Operação Red Sparrow

Operação Red SparrowCrítica – Operação Red Sparrow

Sinopse (imdb): A bailarina Dominika Egorova é recrutada para a “Sparrow School”, um serviço de inteligência russo onde é obrigada a usar seu corpo como arma. Sua primeira missão, visando um agente da C.I.A., ameaça desvendar a segurança de ambas as nações.

Atômica, um dos melhores filmes do ano passado, mostrava uma espiã na Europa em cenas de ação de tirar o fôlego. Este Operação Red Sparrow (Red Sparrow, no original) também traz uma espiã europeia, mas é outro estilo de filme, totalmente diferente.

Dirigido por Francis Lawrence (que não é parente, mas que já dirigiu Jennifer Lawrence em três filmes da franquia Jogos Vorazes), Operação Red Sparrow é um filme lento, que foca mais no “jogo de xadrez” político do que na ação. Vai ter gente decepcionada.

(Depois da sessão de imprensa, ouvi alguns críticos reclamando que o trailer dava sinais de que a Jennifer Lawrence de Operação Red Sparrow seria quase uma Natasha Romanoff. Sorte que não vi o trailer…)

Baseado num livro escrito por Jason Matthews, um ex-agente da CIA, Operação Red Sparrow tem pouca ação, é um filme de espionagem à moda antiga, com uma trama complexa e algumas reviravoltas no roteiro. É um bom filme, mas tem problemas de ritmo, e a longa duração atrapalha. Se dessem uma enxugada o resultado seria melhor.

A parte do treinamento dos sparrows é uma das melhores coisas do filme – sedução se mistura com humilhação (física e psicológica). A gente sempre vê espiões no cinema usando sexo e sedução, aqui eles aprendem a usar isso – e de maneira fria. Taí, acho que heu veria um filme inteiro só com os sparrows – primeiro os treinamentos, depois a prática.

Retrato dos dias atuais: temos uma mudança da visão do comportamento sexual dos personagens. Décadas atrás, o sexo era muito presente nos filmes do James Bond, mas a gente tinha uma visão romântica disso. Dominika Egorova usa o sexo sem emoções, somente para conseguir seus objetivos.

As cenas de nudez da Jennifer Lawrence são um reflexo disso. Nas cenas de sexo, ela não mostra nada. Só mostra em cenas onde o “assunto” é poder e dominação.

O elenco é muito bom. Jennifer Lawrence é um dos maiores nomes do cinema contemporâneo, apesar de muita gente não gostar dela. E ela está acompanhada de um elenco de primeira linha, que inclui Joel Edgerton, Matthias Schoenaerts, Charlotte Rampling, Mary-Louise Parker, Jeremy Irons, Ciarán Hinds e Joely Richardson. Mas teve uma coisa que achei mal feita. Boa parte dos personagens são russos, e a produção decidiu deixá-los falando inglês, com sotaque. Ficou tosco…

Pelo hype, muita gente vai ver Operação Red Sparrow, mas tenho minhas dúvidas se muita gente vai gostar.

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

Crítica – Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

A continuação do divertido Red!

Frank Moses (Bruce Willis), agente aposentado da CIA, reúne novamente seu improvável time de agentes veteranos para procurar um dispositivo nuclear portátil escondido.

O grande barato de Red era ver um elenco de veteranos em cenas de ação. Parecia uma versão “adulta” de Os Mercenários – se aquele contava com os “velhinhos” Sylvester Stallone, Dolph Lundgren, Mickey Rourke e Eric Roberts, este tinha Helen Mirren, John Malkovich, Brian Cox e Morgan Freeman, um elenco sem dúvidas superior. E o resultado ficou excelente, chegou a figurar na minha lista de melhores do ano.

Mas… Será que existe fôlego para uma continuação com o mesmo pique? Infelizmente, não.

Assim como aconteceu com Mercenários 2, Red 2 ganhou alguns reforços interessantes no elenco. Morgan Freeman não está na continuação, mas por outro lado temos Anthony Hopkins, Catherine Zeta-Jones, David Thewlis e o coreano Byung-hun Lee (GI Joe) como o “garoto” da turma (ele já tem 43 anos…).

Mas o roteiro deste novo filme não ajuda. Não conheço os quadrinhos que deram origem ao filme, não sei se esta trama estava nos quadrinhos ou se foram só os personagens. Mas o roteiro aqui não só tem furos e sérios problemas de ritmo como ainda exige uma suspensão de descrença acima do normal.

Pra piorar, alguns atores estão mal aproveitados. John Malkovich, que era uma das melhores coisas do primeiro filme, aqui está mais comportado. Helen Mirren aparece pouco; Brian Cox quase não aparece…

Talvez um dos problemas seja a troca de diretor. Sai Robert Schwentke, que este ano fez o divertido RIPD; entra Dean Parisot, com extenso currículo na tv mas pouca coisa no cinema.

Assim, temos um filme divertido, mas só isso. E sentimos que havia potencial pra mais, muito mais…

E já foi anunciado um terceiro filme. Será que precisava?

p.s.: Só pra concluir a comparação com o outro filme de ação com veteranos: o primeiro Red foi melhor que o primeiro Os Mercenários. Mas esta continuação ficou abaixo daquela. E o terceiro Mercenários promete ser muito melhor que o terceiro Red

RIPD – Agentes do Além

Crítica – RIPD – Agentes do Além

Um policial recém falecido é recrutado para trabalhar no Departamento Descanse em Paz, uma espécie de agência que trabalha às escondidas na Terra, caçando mortos que se recusam a seguir seus destinos e continuam vagando pela Terra.

RIPD – Agentes do Além tem um problema básico: parece uma versão de MIB, mas com fantasmas no lugar dos alienígenas. Aliás parece uma mistura de MIB com Caça-Fantasmas. Mas… Quem me conhece sabe que não tenho nada contra a reciclagem de ideias, desde o resultado final fique bom. E isso acontece aqui: se RIPD não tem muita originalidade, isso é compensado pelo fato de ser um filme muito divertido.

Adaptado dos quadrinhos homônimos escritos por Peter M. Lenkov, RIPD – Agentes do Além é uma eficiente mistura de ação, comédia e ficção científica – um bom filme pipoca, uma montanha russa divertida e absurda. O diretor é Robert Schwentke, o mesmo de Red – Aposentados e Perigosos – coincidência ou não, outra adaptação de quadrinhos.

O elenco é um dos pontos fortes de RIPD – Agentes do Além. Jeff Bridges parece estar se divertindo muito como um velho xerife do velho oeste; já Ryan Reynolds interpreta o mesmo Ryan Reynolds de sempre. Kevin Bacon está bem como o vilão; Mary Louise Parker e Stephanie Szostak também estão bem como as principais personagens femininas. E James Hong (Blade Runner) e Marisa Miller têm papeis menores mas que geram boas piadas.

Os efeitos especiais são irregulares. Se por um lado temos algumas cenas fantásticas, como um efeito bullet time estendido quando o protagonista morre (não é spoiler, é logo no início do filme); por outro lado alguns dos mortos são tão malfeitos que parecem saídos de um filme trash!

A sessão para a imprensa foi em 3D. Algumas cenas usam bem o efeito, mas não acho algo essencial.

Enfim, boa diversão. Apesar de requentada.

RED – Aposentados e Perigosos

RED – Aposentados e Perigosos

A dama britânica Hellen Mirren, aquela que, há pouco, foi a Rainha da Inglaterra, empunhando uma metralhadora? Definitivamente, isso é uma coisa que a gente não vê todo dia!

Frank Moses (Bruce Willis), ex-agente da CIA, aposentado, leva uma vida pacata num típico subúrbio americano, de onde fica flertando ao telefone com a atendente do telemarketing do seguro social. Até que descobre que querem matá-lo. Frank resolve contra-atacar, e se une a velhos companheiros da sua época, todos “RED” – “Retired Extremely Dangerous” (“Aposentados Extremamente Perigosos”).

A princípio, pensei que seria algo no estilo de Os Mercenários, onde Stallone junta vários atores com a “idade vencida” para um filme de ação. Mas não, RED é muito mais do que isso. O elenco aqui é MUITO melhor! Se acompanhando Stallone estão Dolph Lundgren, Mickey Rourke, Eric Roberts, Jason Statham e Jet Li; ao lado de Bruce Willis estão Hellen Mirren, John Malkovich, Morgan Freeman, Brian Cox, Mary Louise Parker, Richard Dreyfuss e Ernest Bornigne! Um elenco assim faz diferença.

Bruce Willis faz o de sempre. Mas seus companheiros não costumam fazer este estilo de filme. John Malkovich, completamente alucinado, é um alívio cômico sensacional. Helen Mirren continua com a classe de sempre, mesmo quando revela “I kill people, dear” (“Eu mato pessoas, querida”). Morgan Freeman, com 80 anos, num asilo, ainda tem pique para ação. E Brian Cox, que não está no cartaz, também está ótimo como o veterano russo. E tem mais: o elenco “não veterano” também manda bem. Mary-Louise Parker, lindíssima com seus 46 anos, está engraçadíssima como a mulher “comum” que de repente se vê no meio de situações de alta periculosidade. E Karl Urban (o McCoy do novo Star Trek) manda bem como o antagonista agente da CIA. Isso porque não falei dos pequenos (e importantes) papeis de Richard Dreyfuss e Ernest Bornigne.

Dirigido por Robert Schwentke, RED foi inspirado na graphic novel homônima de Warren Ellis e Cully Hamner. Não li os quadrinhos, mas pelo que li na internet, estes são mais sérios. Felizmente, o filme pegou o caminho da galhofa. E assim, se tornou uma das mais divertidas opções do ano. Além de ser um bom filme de ação, RED traz tantos momentos hilariantes que pode também ser classificado como comédia. O cinema inteiro gargalhava o tempo todo!

Também preciso falar da excelente trilha sonora de Christophe Beck, usando uma espécie de soft jazz, meio lounge, meio rock, pontuando com bom humor todo o filme. Vou procurar o cd. E vou procurar mais trabalhos desse cara.

O roteiro não é perfeito, tem vários furos. Por exemplo, como é que um evento onde existe uma ameaça ao vice-presidente não usa câmeras de segurança e nem tem guardas em todas as saídas? Mas, se você não se ligar nesses detalhes, a diversão está garantida.

Boa opção pra quem quiser um bom blockbuster!

As Crônicas de Spiderwick

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As Crônicas de Spiderwick

De um tempo pra cá, estão aparecendo vários filmes infanto-juvenis. Com a tecnologia hoje disponível ficou bem mais fácil se criar mundos de fantasia, e além disso os filmes estão se vendendo bem nas bilheterias. Minha filha de quase 8 anos agradece!

Baseado nos livros homônimos de Tony DiTerlizzi e Holly Black, o filme As Crônicas de Spiderwick mostra Arthur Spiderwick, 80 anos atrás, catalogando todo um “universo invisível” de fadas, trolls, goblins e outras criaturas fantásticas num livro mágico. Já nos dias de hoje, um garoto, seu sobrinho neto, encontra o livro e agora tem que lidar com todas essas criaturas.

Freddie Highmore, que antes protagonizou Arthur e os Minimoys e a refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolates, é o grande nome aqui, interpretando os gêmeos Jared e Simon Grace. Detalhe: os personagens são gêmeos, mas não se parecem tanto assim; alguém desavisado pode pensar que são dois atores diferentes! Completam o elenco Sarah Bolger, Mary Louise Parker, Nick Nolte e David Strathairn, além das vozes de Martin Short e Seth Rogen.

À primeira vista, heu achei os goblins meio caricatos. Engraçadinhos e trapalhões demais, sabe? Mas aí me lembrei: estamos diante de uma fábula infanto-juvenil! É pra ser assim mesmo! E, tenho que reconhecer, no fim do filme os goblins engraçadinhos dão lugar ao grande vilão, o malvado ogro Mulgarath.

E, mesmo engraçadinhos, os efeitos especiais são um show à parte. Desde o simpático ser que vive na casa e protege o livro até todas as criaturas da floresta, incluindo até um grinfo que serve de meio de transporte.

Telvez os mais novinhos se assustem um pouco. Mas é uma boa opção se você tem alguma criança um pouquinho mais velha por perto. Mesmo que seja dentro de você…