Guardiões da Galáxia Especial de Festas

Crítica – Guardiões da Galáxia Especial de Festas

Sinopse (Disney+): Com a missão de tornar o Natal inesquecível para Quill, os Guardiões vão à Terra em busca do presente perfeito.

James Gunn é “o cara”. Se antes já era impressionante o fato dele ter saído da Troma (sua estreia foi o roteiro de Tromeu & Julieta) e chegar na Marvel, agora ele está ligado a projetos simultâneos na Marvel e na DC!

Guardiões da Galáxia Especial de Festas (The Guardians of the Galaxy Holiday Special, no original) é uma divertidíssima brincadeira. Gunn aproveitou as filmagens de Guardiões 3 e juntou o elenco para filmar um especial de natal, independente dos filmes, de pouco mais de quarenta minutos. Pretensão zero, diversão nota 10.

O filme segue uma ideia maluca (e coerente com tudo o que o diretor já tinha feito com os Guardiões): tirando Peter Quill, todos são alienígenas e não sabem o que é o Natal. Então Mantis e Drax resolvem vir até a Terra para trazer um presente para Quill: o Kevin Bacon! Sim, afinal rolou uma piada no primeiro ou segundo Guardiões onde Quill fala que Kevin Bacon foi um herói que salvou uma cidade com a dança.

Uma coisa bem legal dessa fase atual da Marvel é que cabem experimentações em formatos diferentes. Depois de uma sitcom de uma advogada Hulk e de um filme sério com homenagem ao Pantera Negra, agora tem espaço para uma bobagem divertida.

Em sua incursão pela DC, em Esquadrão Suicida e na série Peacemaker, James Gunn usou muita violência gráfica, mas aqui em Guardiões da Galáxia Especial de Festas o clima é família, mantendo a linha dos filmes dos Guardiões. Outra característica constante em seus filmes, a trilha sonora é importante, e a música de Natal que toca no início é sensacional. Não achei informações no imdb, mas desconfio que seja a banda Old 97’s caracterizada interpretando a música no filme.

O elenco é fantástico. Mesmo sendo uma produção simples, direto para o streaming, Guardiões da Galáxia Especial de Festas traz de volta quase todo o elenco dos filmes (só Zoe Saldana não está aqui). Os principais são Pom Klementieff e Dave Bautista (que estão ótimos em sua incursão pela Terra), e temos também Chris Pratt, Karen Gillan, Michael Rooker, Bradley Cooper, Vin Diesel e Sean Gunn. De novidade, Maria Bakalova faz a voz do cachorro Cosmo, ela deve estar no próximo filme. Claro, Kevin Bacon também tem uma grande participação, e sua esposa Kyra Sedgwick é quem fala ao telefone com ele.

Por fim, não me lembro de personagens da DC sendo citados no MCU. E aqui falam do Batman! Olha, se alguém for fazer um crossover Marvel x DC nos cinemas, acho que já temos a pessoa certa para tocar o projeto!

Pantera Negra Wakanda Para Sempre

Crítica – Pantera Negra Wakanda Para Sempre

Sinopse (imdb): Uma sequência que explora o mundo único de Wakanda e os vários personagens introduzidos com o filme de 2018.

Finalmente chega às telas a aguardada continuação de Pantera Negra, um dos mais incensados filmes de super heróis de todos os tempos.

A minha maior dúvida era como eles iam lidar com a morte do ator principal, Chadwick Boseman, que faleceu dois anos atrás, aos 43 anos, de câncer. Qual seria a saída? Será que era melhor escalar outro ator, como fizeram com o Máquina de Guerra, que foi interpretado pelo Terrence Howard no primeiro Homem de Ferro e depois trocaram pelo Don Cheadle? Ou usar um dublê e colocar um rosto digital, como fizeram com o Gand Moff Tarkin em Rogue One?

A solução encontrada foi matar o personagem – e isso é logo a primeira cena do filme, então não é spoiler. T’Challa está doente, enquanto Shuri tenta fazer algo para salvar o irmão. E logo depois temos uma bela homenagem, a vinheta da Marvel está só com imagens do T’Challa, e sem música, só com barulho de vento. Vai ter muito nerd chorando nessa introdução.

Matar o personagem parece ser a solução correta quando o ator que o interpreta era muito carismático, afinal é difícil substituir um ator assim. Mas traz outro problema: temos um filme sem protagonista. E o protagonismo é jogado em cima da Shuri, só que Letitia Wright não tem um décimo do carisma do Chadwick Boseman. Mas isso é apenas um dos problemas. Vamulá.

Mais uma vez dirigido por Ryan Coogler, Pantera Negra Wakanda Forever não é ruim. O elenco está muito bem, temos cenários belíssimos tanto em Wakanda quanto em Talocan (a cidade do Namor), boa trilha sonora, tecnicamente é um filme bem executado. Mas, sei lá, me pareceu que faltou alguma coisa. É o trigésimo filme do MCU, chegamos em um ponto onde é difícil se manter no topo o tempo todo, e a sensação que Pantera Negra Wakanda Forever passa é que estamos diante de mais um filme, apenas isso.

E, pra piorar, o filme é longo demais. Duas horas e quarenta minutos, o filme chega a cansar.

Sobre as cenas de ação: tem uma perseguição de carros no meio do filme que é apenas ok. E a grande batalha final é bem ruim. Temos de um lado pessoas mais fortes e em maior quantidade. Era pra esse lado ter esmagado o outro, mas, ok, filme, a gente aceita.

(Não gostei do “momento power rangers” na batalha, e não tenho ideia de onde a Shuri aprendeu a brigar daquele jeito – ela era cientista! Mas esses são clichês comuns em filmes de super heróis, então vou relevar.)

O elenco é bom. Angela Bassett está muito bem, consegue passar a dor de ter perdido um filho e ainda ter que governar Wakanda. Tenoch Huerta recebeu críticas pelo seu Namor, mas achei ele bom no papel – não está na galeria dos melhores vilões da Marvel, mas serve pra mover o filme. Letitia Wright, Lupita Nyong’o, Danai Gurira e Dominique Thorne dividem o protagonismo na maior parte do filme. Martin Freeman e Julia Louis-Dreyfus têm papéis menores; e Lake Bell faz uma ponta (curioso que ela fez a voz da Natasha Romanoff em What If e agora tem um papel pequeno, achei que ela tinha star power pra algo mais relevante).

Agora, momento mimimi. Posso implicar? Se a galera é do fundo do mar, por que usam cocares com penas de pássaros? Outra: eles são seres subaquáticos, como é que eles cantam fora d’água para chamar as pessoas para o mar?

Pantera Negra Wakanda Forever é um bom filme. Mas, no MCU de 2022, na minha lista, fica um passo atrás do Doutor Estranho e do Thor.

Adão Negro

Crítica – Adão Negro

Sinopse (imdb): Quase 5.000 anos após ser agraciado com os poderes onipotentes dos deuses egípcios e preso com a mesma rapidez, Adão Negro alcança a liberdade de sua tumba terrena, pronto para liberar sua justiça no mundo moderno.

Bora pra mais um filme de super heróis da DC!

O que mais me intrigava sobre este Adão Negro (Black Adam, no original) era o protagonista. Porque, na Hollywood de hoje, é difícil imaginar o Dwayne Johnson como um vilão. Mas, olha, nesse aspecto, gostei do que vemos no filme. Diferente da maioria dos filmes de super heróis onde existe um grande maniqueísmo, o bem contra o mal, aqui a gente tem dois grupos distintos onde dependendo do ponto de vista, um deles pode não ser exatamente de “mocinhos”. Inclusive isso é falado por uma personagem – “onde estavam vocês quando fomos invadidos 27 anos atrás?”

Dito isso, preciso dizer que o vilãozão que temos no terço final do filme é fraco. Mais tarde volto a falar dele.

A direção é de Jaume Collet-Serra, de A Órfã, Águas Rasas, e alguns filmes com o Liam Neeson badass (Desconhecido, O Passageiro, Noite Sem Fim e Sem Escalas). Bom diretor, mas que aqui não mostra nada autoral. Ele usa tanta câmera lenta que às vezes parece que estamos vendo um filme do Zack Snyder.

Ainda na câmera lenta: são boas cenas, só que em excesso. Talvez o ideal fosse reduzir um pouco. As cenas de ação são boas, e o filme tem um pouco mais de violência do que estamos acostumados na concorrente Marvel.

Já que falamos da Marvel… Preciso dizer que não conheço as HQs, meus comentários são apenas relativos ao que tivemos no cinema nos últimos anos. E preciso falar que esse filme parece muito um filme da Marvel. Temos um novo elemento, o Eternium, que é equivalente ao Vibranium. O time de super heróis é liderado por uma mistura de Tony Stark com Falcão, e seu time tem um “Doutor Estranho” (que vê o futuro e encontra apenas uma solução para enfrentar o vilão), um Homem Formiga com máscara de Deadpool (inclusive usado como alívio cômico) e uma espécie de Tempestade (ok, essa é a mais diferente). Só que a Marvel passou anos e anos construindo um time, e agora na DC veio tudo jogado de uma vez.

Sobre o elenco, Dwayne Johnson está ótimo como sempre. Um personagem mais sombrio que o habitual, mas mesmo assim mantendo o bom humor. Sarah Shahi tem o principal papel entre os “não heróis”, e Pierce Brosnan é o único conhecido do grupo de heróis Sociedade da Justiça (os outros são Aldis Hodge, Quintessa Swindell e Noah Centineo). E temos Viola Davis como Amanda Waller, meio que pra justificar que este é mais um filme do universo cinematográfico da DC.

A parte técnica teve uma coisa que me incomodou. O áudio parecia que algumas cenas estava mal dublado, principalmente em cenas do menino. Achei estranho, mas deixei pra lá. Ao fim da sessão, um amigo comentou sobre isso, e vi que não fui o único.

Adão Negro é legal, mas não gostei do terço final. O personagem título tinha sido isolado, mas consegue voltar numa cena muito forçada. E é o momento onde temos o vilãozão. E aquele exército de zumbis foi completamente desnecessário.

Tem uma cena pós créditos, depois dos créditos principais, que fez parte da galera urrar na sessão de imprensa. Admito, boa cena. No fim dos créditos não tem nada.

Aguardemos mais filmes do Dwayne Johnson na DC!

Lobisomem na Noite

Crítica – Lobisomem na Noite

Sinopse (Disney+): Em uma noite escura e sombria, uma cabala de monstros emerge das sombras e se reúne no templo de Bloodstone após a sua morte. Em um estranho e macabro memorial à vida de seu líder, os participantes são lançados em uma misteriosa e mortal competição por uma poderosa relíquia – uma caçada que acabará por colocá-los cara a cara com um monstro perigoso.

Recebi uma mensagem de um amigo sobre um novo Marvel, fui ver direto sem ler absolutamente nada do que se tratava. Olha, que surpresa boa!

Inicialmente achei que seria o primeiro episódio de uma nova série – caramba, tem muita coisa pra ver, estou acompanhando Andor, She-Hulk, Anéis de Poder, estou atrasado com House of the Dragon, acabou de estrear O Clube da Meia Noite, e ainda me recomendaram Dahmer. E ainda preciso ver filmes pra produzir conteúdo pro site! Precisamos de uma nova greve de roteiristas…

Mas, não, Lobisomem na Noite não é uma nova série, é um especial de Halloween. Um filme média metragem, de 54 minutos, que, a princípio, não terá continuação. Taí, gostei da proposta. Só achei um pouco cedo pra Halloween, será que não seria melhor mais perto do fim do mês?

Antes de tudo, preciso falar que Lobisomem na Noite não tem NADA de super heróis. Ok, algum leitor das HQs pode até dizer “mas o personagem tal aparece no gibi” – mas, pra mim, o que vale é o que está na tela, tanto nos filmes quanto nas séries. E nada aqui se conecta a nenhum dos filmes ou séries. Se vai se conectar no futuro? Provavelmente. Mas, por enquanto é algo independente.

Lobisomem na Noite (Werewolf by Night, no original) é uma grande homenagem a filmes clássicos de terror, como Drácula, Frankenstein, A Múmia, etc. Reconheço que não sou um grande conhecedor dessa fase, mas a gente pode sentir o clima. Não só o fato de ser em preto e branco, como os enquadramentos, cenários, trilha sonora, tudo lembra filmes daquela época. Tem até aquelas “marcas de cigarro”, aquelas bolas pretas que aparecem no canto da tela pra avisar pro projecionista que é a hora de trocar de projetor (se você é novo, talvez nunca tenha visto isso, mas até os anos 80 ou 90 era bem comum, tinha em todos os filmes que passavam no cinema).

Quando vi, desconfiei de uma coisa que confirmei depois no imdb: aproveitaram o P&B para “esconder” o sangue. Tem algumas cenas bem violentas, com muito sangue jorrando, mas vemos muito pouco porque o sangue não é vermelho.

Quando acabou o filme, uma agradável surpresa. A direção é de Michael Giacchino, ele mesmo, o compositor das trilhas sonoras de metade dos blockbusters que a gente viu nos últimos anos – só este ano, ele fez Batman, Jurassic World, Lightyear e Thor. O cara que já mostrou que é um grande compositor, ele já tinha trabalhado em trilhas que originalmente eram de outros compositores – tipo quando fez as trilhas dos Jurassic World (que nos filmes anteriores eram do John Williams) ou dos novos Star Trek (trabalhando em cima da trilha original de Jerry Goldsmith). Como diretor, ao fazer uma homenagem aos clássicos do terror, gostei de ver que ele mostra o mesmo carinho que ele tem para trabalhar em cima de outras trilhas. Já quero ver mais filmes dirigidos por ele!

Tenho uma crítica com relação ao nome. O filme se chama “Lobisomem na noite”. E tratam isso como se fosse um grande mistério a ser revelado num plot twist. Ora, se você vai ver um filme chamado “Lobisomem”, você sabe que o personagem central vai virar lobisomem! Que plot twist fajuto!

Mas não reclamo porque adorei a transformação. Vemos o olhar de medo da outra personagem, enquanto vemos suas sombras se transformando. Ficou muito bom!

Outra coisa que achei bem legal: a vinheta da Marvel foi alterada. Começa normal, mas aí é como se uma garra de lobisomem rasgasse (me lembrou o poster de Um Grito de Horror), aí fica preto e branco e o tom muda para menor. Muito legal!

No elenco, Gael Garcia Bernal e Laura Donnelly são os principais. Se este filme se conectar ao MCU, deve ser com um deles (ou ambos).

No fim, fica a sensação de que poderia ter sido um longa. Gostei do clima, gostei dos personagens, pena que acabou rápido. Pelo menos é melhor do que uma série longa.

Sandman

Crítica – Sandman

Sinopse (imdb): Após anos aprisionado, Morpheus, o Rei dos Sonhos, embarca em uma jornada entre mundos para recuperar o que lhe foi roubado e restaurar seu poder.

Gostei de Sandman, mas algumas coisas me incomodaram. Vou primeiro falar das coisas boas, depois falo mal.

Sei que Sandman é uma das graphic novelas mais famosas de todos os tempos, mas nunca li. Meus comentários serão apenas em cima da obra audiovisual – lembrando que uma boa adaptação serve tanto para os iniciados quanto para aqueles que nunca ouviram falar da obra.

O visual é bem legal. Talvez fosse ainda melhor se os sonhos pirassem um pouco mais (pelo menos os meus sonhos são bem mais malucos, e pessoas e lugares mudam num piscar de olhos). Mas a HQ deve ser assim, então ok, a gente aceita do jeito que foi apresentado. Pelo menos temos várias cenas onde daria pra pausar e fazer belos quadros.

A história começa apresentando o protagonista Dream, que é um personagem poderoso que é capturado por um zé mané qualquer – a série deixa claro que o cara não era importante. Mas ok, ele é capturado e roubam três coisas importantes dele. Quando ele consegue escapar, ele vai atrás dos seus três objetos, e aí a história acaba. E ainda estamos no quinto episódio de uma série de dez (ou onze). E se a série já era lenta nessa primeira metade, depois fica ainda mais lenta.

Ouvi comentários sobre o sexto episódio ser o melhor da série. O sexto é bom sim (a série cai a partir do sétimo), mas preferi o quinto, o do restaurante. Se a série mantivesse o ritmo e o clima daquele episódio, seria outra série, muito melhor!

A série foi lançada como se tivesse dez episódios. Mas depois de alguns dias, lançaram um episódio extra, com duas historinhas independentes. Melhor do que os episódios sete a dez, mas mesmo assim, foi bem fuén.

Vamos para a parte ruim? Sandman, como quase todo produto audiovisual, tem altos e baixos. Agora, tem 3 pontos que foram bem ruins, e preciso falar aqui:

– O ator principal, Tom Sturridge, é muito ruim. Não sei se a culpa é dele ou se teve alguma falha na direção de atores. Mas ele passa a série inteira fazendo biquinho com a boca. Dez episódios com o cara fazendo a mesma cara. Talvez isso funcione numa HQ, onde o personagem é estático. Mas uma adaptação é necessária quando sai de uma página de revista e vira uma tela de tv / cinema.

– Achei a personagem da Gwendoline Christie, Lúcifer Morningstar, uma personagem muito ruim. Todo mundo lembra dela como a Brienne de Game of Thrones, mas acho que ela estava melhor como a Capitã Phasma de Star Wars, onde ela pouco aparece e não dá pra ver como ela é limitada como atriz. E aquele duelo foi péssimo. Ninguém viu A Espada era a Lei? A Madame Min vira um dragão, o Merlin vira um micróbio! A gente já viu isso antes!

– São dez episódios (que viraram onze). Os seis primeiros são bons e contam uma história. Essa história acaba, a temporada deveria acabar junto, mas resolveram contar outra história. E essa nova história é bem inferior, e os quatro últimos episódios são muito mais fracos. Tem cenas que são arrastaaaadas… E o episódio extra não é ruim, mas é bem fuén.

Sei que tem gente que ficou incomodada com John Constantine virar Johanna Constantine. Mas, não li as HQs, isso não me incomodou. A atriz Jenna Coleman mandou bem.

Também tem gente reclamando dos números musicais do John Cameron Mitchel (Hedwig). Concordo que foi muita coisa, mas não me incomodou.

A HQ tem muito mais material além do que foi mostrado aqui, então devemos ter outras temporadas. Será que vão ser como a primeira parte, ou como a segunda?

She Hulk

Crítica – She Hulk

Sinopse (imdb): Jennifer Walters navega na vida complicada de uma advogada solteira de 30 e poucos anos que também é uma Hulk verde de 6 pés e 7 polegadas com superpoderes.

Não leio HQs de super heróis, nunca tinha ouvido falar da She Hulk. Mas, olhando só sob a “ótica MCU”, a série começa bem. Não precisamos perder tempo explicando quem é ela. Advogada, prima do Bruce Banner, sofreu um acidente e teve seu sangue misturado com o dele, ok, temos mais uma pessoa com raios gama.

Este primeiro episódio (curtinho, pouco mais de meia hora) mostra como ela virou Hulk e consegue sintetizar tudo o que precisamos saber para acompanhar a nova personagem.

Existia um certo receio quando aos efeitos especiais, porque quando saiu o primeiro trailer, muita gente reclamou do cgi da personagem título. Deram uma melhorada, não achei nenhuma cena ruim.

Tem uma coisa que gostei: o Bruce Banner virou Hulk porque foi exposto à radiação gama, e isso nunca tinha acontecido com outra pessoa. Na série, Bruce acha que tudo o que aconteceu com ele vai se repetir com Jennifer, mas as reações e “efeitos colaterais” não são iguais, então temos uma personagem que tem alguma semelhança com o Hulk que a gente acompanha há mais de dez anos no MCU, mas não é exatamente igual. Em alguns aspectos ela é até melhor que o Bruce. Será que isso vai incomodar a galera que não gosta de personagens femininas fortes? Heu gostei.

A série é leve e divertida, tem algumas boas piadas, e inclui até o recurso de quebra da quarta parede em algumas cenas. Isso ajuda a trazer o espectador logo para o lado desta nova personagem.

O papel título é de Tatiana Maslani, da série Orphan Black. Mark Ruffalo, o Bruce Banner dos cinemas, está em quase todo o episódio, mas não sei se continuará aparecendo na série – seu personagem foi inserido de um modo que não precisamos mais da presença dele – pode ter ou não, depende do que acontecerá na história.

Serão 9 episódios ao todo. Aguardemos o desenrolar. Mas podemos dizer que começou bem.

Eu Sou Groot

Crítica – Eu Sou Groot

Sinopse (imdb): Uma série de curtas-metragens estrelados por Groot e outros personagens novos e incomuns.

Heu sabia que ia ter uma série do Groot, mas não sabia de nada sobre ela. Aí, no grupo dos apoiadores do Podcrast, alguém avisou “estreou Groot”, e fui lá no Disney+ pra ver. Achei que ia ser como as outras séries da Marvel na plataforma, com episódios de 30 a 40 minutos, um por semana. Que nada, todos os episódios já estão lá, e são curtinhos, têm 5 minutos cada, e, na verdade são tipo 3 minutos e meio cada, por causa dos créditos.

Antes de comentar, uma crítica à plataforma Disney+: são 5 episódios, e estão soltos. Depois de ver todos, descobri que vi na ordem errada. Por que não colocar na ordem, como as outras séries da Marvel?

Os episódios são muito curtos. 3 minutos e meio cada, não sei se vale entrar em detalhes sobre cada episódio. O primeiro traz o Groot ainda ainda uma mudinha, num vaso que nem no fim do primeiro Guardiões da Galáxia, “contracenando” com um bonsai. Os quatro seguintes devem ter uma ordem, mas a Disney+ não me deixou saber qual é. Um deles traz Groot às voltas com crescimento das folhas no seu corpo, como se fosse cabelo; outro tem o Groot conhecendo seres bem menores (acho que foi o mais engraçado); outro tem o Groot criando um desenho como se estivesse no jardim de infância; por fim temos um episódio onde o Groot encontra um metamorfo que parece feito de água.

São episódios muito curtos, então não têm muito desenvolvimento. Mesmo assim, tem umas piadas muito boas – ri alto em alguns momentos. E a qualidade da animação é muito boa.

Deve ter easter eggs espalhados, mas não revi pra procurá-los. Mas sei de uma coisa: assim como nos longas, Vin Diesel faz a voz do Groot e Bradley Cooper faz a voz do Rocket Racoon, que aparece em um dos episódios.

É uma bobagem? Sim, é. Mas é uma bobagem divertidíssima! Em tempos com séries de capítulos de mais de duas horas, que venham mais séries curtinhas assim! 20 minutos dá pra ver a temporada inteira!

Thor: Amor e Trovão

Crítica – Thor: Amor e Trovão

Sinopse (imdb): A aposentadoria de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Valquíria, do Korg e da sua ex-namorada Jane Foster, que – para surpresa de Thor – inexplicavelmente empunha seu martelo mágico, Mjolnir, como Poderoso Thor. Juntos, eles embarcam em uma angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais.

E a Marvel continua desenvolvendo o seu cada vez mais complexo universo cinematográfico. A boa notícia aqui é que, se Doutor Fantástico precisava de pré requisitos (quem não viu a série Wandavision deve ter ficado um pouco perdido), este Thor: Amor e Trovão (Thor Love and Thunder, no original) funciona como filme solto – o que o espectador não lembra, aparece o Korg (interpretado pelo diretor Taika) contando.

A direção mais uma vez ficou nas mãos de Taika Waititi, o mesmo do anterior Thor Ragnarok. Taika tem uma pegada forte no humor, todos sabiam que este quarto filme do Thor seria mais uma comédia. Mas a comédia é intercalada por momentos sérios. A história tem algo de drama, temos alguns temas sérios, temos personagem de luto porque perdeu filho, temos personagem com câncer. Conversei com alguns críticos que não gostaram da mistura, mas, na minha humilde opinião, o filme tem um bom equilíbrio entre o drama e a comédia escrachada.

Falei humor escrachado, né? Assim como Ragnarok, Thor: Amor e Trovão é muito engraçado. Traz umas cenas hilárias com o Stormbreaker, o machado do Thor, com ciúmes do Mjolnir. E tem uns bodes que são o alívio cômico perfeito, e que protagonizam a melhor piada do ano no cinema até agora.

Uma coisa me intrigava, que era a Jane Foster como Thor. O roteiro explica o que aconteceu. Se é uma boa explicação, aí não sei. Achei forçada. Mas, pelo menos explica.

Sobre a trilha sonora, queria fazer uma crítica. A trilha sonora é do quase onipresente Michael Giacchino (só este ano, ele já esteve em Batman, Jurassic World e Lightyear), mas nenhum tema dele me chamou a atenção. O que chama a atenção são as músicas de hard rock usadas em algumas cenas impactantes. Todas são boas músicas, todas engrandecem a cena, mas… São QUATRO músicas do Guns’n’Roses! Ok, entendo usar o Guns, tem uma piada envolvendo um dos personagens, mas me pareceu um exagero. Taika não conhece outras bandas de rock? Rainbow in the Dark, do Dio, aparece só nos créditos…

O visual do filme é fantástico, como era de se esperar. Mas teve um detalhe que achei genial. Em um filme muito colorido, determinado momento o filme perde a cor. Fica quase tudo preto e branco, com exceção de alguns detalhes aqui e ali.

Temos um novo vilão, Gorr, o Carniceiro dos Deuses. É um bom vilão, com uma boa motivação, interpretado por um grande ator, Christian Bale (sim, o Batman). Mas, achei ele mal aproveitado, e não gostei do fim que deram a ele. Me pareceu uma oportunidade desperdiçada.

Já que falamos do Christian Bale, bora falar do elenco. Chris Hemsworth parece muito à vontade com o personagem, até perdi a conta de quantos filmes ele já fez como Thor. Temos a volta de Natalie Portman como Jane Foster e Tessa Thompson como Valquíria, mas ambas parecem estar no piloto automático – sorte que o filme não pede muito delas. O diretor Taika Waititi faz a voz do Korg, personagem que tem uma importância grande (afinal, é direção e roteiro dele, né?). Temos participação da galera dos Guardiões da Galáxia: Chris Pratt, Dave Bautista, Karen Gillan, Pom Klementieff e Sean Gunn, e as vozes de Vin Diesel e Bradley Cooper. Russel Crowe faz um Zeus engraçado. Matt Damon, Luke Hemsworth e Sam Neill estavam no Thor Ragnarok, como atores teatrais interpretando Loki, Thor e Odin. Aqui eles voltam, e também temos Melissa Macarthy como Hela. E Elsa Pataky, esposa do Chris Hemsworth, aparece muito rápido como a mulher loba.

Por fim, o tradicional da Marvel: duas cena pós créditos, uma com um gancho para uma provável continuação, outra com uma homenagem bonitinha.

Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura

Crítica – Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura

Sinopse (google): O aguardado filme trata da jornada do Doutor Estranho rumo ao desconhecido. Além de receber ajuda de novos aliados místicos e outros já conhecidos do público, o personagem atravessa as realidades alternativas incompreensíveis e perigosas do Multiverso para enfrentar um novo e misterioso adversário.

Finalmente estreou o aguardado Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura, que tinha deixado fãs em polvorosa com o trailer. Mas, para mim, a dúvida era outra: daria certo um filme do MCU dirigido por Sam Raimi?

Sou muito fã do Sam Raimi, e a gente precisa reconhecer que ele é um nome importante quando o assunto é “filme de super herói”. Se hoje a gente tem vários filmes de super herói por ano, a gente tem que lembrar que o primeiro Homem Aranha de 2002, dirigido por ele, (ao lado do primeiro X-Men de 2000, dirigido por Bryan Singer) são filmes que dizem “quando a gente chegou aqui, tudo isso era mato!”.

Mas a gente sabe que no MCU nem sempre o diretor tem espaço criativo. Um bom exemplo é com o primeiro filme do Doutor Estranho, dirigido por Scott Derrickson, que praticamente só tinha feito terror até então (O Exorcismo de Emily Rose, A Entidade, Livrai-nos do Mal). Alguns casos a gente sente o diretor, como o James Gunn em Guardiões da Galáxia ou o Taika Waititi em Thor Ragnarok, mas quase sempre os filmes do MCU têm cara de “filme de produtor”.

Felizmente Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura tem um bom equilíbrio. Continua sendo um “filme da Marvel”, mas tem várias coisas que são a cara do diretor: ângulos de câmera, alguns movimentos de câmera, alguns elementos de terror – tem até uma mão saindo de uma cova, lembrando o poster de Evil Dead! Só faltou o travelling pela floresta…

(Acho que este deve ser um filme mais violento da Marvel. Tem uma morte bem violenta, e ainda tem alguns jump scares!)

Aliás, é bom lembrar, este é se não me engano o 28º filme do MCU. Se antes os filmes eram independentes, agora precisam de “pré requisitos”. Para ver este Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura nem precisa ver o primeiro Doutor Estranho antes, mas precisa saber o que aconteceu com a série Wandavision.

Já que falamos de Wandavision, bora falar do elenco. É um filme do Doutor Estranho, ninguém vai discutir que ele é o principal aqui. Mas a Wanda quase divide o protagonismo com ele. E se todos sabem que o Benedict Cumberbatch é um grande ator e seu Stephen Strange é um ótimo personagem, aqui em Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura tem outro personagem que rouba a cena. Elizabeth Olsen está sensacional, e sua Wanda é uma das melhores coisas do MCU. É que Doutor Estranho não tem perfil de premiação para atuação, senão diria que a Elizabeth Olsen deveria ser indicada ao Oscar. Fechando o elenco principal, a novata Xochitl Gomez está bem como a nova personagem America Chavez, que deve ter importância no futuro do MCU. Também no elenco, Benedict Wong, Chiwetel Ejiofor e Rachel MacAdams, e mais uns nomes que não vale a pena mencionar por motivos de spoiler. Ah, claro, é Sam Raimi, tem participação especial do Bruce Campbell, num papel bem bobo, mas, como é o Bruce Campbell, heu ri alto.

Sim, tem uma cena no meio do filme onde tem algumas participações especiais que vão explodir a cabeça dos fãs. Não vou entrar em detalhes por causa de spoilers, mas posso dizer que achei a cena muito boa e a conclusão dela também.

O ritmo do filme é alucinante (e isso não é um trocadilho com Uma Noite Alucinante do mesmo diretor). O filme já começa a 100 km/h, e são poucos os momentos mais calmos para respirar. E tem um duelo usando música que é SEN-SA-CIO-NAL!!!

Claro, é Marvel, tem duas cenas pós créditos. A primeira com um gancho para uma continuação, que não tenho ideia do que seja, mas tem a Charlize Theron, então quero muito ver. E lá no fim dos créditos uma piadinha.

A Marvel continua em forma! Aguardemos o novo Thor!

Morbius

Crítica – Morbius

Sinopse (imdb): O bioquímico Michael Morbius tenta curar-se de uma doença rara no sangue, mas sem perceber, ele fica infectado com uma forma de vampirismo.

Se o MCU é coeso e com mais de 20 longas e algumas séries, e que todos se passam no mesmo universo, o resto da Marvel meio bagunçado. Mas, aqui aparentemente estamos no mesmo universo do Homem Aranha, temos o jornal Clarim Diário / Daily Bugle e uma divertida citação ao Venom. Mas o importante é saber que não precisa ver ou rever nenhum outro filme antes deste Morbius.

Dirigido por Daniel Espinosa (Vida), Morbius tem um roteiro preguiçoso. Existe uma função em grandes produções chamada script doctor, cuja função é analisar inconsistências no roteiro. E era uma função necessária aqui. Vou citar alguns exemplos de como o roteiro melhoraria facilmente. Um é logo no início, na cena do navio – por que as pessoas no navio estavam com as metralhadoras na mão, se os dois cientistas não ofereciam nenhum risco? Outra é a cena do corredor, uma cena cinematograficamente bonita, mas que não faz sentido porque quando ela anda mais rápido, o timer do sensor de movimento também anda mais rápido. Por que? Mais um exemplo: o Morbius faz origamis, e deixa um numa cena de crime. Aí vem o policial e diz “sabemos que você faz origamis!”. Oi? E impressão digital? Ou, ainda mais um: se o Morbius fica tão nervoso com uma única gota de sangue, como ajudou o médico com a barriga aberta se esvaindo em sangue?

(Depois da sessão de imprensa, conversando com alguns críticos, ouvi um outro comentário negativo. O Morbius ganha seus poderes ao misturar seu dna com o dna de um morcego. Isso daria a ele características de um morcego, e não super poderes como super velocidade ou voar sem asas. Mas… Isso é filme de super herói. A gente aceita um monte de suspensões de descrença em filmes de super herói. Então, pra mim, isso é algo aceitável.)

Ouvi reclamações sobre os efeitos especiais, mas, de um modo geral, não me incomodaram. Mas, preciso fazer o comentário “menos é mais”. A caracterização do “monstro”, quando Morbius vira o morcego / vampiro, não me pareceu ser maquiagem, apenas cgi. Quando eram pequenas alterações no rosto, apenas olhos, boca ou nariz, ficava melhor do que quando era o rosto inteiro. Quando aparecia o rosto completo, parecia um cospobre de Evil Dead.

Ainda nos efeitos especiais, preciso dizer que gostei de algumas sequências de movimentação do Morbius, tudo muito rápido, aí a imagem congela no meio, e volta tudo rápido. Nada de muito inovador – inclusive a movimentação lembra o Noturno dos X-Men – mas, ficou bonito na tela. Também gostei da citação a F.W. Murnau, diretor do clássico Nosferatu de 100 anos atrás.

Sobre o elenco, tenho pena do Jared Leto. Ele não está ruim, mas ele escolhe mal os projetos – não podemos esquecer que ele fez aquele Coringa horroroso. Matt Smith abraça a canastrice, e achei engraçado ele fazer um vilão tão caricato. Mas não sei se isso é um elogio. Adria Arjona e Jared Harris estão ok, e Tyrese Gibson e Al Madrigal fazem uma dupla de policiais que até agora não entendi pra que servem no roteiro. E recomendo não ler elenco por aí por causa de spoilers.

Acredito que o Morbius era pra ser um vilão. Mas, pra quem nunca leu os quadrinhos, Morbius é um herói. E aparentemente vão usá-lo em algum filme futuro como vilão do Homem Aranha. Vão precisar mudar alguma coisa aí, porque esse cara apresentado pelo filme não tem nada de vilão.

Por fim, são duas cenas pós créditos, ambas depois dos créditos principais, nenhuma cena no fim de tudo. A primeira é até legal, traz um bom personagem de outro filme que estará numa provável continuação. Já a segunda é péssima, porque não só não acrescenta nada (é o mesmo personagem da primeira cena) como levanta vários furos de roteiro…