Las Brujas de Zugarramurdi

zugarramurdiCrítica – Las Brujas de Zugarramurdi

Sem nenhum aviso na mídia, tem filme novo do Álex de la Iglesia na área!

Depois de um assalto que deu errado, os assaltantes (e o filho de um deles) fogem em um táxi em direção à fronteira da França, perseguidos pela mãe do garoto e por uma dupla de policiais incompetentes. Durante a fuga eles passam por uma cidade onde bruxas foram queimadas no passado, e acabam caindo nas garras de uma horda de bruxas.

Ok, sei que Álex de la Iglesia não é muito pop. Mas sou fã do cara, que fez, entre outros, Ação Mutante, O Dia da Besta, Perdita Durango e Crime Ferpeito. Não gostei muito de seu penúltimo, Balada do Amor e do Ódio, mas nada que manchasse seu bom currículo.

De la Iglesia tem um raro talento para mostrar humor negro. Seus filmes estão sempre na linha entre o engraçado e o aterrorizante, muitas vezes com um pé no grotesco. A bizarria também está presente em sua obra, mas (quase sempre) dentro do limite do bom senso.

Las Brujas de Zugarramurdi começa muito bem. A cena do assalto, protagonizada por artistas de rua com os corpos pintados tem um clima tenso e ao mesmo tempo engraçado. E a perseguição de carro que vem depois não deve nada a filmes americanos. E as bruxas andando pelas paredes são assustadoras!

Las Brujas de Zugarramurdi ainda tem uma vantagem sobre Hollywood: é mais crível um vilarejo que teve bruxas centenas de anos atrás na Europa do que nos EUA, né?

O filme tem um problema: a parte final é inferior ao resto. A música é longa demais, e o ritual cruza a linha do bizarro. Nada que estrague o filme, mas Las Brujas de Zugarramurdi seria melhor se mantivesse o clima do resto do filme.

O bom elenco, liderado por Hugo Silva, Mario Casas, Pepón Nieto e Terele Pávez, traz alguns nomes curiosos. Carolina Bang, aparentemente a atual musa do diretor, consegue ser sexy e assustadora ao mesmo tempo. Carmen Maura, antiga musa de Almodóvar, faz uma das principais bruxas (é seu terceiro filme com De La Iglesia). Macarena Gomez, de Sexykiller, faz a mãe que está na perseguição. E sabe aquele cara esquisito, magro, de braços e pernas compridas, o Javier Botet? Era o ator debaixo da maquiagem da Menina Medeiros de REC e do fantasma de Mama. Só não gostei de Santiago Segura e Carlos Areces, fazendo duas bruxas, mal aproveitados em papeis pouco desenvolvidos.

Las Brujas de Zugarramurdi não é pra qualquer um. Mas quem curte o estilo vai se divertir!

Dagon

Dagon

Alguns dias atrás montei aqui no blog um top 10 de filmes baseados em HP Lovecraft. No meio da pesquisa, descobri a existência deste Dagon, filme de 2001 que heu nunca tinha ouvido falar.

Dois casais estão curtindo férias em um barco na costa da Espanha, quando um acidente os faz procurar ajuda em terra. Ao desembarcar na sombria vila pesqueira de Imboca, eles descobrem que existe algo de errado com a população local.

Dagon foi dirigido por Stuart Gordon, o responsável pelas duas mais famosas adaptações cinematográficas de Lovecraft: Reanimator e Do Além. Aqui ele tem melhores efeitos especiais, o filme não tem a cara de trash que os dois filmes anteriores ganharam com o tempo. Além disso, o filme traz nudez e gore numa quantidade razoável. Não vai decepcionar os fãs.

Gordon conseguiu fazer uma boa adaptação. Inclusive, li declarações de fãs de Lovecraft dizendo que esta é uma das melhores adaptações já feitas.

No papel principal, Ezra Godden, coincidência ou não, bem parecido fisicamente com Jeffrey Combs, protagonista de Reanimator e Do Além. Deve ser proposital… Godden ainda trabalharia com Gordon em mais uma adaptação lovecraftiana, Sonho na Casa da Bruxa, de 2005. O resto do elenco não traz ninguém conhecido. Mas quem lê o blog (e vê os filmes que falo aqui) vai reconhcer a espanhola Macarena Gómez, de Sexykiller – Morirás por Ella, em um dos principais papeis femininos.

Infelizmente, Dagon não tem distribuição no Brasil… Viva os sites de download!

Sexykilller – Morirás por Ella

Sexykilller – Morirás por Ella

Divertido filme espanhol satirizando terror slasher. Bárbara é uma estudante universitária de medicina e ao mesmo tempo uma fria assassina serial!

Dirigido em 2008 por Paco Cabezas, Sexykiller é uma paródia, mas não uma paródia do mesmo estilo da franquia Scary Movie, que copiava alguns filmes específicos – coisa que foi feita no também espanhol Spanish Movie. Sexykiller até cita alguns filmes hollywoodianos, mas é uma história independente.

A exagerada e um pouco caricata Macarena Gómez é uma das melhores coisas do filme. Bonitinha, meio esquisitinha, sua Bárbara tem um gosto horroroso e kitsch para roupas e acessórios, lembra muito o Almodóvar antes do sucesso.

O roteiro traz boas sacadas, e ainda rolam zumbis no fim do filme! Boa opção para quem curte humor negro!