Rota de Fuga

Crítica – Rota de Fuga

E, finalmente, um filme estrelado pela dupla Stallone & Schwarzenegger!

Um especialista em fugas de prisão, que ganha a vida testando possíveis falhas de segurança em presídios, é levado para uma prisão secreta e super segura, e agora precisará de todo o seu know-how para escapar de lá.

Desde os anos 80 e 90, todo fã de filmes de ação se perguntava por que Stallone e Schwarzenegger não trabalhavam juntos. O máximo que a gente teve foi uma imagem de Stallone em O Último Grande Heroi e uma citação a Schwarzenegger em um diálogo de O Demolidor. E o pior é que a gente sabia que eles eram amigos, a gente via fotos deles nos restaurantes Planet Hollywood (franquia dos dois junto com Bruce Willis). Até que em 2010 vimos Os Mercenários, onde os dois apareciam juntos pela primeira vez, em uma breve cena. Na continuação Mercenários 2, de 2012, a interação é maior, mas ainda era apenas em parte do filme. Agora sim, temos, juntos, os dois maiores nomes do cinema de ação dos anos 80 e 90!

Rota de Fuga (Escape Plan, no original), foi dirigido pelo sueco Mikael Håfström, que já nos apresentou filmes legais como 1408 e outros maomeno como O Ritual. Aqui ele acertou a mão. O roteiro de Rota de Fuga deixa as piadinhas e referências aos Rambos e Exterminadores de lado (piadinhas que cabem muito bem na franquia Mercenários), temos um filme mais sério, e com um ritmo muito bom. E aquela cena, onde Schwarza pega a metralhadora de grande calibre e coloca no braço, e vemos um close nos seus olhos, em câmera lenta, é um clichê muito legal! Pra completar, o cenário também ajuda – a prisão onde se passa quase todo o filme é um espetáculo.

Os dois atores-ícones estão bem. Stallone e Schwarzza têm idades e portes físicos compatíveis, e, principalmente, têm boa química juntos. E Jim Caviezel e Vincent D’Onofrio estão excelentes como o diretor do presídio e o parceiro cheio de TOC. Ainda no elenco, Amy Ryan, Sam Neill, Vinnie Jones e Faran Tahir.

Resumindo: um bom filme pipoca. E a prova que Stallone e Schwarzenegger ainda são grandes nomes no cinema de ação.

Por fim, queria comentar que os tempos estão mudando, e a terceira idade não é o que era anos atrás – felizmente! Duas semanas atrás vi o Black Sabbath na Apoteose. Três sessentões fizeram um show sensacional para um público onde quase todos eram mais novos – Ozzy e Gezzer Butler estão com 64 anos; Tony Iommi, com 65. E agora vemos um filme de ação com direito a tudo o que o estilo pede, estrelado por dois senhores de 67 (Stallone) e 66 anos (Schwarzenegger). Quero uma terceira idade assim quando for a minha vez!

O Ritual

Crítica – O Ritual

O seminarista Michael Kovac, em crise com a própria fé, vai para o Vaticano fazer um “curso de exorcismo”, e cria um elo com o padre Lucas, um famoso exorcista.

Filmes de exorcismo têm um problema sério: é inevitável a comparação com o clássico O Exorcista, de 1973 – logo um dos melhores filmes de terror da história.

Mas, dentre os diversos filmes de exorcismo que apareceram nos últimos tempos, O Ritual não faz feio. O filme tem pelo menos duas coisas dignas de destaque. Uma delas é o realismo do roteiro. O próprio personagem padre Lucas fala que não devemos esperar por “cabeças girando e sopa de ervilha” – uma clara referência à escatologia d’O Exorcista. Além disso, o cético padre Michael vive questionando a veracidade dos casos de exorcismo que enfrenta.

A outra coisa boa é o elenco acima da média. Ok, o ator principal, o desconhecido Colin O’Donoghue, não faz nada demais (só heu achei ele igualzinho a Jared Padalecki, o Sam Winchester de Supernatural?). Mas, por outro lado, Anthony Hopkins arrebenta! Só a sua atuação na parte final do filme já vale o ingresso / aluguel / download. Completam o elenco Alice Braga, Rutger Hauer, Ciarán Hinds, Toby Jones e Maria Grazia Cucinotta.

A direção é de Mikael Håfström, que recentemente fez o bom 1408, com John Cusack. O roteiro, baseado em fatos reais, não é perfeito, tem alguns clichês aqui e alguns escorregões acolá, mas acerta no geral.

O Ritual não ameaça o posto de “melhor filme de exorcismo da história”. Mas vai agradar os fãs do gênero.

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Evocando Espíritos
Sobrenatural
Conspiração Xangai

Conspiração Xangai

Conspiração Xangai

Meses antes do ataque a Pearl Harbor, a cidade de Xangai vive sob a tensa sombra da ocupação japonesa, e é palco de traições entre espiões de diversas nacionalidades.

Trata-se do filme novo do diretor sueco Mikael Håfström, dos recentes O Ritual e 1408. Mas aqui não tem nada de terror, Conspiração Xangai parece aquelas super produções à moda antiga, com bom elenco e cenários grandiosos. Pena que a história é simples e previsível, apesar das reviravoltas no roteiro.

Achei curiosa a escolha de um diretor sueco. O elenco internacional se justifica, afinal, temos americanos, chineses, japoneses e até uma alemã, cada um com um personagem com a mesma nacionalidade – escolhas acertadas. Mas não entendi por que um diretor sueco. Pelo menos ele fez um bom trabalho.

Falando no elenco, todos estão bem: os americanos John Cusack, David Morse e Jeffrey Dean Morgan; os chineses Chow Yun-Fat e Gong Li; o japonês Ken Watanabe; e a alemã Franka Potente…

(Aliás, tenho uma dúvida sobre nomes chineses. Sempre li Chow Yun-Fat e Gong Li, mas aqui nos créditos está escrito Yun-Fat Chow e Li Gong – e não é a primeira vez que vejo assim. Afinal, qual é o certo?)

Conspiração Xangai é um filme correto, tudo funciona direitinho. Mas não espere muito, porque o resultado não é nada demais.