Mas, pensando como um filme novo, funciona.

Um alienígena acompanhado de um imenso robô chegam à Terra. Sua missão? Avisar que ele está aqui para salvar o planeta. Mesmo que, para isso, seja necessário o extermínio da raça humana.

Jennifer Connelly é a cientista que ajuda o alienígena. Keanu Reeves interpretando Klaatu, um alienígena sem emoções, foi uma boa sacada. A ponta do John Cleese foi bem legal. Achei a Kathy Bates sub-aproveitada, acho que seria melhor um homem naquele papel, mas não chega a incomodar. A bola fora no elenco é Jaden Smith, o filho de Will Smith, como o enteado da Jennifer Connelly. O garoto é muito chato. E não gostei do excesso de merchandising – o que foi aquele close no copo de café do MacDonald’s???

Mesmo assim, a tensão inicial é interessante e os efeitos são eficientes. Quem não for muito exigente pode curtir o filme na boa. Pelo menos atá a parte final…

SPOILERS ABAIXO!
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O fim é totalmente incoerente. A Jennifer Connelly passa o filme inteiro tentando convencer o Keanu Reeves a dar uma segunda chance pros humanos. E quando ele concorda em fazer alguma coisa, eles são bombardeados pelo exército!

Se o filme tivesse um pouquinho de coerência, isso seria o argumento final pra acabar com a raça humana.

Mas… não! Ele vai embora e deixa todos vivos! Ora bolas, qual seria a interpretação militar pra isso? “O bombardeio deu certo!”

O fim correto seria morrer todo mundo. Nem todo bom fim precisa ser feliz…