Velozes e Furiosos 10

Crítica – Velozes e Furiosos 10

Sinopse (imdb): Dom Toretto e sua família são alvo do filho vingativo do traficante Hernan Reyes.

É complicado pra mim escrever um texto sobre um filme como o novo Velozes e Furiosos. Já tivemos outros dez filmes (não se esqueçam do spin off Hobbes & Shaw), e todo mundo já sabe o que virá no décimo primeiro filme da franquia. Quem curtiu os outros, vai se divertir com duas horas de “tiro porrada e bomba” bem filmados; quem não curtiu, vai passar longe dos cinemas. Então, num caso desses, qual é o papel do crítico? Bem, vou tentar levantar pontos positivos e negativos, apesar de não saber se isso vai significar alguma coisa na decisão do espectador.

Mas, antes de entrar no filme, preciso fazer uma crítica séria: assim como aconteceu com o recente Os Três Mosqueteiros, Velozes e Furiosos 10 não tem fim. Anunciaram que vão fazer uma trilogia que vai acabar no V&F12. Mas, essa informação não está no nome, nem no poster, nem ao menos no filme. De repente, o filme pára e sobem os créditos. Acho isso uma grande falta de respeito com o espectador.

Entrando no filme… Dirigido por Louis Leterrier (Carga Explosiva, O Incrível Hulk, Truque de Mestre), Velozes e Furiosos 10 (Fast X, no original) segue o mesmo estilo de “tiro porrada e bomba” e odes à importância da família. Isso tudo no meio de ótimas e inacreditáveis cenas de ação, e com um elenco de causar inveja.

As cenas de ação são muito mentirosas. Mas pra quem conhece a franquia, isso já era algo esperado. Cenas absurdas sempre aconteceram ao longo dos filmes. E o que importa aqui não é a veracidade das leis da física, e sim o quão bem filmada a cena é. E neste aspecto, Velozes e Furiosos 10 não vai decepcionar ninguém.

Agora, sobre o roteiro… Esse podia ter sido escrito com mais carinho. Vejo dois tipos de problema. O primeiro é o óbvio, que são os inúmeros furos de roteiro. Se heu fosse listar, o texto seria enooorme. Mas vou citar só um. Charlize Theron manja dos paranauês tecnológicos e coloca meia dúzia de guardas pra dormir. E fala “temos apenas 4 minutos”. E MUITA coisa acontece depois disso. E vou além: naquela super base não tinha nenhum guarda? Só aquela meia dúzia que estava no laboratório?

Mas esses furos são que nem as mentiras, coisas que a gente já sabe que vai encontrar. O outro tipo de problema me incomodou mais. A franquia cresceu e trouxe grandes nomes para o elenco. Mas tem aqueles personagens que já estavam antes, e ainda precisam de algo para fazer durante o filme, apesar de ser a parte do elenco que “ninguém se importa”. Aí rola uma trama paralela sem graça com os quatro personagens de menor star power, uma trama bem besta. Dá vontade de acelerar o filme pras outras partes onde tem quem realmente importa.

Outro problema. Paul Walker morreu. Mas seu personagem não morreu, segundo o histórico da franquia, ele foi seguir outra vida e se afastou. Mas, se o filme repete tanto o mantra da “família” e eles estão passando por problemas sérios, por que o personagem do Paul Walker é ignorado? Ninguém ao menos cita a sua existência ao longo do filme! Ok, a gente sabe que o ator não pode estar presente, mas o roteiro poderia ter ideias pra explicar isso.

Tem um outro problema, mas é mimimi meu. Parte do filme se passa no Rio de Janeiro, e temos uma nova personagem, brasileira. Por que chamaram a portuguesa Daniela Melchior para fazer a brasileira? Vejam bem, gosto da Daniela Melchior, ela fez um excelente trabalho em Esquadrão Suicida, mas, por que não chamar uma brasileira? Tem tantas boas atrizes por aqui!

(Ludmilla faz uma rápida participação, alguns poucos segundos. Não chega a atrapalhar.)

Tem uma coisa divertida para o público carioca, que é analisar a geografia da cidade. O local onde os carros de corrida se encontram parece o Arpoador. Até aí, ok, apesar de ser um local fechado para veículos, só pedestres têm acesso. Mas é curioso que depois é uma pista que não existe na Zona Sul – mas os prédios em volta continuam no mesmo cenário.

O elenco é fantástico. A franquia gera muito dinheiro. Existe um “clube do bilhão”, são 52 filmes que já alcançaram um bilhão de dólares na bilheteria, e dois dos V&F estão nessa lista – o V&F7 está em décimo primeiro lugar! Como todo esse potencial financeiro, claro que dá pra chamar elenco com grande star power. Não só temos vários astros do atual cinema de ação, como Vin Diesel, Jason Statham, John Cena, Jason Momoa e Dwayne Johnson, como ainda tem quatro atrizes ganhadoras do Oscar: Charlize Theron, Helen Mirren, Brie Larson e Rita Moreno. E todos os anteriores estão de volta: Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Ludacris, Nathalie Emmanuel, Sung Kang, Scott Eastwood e Joaquim de Almeida. Todos fazem o de sempre, o único destaque (positivo ou negativo) é Jason Momoa, que faz um vilão muito acima do tom. Teve gente que saiu da sessão de imprensa reclamando dele, mas heu achei ele caricato no ponto exato! Adorei o vilão com cara de desenho animado dos anos 90!

O filme é longo, duas horas e vinte e um minutos. Não, não precisava de tanto. Podia, por exemplo, cortar aquele núcleo dos atores sem star power. O filme ia ter meia hora a menos e ia ser bem melhor.

Tem uma cena pós créditos logo depois dos créditos principais. Se tem alguma lá no fim? Não sei. O cinema cortou os créditos no meio. Mas a assessoria disse que não tem nada depois. Se tiver, alguém me avisa?

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes

Crítica – Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes

Sinopse (imdb): Um charmoso ladrão lidera um improvável bando de aventureiros, que embarcam em uma jornada épica para recuperar uma relíquia perdida, mas as coisas dão perigosamente errado quando eles entram em conflito com as pessoas erradas.

Antes de tudo, preciso falar que nunca joguei nenhum RPG. Conversando com amigos que jogaram, descobri que esta é uma informação importante!

Em 2000 fizeram uma adaptação do jogo D&D, no filme Dungeons & Dragons – A Aventura Começa Agora. Provavelmente vi na época (não tinham tantos filmes lançados por ano, era mais fácil ver todos os lançamentos), mas não me lembro de absolutamente nada – nem se realmente vi o filme. Mas sei que foi um fracasso comercial. E provavelmente o grande sucesso de O Senhor dos Anéis nos anos seguintes ajudou a afundar possíveis novas adaptações com cara de filme de aventura da sessão da tarde.

Demorou, mas finalmente chegou aos cinemas a nova adaptação. Desta vez com orçamento de gente grande e com alguns grandes nomes no elenco. E o resultado foi positivo, Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes está bem longe de um épico como Senhor dos Anéis, mas é uma divertida aventura despretensiosa. Dificilmente o espectador vai sair decepcionado do cinema.

O roteiro e a direção são da dupla John Francis Daley e Jonathan Goldstein (A Noite do Jogo, Férias Frustradas e roteiristas de Homem-Aranha: De Volta ao Lar). Pelo passado dos diretores a gente já desconfia qual vai ser o clima do filme. Sim, Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes não chega a ser uma comédia, mas tem vários momentos bem engraçados.

Achei algumas saídas de roteiro meio forçadas, tipo quando eles não têm como seguir em frente e, do nada, descobrem que têm um cajado mágico que abre portais. Mas, uma amiga que joga RPG disse que essas coisas acontecem nos jogos, que às vezes surgem soluções absurdas e isso é algo comum pra quem está acostumado a jogar.

Quem me conhece sabe que curto planos sequência. Tem um aqui que é bem legal, que é quando a Doric está fugindo e virando diferentes bichos. Ok, entendo que boa parte da cena é cgi (se bobear, mais da metade), mas, mesmo assim, valorizo.

Outra coisa que gostei foi o visual quando o Simon coloca o elmo. Tudo em volta começa a se desmanchar. Taí, não me lembro desse visual em nenhum outro filme. Hoje em dia é raro a gente ver algo realmente novo, então parabéns à produção do filme. Pena que é uma cena curtinha, heu ia gostar de ver mais desse visual.

Os três principais nomes do elenco, Chris Pine, Michelle Rodriguez e Hugh Grant, têm papéis que são a cara dos atores. Por um lado, isso é bom, porque eles estão muito bem nos papéis; por outro, a gente meio que adivinha o que vai ver só quando vê quem é o ator. Também no elenco, Sophia Lillis, Justice Smith, Regé-Jean Page, Daisy Head e Chloe Coleman.

Existe um cameo na parte final que muitos brasileiros vão ficar com coração quentinho, mas não falo mais por causa de spoilers…

Por fim, queria falar mal do título brasileiro Se o título original é “Dungeons & Dragons: Honra Entre Ladrões”, por que diabos trocar “ladrões” por “rebeldes”? Principalmente porque, no filme, eles são ladrões!!!

Velozes e Furiosos 9

Crítica – Velozes e Furiosos 9

Velozes e Furiosos novo! Ninguém pediu, mas ninguém se importa!

Sinopse (filmeB): Dom Toretto está levando uma vida tranquila fora das pistas com Letty e seu filho, o pequeno Brian, mas sabem que a qualquer momento, isso pode mudar. Desta vez, uma ameaça forçará Dom a confrontar os pecados de seu passado e salvar aqueles que ele mais ama. Sua equipe se une contra uma trama mundial liderada por um assassino e motorista de alto desempenho: um homem que também é o irmão abandonado de Dom, Jakob.

Antes de tudo, preciso explicar a frase da introdução. na época do spin off Hobbes & Shaw a gente gravou um Podcrastinadores sobre a franquia, e durante a gravação a gente repetia diversas vezes “ninguém se importa”, porque a saga tem vários momentos onde tudo é feito de qualquer maneira, porque afinal, “ninguém se importa”. Foi uma gravação muito divertida, recomendo pra quem não ouviu!

Dito isso, preciso dizer que gosto da franquia – a partir do quarto filme. O primeiro Velozes e Furiosos é bom, mas é quase um plágio de Caçadores de Emoção. O segundo é fraco; o terceiro, pior ainda. Aí, no Velozes e Furiosos 4, abraçaram a galhofa, e os filmes passaram a ser absurdos e divertidos. São filmes de ação bem feitos, que nunca se levam a sério, e, principalmente, divertidos. E sempre lembro do lema da rede Luis Severiano Ribeiro: “cinema é a maior diversão”. Se sentei na poltrona do cinema e me diverti, tá valendo.

(Pra mim, Velozes e Furiosos é semelhante a 007 – bons filmes de ação, cheios de mentira e todos parecidos entre si. Mas isso é um assunto polêmico pra outro momento).

A direção está nas mãos de Justin Lin, que dirigiu o 3, o 4 e o 6, e que aqui entrega um filme tão absurdo e tão divertido quanto os últimos. Logo na parte inicial a gente tem uma sequência que mostra bem o tom do filme: uma perseguição que envolve carros, motos, helicópteros, artilharia pesada, e quando um carro vai passar por uma daquelas pontes suspensas, a ponte arrebenta e ele segue acelerando. Não faz sentido, mas… Ninguém se importa!

O novo vilão é o “irmão perdido” do Dominic Toretto. Por um lado isso é meio incoerente, porque um dos temas sempre repetidos na franquia é a importância da família – por que Dom não seguiria o próprio conselho? Bem, a justificativa dada pelo filme me convenceu. Mas, na verdade, o real motivo pra ter um irmão é porque Paul Walker faleceu, mas seu personagem não. Qual seria uma justificativa convincente pra trazer a Jordana Brewster de volta? Ora, o irmão sumido também é irmão dela. Assim ela tem motivo pra querer participar da aventura.

Agora, posso dizer que isso me convenceu, mas não dá pra dizer que o roteiro é bom. Nada faz muito sentido, eles precisam achar um artefato que está com um vilão malvadão, e tem um exército particular e também tem a Charlize Theron presa, e… É, nada faz muito sentido. Sorte que ninguém se importa!

Pelo menos as sequências de ação são bem feitas. A parte final, com os eletroímãs, é exagerada e também não faz muito sentido, mas é empolgante e muito bem filmada.

Preciso falar mal de duas coisas. A primeira é a duração do filme, são quase duas horas e meia, e tem umas partes cansativas no meio. Ok, entendo que a família é uma coisa importante, mas não precisa repetir tantas vezes, perdemos muito tempo nos dramas ligados ao tema.

A outra não sei se é spoiler, acho que não, porque está até no poster. Achei a volta do Han desnecessária. Nada contra o personagem, mas, na minha humilde opinião, se um personagem morreu, deixa ele morto. Sou contra essa ideia de ressuscitar personagens, porque acho que desvaloriza o fator morte. Han morreu no 3, mas ainda apareceu no 4 e no 5, que se passam antes do 3. E vamos combinar que a volta dele não era nada essencial para a trama, se ele não aparecesse, não só o filme não perdia nada como ainda seria um pouco mais curto.

Ah, sim, tem cena de carro no espaço. Absurdo, mas coerente com a saga. Quem reclamar disso tem que reclamar de todos os outros absurdos dos outros filmes.

Observações sobre o elenco. Vin Diesel, Michelle Rodriguez e Jordana Brewster fazem o de sempre. Dwayne Johnson e Jason Statham não aparecem no filme, mas John Cena serve como o grandão da vez (não, ele não atua bem, apenas disse que ele serve pro papel). Charlize Theron está maravilhosa como sempre, apesar de pouco aproveitada aqui. Kurt Russell aparece pouco, Gal Gadot aparece menos ainda (aparentemente a cena dela é tirada de outro filme). O destaque é pra Hellen Mirren, maravilhosa, que aparece em uma única cena, e transforma essa em uma das melhores cenas do filme. Também no elenco, Tyrese Gibson, Ludacris, Nathalie Emmanuel, Sung Kang e Thue Ersted Rasmussen

(Pra quem não sabe, Jordana Brewster é filha de uma brasileira, apesar de nunca ter feito nenhum filme aqui. Achei legal vê-la falando português em uma cena no fim do filme.)

Ah, tem uma cena durante os créditos, com gancho pro décimo filme. Claro que vai ter, né. Se vai ser bom? Ninguém se importa!

Alita: Anjo de Combate

Crítica – Alita: Anjo de Combate

Sinopse (imdb): Uma história cheia de ação da jornada de uma jovem mulher para descobrir a verdade de quem ela é e sua luta para mudar o mundo.

Opa! Filme novo do Robert Rodriguez! Ou será que é filme novo do James Cameron? Calma, explico.

Alita: Anjo de Combate (Alita: Battle Angel, no original) é baseado num mangá escrito por Yukito Kishiro. James Cameron anunciou interesse na adaptação em 2003, mas a produção atrasou por causa do Avatar (2009) e suas várias continuações (que estão previstas para serem lançadas em 2020, 2021, 2024 e 2025). Até que em 2016 foi anunciado que Robert Rodriguez assumiria a direção, dividindo o roteiro com Cameron (e com Laeta Kalogridis).

Mas, será que funciona a parceria entre um cara que costuma andar no limiar do trash e outro conhecido por uma produções megalomaníacas? Felizmente, a resposta é afirmativa!

Alita: Anjo de Combate chama a atenção logo de cara pelos efeitos especiais. A gente sabe que é um personagem digital, mas é um personagem tão perfeito que ao longo do filme a gente até se esquece disso. O trabalho de captura de movimento feito pela atriz Rosa Salazar é impressionante. Sei que é cedo, mas já arrisco dizer que estará no Oscar ano que vem.

Não só o personagem Alita, mas toda a ambientação distópica é muito bem feita. As sequências com o esporte do filme, Motorball (acredito que a semelhança com Rollerball seja proposital), também são muito bem feitas.

Sobre ser um filme do Robert Rodriguez ou não, a cena do bar (um dos melhores momentos do filme) tem a cara do diretor texano – arrisco a dizer que até a trilha sonora desta cena deve ter sido composta por ele (diferente do que acontece em quase todos os seu filmes, Rodriguez aqui não foi “multi tarefa”, seu maior orçamento até hoje tinha sido 65 milhões em Sin City 2; agora ele estava em um projeto de 200 milhões).

Infelizmente, nem tudo no filme é perfeito. Achei o par romântico desnecessário, e o ator Keean Johnson, que o interpreta, é bem fraquinho. Por sorte, o resto do elenco é muito bom: Christoph Waltz, Jennifer Connelly, Mahershala Ali, Ed Skrein, Jackie Earle Haley, Jeff Fahey e Eiza González. Li no imdb que tem Casper Van Dien e Michelle Rodriguez, mas não os vi. E o papel (não creditado) de Edward Norton nos dá a quase certeza de que teremos uma continuação.

Poizé, isso é ruim. Alita não tem fim, acaba com um gancho. Ainda acho que podiam ter fechado a história, mas é um mal comum nos dias de hoje…

Velozes e Furiosos 8

Velozes 8Crítica – Velozes e Furiosos 8

Quando uma mulher misteriosa seduz Dom a entrar no mundo do terrorismo e trair aqueles mais próximos a ele, seus amigos enfrentarão desafios que irão testá-los como nunca antes

Preciso confessar que sou fã da franquia Velozes e Furiosos. Sei que tem muita coisa forçada nos roteiros, sei que tem muitos clichês, mas curto as bobagens exageradas na tela. Principalmente porque são bobagens divertidas e muito bem feitas!

Dirigido por F. Gary Gray (Straight Outta Compton) Velozes e Furiosos 8 (The Fate of the Furious, no original) já mostra na cena inicial que não é pra se levar a sério. Num pega de rua, o “carro mais rápido da ilha” perde pra um calhambeque caindo aos pedaços, andando de marcha ré. E o resto do filme segue esta lógica (ou falta de), temos até uma cena que mostra “carros zumbis” que lembra Guerra Mundial Z! Só achei forçado coisas voltarem a funcionar depois de uma bomba de pulso eletromagnético… Forçou, né? 😉

Hoje em dia é comum vermos personagens femininas fortes (que bom!). Em filmes de ação temos visto várias mulheres entrando na porrada. Aqui é ainda melhor: a vilã é uma personagem forte, mas que usa a inteligência e não precisa brigar fisicamente com ninguém para ser temida.

Aliás, é curioso notar que uma franquia considerada “descerebrada” por boa parte da crítica, e que está lançando o seu oitavo filme, ainda tem moral pra incluir duas boas novidades no elenco: duas atrizes ganhadoras do Oscar. Charlize Theron, maravilhosa como sempre, é a grande vilã; Helen Mirren tem um papel pequeno, mas rouba todas as (poucas) cenas que aparece. É muito bom ver uma atriz veterana não se levando a sério!

Sobre o resto do elenco, é mais do mesmo. Velozes e Furiosos 8 reúne os três carecas fortões mais carismáticos de Hollywood. Mas se for pra destacar um, escolho Dwayne Johnson, que está no limite da galhofa o tempo todo, e é responsável por alguns dos melhores momentos do filme (e aí incluo uma partida de futebol feminino infantil!) – Vin Diesel e Jason Statham completam o trio principal. Também no elenco, Michelle Rodríguez, Kurt Russell, Nathalie Emmanuel, Tyrese Gibson, Ludacris, Elsa Pataky, Scott Eastwood e Luke Evans.

Ouvi críticas sobre a entrada de Jason Statham no grupo ao lado dos protagonistas – até o último filme, ele era o inimigo. Ok, realmente a transformação de inimigo para amigo podia ter um desenvolvimento melhor. Mas as justificativas do roteiro foram o suficiente pra mim.

Velozes 9 está previsto pra 2019. Tomara que tenha mais Helen Mirren!

Velozes e Furiosos 7

0-Velozes 7Crítica – Velozes e Furiosos 7

Depois de derrotar um terrorista inglês, Dominic Toretto e seus amigos deixaram a vida marginal de lado. Mas agora o irmão do terrorista quer vingança.

Duas grandes expectativas acompanhavam este sétimo filme da franquia Velozes e Furiosos: como fariam com o personagem de Paul Walker, que faleceu antes do filme ser concluído; e como o diretor James Wan se sairia fora do terror.

Primeiro, um aviso aos fãs do Paul Walker: Brian, seu personagem, está presente em todo o filme. Caleb Walker e Cody Walker, irmãos de Paul, serviram de dublês, e a produção usou cgi para colocar o seu rosto nos dublês. O filme já estava mais da metade filmado, nem dá para saber quais cenas foram feitas pelo ator e quais são com os dublês. A única cena que a gente sabe que foi com dublê é a última, a cena da despedida do personagem, uma bonita homenagem ao ator.

Sobre James Wan (o diretor de Jogos Mortais, A Invocação do Mal e os dois Sobrenatural): o cara mostra que também tem boa mão em cenas de ação. Com sequências repletas de adrenalina e bom humor, Velozes e Furiosos 7 (Furious 7, no original) é um dos melhores filmes da franquia.

Aliás, a franquia Velozes e Furiosos é curiosa. O primeiro filme é legalzinho, mas nada demais; o segundo é maomeno; e o terceiro chega a ser dispensável. O quarto filme melhorou o nível, mas ainda era muito sério; e a partir do quinto, não só manteve a qualidade como ainda rumou para a galhofa, tornando tudo mais divertido.

Wan confirma a tendência para a galhofa e o seu Velozes 7 às vezes parece uma comédia – carros voam mais de uma vez ao longo do filme! Os fãs vão se divertir, além de várias sequências absurdas, temos perseguições de carros, brigas, tiros e explosões, como nos outros filmes da série.

Outro destaque deste sétimo filme é Jason Statham, que apareceu para ser o melhor de todos os vilões da franquia. Statham é um vilão sensacional, o “ultimate badass” – não é qualquer um que convence dando porrada num cara do tamanho do Dwayne Johnson!

Aliás, o elenco é um dos pontos fortes do filme. Quase todos do sexto filme estão de volta aqui – Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez, Ludacris, Tyrese Gibson e Elsa Pataky – Gal Gadot e Sung Kang só aparecem em fotos e imagens de arquivo. E, além de Statham, o novo filme conta com outras boas adições ao elenco: Kurt Russell, Tony Jaa, Djimon Hounsou e Ronda Rousey. É quase um novo Mercenários

(É curioso notar que os três atores carecas e fortões são os mais carismáticos. Jason Statham, Vin Diesel e Dwayne Johnson são as melhores coisas do elenco.)

Não sei se teremos um oitavo filme. Mas olha, se mantiverem este nível, não me incomodo de ver mais!

 

Machete Mata

Crítica – Machete Mata

A esperada continuação do divertido Machete!

O governo norte-americano recruta Machete para voltar ao México para procurar um traficante de armas que quer lançar um foguete no espaço.

Quem me conhece sabe que sou fã do Robert Rodriguez. O cara dirige, escreve o roteiro, produz, edita, faz a fotografia, a trilha sonora e os efeitos especiais dos seus filmes. E não só tem um currículo com filmes excelentes como fez Um Drink no Inferno e Sin City, como ainda tem uma carreira paralela como diretor de filmes infantis.

Depois do projeto Grindhouse, feito em 2007 em parceria com o seu amigo Quentin Tarantino, onde fez um trash fantástico, Planeta Terror, ele parece que “abraçou a causa” do trash exploitation, e pouco tempo depois lançou o sensacional Machete (2010).

Claro que quem gostou de Machete ia querer rever o anti-heroi feioso. Por isso, a continuação Machete Mata (Machete Kills, no original).

E qual foi o resultado? Bem, temos pontos positivos e negativos pra analisar.

Em primeiro lugar, este é um filme propositalmente tosco. Li no imdb gente reclamando do cgi – entendi que o cgi foi intencionalmente mal feito, pra parecer uma produção B dos anos 70. E digo que, pra mim, funcionou – dei uma gargalhada alta na hora que o helicóptero explodiu, depois que eles pulam no barco. As atuações também são exageradas, tudo dentro do contexto “grindhouse”. O mesmo podemos falar da ridícula trama. Idem sobre a violência excessiva e caricata – o filme é violento, mas de uma maneira que a gente ri.

Ok, a gente aceita trama, atuações e efeitos toscos. Mas em alguns momentos o roteiro parece preguiçoso – por exemplo, não gostei da personagem de Amber Heard, a achei completamente deslocada. E definitivamente não gostei do fim – aliás, é bom avisar: Machete Mata não tem fim, acaba no gancho para o terceiro filme (assim como De Volta Para o Futuro 2 ou Matrix Revolutions).

Mesmo assim, o roteiro ainda traz algumas viradas inesperadas, alguns personagens morrem quando menos se espera… Apesar de trash, Machete Mata está longe do lugar comum.

E é aí que entra a genialidade de Robert Rodriguez. Machete Mata é trash, mas está longe de ser ruim. Detalhes aqui e acolá mostram que Rodriguez se preocupou em fazer um filme bem feito, apesar de parecer o oposto.

Detalhes como as inúmeras referências a outros filmes, desde Guerra nas Estrelas e 007 Contra o Foguete da Morte a referências ao próprio universo “rodrigueziano”, como o revólver em formato de pênis igual a Um Drink no Inferno, ou o personagem que fica cego como em Era Uma Vez no México. Ou ainda detalhes como o cuidado com personagens interessantes mas com pouco tempo de tela (como a personagem da Lady Gaga).

Ah, precisamos falar do sensacional elenco! Danny Trejo é o mesmo Danny Trejo de sempre, mas ele está (mais uma vez) acompanhado de um time invejável. Mel Gibson está ótimo com um vilão canastrão; Sofia Vergara arranca gargalhadas com seu sutiã-metralhadora. Demian Bichir impressiona com um personagem de múltiplas personalidades; Charlie Sheen (creditado com o nome de batismo “Carlos Estevez”) está excelente como o presidente dos EUA. Alexa Vega, a menininha de Pequenos Espiões, cresceu e mostra um corpão; Lady Gaga está engraçadíssima em sua estreia cinematográfica. Ainda no elenco, Jessica Alba, Vanessa Hudgens, Michelle Rodriguez, Amber Heard, Cuba Gooding Jr., Walton Goggins, Tom Savini, William Sadler e Antonio Banderas.

(Quase todas as mulheres aparecem com pouca roupa, mas o filme não tem nudez…)

Como falei antes, Machete Mata não tem fim, termina com o gancho para um terceiro filme, “Machete Mata no Espaço“. A ideia é legal, mas heu realmente preferia que o filme acabasse. Pelo menos o trailer é divertido…

Segundo o imdb, a data de lançamento no Brasil era pra ser dia 11 de outubro. Devia estar previsto para o Festival do Rio. Mas não passou no Festival. E não tenho ideia de quando estreia. Nem ao menos sei se vai estrear…

Enfim, se você gostou do primeiro Machete, vai se divertir com a continuação. E se você nem viu, acho que nem chegou no fim deste texto, né?

 

Turbo

Crítica – Turbo

Dreamworks novo…

Um caracol sofre um acidente, ganha super-poderes, e fica tão rápido quanto um carro de corridas. Agora ele quer seguir seu sonho de correr as 500 Milhas de Indianapolis.

Anos atrás, vimos uma revolução na indústria dos longas de animação. Surgiram duas empresas novas, a Pixar e a Dreamworks, que, cheias de boas ideias, elevaram a qualidade do então combalido mercado.

O tempo passou, a Pixar se firmou com vários filmes excelentes, enquanto a Dreamworks alternava entre momentos geniais e outros nem tanto. E, na minha humilde opinião, acho que agora, em 2013, temos o maior abismo entre as produções dos dois estúdios: enquanto Universidade Monstros é quase tão bom quanto Monstros S.A., Turbo ficou devendo.

Antes de qualquer coisa, é preciso uma suspensão de descrença muito grande pra se curtir Turbo. Assim como, para ver Universidade Monstros, temos que acreditar que existe um universo paralelo onde a energia é tirada de sustos de crianças, aqui precisamos acreditar que um caracol pode passar por uma transformação digna de um super-herói de quadrinhos e virar um corredor capaz de correr a 300 km/h. E que depois ele vai conseguir convencer um humano a inscrevê-lo nas 500 Milhas de Indianapolis. Até aí, tudo bem. Mas, daí a ele ser aceito numa corrida com regras reais, achei demais. Segundo o filme, qualquer um com 20 mil dólares pode se inscrever em Indianapolis, independente de ter um carro compatível com as regras da competição.

Além disso, os personagens coadjuvantes são fracos. Li por aí que a ideia da Dreamworks é fazer uma série de TV com eles, semelhante ao que fez com os pinguins de Madagascar. Na TV pode até que funcione, mas no filme, não rolou.

Talvez um dos erros de Turbo seja não se definir entre a narrativa muito infantil e algo mais adulto. Formiguinhaz e Bee Movie são atraentes para os pequenos, e conseguem agradar os pais, nem que seja pelos seus atores originais (quem dubla os protagonistas são, respectivamente, Woody Allen e Jerry Seinfeld). Turbo tem um grande elenco – mas não adianta ter um Samuel L. Jackson se o seu personagem é fraco.

Além de Samuel, o bom elenco conta com Ryan Reynolds, Paul Giamatti, Michael Peña, Michelle Rodriguez, Maya Rudolf, Bill Hader, Snoop Dog, Luiz Guzmán, Richard Jenkins e Ken Jeong, entre outros.. Vi a versão dublada, deu pena de perder todas essas vozes…

Enfim, Turbo pode até agradar os pequenos. Mas é uma grande decepção, vindo de um estúdio de onde saiu Shrek, Madagascar, Kung Fu Panda, Megamente e Monstros vs Alienígenas

Velozes e Furiosos 6

Crítica – Velozes e Furiosos 6

Depois do gancho no quinto Velozes e Furiosos, claro que teríamos o sexto, né?

Depois do bem sucedido golpe aplicado no quinto filme, Dom e Brian vivem confortavelmente, mas foragidos. O policial Hobbs pede ajuda para capturar uma quadrilha internacional. Se eles ajudarem, Hobbs promete o perdão da Justiça.

A franquia Velozes e Furiosos é curiosa. O primeiro filme foi legal, o segundo foi maomeno, o terceiro foi dispensável. Aí, no quarto filme, o elenco principal voltou e a qualidade melhorou. O quinto, filmado parcialmente aqui no Rio, foi bem divertido, talvez o melhor da série. E este sexto segura a onda e pelo menos mantém a qualidade.

Velozes e Furiosos 6 é um empolgante filme de ação, com pancadarias, tiroteios, explosões e, claro, muitas corridas de carro. Mas tem um problema básico: as mentiras chegam a um patamar que quase precisamos de uma suspensão de descrença do nível de um filme de super herois. Assim como aceitamos o Superman voando, temos que aceitar os fatos apresentados aqui.

Spoilers leves no parágrafo abaixo!

Já tinha lido pela internet piadas sobre o tamanho da pista de pouso da base militar. Como é que roteiristas escrevem uma cena tão longa onde um avião está em alta velocidade em uma pista de pouso??? Tem mais: aquilo era uma base militar. Onde estavam os militares? Por que todos eles sumiram? Ah, claro, o vilão nem teria chance de falar a ameaça para o mocinho, já que eles estava em uma prisão militar. Outra coisa: a sequência da cadeia nos EUA foi incoerente e dispensável – não seria tão fácil assim entrar e sair, e tudo isso não acrescentou nada à trama. Já o “vôo” de Vin Diesel é uma mentirada braba, mas gostei desta cena. Há tempos que heu não gargalhava tanto no cinema!

Fim dos spoilers!

Tem outro problema, meio óbvio: como é o sexto filme da série, tudo é previsível. Não tem como ser criativo a essa altura do campeonato, o filme vai seguir a receita que está dando certo. Mas não acho isso necessariamente ruim, um filme pode repetir uma fórmula e mesmo assim ser bom.

Mesmo com todos esses senões, admito que gostei do filme. Velozes e Furiosos 6 mantém a adrenalina lá no alto, com cenas eletrizantes, muito bem filmadas pelo diretor Justin Lin, um especialista na franquia (já é seu quarto filme da série). Lin não tem o “estilo Michael Bay”, e sua câmera não treme nas cenas de ação, conseguimos ver tudo.

Um dos trunfos de Velozes e Furiosos 6 é o elenco. Quase todo o elenco da parte 5 está de volta. E Vin Diesel e Dwayne Johnson são muito carismáticos, só a presença de ambos já é meio caminho para o sucesso, a gente até releva o fato de Paul Walker ser uma figura apagada. Além disso, este sexto filme traz a volta de Michelle Rodriguez, que tinha sido dada como morta no quarto. Ainda no elenco, Jordana Brewster, Gal Gadot, Luke Evans, Sung Kang, Tyrese Gibson, Ludacris, Elsa Pataky e Gina Carano, que mais uma vez mostra que não é boa atriz mas funciona porque bate bem. (Tego Calderon e Don Omar não estão aqui, e não fizeram nenhuma falta)

Resumindo: Velozes e Furiosos 6 é um filme muito divertido. Mas só se a gente deixar o cérebro de lado. E, importante: logo antes dos créditos, tem uma cena muito legal com um gancho para o sétimo filme. Saí do cinema pilhado para ver o próximo…

Resident Evil 5 – Retribuição

Crítica – Resident Evil 5 – Retribuição

Mais um Resident Evil!

Alice (Milla Jovovich) é capturada e levada para dentro de uma instalação da Umbrella. Para fugir de lá, terá que passar por vários estágios (que parecem fases de um videogame).

Quando soube que Resident Evil 5 – Retribuição estava pra estrear, resolvi fazer algo que todos deveriam fazer sempre antes de ver uma continuação: revi os quatro filmes anteriores. Só que neste caso em particular, não sei se foi a melhor coisa a se fazer, pois vi muitos defeitos que passariam em branco. Vou chegar lá daqui a pouco!

Primeiro, vamos ao que funciona. A parte técnica é impecável. Os efeitos especiais são de cair o queixo, todas as lutas são bem coreografadas, e a câmera lenta está inspiradíssima. Gostei até do 3D, apesar de atualmente não ter muita paciência pro efeito.

A série Resident Evil sempre foi boa em colocar mulheres bonitas lutando. Agora são várias (Milla Jovovich, Sienna Guillory, Michelle Rodriguez e Bingbing Li), e com roupas colantes de cheias de decotes. Fetichista ao extremo! Me lembrou Sucker Punch

Outra coisa: dos cinco filmes, este é o que mais tem cara de videogame. Cada cena parece uma nova fase do jogo. Só não sei se é igual ao videogame original porque nunca joguei.

Agora, vamos ao que deu errado…

O roteiro, apesar de ser escrito pelo mesmo escritor de todos os outros filmes, não faz o menor sentido. O quarto filme tinha um gancho empolgante, mas, assim como aconteceu entre o terceiro e o quarto filmes, o gancho logo foi esquecido e a história foi recomeçada do zero – como se nada tivesse acontecido, Alice acorda em um novo lugar e temos uma nova trama.

Também achei estranho o papo de usar clones, me pareceu uma desculpa pra tapar buracos no roteiro. Mas criou falhas na lógica: se uma Rain (Michelle Rodriguez) não tem nada a ver com a outra, como Alice sabe usar a linguagem de sinais para falar com a menina?

Outras coisas mudaram também e parecem erros de continuidade. Jill Valentine tinha cabelos pretos no segundo filme, mas reapareceu loura – fato que nos lembra que os cabelos de Alice eram mais claros nos primeiros filmes. Caramba, se é a mesma atriz fazendo a mesma personagem, por que não usar o mesmo cabelo? Isso porque não tô falando dos zumbis, que no primeiro filme eram lentos como os zumbis clássicos do George Romero, mas parece que contrataram um personal trainer e agora correm com o pique do Usain Bolt.

Falando em zumbis: o primeiro Resident Evil era um filme de zumbis; agora não mais. Aparecem alguns tipos de monstros, mas não sei se algum deles é um zumbi. Tem aqueles bichos que a boca se abre em quatro, tem aquele gigante com o machado, tem os soldados zumbis com metralhadoras, tem o monstrão grandão… E cadê os zumbis? Tão em outro filme…

A direção ainda é de Paul W.S.Anderson, o mesmo do primeiro e quarto filmes, e marido de Milla Jovovich. Na direção, ele faz um bom trabalho. Mas ele também é o roteirista, e nesta função, ficou devendo.

O elenco traz um monte de gente de volta de outros filmes da quadrilogia. Além de Milla, temos a volta de Sienna Guillory, Michelle Rodriguez, Oded Fehr, Boris Kodjoe e Colin Salmon, e novos papeis interpretados por Bingbing Li, Aryana Engineer, Johann Urb e Kevin Durand.

Com mais erros que acertos (na minha humilde opinião), este quinto filme se tornou o mais fraco de todos. E, pra piorar, termina com um empolgante gancho. Mas que sabemos que pode ser ignorado no sexto filme…