Gêmeo Maligno

Crítica – Gêmeo Maligno

Sinopse (imdb): Uma mãe tem que enfrentar uma verdade insuportável sobre seu filho gêmeo sobrevivente.

Tem filmes maomeno que terminam mal, e a gente termina o filme com sensação ruim. Este Gêmeo Maligno é o contrário, um filme maomeno, mas que termina bem, e isso funciona como se fosse um upgrade.

Apesar de parecer um filme americano, Gêmeo Maligno é uma produção finlandesa, filmada na Estônia. A direção é de Taneli Mustonen, vi no imdb que ele já fez outros filmes, admito que não conheço nenhum.

A história é meio arrastada. Uma família traumatizada pela perda de uma criança precisa reconstruir a vida em outro país. A gente já viu isso outras vezes, e em filmes melhores.

O meio de Gêmeo Maligno é bem confuso, o filme parece que não decide o que quer ser. Às vezes parece ir pra um caminho de filme de possessão demoníaca, outras vezes parece ser uma copia barata de Midsommar. E chega a cansar, quando estava lá pra dois terços de filme heu já estava meio de saco cheio. Mas a parte final traz um bom plot twist – admito que me pegou de surpresa, não imaginava que o filme iria por esse caminho. E adorei a cena final.

O único nome conhecido é Teresa Palmer (Quando as Luzes se Apagam), que está apenas ok. Barbara Marten, que faz a “velha louca”, tem um bom potencial, mas achei ela desperdiçada.

Mesmo assim, preciso reconhecer que Gêmeo Maligno não é um grande filme. A gente pensa no fim e repensa algumas cenas do meio. Não revi, mas algumas cenas parece que não se encaixam bem nessa nova ótica.

Pelo menos podemos ficar com o “copo meio cheio”. O plot twist salva.

 

Até o Último Homem

ate-o-ultimo-homemCrítica – Até o Último Homem

A história de Desmond Doss, religioso e pacifista, que serviu na Segunda Guerra Mundial, em Okinawa, e foi a primeira pessoa a ganhar a medalha de honra sem ter dado nenhum tiro. Baseado numa história real.

Mel Gibson se envolveu em polêmicas na sua vida pessoal e isso afetou sua carreira cinematográfica. Como falei no texto sobre Herança de Sangue, ele tem atuado em poucos filmes nos últimos anos. Digo mais: desde Apocalypto, de 2006, ele não dirigia.

Agora tudo indica que Gibson fará as pazes com Hollywood. Seu novo filme como diretor, Até o Último Homem (Hacksaw Ridge, no original), está concorrendo a 6 Oscars, incluindo melhor filme e melhor diretor – Gibson tem a chance de repetir o feito de igualar o feito de 1996, quando levou as duas estatuetas por Coração Valente.

Se Até o Último Homem vai ganhar algum Oscar, ninguém sabe. O que sabemos é que é um filmaço. Um dos melhores filmes de guerra dos últimos tempos.

As cenas de guerra são sensacionais. Arrisco dizer que desde O Resgate do Soldado Ryan não vemos cenas de batalha tão viscerais – são longas, detalhistas, violentas, e extremamente bem filmadas – o espectador se sente dentro da guerra.

Nem tudo é perfeito. Os japoneses são todos retratados como kamikazes sem sentimentos. Nada grave, mas já vi filmes de guerra menos maniqueístas. O protagonista ser endeusado no fim incomodou alguns críticos, mas achei coerente com o resto do filme.

No elenco, a surpresa positiva é Andrew Garfield, “o Homem Aranha que não deu certo“, que está muito bem – tanto que está concorrendo ao Oscar de melhor ator. Hugo Weaving e Vince Vaughn também se destacam.  Ainda no elenco, Sam Worthington, Teresa Palmer, Rachel Griffiths e Luke Bracey.

Ainda não vi todos os candidatos ao Oscar. Mas se La La Land perder pra Até o Último Homem, ninguém vai poder dizer que foi injustiça.

Quando as Luzes se Apagam

lights out - posterCrítica – Quando as Luzes se Apagam

Quando uma mulher descobre que seu meio irmão mais novo está passando pelos mesmos problemas que uma vez testaram sua sanidade, ela resolve desvendar o segredo que envolve uma entidade ligada à sua mãe.

Uns anos atrás surgiu no youtube o curta Lights Out, um videozinho de terror onde uma criatura aparecia quando uma mulher apagava as luzes do corredor. O vídeo viralizou e fez um sucesso enorme, o que gerou este longa, co-escrito e dirigido pelo mesmo David F. Sandler, realizador do curta.

Quando as Luzes se Apagam (Lights Out, no original) tem um conceito genial: a criatura que aparece nas sombras, mas que some quando a luz acende. Acho que este é um medo básico do ser humano, o medo do escuro, o medo de não saber o que está nas sombras, onde não conseguimos ver.

Neste ponto, o filme é muito bom. Sandberg consegue criar um clima ótimo usando uma fotografia cheia de contrastes entre claro e escuro. Digo mais: a criatura é assustadora, e o filme é uma montanha russa de sustos divertidos.

Alguns rabugentos vão reclamar que o filme é uma única ideia esticada. Ok, na verdade, Quando as Luzes se Apagam é basicamente o conceito do curta esticado num longa – tanto que o filme é curtinho, menos de uma hora e meia. Mas isso não me incomodou, justamente por ser um filme curto.

Se existe um problema é que o roteiro procura saídas óbvias em determinados momentos, tipo a personagem encontrar uma fita cassete no ponto exato que conta o que ela queria ouvir. Nada muito grave, muitos filmes usam este artifício. Mas temos que admitir que é um recurso preguiçoso.

O elenco está bem. Teresa Palmer tem carisma e talento para segurar o filme, e ainda tem uma inspirada Maria Bello ao seu lado. Também no elenco, Gabriel Bateman,  Alexander DiPersia e Billy Burke. Ah, Lotta Losten, a atriz do curta, aparece na sequência inicial.

Diferente da maioria dos filmes de terror, a história fecha no fim, não existe um gancho para um segundo filme. Mas não acho que ter um desfecho para a trama chega a ser uma notícia ruim. Só resta saber como vão fazer a provável continuação…

Meu Namorado É Um Zumbi

Crítica – Meu Namorado É Um Zumbi

Uma comédia romântica de zumbis? Será que é uma boa ideia?

Depois de um apocalipse zumbi, um zumbi se apaixona por uma humana. O envolvimento entre os dois acaba despertando uma reação em cadeia que o transformará, assim como os outros mortos-vivos.

Respondendo à pergunta: não, não é uma boa ideia. Quer dizer, pelo menos não funcionou aqui. Meu Namorado É Um Zumbi (Warm Bodies, no original) fica devendo.

Trata-se de uma adaptação do livro Sangue Quente, escrito por Isaac Marion. A direção ficou a cargo de Jonathan Levine, famoso por 50% – esse heu ainda não vi, apesar de ter um elenco que chama a atenção (Joseph Gordon-Levitt, Seth Rogen e Anna Kendrick).

A comparação com a série Crepúsculo é inevitável, principalmente se a gente lembrar que são adaptações de livros direcionados ao público adolescente. Até a mocinha Teresa Palmer lembra fisicamente a atriz Kristen Stewart. Bem, Meu Namorado É Um Zumbi não é um bom filme, mas pelo menos não é tão ruim quanto Crepúsculo.

Na minha humilde opinião, Meu Namorado É Um Zumbi tem dois defeitos básicos. O primeiro é a previsibilidade – logo cedo a gente já consegue sacar como vai terminar a história. O outro é a conclusão, que foge de qualquer lógica de zumbis. É muita forçação de barra rolar uma “cura” daquele jeito, é muita necessidade de se ter um final feliz romântico – mesmo que isso não faça o menor sentido.

Tem outro problema, mas acho que é mais do lançamento brasileiro do que do filme em si. Meu Namorado É Um Zumbi foi lançado por aqui como uma comédia. E é um filme sem a menor graça… (Aliás, 50% também foi vendido como comédia, apesar de parecer um dramalhão dos brabos).

No elenco, dá pena de ver um John Malkovich completamente desperdiçado. Atores têm que pagar as contas, né? Ainda no elenco, Nicholas Hoult, Teresa Palmer, Dave Franco, Rob Corddry e Analeigh Tipton.

Dispensável. Se quiser ver comédia com zumbis, veja Fido – O Mascote ou Todo Mundo Quase Morto.