Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura

Crítica – Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura

Sinopse (google): O aguardado filme trata da jornada do Doutor Estranho rumo ao desconhecido. Além de receber ajuda de novos aliados místicos e outros já conhecidos do público, o personagem atravessa as realidades alternativas incompreensíveis e perigosas do Multiverso para enfrentar um novo e misterioso adversário.

Finalmente estreou o aguardado Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura, que tinha deixado fãs em polvorosa com o trailer. Mas, para mim, a dúvida era outra: daria certo um filme do MCU dirigido por Sam Raimi?

Sou muito fã do Sam Raimi, e a gente precisa reconhecer que ele é um nome importante quando o assunto é “filme de super herói”. Se hoje a gente tem vários filmes de super herói por ano, a gente tem que lembrar que o primeiro Homem Aranha de 2002, dirigido por ele, (ao lado do primeiro X-Men de 2000, dirigido por Bryan Singer) são filmes que dizem “quando a gente chegou aqui, tudo isso era mato!”.

Mas a gente sabe que no MCU nem sempre o diretor tem espaço criativo. Um bom exemplo é com o primeiro filme do Doutor Estranho, dirigido por Scott Derrickson, que praticamente só tinha feito terror até então (O Exorcismo de Emily Rose, A Entidade, Livrai-nos do Mal). Alguns casos a gente sente o diretor, como o James Gunn em Guardiões da Galáxia ou o Taika Waititi em Thor Ragnarok, mas quase sempre os filmes do MCU têm cara de “filme de produtor”.

Felizmente Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura tem um bom equilíbrio. Continua sendo um “filme da Marvel”, mas tem várias coisas que são a cara do diretor: ângulos de câmera, alguns movimentos de câmera, alguns elementos de terror – tem até uma mão saindo de uma cova, lembrando o poster de Evil Dead! Só faltou o travelling pela floresta…

(Acho que este deve ser um filme mais violento da Marvel. Tem uma morte bem violenta, e ainda tem alguns jump scares!)

Aliás, é bom lembrar, este é se não me engano o 28º filme do MCU. Se antes os filmes eram independentes, agora precisam de “pré requisitos”. Para ver este Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura nem precisa ver o primeiro Doutor Estranho antes, mas precisa saber o que aconteceu com a série Wandavision.

Já que falamos de Wandavision, bora falar do elenco. É um filme do Doutor Estranho, ninguém vai discutir que ele é o principal aqui. Mas a Wanda quase divide o protagonismo com ele. E se todos sabem que o Benedict Cumberbatch é um grande ator e seu Stephen Strange é um ótimo personagem, aqui em Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura tem outro personagem que rouba a cena. Elizabeth Olsen está sensacional, e sua Wanda é uma das melhores coisas do MCU. É que Doutor Estranho não tem perfil de premiação para atuação, senão diria que a Elizabeth Olsen deveria ser indicada ao Oscar. Fechando o elenco principal, a novata Xochitl Gomez está bem como a nova personagem America Chavez, que deve ter importância no futuro do MCU. Também no elenco, Benedict Wong, Chiwetel Ejiofor e Rachel MacAdams, e mais uns nomes que não vale a pena mencionar por motivos de spoiler. Ah, claro, é Sam Raimi, tem participação especial do Bruce Campbell, num papel bem bobo, mas, como é o Bruce Campbell, heu ri alto.

Sim, tem uma cena no meio do filme onde tem algumas participações especiais que vão explodir a cabeça dos fãs. Não vou entrar em detalhes por causa de spoilers, mas posso dizer que achei a cena muito boa e a conclusão dela também.

O ritmo do filme é alucinante (e isso não é um trocadilho com Uma Noite Alucinante do mesmo diretor). O filme já começa a 100 km/h, e são poucos os momentos mais calmos para respirar. E tem um duelo usando música que é SEN-SA-CIO-NAL!!!

Claro, é Marvel, tem duas cenas pós créditos. A primeira com um gancho para uma continuação, que não tenho ideia do que seja, mas tem a Charlize Theron, então quero muito ver. E lá no fim dos créditos uma piadinha.

A Marvel continua em forma! Aguardemos o novo Thor!

Ash vs Evil Dead

Ash vs Evil DeadCrítica – Ash vs Evil Dead

Uma série continuando a história dos filmes Evil Dead? Taí, quero ver!

Nos dias de hoje, Ash (Bruce Campbell) ainda guarda o Necronomicon, o Livro dos Mortos. Acidentalmente, ele liberta um demônio, e se junta a dois colegas de trabalho para tentar combater o mal que foi libertado.

Sou muito fã dos três filmes da série Evil Dead – gosto até do terceiro, que é nitidamente inferior aos outros dois. Todos foram dirigidos por Sam Raimi e estrelados pelo Bruce Campbell. A primeira boa notícia é que o primeiro episódio da série também tem Raimi na direção. Vou além: Raimi usa o mesmo estilo que o consagrou no início da carreira, na linha entre o terror e o trash, com muito humor negro, e com geniais travellings de câmera pela floresta e criativos ângulos de câmera. Além de muito gore, claro.

Pesquisando, descobri que Raimi tinha vontade de fazer um quarto filme, continuando a história de Ash. Mas em vez de um longa metragem, resolveram fazer um seriado, com dez episódios de meia hora cada. Outra boa notícia: a série foi produzida pelo canal Starz, o mesmo que fez Spartacus, uma das melhores séries dos últimos anos. Ainda é cedo pra julgar o resultado final, mas podemos dizer que a série começou bem.

Foi uma agradável surpresa saber que a série tem o mesmo clima galhofeiro dos filmes antigos, porque há poucos anos tivemos uma refilmagem que deixava a galhofa de lado para criar um clima sério. Gente, Evil Dead não pode ser sério!

Evil Dead é um dos meus filmes favoritos, e a sua série mantém o mesmo clima. E, pra melhorar, a trilha sonora usa Deep Purple e Emerson Lake & Palmer, duas das minhas bandas favoritas! Melhor-seriado-ever!!! 🙂

O Dom da Premonição (2000)

O Dom da PremoniçãoCrítica – O Dom da Premonição (2000)

Vamos de Sam Raimi de 15 anos atrás?

Em uma cidade pequena, uma mulher com percepção extra-sensorial pode ser a única esperança na investigação de um crime.

Sam Raimi normalmente é lembrado por suas trilogias mais famosas, Evil Dead (1981, 87 e 92) e Homem Aranha (2002, 04 e 07), mas ele fez muito mais coisas legais, como Um Plano Simples, Arraste-me Para o Inferno e este O Dom da Premonição (The Gift, no original).

Em 1998, Raimi dirigiu Billy Bob Thornton em Um Plano Simples. Thornton tinha ideia de um roteiro baseado nas experiências psíquicas de sua própria mãe, então o escreveu em parceria com Tom Epperson. Dois anos depois, Thornton trabalharia junto novamente com Raimi, mas desta vez só como roteirista.

Com um bom roteiro e um elenco acima da média, O Dom da Premonição traz personagens que parecem escritos pelos irmãos Coen (amigos de longa data do diretor) em uma trama de suspense com um que de sobrenatural – boa mistura!

O papel principal é de Cate Blanchett, que já mostrava que era uma grande atriz antes de ganhar seus Oscars (por O Aviador em 2005 e Blue Jasmine em 2014). Claro que Cate é um dos destaques, mas quem chama a atenção é Giovanni Ribisi, num papel menor, mas que impressiona sempre que aparece. Também no elenco, Keanu Reeves, Hillary Swank, Greg Kinnear, J.K. Simmons, e Katie Holmes, em sua única cena de nudez na carreira (se não me engano).

Na minha humilde opinião, O Dom da Premonição pode ser colocado facilmente entre os melhores filmes de Sam Raimi!

Evil Dead – A Morte do Demônio (2013)

Crítica  – A Morte do Demônio

Ficou pronta a esperada refilmagem do clássico Evil Dead – A Morte do Demônio!

Cinco jovens vão para uma cabana isolada no meio do mato. Lá, encontram o Livro dos Mortos, que evoca algo que estava escondido na floresta.

Vamos direto ao assunto. O novo Evil Dead é bom. Mas poderia ser melhor, se não fosse uma refilmagem. Porque, na comparação, perde feio para o original.

Diretor estreante, o uruguaio Fede Alvarez tem talento e pode ter um futuro interessante em Hollywood. Pra quem não sabe, ele foi escolhido depois que viram, pelo youtube, Ataque de Pánico!, um filminho que ele fez sozinho, mostrando Montevideo sendo destruída por robôs gigantes. Diz a lenda que Sam Raimi aprovou seu nome só pelo youtube… Se alguém quiser ver o video, está aqui.

Como falei lá no alto, o problema deste A Morte do Demônio é ser uma continuação. O original era bem humorado, e ficava na linha entre o terror e o trash. Por causa do pouco orçamento, o diretor Sam Raimi teve que usar a criatividade, um dos exemplos disso são os geniais (e hoje famosos) travellings de câmera pela floresta. Se não tinha como mostrar um demônio convincente, por que não mostrar o seu ponto de vista?

A refilmagem não tem humor, e o pior, não traz nenhum susto – apesar do poster dizer “o filme mais apavorante que você verá nesta vida”, A Morte do Demônio não dá nenhum medo. Fede Alvarez deveria ter feito como outro estreante contemporâneo (também encontrado por Hollywood através do youtube), Andrés Muschietti, que soube usar os sustos em Mama. Fede Alvarez usa e abusa do tal “torture porn” – o gore é abundante, e são várias cenas com corpos sendo mutilados. Nisso o filme é muito bem feito. Mas, como disse, é uma refilmagem de Evil Dead, não de Jogos Mortais.

A (nova) história tem algumas boas sacadas. Gostei da primeira pessoa possuída estar tentando se livrar de drogas, os sintomas se confundem. Mas, por outro lado, algumas coisas ficam sem sentido – achei péssimo o desfecho dado ao último personagem. E isso sem contar os furos de roteiro – como é que a cabana já era usada pela família, mas ninguém sabia que tinha um porão?

Li por aí que o roteiro teve participação de Diablo Cody, roteirista que ganhou o Oscar por Juno e depois fez um trabalho de qualidade duvidosa com Garota Infernal. Não sei se é verdade, pelos créditos do filme, o roteiro foi escrito por Alvarez e Rodo Sayagues, somente. Mas o fim dado ao último personagem tem a cara de Cody…

Sobre o elenco, não tenho nada a falar. Cinco jovens pouco conhecidos: Jane Levy, Shiloh Fernandez, Lou Taylor Pucci, Jessica Lucas e Elizabeth Blackmore. Ninguém se destaca, nem pelo lado positivo, nem pelo negativo.

Por fim, preciso falar do título nacional. Por que “a morte do demônio”, se o filme não fala da morte de nenhum demônio? “Ah, mas o original também era “a morte do demônio!”. Sim, o título do original era equivocado, era aquela época que um filme não podia ser lançado só com o nome original, sempre tinha um subtítulo, nem sempre coerente (como Moulin Rouge – Amor em Vermelho, Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento ou Karatê Kid 2 – A Hora da Verdade Continua). Daí que alguém – que provavelmente nem viu o filme – inventou este subtítulo nada a ver. E agora, com a refilmagem, em vez de consertar, mantiveram o erro…

Enfim, Evil Dead – A Morte do Demônio não é ruim, mas fica devendo. Se fosse um filme original, não sofreria com comparações e teria uma resposta melhor da crítica e do público. Mas como refilmagem, prefira o original. Se quiser ver este, esqueça o outro.

p.s.: Se você é fã do original, fique até o fim dos créditos!

Oz: Mágico e Poderoso

Crítica – Oz: Mágico e Poderoso

Sou fã do Sam Raimi desde a época dos Evil Dead. Claro que não ia deixar de ver sua versão para a origem do Mágico de Oz, né?

Fugindo de uma briga, o mágico de circo Oscar Diggs acaba chegando na Terra de Oz. Lá, ele conhece as bruxas Theodora, Evanora e Glinda, e, com a ajuda de um macaco alado e de uma boneca de porcelana, precisa descobrir quem é do bem e quem é do mal.

Sim, é isso mesmo, esqueça a Dorothy, o Totó, o Espantalho, o Leão e o Homem de Lata. Trata-se de um prequel, mostrando como o Mágico chegou em Oz.

Li que a produção deste Oz: Mágico e Poderoso teve problemas com direitos autorais. O livro de L Frank Baum, de onde saiu a história, está em domínio público, mas o filme de 1939 O Mágico de Oz não está, e os donos dos direitos não liberaram. Então, tudo aqui teve que ser minuciosamente pensado. As citações ao filme original não podiam ser diretas. Um exemplo disso é o início do filme em preto e branco – as cores aparecem quando ele chega a Oz, como acontece no filme clássico.

Claro que os saudosistas vão dizer que este Oz: Mágico e Poderoso não chega aos pés do filme de 39. Mas acho que isso já era previsto: qualquer um que for “cutucar” um dos maiores clássicos da história do cinema vai encontrar uma legião de “haters”. Faz parte.

Na minha humilde opinião, o resultado ficou bem interessante, uma fantasia a la Tim Burton – diferente do último filme de Raimi, o bom terror Arraste-me Para o Inferno. Raimi consegue desenvolver bem uma nova fábula no mundo de Oz.

A produção é Disney, o que pode ser uma boa e ao mesmo tempo uma má notícia. Por um lado, a produção é de altíssimo nível – a animação dos coadjuvantes (o macaco alado e a boneca) é de uma qualidade impressionante. Por outro, Raimi está mais discreto que o habitual (é só compararmos com o resto da boa filmografia do diretor). Se Raimi estivesse mais “solto”, o resultado provavelmente seria menos comportado.

Sobre os efeitos especiais, eles ficaram meio artificiais, mas isso me pareceu proposital. Alguns cenários são muito coloridos, algumas maquiagens são muito caricatas – os cenários e caracterizações parecem uma mistura de Alice no País das Maravilhas do Tim Burton com O Grinch do Jim Carrey.

No elenco, não vi nenhum destaque. James Franco está canastrão, mas acho que o personagem pedia isso. Não gostei da atuação de Mila Kunis, ela parece artificial demais. Rachel Weisz se sai um pouco melhor com sua bruxa menos caricata. Ainda no elenco, Michelle Williams, Zach Braff, Bill Cobbs e as tradicionais pontas de Bruce Campbell e Ted Raimi.

Enfim, Oz: Mágico e Poderoso não se tornará um clássico como o filme de 39. Mas é uma boa diversão.

Evil Dead 3 – Army Of Darkness – Uma Noite Alucinante 3

Crítica- Evil Dead 3 – Army Of Darkness – Uma Noite Alucinante 3

E vamos ao último filme da trilogia Evil Dead!

Ash (Bruce Campbell) vai parar em um castelo medieval ameaçado por forças do mal. Acham que ele é um salvador citado em uma profecia, que seria capaz de pegar o livro Necronomicon e afastar o mal. Mas, ao pegar o livro, ele recita as palavras erradas e acaba libertando um exército de cadáveres.

O ano era 1992. Sam Raimi já não era um nome desconhecido, mas ainda estava no underground – além da trilogia, ele tinha feito apenas Crimewave e Darkman (mal sabia ele que exatos dez anos depois, ele estaria dirigindo um blockbuster, o primeiro Homem Aranha). Raimi mais uma vez foi responsável pelo roteiro e direção. E sua câmera continua genial, como nos filmes anteriores.

Evil Dead – A Morte do Demônio não passou nos cinemas brasileiros; Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante teve uma carreira razoável nas telas. Evil Dead 3 – Uma Noite Alucinante 3 até passou, mas, se me lembro bem, ficou só uma semana em cartaz. Lembro que vi correndo, antes de tirarem do circuito!

Se os dois primeiros filmes têm um visual bem semelhante, isso não acontece aqui. A trama se passa quase toda na Idade Média, no ano 1300. Revendo hoje, o visual do filme lembra algumas séries produzidas por Sam Raimi nas décadas seguintes, como Hercules, Xena e Legend of the Seeker – aventuras medievais com um pé na magia.

Mas, apesar de ter cara de aventura medieval, Evil Dead 3 – Uma Noite Alucinante 3 nunca nega as suas origens. Não só o banho de sangue continua, como ainda rolam demônios alados e um exército de esqueletos em stop motion – o tal “Army of Darkness” do titulo.

(Aliás, segundo o imdb e a capa do meu dvd gringo, o nome do filme é apenas “Army of Darkness“. Cadê o “Evil Dead 3“?)

O elenco continua basicamente desconhecido, com excessão do mesmo Bruce Campbell de sempre. A novidade é uma ponta de Bridget Fonda logo no início do filme.

Por coincidência, baixei na mesma época uma versão em avi e logo depois consegui comprar o dvd. São finais diferentes! O dvd traz o final no supermercado; o avi tem um final dentro de uma caverna – preferi o do dvd…

Evil Dead 3 – Uma Noite Alucinante 3 não é levado muito a sério, é deixado de lado por muitos apreciadores de cinema de horror. Mas fecha bem a trilogia!

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Se você gostou de Evil Dead 3 – Army Of Darkness –
Uma Noite Alucinante 3
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My Name is Bruce
Crimewave – Dois Heróis Bem Trapalhões
Gremlins

Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante

Crítica – Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante

E vamos à continuação de Evil Dead – A Morte do Demônio!

Um casal chega a uma cabana abandonada e invoca sem querer forças do mal ocultas na floresta, ao ler em voz alta trecho do Necronomicon, o Livro dos Mortos. E recomeça o banho de sangue…

Antes de falar do filme, vamos voltar uns 25 anos no tempo…

Segunda metade dos anos 80. Tv a cabo não existia no Brasil, locadoras de vhs ainda eram novidade pra muita gente. Só era possível ver Evil Dead – A Morte do Demônio em vídeo, mas esta segunda parte passou nos cinemas, e acho que teve um relativo sucesso – lembro de ter visto em um cinema São Luiz bem cheio.

Na época, heu achava que era uma refilmagem do primeiro filme, com mais dinheiro para os efeitos especiais e mais humor negro. E me perguntava por que diabos Ash (Bruce Campbell) voltaria para aquela cabana depois do que aconteceu no filme anterior.

Bem, isso realmente é confuso. Parece uma refilmagem, e também parece uma continuação. O imdb explica: como Sam Raimi não tinha direitos sobre as imagens do primeiro filme, ele refilmou algumas passagens, mas depois disso continuou o filme. Então é uma refilmagem/continuação… 😉

Enfim, a história pouco importa aqui. O negócio é continuar com o ritmo frenético e os travellings alucinantes. A diferença é que Raimi resolveu assumir o lado trash e caprichou no humor – Raimi declarou que se inspirou na antiga série de tv Os Três Patetas. E fez de Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante uma das melhores comédias de humor negro da história!

O humor negro é farto. A sequência da mão possuída é sensacional. Um dos personagens chega a engolir um olho de demônio. E uma genial sequência em stop motion mostra um balé com um cadáver decapitado. A ironia é tão boa que aparece a capa de um livro de Ernest Hewingway, chamado “A Farewell to Arms”!

O clima de terror continua, mas agora com a galhofa assumida. Muito, muito gore, e muitas gargalhadas em cima dessa nojeira toda. Pra quem curte terror, o primeiro filme é obrigatório; pra quem quer rir, o segundo é a melhor opção.

O fim do filme é em aberto, porque, àquela altura, a parte 3 já era prevista.

Em breve, Evil Dead 3 – Uma Noite Alucinante 3!

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Se você gostou de Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante, Blog do Heu recomenda:
Crimewave – Dois Heróis Bem Trapalhões
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Bad Taste – Náusea Total
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Evil Dead – A Morte do Demônio

Crítica – Evil Dead – A Morte do Demônio

Estou aproveitando a época com poucos seriados pra rever filmes legais que não vejo há tempos. Comecei com a trilogia Evil Dead!

Um grupo de amigos vai para uma cabana no meio do mato e lá encontram o Necronomicon, o Livro dos Mortos. Ao tocar um velho gravador com a tradução do livro, eles evocam espíritos malignos que estavam na floresta.

É difícil falar de Evil Dead – A Morte do Demônio, primeiro longa dirigido por Sam Raimi, hoje, 30 anos depois do lançamento (o filme é de 1981). Todo mundo já viu, e todo mundo sabe que é um filme super importante na história do cinema de horror. Muita coisa atual usa referências tiradas daqui.

Posso dizer que a câmera de Sam Raimi continua impressionante. Claro, todo mundo se lembra dos alucinantes travellings pela floresta, mas não é só isso – Raimi também é muito criativo nas escolhas dos ângulos pouco convencionais para suas cenas. E o ritmo do filme é frenético, muita coisa acontece durante os rápidos 85 minutos de duração. Rola até um” estupro ecológico”!

Os efeitos especiais são muito bons, se a gente lembrar das limitações técnicas da produção. Incapacitado de mostrar um demônio convincente, Raimi usa e abusa da câmera subjetiva com seus travellings rápidos. Só nas gostei do uso de stop motion na sequência final – aquilo ficou tosco demais.

Sobre o elenco, o único conhecido é Bruce Campbell, aliás, famoso justamente por causa da série Evil Dead – Campbell nunca mais fez nada relevante, apenas filmes “B” como Bubba Ho-Tep e My Name is Bruce, ou pequenos papeis em outros filmes (ele esteve nos três Homem Aranha dirigidos por Raimi).

Muita gente considera Evil Dead – A Morte do Demônio um filme trash. Heu não, pra mim, é um bem humorado filme de terror. Trash mesmo só as continuações…

Evil Dead – A Morte do Demônio nunca foi lançado no circuito comercial aqui. A segunda parte, Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante, passou nos cinemas, mas pra ver o primeiro filme, só no videocassete. E hoje em dia é fácil encontrar o dvd largado nas prateleiras de 9,99 das Lojas Americanas…

Ainda preciso falar mal do nome. Ok, na época era meio que tradição colocarem títulos esdrúxulos nos filmes aqui lançados. Este foi mais um caso – “A Morte do Demônio”???

p.s.: Em breve, Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante!

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Crimewave – Dois Herois Bem Trapalhões

Crimewave – Dois Herois Bem Trapalhões

Às vezes acho que tem uns filmes que só heu conheço e mais ninguém no mundo. Crimewave – Dois Herois Bem Trapalhões, comédia que o Sam Raimi fez em 1985, logo após o primeiro Evil Dead, é assim. Vi no cinema, numa sessão única numa maratona diurna do Estação Botafogo, e tempos depois comprei o vhs original. Detalhe: não conheço mais ninguém que viu este filme!

Claro que Crimewave não foi lançado em dvd no Brasil. Achei num site americano e encomendei um pra mim. O dvd é chinês! E olha que estamos falando de um filme dirigido por Sam Raimi e com roteiro dos irmãos Coen!

Esta estranha comédia de humor negro conta história de Vic, um típico loser que está prestes a ir para a caderia elétrica por um crime que não cometeu. Ele conta em flashbacks a sua história bizarra, envolvendo personagens ainda mais bizarros.

Mas o mais importante aqui não é a história, e sim como ela é contada. Crimewave – Dois Herois Bem Trapalhões tem cara de desenho animado! O humor negro, o estilo caricato dos personagens, tudo aqui lembra aqueles desenhos antigos como Tom & Jerry e Pica Pau.

Claro que este filme não é para qualquer um. Precisa estar no clima de ver um filme com atores de carne e osso, mas com humor de desenho animado. Mas, no clima certo, Crimewave – Dois Herois Bem Trapalhões é divertidíssimo!

O elenco está todo propositalmente caricato – já viu desenho animado neste estilo com personagens “reais”? No elenco principal, nenhum nome de ponta. Bruce Campbell, claro, faz um papel canastrão, e Brion James, que fizera Blade Runner três anos antes, é um dos assassinos. Mas, entre as participações especiais, dá pra gente ver os roteiristas Joel e Ethan Coen como dois repórteres, e Frances McDormand é uma das freiras mudas.

Por fim, preciso falar que o nome em português é uma das piores traduções da história do cinema. Brasileiro. Como assim, “dois herois”??? Só tem um! Ou será que o título se refere aos dois vilões? Tudo bem que “Onda de Crimes” não é o melhor dos nomes, mas pelo menos é coerente com a trama…

p.s.: A capa do dvd que comprei é tão horrorosa quanto o título em português.Também não tem nada a ver com o filme! Olhem aqui embaixo:

Arraste-me Para o Inferno

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Arraste-me Para o Inferno

Nos cinemas esta semana a seguinte frase está sendo ouvida: “Oba! Sam Raimi está de volta!” Mas… De volta de onde? Afinal, o cara fez os três filmes do Homem Aranha entre 2002 e 2007!

A resposta é: “Sam Raimi está de volta ao cinema de horror”!

A trama é simples: uma funcionária de um banco nega um empréstimo a uma velha cigana, que, então joga uma maldição em cima dela. Simples e eficiente, se estiver nas mãos certas.

E, felizmente, Arraste-me Para o Inferno está nas mãos certas. Sam Raimi hoje pode ser rico e famoso por causa da franquia Homem Aranha, mas todo fã de terror se lembra que ele é o criador de outra trilogia: Evil Dead.

Em 1981, Raimi sacudiu o mundo do cinema fantástico com o primeiro Evil Dead, um filme com pouco orçamento e muita criatividade que virou um clássico instantâneo. Este filme não foi lançado por aqui, mas, em 87, a continuação Evil Dead II chegou aos cinemas brasileiros com o nome Uma Noite Alucinante. Devido ao sucesso, o primeiro filme foi então lançado em vhs, com outro nome: A Morte do Demônio. Os dois filmes eram até bem parecidos, só que enquanto o primeiro era um filme de terror bem humorado, o segundo parecia uma comédia de humor negro. E, para fechar a trilogia, em 92 Raimi fez Evil Dead – Army of Darkness. Este foi mal lançado nos cinemas daqui, e até hoje não existe a edição nacional do dvd. Ah, sim, aqui ganhou o nome Uma Noite Alucinante 3, apesar de não existir Uma Noite Alucinante 2.

Por isso “Sam Raimi está de volta”. E em seu novo filme, ele mostra que não perdeu a mão. Com movimentos de câmera inteligentes, Raimi dá muitos sustos no espectador!

Temos tudo o que um filme de terror pede: personagens desagradáveis, objetos que se mexem misteriosamente, sombras assustadoras, insetos, muitos insetos, e algumas cenas gore de embrulhar o estômago. E, pra provar que “uma vez Sam Raimi, sempre Sam Raimi”, o clima do filme não é sisudo, como, por exemplo, O Orfanato – conseguimos até rir em alguns momentos!

Mesmo com o clima bem-humorado, o filme não cai na caricatura – felizmente. Mérito do diretor, que não fez uma paródia de si mesmo.

Alison Lohman, em seu primeiro filme de terror, sofre nas mãos de Raimi: engole moscas, mergulha na lama, jorra sangue pelo nariz, vermes são vomitados em sua boca, e por aí vai. E outro destaque no elenco é Lorna Raver, que faz a sinistra cigana.

A trilha sonora de Christopher Young, orquestrada, old school, também é muito boa. Aliás, é usado no filme um tema que Lalo Schifrin compôs para O Exorcista, de 1973, mas nunca tinha sido usada.

Para completar, sabe quando um filme de terror vai muito bem, mas no fim parece que alguém erra a mão e termina horrivelmente? Bem, pelo menos heu achei o fim deste aqui muito bem bolado.

Recomendo!