The Misfits

Crítica – The Misfits

Sinopse (imdb): Depois de ser recrutado por um grupo de ladrões não convencionais, o renomado criminoso Richard Pace se vê envolvido em um elaborado roubo de ouro que promete ter implicações de longo alcance em sua vida e na vida de inúmeras outras pessoas.

Renny Harlin na direção, Kurt Wimmer no roteiro, Pierce Brosnam e Tim Roth no elenco. Ok, tinha chances de dar certo. Mas…

Há anos que Renny Harlin não faz nenhum grande filme, mas ele dirigiu alguns bons filmes nos anos 90, como Duro de Matar 2, Risco Total e A Ilha da Garganta Cortada. E Kurt Wimmer escreveu alguns roteiros como as refilmagens de Caçadores de Emoção e Vingador do Futuro, mas lembro dele por Equilibrium, que acho um bom filme de ação, apesar de um pouco desconhecido do grande público. Ok, reconheço que não são nomes do primeiro escalão. Mas um filme feito pela dupla podia ser bom.

Podia. Mas não foi. The Misfits é um lixo!

The Misfits até começa bem, a sequência inicial lembra um Guy Ritchie, edição rápida com personagens marginais engraçadinhos. Mas pouco depois tudo se perde, o filme resolve focar mais na comédia pastelão e o filme fica tão bobo que dá vontade de desistir.

Sério, heu NUNCA desisto de um filme, principalmente quando é um filme curto que já vi metade. Mas esse aqui deu vontade de parar, no trecho onde eles precisam convencer o diretor da prisão a comprar um determinado equipamento. As atuações são dignas de um humorístico ruim de TV aberta, me senti vendo A Praça É Nossa.

Fui até o fim, mas, olha, foi doloroso. O roteiro força umas barras absurdas, aquele plano não tem a menor lógica, e The Misfits vira um dos piores filmes de heist da história. Não tenho nem o que falar sobre a atuação, a não ser que senti pena do Tim Roth, que já mostrou que é um grande ator. Pierce Brosnam? Quando o vi cantando em Mamma Mia, achei que ele deveria ganhar uma punição por castigar nossos ouvidos daquele jeito. Hoje estou com pena dele, a punição foi severa demais. Pierce, heu te perdoo!

E o fim do filme deixa aberto o caminho pra uma continuação. Tenha medo, tenha muito medo!

O Vingador do Futuro (2012)

Crítica – O Vingador do Futuro (2012)

Mais uma refilmagem…

Num futuro sombrio, o operário Douglas Quaid vai até a Rekall, uma empresa que providencia implantes de memória aos seus clientes, mas algo dá errado e ele começa a ser perseguido pela polícia.

O Vingador do Futuro (2012) não é apenas uma refilmagem. É uma refilmagem desnecessária. O original é um dos melhores filmes de ficção científica do final do século passado. Não precisava de refilmagem. E se era pra refazer, deveriam ter feito um roteiro novo a partir do conto de Philip K. Dick – como os irmãos Coen fizeram em Bravura Indômita (que não é refilmagem, e sim outro filme baseado no mesmo livro). Ou seja, “fail”.

Pelo perfil do diretor escolhido para a refilmagem, a gente já desconfiava do que viria por aí. O cargo foi entregue a Len Wiseman, de Duro de Matar 4 e da série Anjos da Noite. O filme original era do holandês Paul Verhoeven, que pouco antes fizera Conquista Sangrenta e Robocop, e dois anos depois dirigiria Instinto Selvagem. É só a gente analisar os currículos de ambos pra entender as diferenças entre as versões…

O Vingador do Futuro parece que se inspirou nos novos filmes de super heroi (como a nova trilogia do Batman) para fazer uma história mais “pé no chão”. Nada de Marte, mutantes, alienígenas. Tudo se passa no nosso planeta, que foi quase inteiramente destruído por uma guerra química. Até aí, tudo bem, mas… Onde se encaixa então a cena da prostituta de três seios? 😉

O roteiro do filme original, além de uma fina ironia misturada com sarcasmo (típicos do diretor Paul Verhoeven), tinha uma coisa muito boa: até o fim do filme, não sabíamos se tudo aquilo tinha acontecido ou se era parte do implante colocado na cabeça de Quaid. O roteiro atual, de Kurt Wimmer (diretor do bom Equilibrium) e Mark Bomback (Incontrolável), deixa de lado a ironia e as sutilezas do filme de 1990, e substitui tudo por boas cenas de ação. Ok, as cenas são bem feitas, mas só isso não sustenta um filme…

Outro ponto fraco é Colin Farrell. Coitado de Farrell, ele não está mal, mas é que a comparação é injusta. O Vingador do Futuro original traz Arnold Schwarzenegger em excelente forma (sem dúvida, é um de seus melhores filmes). Qualquer um, ao refazer este papel, ia ter dificuldades. E Farrell não conseguiu construir um Quaid à altura do original, como já era previsível.

Mas nem tudo ficou ruim neste novo filme. Os cenários são um dos destaques, a ambientação deste novo mundo futurístico ficou bem legal; o transporte “A Queda” (que atravessa o planeta) foi uma boa sacada, assim como o uso da gravidade zero. E algumas sequências de ação são muito boas, gostei muito da perseguição nos carros magnéticos e da cena dos elevadores. E se Colin Farrell está muito aquém de Schwarzenegger, as duas atrizes principais estão ótimas – Kate Beckinsale fez uma “versão estendida” do personagem que foi de Sharon Stone (e mostra que está em excelente forma física quase aos quarenta anos de idada); enquanto Jessica Biel mostra que é uma atriz bem superior à sumida Rachel Ticotin (que continua na ativa, mas há tempos não faz nada relevante). (Ainda no elenco, Bryan Cranston, John Cho, Bokeem Woodbine e um Bill Nighy desperdiçado).

No fim, fica aquela sensação estranha pela comparação com o original. Se O Vingador do Futuro de 2012 fosse um filme novo, até seria legal. Mas ao lado do outro, ficou devendo.

Salt

Salt

Evelyn Salt é uma agente da CIA, conhecida e respeitada por todos. Quando um ex-agente russo entra na CIA e diz que o presidente russo será assassinado pela própria Salt, seus chefes ficam em dúvida se ela é uma agente dupla. Sem ter notícias de seu marido, Salt foge, e suas ações começam a levantar suspeitas. Afinal, quem é  Evelyn Salt e quais são seus planos?

Salt é um bom filme de ação, mas tem um problema básico: foi feito na época errada. Na boa? Um vilão clichê russo não tem mais sentido hoje em dia. Os realizadores do filme devem ter esquecido que a Guerra Fria acabou.

Além disso, tem algumas coisas no roteiro forçadas demais. Gosto do roteirista, Kurt Wimmer (roteirista de Código de Conduta e diretor de Equilibrium), mas acho que ele exagerou desta vez. Mas antes de continuar, vamos aos tradicionais avisos de spoiler.

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Não vou falar de um suspeito de espionagem que não tem o sapato revistado antes de entrar na CIA. Não vou falar de uma suspeita que está presa na sala de interrogatórios da CIA e simplesmente sai sem ninguém ver. Não vou falar de uma pessoa que levou um tiro mas consegue ficar pulando de caminhões em movimento. Também não vou falar de uma mulher que pinta o cabelo e isso é suficiente para ela não ser reconhecida.

Vou falar de uma coisa só: por que diabos o russo entrou na CIA pra avisar que a Salt era inimiga??? Não seria muito mais fácil se ela continuasse sem ninguém desconfiar?

FIM DOS SPOILERS!

Se  a gente conseguir desligar estes detalhes, o filme é até divertido. As cenas de ação dirigidas pelo experiente Phillip Noyce (Perigo Real e Imediato, Jogos Patrióticos), são muito bem feitas, e os atores principais (Angelina Jolie, Liev Schreiber e Chiwetel Ejiofor) são muito bons e fazem um filme assim com um pé nas costas.

Enfim, só para aqueles que querem diversão sem pensar.

Equilibrium

Equilibrium

Não sei como, mas heu nunca tinha ouvido falar neste Equilibrium. Até que me recomendaram há umas semanas atrás e baixei para ver. O filme é muito bom!

Depois da terceira guerra mundial, todos passam a viver numa sociedade fascista, onde é proibido ter emoções – sem emoções, não há brigas; sem brigas, não há guerras. Assim, toda e qualquer manifestação artística é proibida, e são queimados quadros, livros e discos. E todos tomam uma dose diária de uma droga semelhante ao Prozac (inclusive no nome).

No início, o clima lembra um pouco Matrix, talvez pelas roupas pretas e pela quantidade excessiva de armas e tiros. Mas na verdade o filme está mais próximo de 1984, com sua sociedade fria e sem cores e seu governo totalitário.

Gostei muito do filme. A parte visual é muito bem feita, cenários, figurinos, todo este novo mundo é muito interessante. E tem mais: é apresentada uma nova técnica de luta, o “gun kata”, uma mistura de artes marciais com armas de fogo. Algumas das lutas são sensacionais!

Equilibrium foi escrito e dirigido por Kurt Wimmer. O que mais esse cara fez? Bem, quatro anos depois de Equilibrium, ele fez Ultravioleta, aquele filme estiloso com a Milla Jovovich de cabelo roxo. Ultravioleta tem muito de Equilibrium, mas é bem mais fraco. Pelo menos por enquanto, Equilibrium é o seu melhor filme.

O elenco traz um Christian Bale inspirado, diferente dos recentes Batman e Exterminador do Futuro – A Salvação. O papel aqui exigia mais, e Bale não decepcionou. Ainda no elenco, Emily Watson, Sean Bean, Taye Diggs e William Fichtner. É, se foi mal lançado por aqui, não foi por causa do elenco!

Equilibrium é de 2002. Foi mal lançado aqui, não me lembro dele nos cinemas, tampouco em vhs (nessa época heu ainda frequentava locadoras de vídeo!). E acho que nunca foi lançado em dvd.

Mas é um bom filme. Vale o download!