Avatar: O Caminho da Água

Crítica – Avatar: O Caminho da Água

Sinopse (imdb): Jake Sully vive com sua nova família na lua extrassolar Pandora. Uma vez que uma ameaça familiar retorna para terminar o que foi iniciado anteriormente, Jake deve trabalhar com Neytiri e o exército da raça Na’vi para proteger sua casa.

Finalmente, 13 anos depois, estreou a aguardada e atrasada continuação de Avatar! Não me lembro de nenhuma outra continuação tantas vezes adiada como essa!

Antes do filme, um pequeno parênteses sobre os números do primeiro Avatar. Foi um enorme sucesso, disso ninguém duvida, mas os números me intrigam. Vários sucessos de bilheteria vieram nos anos seguintes, mas apenas um conseguiu alcançar e ultrapassar Avatar, que foi o Vingadores Ultimato. E me lembro do frisson geral em cima de Vingadores ser muito maior do que na época do Avatar. Como Avatar chegou àqueles números na bilheteria é uma coisa que me intriga..

Mas, vamos ao novo filme. Claro que o que chama a atenção em Avatar: O Caminho da Água são os efeitos especiais, afinal James Cameron disse que adiou tudo porque esperava tecnologia para filmar o que ele imaginava. E realmente os efeitos são impressionantes. Além das cenas na floresta, agora vemos uma outra espécie de Na’vi, que vivem na água, ou seja, temos muitas cenas subaquáticas. E os efeitos são sensacionais, enchem os olhos.

Estive na Disney em 2018, tinha uma nova atração com o tema “Avatar”. Foi uma das melhores atrações que vi naquela viagem, com uma riqueza enorme de detalhes. É, este novo Avatar parece um brinquedo da Disney…

Agora, preciso confessar que teve uma coisa que me incomodou. O padrão do cinema é de 24 quadros por segundo, sempre foi assim. E Avatar: O Caminho da Água usa outro “frame rate”, não sei se é 48 ou 60 quadros por segundo. Isso não é um demérito, a imagem não fica pior. Mas, a imagem fica diferente, não passa a sensação de estarmos vendo um filme de cinema. Às vezes parece que estamos vendo algo feito para a TV.

Se os efeitos são merecedores de todos os elogios, o mesmo não podemos dizer sobre o roteiro. Algumas partes do filme parecem meio desconexas, como por exemplo uma cena onde os personagens perguntam onde está a Kiri, e a vemos no fundo do mar brincando com os peixes, e logo depois ela já está de volta ao grupo. Ou a desnecessária cena do Lo’ak reencontrando o tulkun (uma espécie de baleia) depois de discutir com todos sobre o caráter do bicho.

Além do mais, o filme é longo demais. São pouco mais de três horas, e boa parte do miolo do filme podia ser cortado. Ok, a gente entende que James Cameron deve estar empolgado querendo mostrar mais e mais do seu novo mundo, mas alguém devia ter dito a ele que estava demais. O filme cansa.

Sobre elenco, é curioso saber que a galera filmou tudo, mas ninguém aparece na tela. Fico me perguntando o que deve ser captura de movimento e o que deve ser cgi. Tipo, a Kate Winslet bateu o recorde de maior tempo debaixo d’água em uma filmagem (o recorde era de Tom Cruise em Missão Impossível Nação Secreta), ela ficou 7 minutos e 15 segundos sem respirar em uma cena. Mas… Não vemos a Kate Winslet na tela!

Já que falamos do elenco, Avatar: O Caminho da Água traz de volta Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang – mas quase o filme todo em versões “avatar”, Sigourney Weaver aparece como ela mesma em duas cenas, e Stephen Lang em uma.

Foram anunciadas várias continuações, a ideia é ir até o Avatar 5. Mas parece que James Cameron estava filmando o 3 junto com este 2, ou seja, não deve demorar tanto tempo pra ser lançado.

Por fim, queria fazer um comentário sobre a sessão para críticos que teve aqui no Rio. Demonstrando total falta de profissionalismo, a assessoria de imprensa da Disney não responde críticos que não estejam no seu mailing – heu já tinha mandado e-mails em outras duas ocasiões e fui ignorado. Ou seja, teve uma sessão para críticos e para vips na segunda feira, mas heu não fui convidado então não fui. Mas… Essa sessão foi interrompida com uma hora de filme, por algum problema burocrático, e todos ficaram sem ver o filme. Será que é feio se heu disser “bem feito”?

O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Crítica – O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Sinopse (imdb): Uma humana aprimorada e Sarah Connor devem impedir um Exterminador líquido avançado de caçar uma jovem garota, cujo destino é crítico para a raça humana.

O quinto Exterminador do Futuro foi bem fraco. Mas é uma franquia lucrativa, claro que vão continuar insistindo…

O grande atrativo aqui era a volta da Sarah Connor. A carreira da Linda Hamilton anda meio cambaleante, ela ainda continua presa à Sarah Connor, seu único papel marcante na carreira. Pelo menos temos que admitir que ela está muito bem como a “vovó badass”. Digo mais: num mundo onde o empoderamento feminino é moda, Sarah Connor volta pra avisar que ela já era empoderada quando tudo isso aqui ainda era mato!

(Arnold Schwarzenegger tem uma participação importante, mas acho que seria mais legal se a gente não soubesse que ele está no filme. Mesmo caso da Mulher Maravilha em BvS ou do Homem Aranha em Guerra Civil. Personagens que são colocados no trailer pra ajudar a vender o filme, mas que seria mais legal se fossem surpresas).

A direção é de Tim Miller (do primeiro Deadpool), mas rolam boatos que James Cameron (creditado como roteirista e produtor) estava por perto. Temos algumas sequências que são a cara de Cameron, não duvido que ele estivesse presente.

O roteiro é cheio de forçadas de barra, mas isso é esperado num filme desses. Os efeitos especiais são bons, mas isso sempre foi um destaques da franquia.

De positivo, gostei de Grace, a personagem da Mackenzie Davis. Se o “novo Exterminador” é igual ao T1000 do segundo filme, Grace dela traz alguma novidade à franquia. No elenco, além dos já citados, temos Natalia Reyes, Gabriel Luna e Diego Boneta.

No geral, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio funciona, mas tudo parece meio requentado. A gente já viu essas situações em outros filmes. Por outro lado, pelo menos é bem feito.

Se vem mais um Exterminador por aí? Provavelmente. Se vai ser bom? Não sabemos. Se vamos assistir? Com certeza!

Alita: Anjo de Combate

Crítica – Alita: Anjo de Combate

Sinopse (imdb): Uma história cheia de ação da jornada de uma jovem mulher para descobrir a verdade de quem ela é e sua luta para mudar o mundo.

Opa! Filme novo do Robert Rodriguez! Ou será que é filme novo do James Cameron? Calma, explico.

Alita: Anjo de Combate (Alita: Battle Angel, no original) é baseado num mangá escrito por Yukito Kishiro. James Cameron anunciou interesse na adaptação em 2003, mas a produção atrasou por causa do Avatar (2009) e suas várias continuações (que estão previstas para serem lançadas em 2020, 2021, 2024 e 2025). Até que em 2016 foi anunciado que Robert Rodriguez assumiria a direção, dividindo o roteiro com Cameron (e com Laeta Kalogridis).

Mas, será que funciona a parceria entre um cara que costuma andar no limiar do trash e outro conhecido por uma produções megalomaníacas? Felizmente, a resposta é afirmativa!

Alita: Anjo de Combate chama a atenção logo de cara pelos efeitos especiais. A gente sabe que é um personagem digital, mas é um personagem tão perfeito que ao longo do filme a gente até se esquece disso. O trabalho de captura de movimento feito pela atriz Rosa Salazar é impressionante. Sei que é cedo, mas já arrisco dizer que estará no Oscar ano que vem.

Não só o personagem Alita, mas toda a ambientação distópica é muito bem feita. As sequências com o esporte do filme, Motorball (acredito que a semelhança com Rollerball seja proposital), também são muito bem feitas.

Sobre ser um filme do Robert Rodriguez ou não, a cena do bar (um dos melhores momentos do filme) tem a cara do diretor texano – arrisco a dizer que até a trilha sonora desta cena deve ter sido composta por ele (diferente do que acontece em quase todos os seu filmes, Rodriguez aqui não foi “multi tarefa”, seu maior orçamento até hoje tinha sido 65 milhões em Sin City 2; agora ele estava em um projeto de 200 milhões).

Infelizmente, nem tudo no filme é perfeito. Achei o par romântico desnecessário, e o ator Keean Johnson, que o interpreta, é bem fraquinho. Por sorte, o resto do elenco é muito bom: Christoph Waltz, Jennifer Connelly, Mahershala Ali, Ed Skrein, Jackie Earle Haley, Jeff Fahey e Eiza González. Li no imdb que tem Casper Van Dien e Michelle Rodriguez, mas não os vi. E o papel (não creditado) de Edward Norton nos dá a quase certeza de que teremos uma continuação.

Poizé, isso é ruim. Alita não tem fim, acaba com um gancho. Ainda acho que podiam ter fechado a história, mas é um mal comum nos dias de hoje…

O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

Exterminador 2Crítica – O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

Um robô, idêntico àquele que falhou em matar Sarah Connor, deve agora proteger seu filho adolescente, John Connor, de um robô mais avançado, feito de metal líquido.

Se fizerem uma lista de melhores continuações da história do cinema, este O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgement Day, no original) tem grandes chances de estar lá. Este é um daqueles raros casos de continuações tão boas quanto o filme original!

Na época do primeiro Exterminador do Futuro, James Cameron ainda era um nome desconhecido (ele só tinha dirigido um longa, Piranhas 2 – Assassinas Voadoras), mas agora em 91, depois de dirigir Aliens O ResgateO Segredo do Abismo, ele já tinha se firmado como um dos grandes nomes do cinema de ação / ficção científica. Cameron mais uma vez assumiu a direção e o roteiro, e desta vez tinha uma produção com muito mais dinheiro – se no primeiro filme, o orçamento era de 6 milhões e 400 mil dólares; agora no segundo ele tinha cento e dois milhões. Os efeitos especiais aqui são bem melhores!

Um parágrafo a parte para se falar dos efeitos especiais do robô T-1000. Hoje efeitos digitais são corriqueiros, mas lá longe, em 1991, isso era novidade. Aquele robô de metal líquido, que “derrete” e toma outra forma, é um efeito especial sensacional! Uma das cenas “explodiu a minha cabeça” – quando o T-800 joga o T-1000 na parede, e este, em vez de se virar, a nuca se transforma em seu rosto. Genial! Aliás, revi agora, e digo que, em pleno 2015, os efeitos continuam excelentes. A cena do T-1000 atravessando a grade ainda impressiona!

Sobre o elenco: em 84, época do primeiro filme, Arnold Schwarzenegger era um nome pouco conhecido, mas agora em 91 ele já tinha se firmado como um dos maiores nomes de Hollywood, com várias superproduções no currículo (como Comando Para Matar, O Predador, O Vingador do Futuro, O SobreviventeIrmãos Gêmeos, entre outros). O roteiro, inteligentemente, o transformou em “mocinho” e inventou um novo vilão – e um excelente vilão, diga-se de passagem. Também no elenco, Linda Hamilton, Robert Patrick e Edward Furlong.

Gosto muito do Exterminador 2, acho um excelente filme, uma das melhores continuações que vemos por aí, mas… Tem uma inconsistenciazinha no roteiro. No primeiro filme, explicam que a máquina do tempo só funciona com tecido humano, por isso o robô precisa estar envolto em carne humana, e sem roupas nem armas. Pensando nesta regra, como é que um T1000 consegue viajar no tempo?

Sei que é algo pequeno, e irrelevante para o desenrolar do filme. Mas não gosto quando um filme ou série propõe uma regra e depois ignora esta própria regra… Pelo menos não apaga o brilho deste grande filme!

O Exterminador do Futuro

Crítica – O Exterminador do Futuro

Sábado passado teve Cineclube Sci-Fi, evento organizado mensalmente pelo Conselho Jedi RJ no Planetário. O filme era o primeiro O Exterminador do Futuro. Há tempos que não via este filme, aproveitei a oportunidade e fui lá prestigiar o evento.

Alguém ainda não viu? No futuro, as máquinas dominam a Terra, e enviam um robô exterminador ao passado para eliminar Sarah Connor, mulher que será mãe do futuro líder dos humanos

Ver um filme de quase trinta anos atrás (O Exterminador do Futuro é de 1984), tem seus problemas. Reparamos em muita coisa que não vimos na época. A maquiagem é muito mal feita, toda a sequência onde o robô conserta o braço e tira o olho é muito tosca. O stop motion é muito inferior ao d’O Retorno do Jedi, lançado um ano antes. Ainda tem a trilha sonora datada, mas isso a gente não tinha como ver na época… 😉

Outra coisa: precisamos de uma boa dose de suspensão de descrença para relevar as inconsistências do roteiro – se um robô pode voltar no tempo se tiver carne em volta, por que não envolver armas pesadas em carne e mandar junto? Mesmo assim, considero este um dos melhores roteiros de viagem no tempo. Cada detalhe da história é importante, o roteiro não deixa pontas soltas.

Além da boa história, O Exterminador do Futuro ainda é um excelente filme de ação. O ritmo do filme é ótimo, o quase novato diretor James Cameron já mostrava talento. Cameron antes tinha feito apenas um longa (de qualidade duvidosa), Piranhas 2 – Assassinas Voadoras. Mas depois, sua carreia deslanchou e ele virou um dos nomes mais importantes da Hollywood contemporânea. Ele fez Aliens – O Resgate, O Segredo do Abismo, O Exterminador do Futuro 2, True Lies, e depois bateu recordes de bilheteria e ganhou 11 Oscars com Titanic – e ainda nem falei de Avatar, outro recordista de público.

O Exterminador do Futuro também foi um marco importante na carreira de outro nome “gigante” hoje em dia: Arnold Schwarzenegger, que era um fisiculturista tentando fazer carreira como ator. Ele já tinha sido o Conan no filme de 1982, mas ainda estava longe de se firmar. O forte sotaque (Arnold é austríaco) e o talento limitado como ator eram compensados pelo enorme carisma. O papel do Exterminador lhe caiu como uma luva: poucas falas e poucas expressões faciais não atrapalharam e Arnoldão teve o seu primeiro grande sucesso. E daí para o estrelato foi um pulo – Schwarzenegger se tornou um dos nomes mais fortes do cinema de ação pelas décadas seguintes.

Os outros dois atores principais, Linda Hamilton e Michael Biehn, não fizeram filmes relevantes fora dos anos 80. Mas o elenco ainda traz algumas curiosidades. Lance Henriksen tem um papel menor como um dos policiais; e Bill Paxton aparece numa ponta, como um dos punks que são atacados pelo Exterminador no início do filme.

Agora, uma história com spoilers leves (pode spoiler de um filme de quase trinta anos atrás?). Lembro, na época do lançamento, o cinema lotado, com todos gritando cada vez que achavam que o Exterminador estava morto, mas depois se levantava – mais uma vez. Era uma histeria divertida!

O Exterminador do Futuro teve três continuações e gerou uma série de TV. E diz a lenda que em 2015 vem mais um filme por aí…

Titanic

Crítica – Titanic

Hora de rever Titanic!

84 anos depois, Rose DeWitt Bukater, uma senhorinha de 101 anos, conta sua viagem no Titanic, desde o embarque até o naufrágio, e como conheceu e se relacionou com Jack Dawson, um passageiro de uma classe inferior.

O que falar hoje, 15 anos depois, de Titanic, um dos filmes mais vistos de toda a história do cinema?

Em primeiro lugar, existe a relação amor & ódio que acompanha o filme. Quase todo mundo viu este recordista de prêmios e de bilheteria – se não me engano, é dono da segunda maior arrecadação da história até hoje, quinze anos depois. E quase todo mundo encheu o saco. Daí a rejeição atual de boa parte das pessoas em volta – não sei vocês, mas a maioria dos meus amigos olhou torto quando disse que ia rever Titanic no cinema.

No fundo, essas pessoas estão erradas. Titanic é um filmaço!

Mas voltemos no tempo. Hoje a gente vê o sucesso que se tornou, mas antes da estreia, Titanic era uma grande – e cara – incógnita. Muita coisa deu errado durante a produção do filme, prazos e orçamentos foram estourados muito mais do que o aceitável, e muita gente apostava na falência iminente do diretor megalomaníaco James Cameron. Lembro de ler notícias na época, eram poucos os que acreditavam que Titanic pudesse escapar de ser um grande fracasso.

E o filme estreou, e ficou muitas semanas em primeiro lugar nas bilheterias. E depois veio a consagração com os Oscars. Na história de Hollywood, pouca gente conseguiu uma volta por cima como Cameron neste filme. Se antes tudo deu errado, depois tudo deu certo. Titanic é um épico grandioso, uma história romântica e um eletrizante filme catástrofe – tudo ao mesmo tempo.

A parte técnica é impecável. Cameron construiu um navio cenográfico quase do tamanho do Titanic original, onde foram feitas as filmagens do navio afundando – acredito que dificilmente ele conseguiria tamanho realismo em estúdio. Isso, aliado aos melhores efeitos especiais que a tecnologia de então permtia, criou um visual que continua impressionante até hoje.

Sobre o elenco, Titanic é daqueles filmes onde os atores assumem papel secundário, não tem espaço para grandes atuações. Mas pelo menos ninguém atrapalha. Muita gente fala mal do Leonardo DiCaprio, mas sou fã do cara, acho que ele é um dos grandes atores da sua geração. E Kate Winslet aqui teve sua grande porta de entrada para Hollywood, antes ela era uma atriz pouco conhecida (mas heu já era fã dela desde Almas Gêmeas!). Ainda no elenco, Billy Zane, Kathy Bates, Gloria Stuart, David Warner, Frances Fisher, Jonathan Hyde, Bill Paxton, Suzy Amis e Victor Garber.

A trilha sonora de James Horner é excelente, mas hoje sofre com o “trauma da Celine Dion”. A cantora canadense gravou uma música para o filme – que só rola nos créditos. Mas a música tocou MUITO na época do filme. A ponto de encher o saco! Aí, toda vez que toca aquele teminha na pan flute pá-rá-rááá, a gente lembra da Celine Dion e pensa NÃÃÃO…

Titanic é um dos maiores vencedores da história do Oscar. Até então, todos acreditavam que a marca de 11 estatuetas conquistadas por Ben-Hur em 1959 nunca mais seria alcançada (seis anos depois, em 2003, O Senhor dos Aneis – O Retorno do Rei seria o terceiro filme a ganhar 11 Oscars). Titanic ganhou os prêmios de melhor filme, diretor, direção de arte, fotografia, figurino, som, efeitos sonoros, efeitos especiais, edição, trilha sonora e canção (a tal música chata da Celine Dion). E ainda concorreu, mas não ganhou, a melhor atriz (Kate Winslet), melhor atriz coadjuvante (Gloria Stuart) e melhor maquiagem!

Ainda preciso falar do 3D. Existem dois tipos de filmes 3D, os que são filmados assim, e os que são filmados de maneira convencional e depois convertidos. Normalmente estes ficam mal feitos. Mas Cameron é perfeccionista, e conseguiu a melhor conversão já feita até hoje – o 3D está realmente muito bem feito. Heu é que não sou muito fã de filmes 3D…

Ainda preciso falar do Imax. Fui ver na tela gigantesca do Imax da Barra. A primeira metade do filme nem faz diferença. Mas a segunda metade – quando Titanic vira um filme catástrofe – aí sim é legal ver numa tela grande e com um som bom!

Último comentário: tinham muitos adolescentes perto de mim no cinema. Três meninos ao meu lado esquerdo estavam impacientes, me parece que estavam entediados pela longa duração do filme (mais de 3 horas). E do meu lado direito, um grupo de meninas – e uma delas passou a última meia hora do filme chorando copiosamente. Não aguentei e, numa das cenas mais tristes, soltei uma gargalhada por causa do exagero do choro… Tá, o filme é triste, mas não precisa de tanto, né?

No fim da sessão, saí do cinema confirmando o que já sabia desde 1997: Titanic é um filmaço!

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Santuário

Santuário

A divulgação do filme usa o nome de James Cameron e promete algo do nível de Avatar. Será que Santuário é isso tudo?

Um time de espeleólogos / mergulhadores está em uma enorme caverna, ainda inexplorada, quando uma tempestade tropical pega todos de surpresa e os força a procurar uma nova saída.

Bem, a divulgação não mentiu ao usar o nome de Cameron. Ele é produtor do filme. Aliás, me parece que Santuário foi uma espécie de laboratório para experimentar as câmeras usadas em Avatar – esta é a conexão entre os filmes.

O resultado é o ponto positivo de Santuário. O visual das imagens submersas é lindíssimo, principalmente se visto em 3D.

Mas belas imagens têm pouco valor se não forem acompanhadas de uma história. O roteiro de Santuário é fraquinho… O filme é repleto de clichês, e os personagens são todos exagerados.

No elenco, nenhum grande nome. Ioan Gruffudd esteve em Rei Arthur e Quarteto Fantástico e Richard Roxburgh, em Missão Impossível 2 e Van Helsing. De resto, ninguém digno de nota.

No fim, fica aquela impressão que, se Santuário tivesse um bom roteiro, poderia, talvez, ser um filme interessante. Mas, não, só vale pelas belas imagens subaquáticas.

Avatar

Avatar

Alguns filmes viram marcos na história do cinema por causa da sua revolução nos efeitos especiais. Foi assim em 1969 com “2001”, em 77 com “Guerra nas Estrelas” e em 93 com “Parque dos Dinossauros”.  E agora, em 2009, com Avatar.

Um mineral valiosísimo é encontrado num planeta distante, Pandora. Só que o ar de Pandora é venenoso para os humanos. A solução encontrada é a criação de avatares, seres híbridos entre humanos e Na’vi, o povo nativo, controlados à distância por humanos.

A história não é nada original, algumas partes da trama chegam a ser bem previsíveis, aliás. Mas a forma como está história foi contada, ah, isso sim é novo!

Hoje em dia, efeitos criados por computação gráfica não são mais novidade. Mas acredito que até agora nada deste porte tinha sido feito: foi criado todo um novo planeta, com nova fauna e nova flora. Isso sem contar com os gigantes azuis Na’vi. E, em momento nenhum, temos a impressão de que são efeitos. É tudo muito real!

James Cameron era um eficiente diretor de filmes de ação nos anos 80 e 90, até “True Lies”, de 93. Depois disso, ele fez só dois filmes, justamente dois dos projetos mais megalomaníacos da história do cinema: este “Avatar” e “Titanic”, de 97. Lembro da época que “Titanic” estava sendo feito. Todos em Hollywood falavam do provável fracasso do filme, que tinha estourado todos os limites de prazo e de orçamento. E o que aconteceu depois, todos sabem: Cameron calou a boca dos críticos conseguindo a maior bilheteria da história até então. E de quebra ainda ganhou 11 Oscars, incluindo melhor filme e melhor diretor, igualando o recorde de “Ben-Hur”.

Com “Avatar”, rolava uma certa ansiedade, já que ele anunciara que tinha esperado por anos até a tecnologia necessária ser criada, para então fazer o seu filme. Claro, isso cria uma grande expectativa. Mas podemos dizer que funcionou: “Avatar” é realmente de encher os olhos!

Parte da animação por computador foi feita através de um sistema de captura de movimentos do ator. Sendo assim, alguns nomes do elenco não aparecem na tela, mas os atores foram essenciais para a construção daquilo, como Zoe Saldana (do último “Star Trek“), CCH Pounder e Wes Studi. Outros atores, como o protagonista Sam Worthington e Sigourney Weaver (que já tinha trabalhado com Cameron em “Aliens, O Resgate”), aparecem nas duas versões: tanto humanos quanto Na’vis. Também no elenco, Michelle Rodriguez, Stephen Lang, Giovanni Ribisi e Joel Moore.

Enfim, disse lá em cima e repito: “Avatar” é um grande filme, que será lembrado como um marco na história dos efeitos especiais. Para ser visto no cinema, de preferência em 3D!