Desaparecidos

Crítica – Desaparecidos

Versão tupiniquim (e vagabunda) de A Bruxa de Blair

Seis câmeras são encontradas, e explicam o desaparecimento de um grupo de jovens, que foi a uma festa em Ilhabela, no litoral paulista. O convite da festa era uma câmera de vídeo, que ligava e desligava aleatoriamente.

A premissa até que era boa, um filme nacional de terror com câmera subjetiva, no estilo “encontraram uma filmagem”. Primeiro filme de ficção de David Schurman, que dirigiu o documentário O Mundo em Duas Voltas, e que antes do filme criou contas falsas no Facebook e as atualizou durante um ano inteiro, até um suposto “evento” que seria a festa ocorrida em Ilhabela. Legal, a ideia era parecer que era de verdade.

Mas nada disso adianta se o filme não ajuda. Desaparecidos é ruim. Mas não é pouco ruim, é muito ruim!

Olha, heu queria gostar desse filme. Filme de terror nacional é artigo tão raro que quando aparece um, a gente tem mais boa vontade pra assistir. Mas no caso de Desaparecidos, fica difícil.

Pra começar, não existe nenhuma ideia nova aqui. Antes de ir para a floresta como em A Bruxa de Blair, as pessoas estão numa festa como em Cloverfield; rolam sustinhos pela câmera como em Atividade Paranormal; uma das vítimas parece ter saído de Cannibal Holocaust; e a última cena foi copiada de REC. Poxa, será que não dava pra gente ver algo diferente?

Mas, ok, de vez em quando vejo filmes sem nada de novo. Mas aí vem o outro problema: tudo é muito chato, muito confuso, muito desconexo. A primeira parte do filme é chata, porque nada acontece. Depois, fica chato, porque é só gritaria e correria na floresta escura. Alguém consegue se assustar vendo imagens escuras de galhos e folhas enquanto pessoas gritam?

Resultado: um filme de menos de uma hora e vinte, mas que demooora pra acabar…

Pra não dizer que nada há de se aproveitar, gostei de uma coisa. Costumo implicar com quase todos esses filmes de câmera subjetiva, filmados pelos personagens, porque em certas situações, o cara pararia de filmar para salvar a própria vida. Aqui não rola isso, as câmeras foram dadas pelos organizadores da festa, e ficam penduradas no pescoço, ou seja, os personagens teoricamente nem davam bola pro que estava sendo filmado. A única pergunta que fica é: e as imagens antes da festa? Como foram parar no filme? 😉

Por fim, fiquei triste de ver que Desaparecidos teve uma chance no circuito, enquanto A Noite do Chupacabras, muito melhor, não vai ser lançado nunca. Como o mercado é injusto!

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Categorias: Câmera Subjetiva, Nacional, Terror

Um comentou em “Desaparecidos

  1. Eu li sobre esse filme no Boca do Inferno,e eu fiquei com muita raiva disso,mas eu nem pensem nesse detalhe sobre as filmagens da festa,ela acaba com a unica ideia boa do filme,que são as câmeras penduradas no pescoço (a unica coisa que dava sentido ao filme,ainda mais se comparado com os filmes americanos do mesmo gênero,que bosta).Leia esse artigo Heu,só de ler a gente perde a pouca expectativa no filme,quando a gente percebe a incompetência do diretor,cara burro.
    Fazer o que,só o Zé do Caixão mesmo,para salvar as nossas almas,ironicamente,kkkkkkkkkkk.

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