Velozes e Furiosos 10

Crítica – Velozes e Furiosos 10

Sinopse (imdb): Dom Toretto e sua família são alvo do filho vingativo do traficante Hernan Reyes.

É complicado pra mim escrever um texto sobre um filme como o novo Velozes e Furiosos. Já tivemos outros dez filmes (não se esqueçam do spin off Hobbes & Shaw), e todo mundo já sabe o que virá no décimo primeiro filme da franquia. Quem curtiu os outros, vai se divertir com duas horas de “tiro porrada e bomba” bem filmados; quem não curtiu, vai passar longe dos cinemas. Então, num caso desses, qual é o papel do crítico? Bem, vou tentar levantar pontos positivos e negativos, apesar de não saber se isso vai significar alguma coisa na decisão do espectador.

Mas, antes de entrar no filme, preciso fazer uma crítica séria: assim como aconteceu com o recente Os Três Mosqueteiros, Velozes e Furiosos 10 não tem fim. Anunciaram que vão fazer uma trilogia que vai acabar no V&F12. Mas, essa informação não está no nome, nem no poster, nem ao menos no filme. De repente, o filme pára e sobem os créditos. Acho isso uma grande falta de respeito com o espectador.

Entrando no filme… Dirigido por Louis Leterrier (Carga Explosiva, O Incrível Hulk, Truque de Mestre), Velozes e Furiosos 10 (Fast X, no original) segue o mesmo estilo de “tiro porrada e bomba” e odes à importância da família. Isso tudo no meio de ótimas e inacreditáveis cenas de ação, e com um elenco de causar inveja.

As cenas de ação são muito mentirosas. Mas pra quem conhece a franquia, isso já era algo esperado. Cenas absurdas sempre aconteceram ao longo dos filmes. E o que importa aqui não é a veracidade das leis da física, e sim o quão bem filmada a cena é. E neste aspecto, Velozes e Furiosos 10 não vai decepcionar ninguém.

Agora, sobre o roteiro… Esse podia ter sido escrito com mais carinho. Vejo dois tipos de problema. O primeiro é o óbvio, que são os inúmeros furos de roteiro. Se heu fosse listar, o texto seria enooorme. Mas vou citar só um. Charlize Theron manja dos paranauês tecnológicos e coloca meia dúzia de guardas pra dormir. E fala “temos apenas 4 minutos”. E MUITA coisa acontece depois disso. E vou além: naquela super base não tinha nenhum guarda? Só aquela meia dúzia que estava no laboratório?

Mas esses furos são que nem as mentiras, coisas que a gente já sabe que vai encontrar. O outro tipo de problema me incomodou mais. A franquia cresceu e trouxe grandes nomes para o elenco. Mas tem aqueles personagens que já estavam antes, e ainda precisam de algo para fazer durante o filme, apesar de ser a parte do elenco que “ninguém se importa”. Aí rola uma trama paralela sem graça com os quatro personagens de menor star power, uma trama bem besta. Dá vontade de acelerar o filme pras outras partes onde tem quem realmente importa.

Outro problema. Paul Walker morreu. Mas seu personagem não morreu, segundo o histórico da franquia, ele foi seguir outra vida e se afastou. Mas, se o filme repete tanto o mantra da “família” e eles estão passando por problemas sérios, por que o personagem do Paul Walker é ignorado? Ninguém ao menos cita a sua existência ao longo do filme! Ok, a gente sabe que o ator não pode estar presente, mas o roteiro poderia ter ideias pra explicar isso.

Tem um outro problema, mas é mimimi meu. Parte do filme se passa no Rio de Janeiro, e temos uma nova personagem, brasileira. Por que chamaram a portuguesa Daniela Melchior para fazer a brasileira? Vejam bem, gosto da Daniela Melchior, ela fez um excelente trabalho em Esquadrão Suicida, mas, por que não chamar uma brasileira? Tem tantas boas atrizes por aqui!

(Ludmilla faz uma rápida participação, alguns poucos segundos. Não chega a atrapalhar.)

Tem uma coisa divertida para o público carioca, que é analisar a geografia da cidade. O local onde os carros de corrida se encontram parece o Arpoador. Até aí, ok, apesar de ser um local fechado para veículos, só pedestres têm acesso. Mas é curioso que depois é uma pista que não existe na Zona Sul – mas os prédios em volta continuam no mesmo cenário.

O elenco é fantástico. A franquia gera muito dinheiro. Existe um “clube do bilhão”, são 52 filmes que já alcançaram um bilhão de dólares na bilheteria, e dois dos V&F estão nessa lista – o V&F7 está em décimo primeiro lugar! Como todo esse potencial financeiro, claro que dá pra chamar elenco com grande star power. Não só temos vários astros do atual cinema de ação, como Vin Diesel, Jason Statham, John Cena, Jason Momoa e Dwayne Johnson, como ainda tem quatro atrizes ganhadoras do Oscar: Charlize Theron, Helen Mirren, Brie Larson e Rita Moreno. E todos os anteriores estão de volta: Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Ludacris, Nathalie Emmanuel, Sung Kang, Scott Eastwood e Joaquim de Almeida. Todos fazem o de sempre, o único destaque (positivo ou negativo) é Jason Momoa, que faz um vilão muito acima do tom. Teve gente que saiu da sessão de imprensa reclamando dele, mas heu achei ele caricato no ponto exato! Adorei o vilão com cara de desenho animado dos anos 90!

O filme é longo, duas horas e vinte e um minutos. Não, não precisava de tanto. Podia, por exemplo, cortar aquele núcleo dos atores sem star power. O filme ia ter meia hora a menos e ia ser bem melhor.

Tem uma cena pós créditos logo depois dos créditos principais. Se tem alguma lá no fim? Não sei. O cinema cortou os créditos no meio. Mas a assessoria disse que não tem nada depois. Se tiver, alguém me avisa?

Truque de Mestre

Crítica – Truque de Mestre

Um agente do FBI e uma detetive da Interpol investigam um grupo de ilusionistas que rouba bancos durante suas performances e distribui o dinheiro para sua plateia

Truque de Mestre (Now You See Me, no original) é um filme coerente. Como num espetáculo de mágica, temos um monte de artifícios para chamar nossa atenção. Então, enquanto nos distraímos com o espetáculo, não reparamos no roteiro cheio de falhas.

Como espetáculo, Truque de Mestre é empolgante. Da escola “lucbessoniana”, o diretor Louis Leterrier proporciona um visual bem cuidado ao seu filme. Parece que não há nenhuma tomada estática, a câmera está sempre se movimentando, na grua, na dolly ou na mão do operador, isso tudo ajudado por uma trilha sonora empolgante. E os shows de mágica são bem legais.

Tudo flui num ritmo muito bom – mas, se a gente parar pra pensar, começa a notar as inconsistências do roteiro. Não vou entrar em detalhes por causa dos spoilers, mas todos os três grandes shows de mágica têm pontos mal explicados. E a necessidade de uma reviravolta final gerou uma solução que foi uma das maiores forçações de barra do cinema recente, era melhor ter terminado o filme sem esta desnecessária reviravolta.

Ah, o elenco é acima da média: Morgan Freeman, Michael Caine, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Isla Fisher, Dave Franco, Mark Ruffalo e Mélanie Laurent. Alguns estão no piloto automático – Eisenberg parece repetir o papel de A Rede Social; mas outros estão muito bem – gostei muito do personagem de Harrelson.

Enfim, assim como um bom espetáculo de ilusionismo, Truque de Mestre é bem divertido. Mas só se você se deixar enganar.

Fúria de Titãs (2010)

Fúria de Titãs (2010)

Depois de rever o Fúria de Titãs original, fui ao cinema checar a refilmagem!

A história não é exatamente igual à do primeiro filme, mas é bem parecida. O semi-deus Perseu, filho de Zeus com uma humana, luta contra monstros mitológicos como a Medusa e o Kraken, para salvar a cidade de Argos.

Bem, é claro que precisamos fazer uma comparação entre o original e a refilmagem, né? Pois bem, a nova versão tem méritos e defeitos.

Tem algumas coisas que não entendo. Por que desprezaram Bubo, a corujinha robô? Ela aparece, rapidamente, para dizerem que ela não será necessária. Outra coisa deixada de lado foi o romance com a princesa Andromeda. Devem ter pensado que o filme ficaria mais “mulherzinha”. Mas achei isso bem nada a ver, principalmente porque acaba rolando outro interesse romântico para Perseu. Mais uma coisa: Pegasus negro? Como assim? Pegasus sempre foi branco! Este foi um dos piores exemplos de politicamente correto da história!

Tem outras coisinhas. Algumas coisas foram alteradas, mas não ficaram nem melhores, nem piores, apenas diferentes. Mesmo assim, me pergunto: por que mudar coisas como a origem dos escorpiões gigantes e a história de Calibos?

O filme tem outro problema, infelizmente comum em filmes de ação dos dias de hoje. As lutas parecem filmadas por câmeras com problemas epiléticos. Tudo treme demais! Sabe a cena dos escorpiões gigantes? Não consegui contar quantos são os escorpiões!

Mas nem tudo piorou. Gostei muito do personagem Hades, que não existia na primeira versão. Gostei também de alguns cenários, como o lugar onde as bruxas moram. E o que pedia melhores efeitos, claro, também ficou melhor. Sou fã do stop motion de Ray Harryhausen, mas admito que aquilo era tosco. O Kraken, a Medusa, o vôo do Pegasus, tudo isso ficou muito legal.

A direção desta refilmagem ficou a cargo de Louis Leterrier, diretor francês que tem bom currículo com filmes de ação – ele fez os dois primeiros Carga Explosiva e O Incrível Hulk com o Edward Norton (o filme do Hulk com o Eric Bana é do Ang Lee!).

O elenco traz no papel principal um dos nomes mais badalados do momento, Sam Worthington, protagonista de Avatar e do novo Exterminador do Futuro. E temos alguns grandes atores em papéis secundários, como Liam Neesson e Ralph Fiennes como Zeus e Hades – será que rolou uma lembrança da época de A Lista de Schindler? E também tem Pete Postlethwaite como o pai de Perseu. Ainda no elenco: Gemma Arterton (que também está em Príncipe da Persia), Elizabeth McGovern, Jason Flemyng, Alexa Davalos e Mads Mikkelsen.

Enfim, bom filme-pipoca para ser visto nos cinemas, na tela grande. Mas o original ainda é melhor…

Carga Explosiva – 1, 2 e 3

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Carga Explosiva 1, 2 e 3

Outro dia me toquei que heu nunca tinha visto nenhum dos filmes da série Carga Explosiva. Aproveite então para ver os três seguidos, e assim criar um só tópico falando sobre a série.

(Afinal, se heu criar mais três tópicos sobre filmes estrelados pelo Jason Statham, vão dizer que isso aqui virou um blog pra ele… Recentemente vi e escrevi sobre outros três filmes estrelados por ele: Corrida Mortal, Adrenalina 2 e Revolver!)

Frank Martin (Jason Statham) é um ex-militar americano que agora trabalha como motorista, transportando pessoas ou cargas perigosas. Excelente motorista, Frank é um cara metódico, e segue algumas regras básicas, como não saber nomes nem nada sobre o que está transportando.

Temos perseguições de carro de tirar o fôlego, pancadarias, tiros e explosões em abundância, tudo o que se espera num filme desses. Os três filmes são muito bons no que se propõem, e o pique do primeiro se mantem até o terceiro.

Jason Statham usa algo que considero muito interessante: nas cenas de briga, seu personagem usa objetos que estão em volta para bater em vários oponentes ao mesmo tempo. Não sei quem inventou esse tipo de cena, mas Jackie Chan fazia isso muito bem no início dos anos 90. Em um dos filmes, por exemplo, Statham se lambuza de óleo de motor, para escorregar no meio de dezenas de agressores…

Uma vantagem sobre esta “trilogia” é que os filmes não são contiuações entre si. A três histórias são independentes, ou seja, você não precisa saber de algum detalhe importante que rolou em outro filme…

Claro que algumas pessoas vão achar algumas cenas exageradas e absurdas. Mas estas pessoas precisam aprender que essas cenas exageradas e absurdas é que fazem filmes assim serem legais!

Enfim, bom divertimento pra quem gosta de filmes de ação.

O Incrível Hulk

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O Incrível Hulk

Mais um filme de super-heróis! Temos tido muitos, né? Pelo menos agora eles têm uma coerência entre si e gente com talento e dinheiro por trás deles, coisa que raramente acontecia algumas décadas atrás…

Mas heu, que não saco nada de quadrinhos, tenho uma dúvida básica com relação ao Hulk: por que ele é um super-herói? Ele é um cara que sofreu uma mutação, e quando se transforma, simplesmente quebra tudo em volta. Isso é ser herói? Não me parece ter a mesma lógica de um Homem Aranha ou um Super Homem. Vou pesquisar sobre isso…

Bem, devido ao fracasso comercial do outro Hulk de alguns anos atrás, dirigido pelo Ang Lee e estrelado pelo Eric Bana, esse novo Hulk simplesmente ignora a existência daquele. Temos um pequeno flashback pra nos situar sobre quem é Bruce Banner, e vamos direto para a favela da Rocinha, Rio de Janeiro, onde o filme começa – as tomadas aéreas parecem ser realmente na Rocinha, mas as cenas com os atores gringos (Edward Norton, Tim Roth, William Hurt e mais uns de menor importância) foram filmadas na Tavares Bastos, no Catete. Não, Liv Tyler não esteve no Rio pra essas filmagens… 🙁

A partir daí seguimos Bruce Banner, cientista que teve sua estrutura molecular alterada por raios gama, que procura a cura para a sua situação enquanto foge do exército americano, que o querem transformar numa arma militar.

O filme funciona bem: os quatros atores principais fazem esses papéis com os pés nas costas; o diretor francês Louis Leterrier – da série Carga Explosiva – não compromete; os efeitos são competentes; o roteiro não nos chama de burros… Bom programa pra quem gosta de filmes baseados em quadrinhos!

Alguns detalhes interessantes: pra quem gosta de aparições cameo, além do óbvio Stan Lee (que gosta de aparecer em todos os filmes baseados em quadrinhos seus) como o velhinho que toma um refrigerante contaminado, temos Lou Ferrigno – o Hulk dos seriados – como o segurança do prédio que é “subornado” com a pizza. E, no fim do filme, Robert Downey Jr volta como Tony Stark, o Homem de Ferro…