O Silêncio da Vingança

Crítica – O Silêncio da Vingança

Sinopse (imdb): Um pai enlutado realiza sua tão esperada vingança contra uma gangue implacável na véspera de Natal.

Filme novo do John Woo!

Lembro de quando estava procurando possíveis títulos para a minha lista de expectativas não óbvias pra 2023, mencionei este O Silêncio da Vingança (Silent Night, no original) mesmo sem ter a certeza se ele ia estrear. Foi uma boa surpresa ver que entrou em cartaz no circuito (apesar da outra surpresa, negativa, de não ter tido sessão de imprensa).

A proposta era ousada: um longa metragem de ação sem diálogos. Não é um filme mudo, tem efeitos sonoros, trilha sonora, uma frase dita aqui e outra ali, mas, zero diálogos.

A princípio a gente acha que vai ser o formato clichê de sempre: o cara sofre uma perda, passa por uma fase de treinamento e vai enfrentar os adversários. Mas o roteiro espertamente coloca falhas no plano do protagonista. Ele treinou meses para o confronto, mas está enfrentando oponentes que estão nessa vida há muito mais tempo. Ou seja, nem tudo funciona e ele descobre que é bem mais difícil do que esperava. Prefiro assim do que filmes onde o protagonista quase ganha super poderes.

A proposta de não ter diálogos trouxe um problema: algumas partes ficaram meio lentas. A parte do meio, quando acontece o treinamento, é arrastada e dura tempo demais. Por outro lado, as cenas de ação são excelentes. Woo ainda manja dos paranauês quando o assunto é filmar cenas de ação. Tiroteios, perseguições de carro, uso de armas brancas, o repertório é farto.

(Aliás, tem uma cena numa escada, “plano sequência fake”, que fiquei imaginando onde estava o cameraman.)

Tem uma característica que talvez incomode parte do público. O protagonista carrega uma caixinha de música que toca sempre a mesma melodia, e isso acontece em todas as cenas onde ele se lembra do filho. Isso acontece muitas vezes! Mas, se a gente analisar a carreira do diretor, vai lembrar que acontece algo semelhante em Bala na Cabeça – uma melodia insistente que permeia todo o filme. Ou seja, goste ou não, é coerente com o diretor.

Aliás, falando nas características de Woo, reclamação por um head canon meu: em um momento cabia a clássica cena dos dois oponentes um com a arma no pescoço do outro. Além disso, não tem pombas voando em câmera lenta! Woo, é você mesmo?

Um filme nesse formato precisa de um ator inspirado pra funcionar, e Joel Kinnaman (Robocop, Esquadrão Suicida) não decepciona nessa tarefa. Que bom que ele tem muito mais tempo de tela do que qualquer outro personagem, porque o vilãozão malvadão é caricato ao extremo.

Por fim, um comentário aleatório: em inglês, faz sentido ser um “filme de natal” pelo trocadilho com “Silent Night”. Em português o trocadilho se perdeu. E pro filme, tanto faz ser no Natal ou em qualquer outra época do ano.

Fervura Máxima

Crítica – Fervura Máxima

Sinopse (google): Em Hong Kong, Yuen, um inspetor de polícia que é normalmente conhecido como Tequila, fica transtornado quando seu parceiro morre em um tiroteio com gangsters em uma casa de chá. Tequila então se une a Alan, um assassino profissional, para vingar o amigo e impedir que esta quadrilha mate gente inocente.

Lançado em 1992, Fervura Máxima, (Hard Boiled em inglês ou Lat sau san taam no original) é o último filme chinês de John Woo antes dele ir para os EUA para dirigir O Alvo, com Jean Claude Van Damme. Depois de receber críticas por fazer filmes que glamorizavam bandidos, ele quis entregar um filme onde a polícia é glamorizada. E ele aproveitou pra usar um trilha sonora de jazz, que ele queria fazer em The Killer, mas foi impedido pelo produtor Tsui Hark.

O protagonismo do filme repete uma fórmula usada outras vezes pelo próprio Woo: dois protagonistas, bem parecidos entre eles, mas em posições opostas. Inicialmente são inimigos, mas acaba que se unem por algum objetivo. Aqui tem o policial implacável e o assassino misterioso. Mais uma vez, a fórmula funciona muito bem.

Como já comentei antes, o ritmo do cinema oriental é diferente do que estamos acostumados, e além disso é um filme de 30 anos atrás, precisamos ter isso na cabeça. Vemos muitas atuações exageradas e muita gritaria, e ao mesmo muita câmera lenta. Desta vez não reparei nas pombas, uma das marcas registradas do diretor; mas temos um momento onde os dois principais estão com armas apontadas um para o outro.

Fervura Máxima tem uma sequência bem longa na parte final, a parte do hospital, que pega quase meio filme. Tenho dois comentários, um positivo e um negativo sobre essa sequência. O positivo é o famoso plano sequência. Os dois personagens principais entram por um corredor e enfrentam dezenas de adversários. Determinado momento eles entram no elevador para ir pra outro andar, mas, na verdade, o elevador ficou parado e a galera da produção trocou todo o cenário! Esse plano sequência é uma das melhores coisas do filme.

Por outro lado, achei a sequência longa demais. Ok, é boa, bem filmada, empolgante, muitos tiros, muitas explosões, mas chega um momento que tem gente levando tiro e explodindo e você nem sabe quem é. Por ser tudo meio parecido, a sequência me cansou.

No elenco, dois grandes nomes do cinema chinês, e que já tinham trabalhado com o diretor antes,Chow Yun Fat (The Killer) e Tony Leung (Bala na Cabeça). O primeiro já tinha feito quatro filmes com Woo e, teve uma breve carreira em Hollywood depois do sucesso de O Tigre e o Dragão, com filmes como Assassinos Substitutos,O Corruptor, Anna e o Rei e O Monge À Prova de Balas. O segundo trabalhou pouco fora da China, mas recentemente esteve nas telas do mundo inteiro em Shang Chi.

Por fim, preciso falar de uma implicância minha com o nome brasileiro do filme, porque a Globo tinha uma sessão de filmes chamada “Temperatura Máxima”, então sempre confundo com “Fervura Máxima”.

The Killer

Crítica – The Killer

Sinopse (imdb): Um assassino desiludido aceita um último trabalho na esperança de usar seus ganhos para restaurar a visão de uma cantora que ele acidentalmente cegou.

John Woo é um grande nome no cinema de ação. Autor de vários filmes antológicos na China, também teve uma passagem em Hollywood a partir dos anos 90, onde fez a obra prima A Outra Face. Hoje é dia de The Killer, considerado pelo próprio Woo um dos seus melhores filmes da fase chinesa (ao lado de Bala na Cabeça).

The Killer é um bom exemplo de um formato usado outras vezes pelo próprio Woo: dois protagonistas, bem parecidos entre eles, mas em posições opostas. Inicialmente são inimigos, mas acaba que se unem por algum objetivo. Essa dinâmica funciona muito bem aqui, entre o “assassino do bem” e o policial. Dois antagonistas que se respeitam e se admiram.

Como comentei no texto sobre Bala na Cabeça, o ritmo do cinema oriental é diferente do que estamos acostumados. Muitas atuações exageradas, muita gritaria, e ao mesmo tempo muitos momentos dramáticos, sempre ao som de uma trilha sonora melosa. E claro, muita câmera lenta – e muitas pombas voando.

As coreografias de luta são muito boas. Ok, o cinema de ação evoluiu, não podemos esperar lutas estilo John Wick, mas mesmo assim, gosto das cenas exageradas, com muitos adversários, muitos tiros, muitas mortes. E os momentos onde os dois principais estão com armas apontadas um para o outro são muito bons, a coreografia parece uma dança.

(Umas poucas cenas me incomodaram, como uma onde um cara usa um inimigo como “escudo humano” enquanto tem uns dez caras apontando armas pra ele. Aí ele vai até o carro, dispensa o “escudo” e entra no carro. Tem alguns segundos antes de começarem a atirar nele, por que esperaram?)

Teve uma coisa que envelheceu mal: a personagem da Jenny, uma típica “donzela em perigo”. Ela passa o filme todo chorando, esperando ser salva pelo seu “príncipe no cavalo branco”. Sei lá, hoje, 2023, acho que é um tipo de personagem que não faz mais sentido.

Os papéis principais são de Chow Yun Fat e Danny Lee. O primeiro fez outros filmes com Woo e, além de O Tigre e o Dragão, chegou a fazer alguns filmes nos EUA. Segundo o imdb, ele chegou a ser cotado para fazer o Morpheus em Matrix! Já Danny Lee, esse não me lembro de nenhum outro filme.

Uma coisa curiosa sobre Chow Yun Fat: a maioria dos chineses / orientais que fazia carreira internacional trocava o nome por um nome em inglês, como John Woo ou Danny Lee (ou Jackie Chan, ou Jet Li). Chow Yun Fat manteve o nome oriental até quando foi pra Hollywood filmar Assassinos Substitutos (com a Mira Sorvino), O Corruptor (com o Mark Wahlberg), Anna e o Rei (com a Jodie Foster) ou O Monge À Prova de Balas (com o Sean William Scott).

The Killer é de 1989. Não me lembro do lançamento nos cinemas, não tenho certeza se passou no circuito aqui no Brasil. Lembro de ter visto no Estação Botafogo, mas na época o Estação tinha programação de cineclube, não eram filmes do circuito. Também não lembro se o filme chegou a ser lançado aqui como “O Matador”, como está no imdb. Quando vi no Estação, era “The Killer” mesmo.

Missão Impossível 2

Crítica – Missão Impossível 2

Vamos ao segundo filme da série!

Desta vez, Ethan Hunt (Tom Cruise) precisa encontrar e destruir o vírus Chimera. Mas terroristas liderados por um ex-colega de Hunt roubaram a cura e também querem o vírus.

Assim como o primeiro filme tinha a cara de seu diretor Brian De Palma, este segundo segue a mesma fórmula. Missão Impossível 2 é um “puro John Woo”!

Missão Impossível 2 tem tudo o que se espera de um filme do diretor chinês. Todos os clichês estão presentes: muita câmera lenta, um antagonista parecido com o protagonista (os dois trabalhavam juntos), várias cenas com o mocinho atirando com uma arma em cada mão e – claro – pombos voando!

(Heu arriscaria dizer que Tom Cruise deixou o cabelo crescer para ficar melhor na câmera lenta de Woo!)

Claro, o resultado foi um filme muito mais exagerado que o primeiro. Se o filme de De Palma era mais sério e cerebral, esta segunda parte nunca se leva a sério, e tudo aqui é propositalmente acima do tom. Um prato cheio para quem gosta do estilo de John Woo – um dos melhores diretores de filmes de ação da história do cinema.

No elenco, mais uma vez, o filme é de Tom Cruise. Inclusive, diz a lenda que foi ele que fez o trabalho de dublê – pelo menos a cena no início, a da escalada, era o próprio Cruise. Ele estava com os cabos de segurança, que foram apagados digitalmente, mas era ele mesmo.

Além de Cruise, o único ator do primeiro filme que também está aqui é Ving Rhames. O resto é novidade: Anthony Hopkins (não creditado, assim como Emilio Estevez no primeiro), Thandie Newton, Dougray Scott, Richard Roxburgh, Rade Serbedzija, William Mapother e Dominic Purcell. Aliás, não é só o elenco que é novo, todo o filme é construído para ser independente do primeiro (o mesmo acontece com o terceiro, você não precisa ver os filmes anteriores para acompanhar a história).

Parece que Woo queria um filme de mais de 3 horas de duração. Como os produtores bateram o pé pra ficar com 2 horas (foram 2h3min, no fim), já vi gente reclamando de falhas no roteiro. Mas heu não achei nada tão grave – o único “problema” de Missão Impossível 2 é seu exagero. Mas isso faz parte do “pacote”!

Excelente continuação! E, em breve, falo aqui sobre o terceiro!

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Se você gostou de Missão Impossível 2, o Blog do Heu recomenda:
Missão Impossível
A Outra Face
Bala na Cabeça

Bala na Cabeça

Bala na Cabeça

O que falar de um dos melhores filmes de John Woo em sua fase pré hollywoodiana? Aliás, um dos melhores filmes já feitos no oriente?

Hong Kong, 1967. Ben (Tony Leung), Frank (Jackie Cheung) e Tom (Waise Lee) são amigos inseparáveis. Até que, por causa de um problema com uma gangue, resolvem fugir para o vizinho Vietnã, e acabam envolvidos com a guerra.

As cenas de ação deste clássico de 1990 são fantásticas. Muitos tiros, muitas explosões, e, como era de se esperar em se tratando de Woo, muita câmera lenta.

Aliás, é bom ressaltar: o ritmo dos filmes asiáticos é diferente de Hollywood. Duvido que alguém termine de assistir este filme e não fique cantarolando a musiquinha tema páá pááá páá páááá… Páá páá páá páá páááá…

“Bala na Cabeça” tem uma coisa que Hollywood nunca imaginou: a guerra do Vietnã como algo que pode acontecer por acidente, afinal, a distância entre os EUA e o sudeste asiático é muito grande. Mas Woo sabe que Hong Kong é ali do lado, e usou isso para transformar um excelente filme de ação num épico de guerra. De repente, estamos diante de um novo “Franco Atirador”!

“Bala na Cabeça” era para ter três horas de duração. Depois de se estabelecer em Hollywood (em 93), a ideia de Woo era tentar recuperar os negativos não utilizados no corte final numa “versão do diretor”. Pena que estes negativos foram jogados fora…

Recentemente Woo voltou para a China, depois de 15 anos em Hollywood, e fez o épico “A Batalha dos 3 Reinos“, já comentado aqui no blog. Deve estrear em breve nos cinemas brasileiros.

“Bala na Cabeça” é obrigatório para quem quiser conhecer o cinema de ação asiático. E também obrigatório para os fãs de John Woo!

(fiquei com vontade de rever “The Killer”, outro John Woo da fase asiática…)

A Batalha dos 3 Reinos

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A Batalha dos 3 Reinos

E viva o Festival do Rio! Consegui ver, no mesmo dia, dois filmes novos e inéditos, de dois dos meus diretores favoritos: Quentin Tarantino (Bastardos Inglórios) e John Woo (este A Batalha dos 3 Reinos)!

A Batalha dos 3 Reinos é baseado na história real da batalha que levou ao fim a dinastia Han, 208 DC. Cao Cao, primeiro ministro do norte, resolve atacar as forças rebeldes do sul. Sun Quan e Liu bei então unem suas forças contra o poderoso exército de 800 mil homens de Cao Cao.

Sou fã do John Woo há tempos, desde antes dele ir para os EUA. Gosto muito de filmes como Bala na Cabeça e The Killer (vi ambos no cinema). Foi Jean Claude Van Damme quem o “importou” para Hollywood, para juntos fazerem O Alvo – um dos melhores filmes da carreira de Van Damme. Foi nos EUA que Woo fez sua obra-prima, na minha humilde opinião: o maravilhoso A Outra Face. Desde 1992, Woo não filmava na China.

Não sei o que fez Woo voltar para a China – será que foram os filmes recentes, mais fracos, como Códigos de Guerra (2002) e O Pagamento (2003)? Não sei a resposta, mas vemos que a mudança de volta ao país natal foi cheia de pompa e circunstância. A Batalha dos 3 Reinos é um filmão, um épico à moda antiga, daqueles que entram para a história pela sua grandiosidade.

Não dá pra gente saber quais cenas foram filmadas com gente e quais usaram cgi. Bem, algumas são um pouco óbvias, como aquela que mostra centenas de navios de guerra ao longo do rio, ou o fantástico travelling seguindo o pombo.

(Filmes do John Woo têm algumas características, uma espécie de “assinatura”. Uma delas é que sempre tem um pombo voando em câmera lenta. Até em Missão Impossível 2 Woo conseguiu encaixar seus pombos!)

Mesmo assim, desconfio que boa parte do filme tenha sido com gente de verdade e não efeito de computador. Digo isso porque o exército chinês emprestou 100 mil soldados para atuarem como extras no filme.

Espero não parecer preconceituoso com o meu próximo comentário, mas o único problema que achei é que, no meio das batalhas, fica difícil saber quem é quem, quem está de qual lado. Não é preconceito não, mas achei eles quase todos parecidos entre si…

Ah, sim, as batalhas! Sabe o inigualável “estilo John Woo de usar a câmera lenta”? Agora imagine isso no meio de uma batalha com centenas de guerreiros. O resultado é fantástico!

Esta versão que chegará aos cinemas brasileiros tem pouco mais de duas horas. Mas existe outra versão, de quatro horas, com dois filmes de duas horas cada, lançada no mercado asiático. Os produtores acharam que era melhor fazer uma versão mais curta para ser lançada no ocidente, já que poucas pessoas por aqui conhecem os personagens e eventos, e vários dos personagens têm nomes parecidos.

Enfim, digo e repito: filmão. Para ver no cinema, quando lançarem!

A Outra Face

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A Outra Face

John Travolta e Nicolas Cage trocando de rosto? A idéia parece absurda. Mas, além de absurda, é genial!

No fim dos anos 80, o diretor chinês John Woo começou a chamar a atenção de Hollywood com filmes como The Killer e Bala na Cabeça. O seu estilo era inconfundível: muitos tiroteios, muitas explosões, tudo muito estilizado, usando muita câmera lenta. E sua assinatura: em algum momento do filme, há pombas voando, também em câmera lenta.

John Woo foi “importado” para Hollywood em 93 por Jean Claude Van Damme, para dirigir O Alvo (que acabou sendo um dos melhores filmes deste). E, em Hollywood, Woo virou diretor de primeira linha.

E em 97, Woo lançou sua obra-prima: A Outra Face.

A trama é inverossímil. Um grande agente do FBI (Travolta) persegue um grande terrorista (Cage). Quando o terrorista é preso e entra em coma, o agente, para conseguir informações sobre uma bomba escondida, faz uma cirurgia para trocar de rosto com o bandido. Mas este acorda do coma e pega o rosto do mocinho. E assim, mocinho e bandido trocam de lugar – e só eles sabem disso.

Esqueça a lógica! Afinal, Travolta precisava de reduzir o peso pra ser Cage, mas este não precisava engordar pra ficar no lugar daquele! Isso dentre outras incoerências.

Mas a graça do filme é justamente a forma, e não o conteúdo. E que forma! São várias seqüências antológicas, como logo no início do filme, com Cage chegando ao seu jato particular e sendo perseguido por Travolta; ou o tiroteio ao som de Somewhere Over the Rainbow; ou ainda a fantástica cena final nas lanchas.

O elenco está ótimo. Travolta e Cage se revezam nos papéis de mocinho e vilão. A cena que ambos estão com as armas apontadas um para o outro, com um espelho entre os dois (ou seja, cada um vê o outro através do próprio reflexo) é genial. E ambos fizeram laboratório um com o outro, estudando os detalhes para a hora de trocar de lugar. Completam o elenco Joan Allen, Gina Gershon, Dominique Swain e Alessandro Nivola.

As pombas voando em câmera lenta? Estão lá, em mais uma seqüência antológica, desta vez na igreja!