Yesterday

Crítica – Yesterday

Sinopse (imdb): Um músico em dificuldades percebe que é a única pessoa na Terra que consegue se lembrar dos Beatles depois de acordar em uma linha do tempo alternativa onde eles nunca existiram.

A ideia era boa, mesmo para aqueles que, como heu, acham os Beatles uma banda superestimada. O que aconteceria se só uma pessoa conhecesse as músicas dos Beatles?

(Antes que me xinguem: reconheço a importância dos Beatles na história da música pop. Só não sou fã de toda a obra deles. Prefiro os Beach Boys, que têm importância semelhante, e músicas melhores imho. Pet Sounds é melhor que Sargent Pepers! :-P)

Bem, sendo fã de Beatles ou não, é inegável que todo mundo conhece as referências. Todos conhecem Let it Be ou Hey Jude. Yesterday (idem, no original) usa muitas dessas referências numa divertida colcha de retalhos de elementos da cultura pop.

A direção é de Danny Boyle, o que nos dá a certeza de um visual diferenciado. Mas achei que o filme tem mais a cara do seu roteirista, Richard Curtis (roteirista de Notting Hill e Bridget Jones, diretor de Simplesmente Amor e Questão de Tempo). Yesterday é o típico “feel good movie” que Curtis está acostumado a fazer. Quando acaba o filme, a plateia se sente feliz!

Uma coisa me chamou a atenção: a edição musical. Boa parte da trilha instrumental evoca temas dos Beatles. Alguns temas estão claros, mas outros são bem discretos, lá no fundo, quem não for ligado nos detalhes musicais nem vai reparar. Mas heu reparei, e achei uma sacada genial.

No elenco, o desconhecido Himesh Patel manda bem com seu personagem que não se sente bem com o seu “plágio” (as aspas são porque, se não existem os Beatles, tecnicamente ele não está plagiando ninguém). Detalhe: Patel canta e toca as músicas. Lily James mais uma vez está num filme que não é um musical, mas onde a música tem um papel fundamental (assim como Baby Driver). O cantor Ed Sheeran interpreta ele mesmo, enquanto Joel Fry faz um divertido alívio cômico. O ponto negativo está com Kate McKinnon, caricata no mau sentido – parece que ela está num esquete do Saturday Night Live. Por fim, Robert Carlyle faz uma ponta que vai deixar beatlemaniacos com olhos marejados; e Ana de Armas está nos créditos mas não está no filme – seu personagem foi cortado da edição final.

Recomendo! Mesmo pra quem não gosta de Beatles!

T2 Trainspotting

Trainspotting2Crítica – T2 Trainspotting

Vamos à continuação?

Depois de 20 anos fora, Renton volta para a Escócia e se reencontra com Spud, Sick Boy e Begbie.

Duas décadas depois, Danny Boyle volta ao universo do seu segundo filme, Trainspotting (1996). A boa notícia é que boa parte da galera que trabalhou no primeiro filme está de volta. Mesmo diretor, mesmo roteirista, mesmo produtor, mesmos quatro atores principais. Foi muito legal, não me lembro de outra continuação assim, que retoma uma história 20 anos depois, com toda a galera original.

T2 Trainspotting (idem no original) é parcialmente baseado no livro “Porno”, continuação do livro “Trainspotting”, escrito pelo mesmo Irvine Welsh. “Porno” se passa dez anos depois dos acontecimentos do primeiro filme. No novo livro, os personagens seriam viciados em pornografia em vez de heroína, mas o novo filme não segue exatamente isso.

T2 Trainspotting é cheio de referências ao primeiro filme, recomendo rever pra ficar fresco na memória. O estilo é o mesmo, temos a volta dos personagens e de alguns cenários, temos até vários trechos do filme de 96 – Kevin McKidd, por exemplo, só aparece em imagens “de arquivo” (quando vemos imagens da infância deles, são outros atores, claro; mas imagens da juventude são imagens deles mesmo na época do outro filme).

Por tratar de drogas, claro que o primeiro filme era pesado. Quando revi, tive uma bad trip com uma das cenas. Este novo é bem mais leve e divertido. Gostei da mudança no clima.

Claro que ter o elenco original fez diferença. Na época de A Praia, quarto filme do Danny Boyle, ele teria brigado com o seu “ator assinatura”, Ewan McGregor. Felizmente, eles fizeram as pazes, T2 Trainspotting não seria o mesmo se um dos dois não estivesse por perto. Robert Carlyle e Johnny Lee Miller hoje têm carreira na tv, mas conseguiram conciliar as agendas. E Ewan Bremner, o menos conhecido, talvez seja o melhor dos quatro neste filme. Ah, Kelly McDonald, que fazia um papel pequeno mas importante no filme anterior, faz o mesmo aqui. A única novidade no elenco principal é a búlgara Anjela Nedyalkova.

Será que daqui a 20 anos vamos rever os personagens sessentões?

Trainspotting – Sem Limites

TrainspottingCrítica – Trainspotting – Sem Limites

O filme conta as histórias de viciados em heroína que vivem num subúrbio de Edimburgo, Escócia, narradas do ponto de vista de um deles, que tenta interromper o vício mas sempre acaba retornando. Baseado no livro homônimo de Irvine Welsh.

Lembro do lançamento de Trainspotting – Sem Limites (Trainspotting, no original) nos cinemas brasileiros em 1996. O segundo filme de Danny Boyle (depois do ótimo Cova Rasa) já me fez virar fã deste novo e promissor diretor inglês. Vi na época do lançamento, anos depois comprei o dvd (tenho quase tudo do Danny Boyle). Aproveitei que ia ter uma continuação e revi o filme, que heu não via há anos.

O filme continua muito bom. Como usual na carreira de Boyle, o visual do filme é marcante. Edição cheia de cortes rápidos, trilha sonora alta, tudo acelerado lembrando linguagem publicitária. E tem tudo a ver com o tema do filme…

Em Trainspotting, Danny Boyle reuniu o time com quem tinha feito Cova Rasa: o ator Ewan McGregor, o produtor Andrew McDonald e o roteirista John Hodge (que ainda se reuniriam no filme seguinte, Por Uma Vida Menos Ordinária). O time se dividiu no filme seguinte, quando Boyle chamou Leonardo DiCaprio para fazer A Praia, mas voltaram vinte anos depois para a continuação T2 Trainspotting. (No total, até hoje, Hodge escreveu roteiros de seis filmes de Boyle; McDonald produziu sete).

Admito que hoje, que sou pai, uma certa cena do filme me incomodou muito mais do que vinte anos atrás, a cena do bebê morto. Entendo a cena no filme, mas acho que Boyle cruzou a linha. Preferia não ter visto daquele jeito, isso me causou uma bad trip…

No elenco, é curioso rever o início da carreira de nomes que hoje são grandes, como Ewan McGregor e Robert Carlyle. Também no elenco, Ewen Bremner, Jonny Lee Miller, Kevin McKidd e Kelly MacDonald.

Em breve falo aqui da continuação, T2 Trainspotting!

Steve Jobs

steve jobsCrítica – Steve Jobs

Um retrato do inventor e empresário co-fundador da Apple. A história se desenrola nos bastidores de três lançamentos de produtos icônicos.

Com roteiro de Aaron Sorkin (A Rede Social), a narrativa de Steve Jobs (idem, no original) é interessante. Em vez de uma cinebiografia clássica, onde acompanhamos a vida do biografado, o filme se divide em três momentos: os bastidores dos momentos antes dos lançamentos do Macintosh, em 84, do NeXT, em 88 e do iMac, em 98.

O elenco é muito bom – Kate Winslet acabou de ganhar o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante e ser indicada ao Oscar; Michael Fassbender também concorre à estatueta pelo filme. Também no elenco, Seth Rogen, Jeff Daniels, Michael Stuhlbarg e Katherine Waterston.

Steve Jobs tem alguns problemas. Michael Fassbender é um grande ator, é sempre um prazer vê-lo atuando, mas… Quando vi o filme, não vi o personagem Jobs na tela, só vi o ator Fassbender. Ok, o cara é bom, mas talvez fosse melhor ter um ator menos famoso, pra gente entrar mais facilmente no personagem.

Outro problema é que, como a narrativa só mostra três momentos distintos da carreira de Jobs, algumas coisas ficam sem explicação para quem nunca acompanhou o desenvolvimento da Apple – saí do cinema e fui catar no google mais informações sobre Apple II e NeXT…

Além disso, são muitos diálogos. Cansa ficar duas horas vendo um cara arrogante brigar com um monte de gente. Pelo menos o estilo pop de Danny Boyle ajuda no ritmo, com cortes rápidos, música alta e até projeções nas paredes do cenário.

Mas, no geral, acho que Boyle ainda nos deve algo mais semelhante ao seu início de carreira…

Cova Rasa

ROTULO COVA RASA (NOVODISC) 4.QXD_ROTULOCrítica – Cova Rasa (1994)

Hora de rever o primeiro Danny Boyle!

Três amigos dividem um apartamento, mas procuram uma quarta pessoa. O novo inquilino morre de overdose logo após a mudança, deixando uma mala de dinheiro em seu quarto. A vida dos três não será a mesma depois disso.

A primeira metade dos anos 90 trouxe várias boas novidades para o cinema pop. Uma delas foi esse tal de Danny Boyle, que anos mais tarde ganharia até um Oscar de melhor diretor por Quem Quer Ser um Milionário.

Cova Rasa (Shalow Grave, no original) traz um bom time, que se repetiria outras duas vezes (em Trainspotting e Por Uma Vida Menos Ordinária): Boyle na direção, John Hodge no roteiro, Andrew McDonald na produção e Ewan McGregor no elenco. (Hodge trabalhou seis vezes com Boyle; McDonald, sete)

(Na época do quarto filme de Boyle, rolou uma lenda que não sei se procede. Ewan McGregor iria fazer o novo Star Wars, então Boyle resolvera chamar uma estrela maior para seu novo filme – tipo “Ah, é? Já que você me trocou por um projeto maior, vou trocar você por um cara mais famoso”. Se é verdade ou não, não sei. O fato é que Leonardo Di Caprio estava no novo filme, A Praia – que foi um fracasso…)

Voltemos a Cova Rasa… Temos um bom estudo do comportamento humano – como uma mala cheia de dinheiro pode transformar as pessoas e o relacionamento entre elas. O recente Dívida de Sangue usou um argumento parecido, mas é bem inferior a Cova Rasa. que sabe desenvolver bem a trama e a transformação dos personagens.

Paralelo a isso tudo, Boyle já mostra o estilo que usaria ao longo de sua carreira: ângulos bem pensados, edição ágil, boa escolha da trilha sonora, violência moderada e bastante humor negro. Além disso, a fotografia é muito legal, a iluminação do sótão ficou fantástica.

Sobre o elenco: hoje uma grande estrela, Ewan McGregor era quase um estreante nessa época. Christopher Eccleston, considerado por alguns o melhor Dr. Who, também estava em início de carreira. Fechando o trio principal, temos Kerry Fox, que, na época, era quem tinha o maior currículo, mas que sumiu – coincidência ou não, ela fez uma cena de sexo explícito em Intimidade, de 2001, talvez ela tenha se queimado com isso.

Cova Rasa demorou a ser lançado oficialmente em dvd aqui no Brasil, mas hoje em dia é facilmente encontrável nas Lojas Americanas da vida. Vale ser revisto!

Sunshine – Alerta Solar

Crítica – Sunshine – Alerta Solar

Continuemos com ficção científica. Vamos de Danny Boyle?

No ano 2057, o sol está morrendo. A nave Icarus II leva uma missão com oito astronautas e uma bomba nuclear com a mesma massa da ilha de Manhattan para tentar “reiniciar” o sol.

Danny Boyle já tinha uma carreira sólida na época de Sunshine – Alerta Solar, com alguns bons filmes no currículo, como Cova Rosa, Trainspotting e Extermínio. Boyle tem um estilo característico, muitas cores, muitos cortes rápidos – seus filmes têm muito de linguagem publicitária. E ele conseguiu encaixar seu estilo numa ficção científica fora do eixo aventura-fantasia, como a maioria das fcs que chegam às telas.

Nesta terceira parceria com o roteirista Alex Garland (Extermínio, A Praia), Boyle conseguiu criar um ótimo clima tenso e claustrofóbico. Sunshine tem muito de 2001 (como um computador falante) e de Alien, o Oitavo Passageiro (como poucos passageiros em uma grande nave com algo misterioso escondido). Os efeitos especiais funcionam perfeitamente, e a trilha sonora também é muito boa.

No elenco, é curioso notar um coadjuvante que tem hoje muito mais star power do que na época do lançamento: Chris Evans, o Capitão América (e ex-Tocha Humana). Cillian Murphy está bem como o protagonista (repetindo a parceria com Boyle, que lhe deu sua primeira grande oportunidade na carreira com Extermínio). Ainda no elenco, Rose Byrne (Sobrenatural 1 e 2), Michelle Yeoh (O Tigre e o Dragão), Hiroyuki Sanada (Wolverine Imortal), Mark Strong (Sherlock Holmes), Troy Garity, Benedict Wong e Cliff Curtis.

Não gostei muito do fim, acho que o elemento sobrenatural enfraquece a trama original. Felizmente, não chegou a “estragar” o filme. Sunshine ainda é uma boa ficção científica “séria”.

p.s.: O desenho do capacete dourado, que eles usam para sair da Icarus, foi inspirado no capuz do Kenny, de South Park…

Extermínio

Crítica – Extermínio

Empolgado com Em Transe, fui catar outro Danny Boyle pra ver. Peguei os DVDs que tenho do diretor e escolhi este Extermínio, de 2002, depois de ficar balançando entre ele, Cova Rasa e Trainspotting.

Um vírus mortal se espalha e mata quase toda a população da Inglaterra. Quatro semanas depois, um homem acorda de um coma, sozinho, num hospital abandonado e precisa descobrir o que aconteceu e como sobreviver.

Como diz um amigo meu, Extermínio (28 Days Later, no original) é o “melhor filme de zumbis sem zumbis da história do cinema”. Explico: o filme não tem nenhum zumbi. São pessoas infectadas com uma mutação do vírus da raiva. As pessoas estão vivas, não tem nenhum morto vivo. Mas… O comportamento dos infectados lembra muito o comportamento dos zumbis de outros filmes. Com uma única diferença: aqui os “zumbis” correm, o que causa um efeito ainda mais assustador.

Danny Boyle fez Extermínio logo depois de A Praia, talvez o seu filme mais fraco. E aqui ele se redimiu. Boyle usa seu estilo de cortes rápidos, cores fortes e música alta para fazer um filme tenso, um excelente misto de suspense com terror.

No início do filme, foi usado um artifício muito interessante: temos várias tomadas de Londres sem absolutamente ninguém nas ruas. Isso ajuda a criar o convincente clima de fim de mundo – uma coisa é você ver um cenário desconhecido desolado; outra coisa é mostrar devastada uma das maiores cidades do mundo.

Boyle filmou usando câmeras digitais – lembro que Extermínio é de mais de dez anos atrás, as câmeras digitais daquela época eram diferentes das atuais. As escolha pelas câmeras digitais foi pelo motivo estético, pra dar um ar de documentário; e também pela praticidade para filmar rapidamente e aproveitar cenários vazios.

Como de costume em bons filmes de zumbi, o melhor aqui não são os zumbis, e sim as relações humanas no mundo pós apocalíptico. O filme é violento e tem um pouco de gore, mas boa parte da violência é entre humanos, não tem nada com os infectados.

No elenco, Cillian Murphy, na época um rosto desconhecido, está muito bem. Naomie Harris (que estava no último 007) também manda bem como a “mocinha”. Ainda no elenco, Brendan Gleeson, Megan Burns e Christopher Eccleston.

Agora tô na dúvida sobre qual será o próximo da “fila”: Cova Rasa, Trainspotting ou Extermínio 2

p.s.: Por favor, não confundam este filme com o 28 Dias, da Sandra Bullock, lançado dois anos antes!

Em Transe

Crítica – Em Transe

Filme novo do Danny Boyle!

Um homem que trabalha em leilões de peças de arte acaba envolvido com uma gangue responsável pelo roubo de quadros e com uma hipnoterapeuta.

O diretor Danny Boyle tem uma carreira peculiar. Seus filmes pouco têm a ver um com o outro – o que têm em comum Quem Quer Ser um Milionário?, Trainspotting, Sunshine – Alerta Solar e Caiu do Céu?. Mas, por ter um estilo marcante de filmar – edição com cortes rápidos, fotografia com cores fortes, trilha sonora alta e marcante – sua filmografia apresenta uma certa unidade.

(Aliás, falando em versatilidade, Boyle foi o responsável pela cerimônia de abertura das últimas Olimpíadas, em Londres…)

Em Transe (Trance, no original) é mais um filme diferente na sua versátil filmografia. Desta vez, Boyle apresenta um thriller com reviravoltas na trama. Em Transe é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber antes, melhor. Por isso, vou tomar cuidado para não soltar spoilers. Só vou adiantar que a trama é bem construída, e nem tudo é o que parece.

Talvez esta “necessidade de enganar o espectador” seja o ponto fraco de Em Transe. A trama é tão envolvente e rocambolesca, principalmente na parte final, que a gente não repara as inconsistências do roteiro. O fim do filme teria um desfecho diferente na vida real (selecione para ler: a polícia procuraria a mulher desaparecida, e acabaria encontrando o carro abandonado no estacionamento. Além disso, o carro estaria exalando um cheiro terrível!).

Sobre o elenco, James McAvoy e Vincent Cassell estão bem, como esperado. E Rosario Dawson impressiona com uma corajosa (e generosa) cena de nu frontal (que não é gratuita, tem explicação na trama).

Apesar da parte final confusa, Em Transe mantém a qualidade habitual de Danny Boyle e é uma boa opção no circuito.

Caiu do Céu


Crítica – Caiu do Céu

Às vésperas da conversão da Libra para o Euro, um garoto inglês de 7 anos, obcecado por santos católicos, acha uma bolsa cheia de dinheiro – que literalmente cai em cima de sua casinha feita de caixas de papelão. Agora ele precisa gastar o dinheiro, ou distribuir para os pobres.

Sei lá por qual motivo, perdi o lançamento deste filme do Danny Boyle. Acompanho sua carreira desde Cova Rasa, mas não me lembro do lançamento nacional deste filme de 2004.

O interessante é que Caiu do Céu (Millions, no original) é quase uma fábula infantil. Boyle deixa de lado toda a violência do seu filme anterior (o ótimo Extermínio) e faz um filme pelo ponto de vista de uma criança. Dá pra colocar Caiu do Céu na prateleira dos filmes infanto-juvenis sem problemas.

(Boyle voltaria a temas adultos no filme seguinte, Sunshine, tudo isso antes do Oscar por Quem Quer Ser um Milionário?)

O estilo de Boyle continua o de sempre, cortes rápidos, cores fortes, trilha sonora impactante. Caiu do Céu parece uma versão light de Cova Rasa, onde pessoas ganham um dinheiro inesperado. Mas o clima leve aqui o torna uma boa opção de filme família.

No elenco, ninguém conhecido. Ninguém compromete, os garotos mandam bem.

Não é um filme essencial na carreira de Danny Boyle. Mas não faz feio ao lado de titulos como Cova Rasa e Trainspotting.

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Se você gostou de Caiu do Céu, Blog do Heu recomenda:
Quem Quer Ser um Milionário?
A Pedra Mágica
127 Horas

127 Horas

127 Horas

O filme novo do Danny Boyle, depois do Oscar de melhor diretor de 2009!

127 Horas é baseado na história real de Aron Ralston, montanhista que caiu numa fenda em um cânion e ficou com o braço preso debaixo de uma enorme pedra. Depois de cinco dias sozinho, sem ter como chamar ajuda, ele teve que decidir sobre medidas extremas para conseguir escapar.

Quem só conhece Danny Boyle por Quem Quer Ser um Milionário? talvez estranhe esta nova empreitada, principalmente porque rola uma angustiante e polêmica cena MUITO forte. Mas quem conhece o seu trabalho anterior, sabe que está tudo coerente com a obra do diretor de Cova Rasa e Extermínio.

Acho importante falar do apuro visual dos filmes de Boyle. O argumento de 127 Horas é curtinho – como fazer um longa-metragem com uma história tão curta? O filme é repleto de delírios visuais tirados da imaginação de Aron. E Boyle faz um belo espetáculo visual, inclusive dividindo a tela em três várias vezes ao longo do filme. Isso tornou o filme muito interessante, e em momento nenhum cansativo.

Também precisamos falar de James Franco, praticamente o único ator que aparece na tela. Ele consegue passar toda a credibilidade necessária, alternando momentos de alegria, tristeza, angústia, desespero e quase loucura. O filme tem mais atores, não é espartano como Enterrado Vivo, onde só vemos um único ator em um único cenário. Mas os outros atores têm muito pouca importância – nem consegui achar a Lizzy Caplan, de True Blood!

Voltando à cena polêmica que falei lá em cima, quero fazer um comentário, mas preciso dos avisos de spoiler antes!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Pra quem não ainda não sabe: Aron amputa o próprio braço para conseguir sair. Ele sabia que não conseguiria cortar os ossos do braço com aquele canivete cego. Então, aproveitou que o braço estava imobilizado para quebrá-lo duas vezes, uma fratura em cada osso, para depois cortar a carne com o canivete. Olha, espero que nunca tenha que passar por algo assim, mas… será que  não ia ser menos doloroso cortar o braço na articulação, perto do cotovelo? Não entendo nada de medicina, mas a cena da fratura de cada osso também é angustiante!

FIM DOS SPOILERS!

O ritmo do filme cai no terço final, temos muitas alucinações, parece que não tinha mais história pra contar, então é só enrolação. Mas em compensação, o fim do filme é catártico, emocionante, com trilha sonora bem escolhida – e aparece até próprio Aron Ralston atualmente.