Sede Assassina

Crítica – Sede Assassina

Sinopse (imdb): Baltimore. Véspera de Ano Novo. Uma policial talentosa, mas problemática, é recrutada pelo investigador-chefe do FBI para ajudar a traçar o perfil e rastrear um indivíduo perturbado que está aterrorizando a cidade.

Em certos casos, não entendo qual é o critério para se decidir se um filme vai ser lançado no circuito ou se vai direto para o streaming. Porque de vez em quando aparece um filme “com cara de cinema” que é lançado direto no streaming. E o contrário também acontece, como é o caso deste Sede Assassina (To Catch a Killer, no original). Sede Assassina não é ruim, mas é tão genérico que às vezes parece que estamos vendo um episódio de série de TV tipo CSI.

A direção é do argentino Damián Szifron, autor do excelente Relatos Selvagens, de 2014. Infelizmente Sede Assassina está muito abaixo do seu filme mais famoso. Me lembrei de uma entrevista de um diretor brasileiro (não me lembro quem) que comentou sobre dificuldades quando filmou em Hollywood, ele disse que queria ensaiar com a atriz, mas ela só aparecia na hora exata das filmagens. Pensei que talvez Damián tenha tido problema semelhante.

Como falei, Sede Assassina não é ruim. A primeira parte, quando vemos os assassinatos acontecendo durante a queima de fogos, é muito boa. E tem uma sequência no meio do filme, quando o assassino mata um monte de gente num shopping, que é muito bem filmada – a gente acompanha a ação até quando ia começar o tiroteio, depois corta para a investigação policial e a partir daí vemos fragmentos do que aconteceu em flashbacks. Mas, fora isso, tudo é convencional demais. Já vimos isso um monte de vezes.

O elenco é ok. Os dois atores principais, Shailene Woodley e Ben Mendelsohn, estão bem. Jovan Adepo (Babilônia) é o terceiro nome do elenco, mas tem um tempo de tela bem menor; Ralph Ineson (A Bruxa, A Lenda do Cavaleiro Verde) tem um papel importante mas aparece pouco.

Pouco, mas pode agradar os que tiverem baixas expectativas.

Divergente

0-DivergenteCrítica – Divergente

Ué? Já tá na época de um novo Jogos Vorazes? Ah, é outro filme…

Em um futuro distópico dividido em facções baseadas em virtudes, uma menina descobre que é uma Divergente e por isso não se encaixa em uma única facção. Quando ela descobre um plano para matar todos os Divergentes, ela precisa descobrir por que estes são perigosos – antes que seja tarde demais.

Rótulos, rótulos. A mídia precisa de rótulos, fica mais fácil de vender. Com o sucesso da franquia Jogos Vorazes, apareceu o rótulo “jovens adultos” pra classificar aquela garotada que cresceu com o Harry Potter e, mesmo sem admitr, acompanhou a saga Crepúsculo.

Claro que fariam mais filmes na mesma onda, né? Assim como as três franquias citadas no parágrafo acima, Divergente também é baseado em uma série de livros, escritos por Veronica Roth.

Tudo aqui lembra Jogos Vorazes, até o cartaz. Mas a história do filme dirigido por Neil Burger (Sem Limites) está mais próxima de Matrix – o escolhido que pode destruir o sistema. Tudo isso, claro, numa trama cheia de clichês. Todos os eventos esperados estão lá, tudo no seu lugar, tudo bem previsível.

Não achei muita lógica nesta sociedade distópica – por exemplo, não tem nenhum velho na Audácia? Mas, para mim, o pior de Divergente foi a temática adolescente. Tanto que a revista Capricho oferece um teste para você saber qual facção pertenceria…

O elenco não está mal. Shailene Woodley e Theo James fazem o par principal, e têm tudo para virarem nomes mais conhecidos. Ashley Judd está bem, apesar de parecer mais velha do que é (ela faz 46 anos esta semana, mas aqui parece ter mais de 50). Kate Winslet tenta fazer uma vilã mas não consegue acertar o tom. Ainda no elenco, Ray Stevenson, Zoë Kravitz e Maggie Q.

Divergente não tem fim, claro, é uma série de três livros. Mas o pior não é ter um fim aberto, o pior é que a gente já consegue adivinhar o que vai acontecer no próximo filme. Tomara que façam que nem na franquia “prima” Jogos Vorazes e a trama se desenvolva por um caminho menos óbvio.