A Noite das Bruxas

Crítica – A Noite das Bruxas

Sinopse (imdb): Na Veneza pós-Segunda Guerra Mundial, Poirot, agora aposentado e vivendo em seu próprio exílio, relutantemente vai a uma sessão espírita. Mas quando um dos convidados é assassinado, cabe ao ex-detetive descobrir mais uma vez o assassino.

Terceiro filme do Kenneth Branagh como Hercule Poirot. Branagh dirige e estrela cada um deles. Mas não são continuações, cada um é baseado em um livro diferente da Agatha Christie. A única coisa em comum é o protagonista.

Tive um problema com o primeiro filme, Assassinato no Expresso Oriente, porque me lembrava do final, lembrava justamente quem é o assassino, então metade do filme perdeu a graça. E o segundo filme, Morte no Nilo, não é tão bom, tem alguns problemas no seu desenvolvimento. Posso dizer que, dos três, gostei mais deste terceiro.

A Noite das Bruxas (A Haunting in Venice, no original) foi baseado no livro Hallowe’en Party, que nunca tinha sido adaptado para o cinema, apenas para a tv. A trama foi trazida do Reino Unido para Veneza. E, apesar do nome sugerir, A Noite das Bruxas não é terror. Mas tem alguns jump scares!

A trama desenvolve bem o whodunit*. Todos os personagens estão fechados dentro de uma casa enorme, isolados porque a chuva fez os canais transbordarem. Acontece um assassinato e Poirot precisa investigar. Claro, ao longo da trama descobrimos que todos têm motivo para terem cometido o crime.

Branagh combinou com a equipe técnica de não avisar ao elenco quando luzes piscavam ou portas batiam. Algumas das reações no filme são legítimas!

A fotografia é muito boa e sabe aproveitar bem as paisagens de Veneza e a mansão onde se passa o whodunit. A boa trilha sonora de Hildur Guðnadóttir (que ganhou o Oscar pela trilha de Coringa) ajuda a criar o clima.

No elenco, Kenneth Branagh manda bem como era de se esperar. Digo mais: seu Hercule Poirot está meio confuso ao longo da projeção, e ao fim do filme a gente descobre por que. Gostei da personagem da Tina Fey, gosto da atriz, gosto do nome “Ariadne”, e gostei de como a personagem tem camadas diferentes. O grande elenco também conta com Michelle Yeoh, Jamie Dornan, Kelly Reilly, Camille Cottin, Emma Laird, Kyle Allen, Ali Khan e Riccardo Scamarcio.

Noite das Bruxas é melhor que os dois filmes anteriores, mas o fato de ser um terceiro filme talvez afaste o público. E aí vai ficar a dúvida: será que Branagh aposentará o seu Poirot, ou será que veremos mais uma adaptação da Agatha Christie?

*Glossário: Whodunit é o estilo de história onde acontece um crime, a trama levanta vários suspeitos e o espectador é instigado a descobrir quem é o culpado.

Soul

Crítica – Soul

Vamos de Pixar?

Sinopse (imdb): Depois de conseguir o emprego de sua vida, um pianista de jazz de Nova York de repente se vê preso em um mundo estranho entre a Terra e a vida após a morte.

A Pixar deu azar com a pandemia. Em 2019, lançou Toy Story 4, e a previsão era dois longas pra 2020, Dois Irmãos (Onward) e Soul. Mas, na época do lançamento mundial de Dois Irmãos, veio a pandemia e o filme nem chegou a passar nos cinemas de alguns países – o Brasil estava nessa leva.

E o cinema entrou em compasso de espera, porque ninguém sabe quando poderemos ter salas cheias de novo.

Dois Irmãos saiu pelo streaming, e perdeu o “bonde do hype” (e nunca saberemos se a história seria outra se fosse lançado no cinema). Mas, com Soul, parece que o lançamento via streaming deu certo.

Antes de entrar no filme, queria falar que esse tema falou diretamente comigo. Já vivi essa situação de “quero viver de música, vou esperar a minha grande chance, e vou dar aulas enquanto isso não acontecer”. Felizmente posso dizer que hoje vivo feliz trabalhando com outras coisas e deixando a música como um hobby sério. Mas o Helvecio de 25 anos era bem parecido com o protagonista de Soul.

Vamos ao filme? Muita gente está comparando Soul com Divertida Mente – porque ambos trazem mundos paralelos ao nosso, mostrando o que seriam os bastidores de coisas da nossa vida – se um fala das emoções, o outro fala de antes e depois da nossa vida aqui nesse planeta. E a comparação tem lógica, afinal ambos os filmes foram dirigidos pelo mesmo Pete Docter (que ainda fez Up e Monstros S.A.).

Soul consegue criar todo um universo onde as almas se preparam para vir para a Terra. E, claro, como acontece na maioria dos limes da Pixar, temos um mundo visualmente rico, personagens bem construídos, e uma trama com momentos engraçadíssimos, ao lado de momentos onde a maior parte do público vai chorar de emoção.

O traço do desenho é fantástico. Nas cenas de Nova York, o traço é tão bem feito que às vezes parece que filmaram os cenários. E, pra contrastar com os desenhos perfeitos, temos alguns personagens – os “Zés” – que são feitos de uma única linha, sem profundidade. Ficou genial!

Só mais um comentário sobre o traço do desenho. Não me lembro de nenhum desenho animado onde vemos um piano sendo tocado de maneira tão perfeita. Você vê os dedos do personagem nas teclas do piano, a sincronia é perfeita!

Sobre a trilha sonora, a surpresa positiva foi descobrir que foi feita por Trent Reznor e Atticus Ross – dupla que fez a trilha de vários filmes do David Fincher, como Mank, Garota Exemplar, Millenium, A Rede Social (até ganharam o Oscar por este último). Heu já curtia as trilhas da dupla, mas não tinha ideia que seriam capazes de fazer uma trilha de jazz, e logo uma trilha tão boa. Afinal, eles são do Nine Inch Nails, que é uma banda de rock industrial e eletrônico.

Vi dublado, quando vi que os dois atores principais são Jamie Foxx e Tina Fey, deu vontade de rever legendado. Gosto muito de ambos. E entre as vozes originais, ainda tem a Alice Braga como um dos Zés!

Tudo Por Um Furo

0-Tudo-por-um-furoCrítica – Tudo Por Um Furo

1979. Demitido do programa que o deixou famoso, Ron Burgundy volta para Nova York para trabalhar no primeiro canal de notícias 24 horas.

Antes de tudo, preciso confessar que nunca vi o primeiro filme, O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy (Anchorman, no original), lançado em 2004. Mas podemos dizer que isso não é pré-requisito, dá pra entender tudo da continuação.

Dirigido pelo mesmo Adam McKay do primeiro filme, Tudo Por Um Furo (Anchorman 2, no original), é co-escrito e estrelado por Will Ferrell. Isso já indica o ponto fraco do filme: é um “filme do Will Ferrell”. São muitas piadas bobas e sem graça, baseadas apenas no suposto carisma do comediante. Isso não funciona – a não ser que você seja fã do cara.

Mas quem entra na sala de cinema já sabe disso. E a sorte é que Ferrell não está sozinho. Se as suas piadas são bobas (o trecho onde ele perde a visão é insuportavelmente chato), todas as cenas com o Steve Carell são engraçadíssimas. Brick, seu personagem, é imprevisível e gera situações completamente nonsense! E seu relacionamento com a Chani (Kristen Wiig) criou um dos casais mais engraçados dos últimos anos.

Tem mais: perto do fim rola uma cena de batalha campal, cheia de cameos, que é simplesmente sen-sa-cio-nal! Não vou dar spoilers aqui e estragar a cena. Mas te digo que, se o filme estiver chato, não vá embora. Saia da sala, dê uma volta, compre uma pipoca, e volte para ver o fim do filme!

Aliás, falando de elenco, Tudo Por Um Furo tem um elenco excelente. Além de Ferrell, Carell e Wiig, o filme conta com Paul Rudd, Christina Applegate, David Koechner, James Marsden, Dylan Baker, Meagan Good e Greg Kinnear, além de uma ponta de Harrison Ford logo no começo.

A ambientação de época também é muito boa, e a trilha sonora, repleta de sucessos do fim dos anos 70, também é excelente. Pena que o ego do Will Ferrell deve ser grande demais, e ele aparece tanto que cansa. A versão que veio para o Brasil tem 119 minutos, e diz a lenda que existe uma versão ainda mais longa, com mais cenas com Ferrell. Pena, deveria ter meia hora a menos. E mais do casal Carell / Wiig…

Ah, fiquem até o fim, tem uma cena depois dos créditos!

30 Rock – Series Finale

Crítica – 30 Rock – Series Finale

Acabou 30 Rock

Pra quem nunca viu, a série mostrava os bastidores de um programa no estilo do famoso Saturday Night Live. Falei sobre a série aqui: “30 Rock mostra os bastidores do TGS, um programa de humor ao vivo no estilo do Saturday Night Live. Acompanhamos a rotina de Liz Lemmon (Tina Fey), chefe dos roteiristas do programa TGS, as crises de suas estrelas Tracy Jordan (Tracy Morgan) e Jenna Maroney (Jane Krakowski), e seu relacionamento com seu chefe Jack Donaghy (Alec Baldwin).“.

30 Rock era uma sitcom diferente. Nunca teve claque – aquelas risadas artificiais que te avisam quando você deve rir, e que quase sempre ditam o ritmo das sitcoms. Ao contrário, o ritmo das piadas era bem acelerado, rolavam várias tiradas de humor completamente nonsense no meio dos diálogos, muitas tão rápidas que heu frequentemente voltava trechos pra “pescar” a piada.

30 Rock é criação de Tina Fey, que veio do Saturday Night Live, programa onde escreveu e atuou de 1997 a 2011. É complicado falar de Tina sem mencionar a série, conheço muito pouca coisa que ela fez fora daqui (ela escreveu o roteiro de Meninas Malvadas e estrelou Uma Noite Fora de Série). Espero vê-la mais por aí, tanto como atriz quanto como roteirista, depois destes sete anos de série, virei um fã do seu trabalho.

Sobre o elenco, acho que o grande nome é Alec Baldwin, ex-galã dos anos 80 que estava com a carreira em baixa, e aqui mostrou um excelente timing pra comédia, com seu Jack Donaghy frio e calculista e ao mesmo tempo extravagante. Baldwin inclusive ganhou vários prêmios pelo seu personagem, incluindo três Globos de Ouro, dois Emmys e sete Screen Actors Guild Awards (simplesmente um prêmio por cada temporada).

Outros atores “cresceram” com o sucesso da série. Por exemplo, Jack McBryer é uma das vozes principais de Detona Ralph; e Tracy Morgan estava ao lado de Bruce Willis no penúltimo filme de Kevin Smith, Tiras em Apuros.

Por ser uma série badalada, teve uma grande quantidade de atores famosos participando. Julianne Moore, Elizabeth Banks, Susan Sarandon, Matt Damon, Salma Hayek, Chloë Grace Moretz e James Marsden tiveram papeis secundários. E ainda rolaram participações especiais de James Franco, Steve Martin, Jennifer Aniston, Whoopy Goldberg, Jerry Seinfeld e Bryan Cranston, entre muitos outros.

O último episódio, duplo, foi emocionante, sem deixar de ser engraçado. Obrigado, Tina Fey, por sete anos de boas piadas!

Megamente

Crítica – Megamente

Finalmente, mesmo que tardiamente, vi Megamente! (chega de trocadilhos horríveis!!!)

O novo desenho da Dreamworks traz o super-vilão Megamente, que, quando finalmente derrota seu arquirrival Metro Man, fica entediado e resolve criar um novo heroi, Titan.

A primeira coisa que a gente lembra quando vê a sinopse de Megamente é Os Incríveis, desenho da concorrente Pixar. Mas aí a gente se lembra da principal diferença entre a Dreamworks e a Pixar: a primeira tem um humor mais irônico, mais cínico, mais adulto que a segunda (comparem Shrek com Monstros S.A.; Formiguinhaz com Vida de Inseto; Espanta Tubarões com Procurando Nemo). Megamente não parece Os Incríveis, parece uma sátira da história do Super-Homem! E é por aí mesmo, a premissa básica é: “e se fosse o Lex Luthor a cair na Terra no lugar do Super-Homem?”. Tanto que aparece um personagem homenageando o Marlon Brando, que fez o pai do Super-Homem no filme de 1978.

O roteiro, que teve palpites de Guillermo Del Toro e Justin Theroux (creditados como “consultores criativos”), às vezes é um pouco previsível, mas traz boas piadas. As citações a Super-Homem e a outros filmes (acho que vi o sr. Myagi!) acontecem abundantemente, como, aliás, é normal nas animações hoje em dia. Adultos podem curtir tanto quanto as crianças. Tem mais: a trilha sonora traz várias músicas de pop rock da época dos pais que vão levar os filhos. Aqui rola AC-DC, Guns’n’Roses, Ozzy Osbourne, Elvis Presley e Michael Jackson, entre outros.

As animações chegaram a uma qualidade técnica absurdamente bem feita nos últimos anos. E Megamente não fica atrás – as sequências da briga final são impressionantes! Pena que vi na tv, em casa, não pude nem ver os efeitos em 3D… Por outro lado, aproveitei pra ver a versão legendada – normalmente vejo os desenhos dublados com minha filha. No legendado, as vozes são de Will Ferrell, Tina Fey, Jonah Hill, Brad Pitt, David Cross e Ben Stiller. Com boa vontade, dá pra ver os atores através dos desenhos!

Megamente não é uma obra prima, mas não vai decepcionar quem curte desenhos animados. Nem quem curte boas comédias!

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30 Rock

30 Rock

A sitcom 30 Rock já está na quarta temporada e até agora nunca falei dela aqui no blog. Vou aproveitar o ótimo episódio da semana passada, a primeira vez que eles gravaram ao vivo, pra falar da série.

30 Rock mostra os bastidores do TGS, um programa de humor ao vivo no estilo do Saturday Night Live. Acompanhamos a rotina de Liz Lemmon (Tina Fey), chefe dos roteiristas do programa TGS, as crises de suas estrelas Tracy Jordan (Tracy Morgan) e Jenna Maroney (Jane Krakowski), e seu relacionamento com seu chefe Jack Donaghy (Alec Baldwin).

Tina Fey é o grande nome por trás disso tudo. Ela criou a série, escreve os roteiros, é uma das produtoras e ainda é a protagonista. Parabéns a ela!

Um dos méritos da série é ter personagens muito bem construídos. Liz Lemmon vive entre crises pessoais e com os colegas de trabalho; Jack Donaghy é um executivo à moda antiga, acostumado com extravagâncias; Jenna Maroney é a loura gostosa que não aceita ser deixada pra trás; Tracy Jordan é uma estrela de cinema completamente irresponsável. Os personagens secundários também são muito bons – sou fã do ingênuo caipira Kenneth, uma espécie de boy que é fã de tudo relativo à emissora.

A série coleciona prêmios. Ganhou três Emmys consecutivos de “melhor série de comédia”, e, só no ano passado, a série foi indicada para 22 Emmys, um recorde para um seriado de comédia num único ano. E Alec Baldwin deve estar sorrindo de orelha a orelha – depois de ter sido um galã nos anos 80 e 90, sua carreira estava em baixa, até que o seu Jack Donaghy lhe rendeu vários prêmios, incluindo três Globos de Ouro de melhor ator de comédia (2007, 2009 e 2010) e dois Emmys (2008 e 2009). Nada mal, não?

30 Rock goza de grande prestígio, e já teve várias participações especiais. Nas cinco temporadas, já passaram pelos estúdios do TGS nomes como Steve Martin, Salma Hayek, Jennifer Aniston, Whoopy Goldberg e Jerry Seinfeld. E, este episódio ao vivo contou com Matt Damon, Bill Hader e Julia Louis-Dreyfus, esta interpretando uma dublê de Tina Fey, numa piada genial. Aliás, é bom avisar: existem duas versões do episódio ao vivo, uma feita para a Costa Leste, outra para a Costa Oeste. É quase a mesma coisa, tem umas duas ou três piadas diferentes.

Boa opção para aqueles que curtem uma boa sitcom!

p.s.: O nome 30 Rock é uma referência ao endereço 30 Rockefeller Plaza, endereço do estúdio onde filmam o TGS. Mas não gostei, o nome ficou parecido demais com outra sitcom que sou fã, 3rd Rock From The Sun… Acho que é a única coisa que não gosto na série…

p.s.2: N0 mesmo ano 2006 que começou esta sitcom, começou também uma outra série com a mesma premissa – bastidores de um programa de humor ao vivo, no estilo do Saturday Night Live – era o Studio 60 on the Sunset Strip, estrelado por Mathew Perry, o Chandler de Friends. Só que o formato era outro, era drama, de quarenta e poucos minutos. Era uma boa série, pena que só durou uma única temporada…

Uma Noite Fora de Série

Uma Noite Fora de Série

Phil e Claire Foster são um casal comum de Nova Jersey. Até que uma noite resolvem mudar a rotina e ir a um badalado restaurante em Nova York. Mas são confundidos com outro casal e acabam envolvidos com bandidos, num esquema de chantagem que atinge um grande mafioso e um homem público famoso.

Diferente do que parece, Uma Noite Fora de Série (Date Night no original)não é uma comédia romântica. A química entre o casal protagonista funciona bem, mas estamos bem longe do humor típico do estilo. O humor aqui está mais para aquele tipo de comédia do cara errado no lugar errado.

A ideia lembra um pouco o divertido Depois de Horas, de Martin Scorsese, aquele onde Griffin Dunne não consegue voltar para casa e se mete numa roubada atrás da outra. Mas a trama de Uma Noite Fora de Série é mais linear – na verdade, os problemas encontrados pelo casal Foster ao longo de sua “noite de encontro” são consequências de seu primeiro ato.

O filme dirigido por Shawn Levy (diretor dos dois Uma Noite no Museu e da primeira refilmagem de A Pantera Cor-de-Rosa) é leve e divertido. Acredito que boa parte dos méritos se dão ao casal de protagonistas, a escolha de ambos foi muito boa. Steve Carell é conhecido do grande público, por comédias como O Virgem de 40 Anos e Agente 86. Tina Fey não é um nome tão famoso por aqui, mas ela faz um ótimo trabalho na sitcom 30 Rock, onde é roteirista e personagem principal.

E o filme não se resume aos dois. Co-estrelando, temos Taraji P. Henson, Jimmi Simpson e Common. E além destes, são vários os atores famosos fazendo pontas, como Ray Liotta, Mark Wahlberg, Mila Kunis, James Franco, William Fichtner, Mark Ruffalo, Kristen Wiig e Leighton Meester.

Uma Noite Fora de Série não vai mudar a vida de ninguém. Mas é uma boa opção para uma sessão de cinema descompromissada.

O Primeiro Mentiroso

O Primeiro Mentiroso

Imagine uma sociedade onde não existe a mentira. Todos dizem a verdade – sempre! Interessante, não? Pois este é o mundo onde se passa O Primeiro Mentiroso (The Invention of Lying).

Mark Bellison (Ricky Gervais) é um roteirista de cinema que um dia tem uma ideia genial: mentir! E como ele está num mundo onde TODOS sempre dizem a verdade, ninguém duvida dele…

(Aliás, é bom explicar: como funciona o cinema num lugar onde não existe a ficção? Fácil! São atores lendo livros de história!)

A ideia do filme é muito boa, e gera piadas sensacionais, como as propagandas de coca e pepsi. Mas acho que o diretor / roteirista / protagonista Gervais se perdeu no meio do caminho – de repente, o filme perde a graça.

Acho que poucas vezes foi tão claro ver o momento exato onde o filme se perde. Isso acontece na cena das caixas de pizza. A partir daí, o filme, antes interessante, fica bobo e enfadonho.

Pena, porque o elenco é bem legal. Temos Jennifer Garner, Rob Lowe, Tina Fey, Jonah Hill, Louis C.K., e ainda rolam pontas de Edward Norton (o policial) e Philip Seymour Hoffman (o barmen).

Assim, uma ideia boa foi desperdiçada. O Primeiro Mentiroso termina com piadas sem graça e um final óbvio de comédia romântica. Pena…

Meninas Malvadas

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Meninas Malvadas

Sou fã do seriado 30 Rock, sitcom escrita e estrelada pela Tina Fey, que conta os bastidores de um programa no estilo do Saturday Night Live (do qual a própria Tina participou). Quando soube que o roteiro deste Meninas Malvadas (Mean Girls no original) era escrito por ela, fiquei curioso pra ver – apesar de não ser muito chegado a comédias adolescentes…

Cady (Lindsay Lohan) é uma adolescente que passou a vida inteira morando na África, por causa do emprego dos pais, e nunca foi a uma escola convencional por isso. De volta aos EUA, já adolescente, tem que aprender a “sobreviver” na escola, onde os grupos sociais são separados. Lá, Cady fica entre dois nerds esquisitões e um grupo de patricinhas muito patricinhas.

Como era de se esperar, são vários os clichês, principalmente na formação dos personagens. Mesmo assim, o filme é divertido e flui bem. Pelo menos até a parte final – acho que o diretor Mark Waters perdeu a mão no momento que o livro com as fofocas é exposto (mas, mesmo assim, a cena do atropelamento é genial!).

De vez em quando Cady observa certos comportamentos sociais e os compara com a savana africana. São momentos muito divertidos!

Enfim, nada que vai mudar a sua vida, apenas uma boa e despretensiosa diversão!